Guelupa

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Guelupa[1] (Gelu(g)pa), Gelug[2] (em tibetano, transl. Wylie: dGe-Lugs, significando "virtuoso"[3]) ou Gedanpa,[4] também conhecida como Seita do Chapéu Amarelo (Sha-Serva,[4] em tibetano zha ser significa "chapéu amarelo"[5]) ou Escola Guelupa do Chapéu Amarelo (em tibetano, transl. Wylie: Zha gser dge lugs pa), é uma das linhagens do Budismo tibetano, fundada por Tsongkhapa. O líder da Escola Guelupa é conhecido como Ganden Tripa e é também o abade do Mosteiro Ganden, fundado por Je Tsongkhapa, e Ganden (dga' idan) é a "seita espiritual" da Guelupa.[6]

Os guelupas são também conhecidos como chapéus amarelos por causa desse adereço usado pelos monges dessa linhagem, um uso que deriva desde a ordem Kadam e adotado por Tsongkhapa.[4] Os seguidores inicialmente se chamaram de novos kadampas pela influência que Tsongkhapa dava aos ensinamentos de Atisha (do qual ele era visto como a reencarnação),[4][7][8] mas depois a ordem foi renomeada para Guelupa pelo fundador.[9]

Criação do Dalai Lama[editar | editar código-fonte]

Estátua de Je Tsongkhapa, fundador da seita Guelupa, no altar de seu templo no Mosteiro de Kumbum, perto de Xining, Chingai (Amdo), China. Foto do escritor Mario Biondi, em 7 de julho de 2006

Em 1577 Sonam Gyatso, que foi considerada a segunda encarnação de Gyalwa Gendun Drup,[10] formou uma aliança com o então o mais poderoso líder mongol Altã Cã.[10] Como resultado, Sonam Gyatso foi designado como "Lama" (a tradução para o mongol do nome Gyatso, o que significa oceano),[10] e Gyalwa Gendun Drup e Gendun Gyatso foram postumamente reconhecidos como os 1.º e 2.º Dalai Lamas.[10]

Sonam Gyatso era muito ativo no proselitismo entre os mongóis, e a tradição Guelupa viria a se tornar a principais orientações espirituais dos mongóis nos séculos seguintes.[10] A aliança Guelupa-Mongol foi reforçada após a morte como Sonam Gyatso, com a sua encarnação como bisneto de Altã Cã.[10]

Quando um Dalai Lama falece, o governo do Tibete consulta a autoridade maior da Guelupa, Gaden Tri Rinpoche (sucessor espiritual de Tsongkhapa), dentre outros dignatários da ordem, que decidem qual é a verdadeira nova encarnação.[6]

Surgimento como a escola dominante[editar | editar código-fonte]

A Guelupa emerge como a escola pré-eminente budista no Tibete desde o final do século XVI, depois de uma a aliança com os mongóis como um poderoso patrono.[10]

No final do século XVI, na sequência de conflitos violentos entre as seitas do budismo tibetano, a escola Guelupa surgiu como dominante. De acordo com o historiador tibetano Samten Karmay, Sonam Chophel[11] (1595-1657), tesoureiro do Palácio de Ganden, foi o arquiteto principal do crescimento da Guelupa ao poder político. Mais tarde, ele recebeu o título "Desi", que significa regente, pelos seus esforços para estabelecer o poder da seita Guelupa.[12]

Referências

  1. Religião e Sociedade Vol. 20-21. São Paulo: Centro de Estudos de Religião. 1999. p. 139 
  2. Samuel, Geoffrey; Samuel, Professor Geoffrey (1993). Civilized Shamans: Buddhism in Tibetan Societies (em inglês). [S.l.]: Smithsonian Institution Press 
  3. Kay, David N. (2007). Tibetan and Zen Buddhism in Britain: Transplantation, Development and Adaptation, p. 39. Routledge.
  4. a b c d Zhabdrung, Tseten; Dorjee, Tenzin (1986). «Research on the Nomenclature of the Buddhist Schools in Tibet». The Tibet Journal (3): 40–50. ISSN 0970-5368. Consultado em 9 de maio de 2021 
  5. Oidtmann, Max (31 de julho de 2018). Forging the Golden Urn: The Qing Empire and the Politics of Reincarnation in Tibet (em inglês). [S.l.]: Columbia University Press 
  6. a b Sheel, R. N. Rahul (1989). «The Institution of the Dalai Lama». The Tibet Journal (3): 19–32. ISSN 0970-5368. Consultado em 9 de maio de 2021 
  7. Pehrsson, Maik Sulmaya (30 de setembro de 2014). Summa Dharmalogica (em inglês). [S.l.]: Xlibris Corporation 
  8. Samphel, Thubten; Tendar (2000). The Dalai Lamas of Tibet (em inglês). [S.l.]: Lustre Press 
  9. Singh, Sanghasen (2000). Buddhism in Comparative Light (em inglês). [S.l.]: Indo-Publishing House 
  10. a b c d e f g A. McKay; History of Tibet; pp 18-19; Routledge Curzon ed.; (2003); ISBN 0-7007-1508-8
  11. (também Sonam Choephel or Sonam Rabten)
  12. Samten G. Karmay, The Great Fifth [ligação inativa]
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