Merino

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Ovelhas Merino e cabras retinta.
Selo cazaque de 2003 com a ilustração de ovinos da raça merino

Merino é uma raça de ovinos originária do Sul de Portugal. Sua é tida como a mais nobre para uso em vestimentas e artigos de decoração.

A raça Merino resultou da evolução da população merina que no inicio do século XX existia no sul de Portugal. Tratava-se de um grupo étnico bastante heterogéneo, onde predominavam os animais de cor preta. Nessa altura a principal fonte de rendimento da exploração ovina era a lã que apresentava uma excelente qualidade nos animais desta raça. A produção de lã motivou cruzamentos com raças melhoradas como com o merino precoce, uma raça francesa sintetizada a partir do Merino de Rambouillet (Alves Bento et al. 1986).

Em Portugal, existem 3 raças distintas Merino: Merina da Beira Baixa, Merina Branca e Merina Preta[1]. Estas raças autóctones, nomeadamente a raça Merino Branco, caracterizam-se pela sua extraordinária rusticidade, traduzida numa perfeita adaptação às condições edafoclimáticas e num bom aproveitamento dos recursos naturais da região . Esta Raça tem origem na região do Alentejo e possuía no ano de 1999 cerca de 22000 animais inscritos no Livro Genealógico [2], e em 2007 contava com 17000 animais inscritos, num total de 40 criadores [3]. Em 2009, segundo a Sociedade Portuguesa de Ovinotecnia e Caprinotecnia existem apenas 9000 animais inscritos no Livro Genealógico num total de 22 criadores [4].

Padrão da Raça[editar | editar código-fonte]

  • Aspeto Geral: Tamanho médio, eumétrico e mediolíneo, de cor branca.
  • Pele, Velo e Lã: Pele fina, untuosa e sem pigmentação. Velo muito extenso e tochado, com madeixas cilíndricas ou quadradas, regularmente homogéneo; cobre a cabeça, todo o pescoço, o ventre, os membros quase até às unhas e os testículos.
  • Cabeça: tamanho médio, larga e curta; perfil craniano subconvexo; chanfro recto nas fêmeas e convexo nos machos; boca grande, com lábios grossos; olhos grandes e expressivos, com arcadas orbitarias não muito salientes; orelhas pequenas e horizontais; cornos ausentes nas fêmeas mas frequentes nos machos, enrolados em espiral fechada, rugosos e de secção triangular; bem revestida de lã, a qual cobre por vezes parte das faces e do frontal.
  • Tronco: volume mediano; garrote pouco destacado, seguido de uma linha dorso-lombar horizontal; espádua regularmente relacionada e desenvolvida; costado mediamente arqueado; ventre desenvolvido; dorso e rins de comprimento e largura médios; garupa curta e ligeiramente descaída; no seu conjunto o tronco apresenta um todo harmonioso.
  • Úbere: largo e bem inserido, com tetos curtos, mas bem implantados.
  • Membros: fortes e regularmente aprumados; curvilhões grossos tal como as restantes articulações; revestimento lanar em geral até abaixo dos joelhos e dos curvilhões.
  • Peso vivo de adulto: Fêmeas: 45- 60 kg; Machos: 75 - 90 kg.

Parâmetros reprodutivos e produtivos[editar | editar código-fonte]

Parâmetros Reprodutivos[editar | editar código-fonte]

  • Taxa de Fertilidade: 80 - 90 %
  • Taxa de Prolificidade: 110 - 140 %
  • Taxa de Fecundidade: 90 - 130 %

Produção de Carne[editar | editar código-fonte]

  • Peso ao Nascimento: 3.0 - 4.0 kg
  • Peso aos 30 dias: 8.5 - 10.3 kg
  • Peso aos 60 dias: 13.0 - 18.0 kg
  • Peso aos 90 dias: 18.0 - 26.0 kg
  • GMD intensivo: 300 - 350 gr
  • Peso de abate tradicional: 22 - 30 kg
  • Idade de abate tradicional: 90 - 120 dias
  • Época principal de abate: Natal e Páscoa

Produção de Lã[editar | editar código-fonte]

  • Classificação da lã: Merino Extra a Merino Forte
  • Peso do velo: Fêmeas 2.5 - 3.0 kg; Machos 4.5 - 5.0 kg
  • Diâmetro das fibras: 8 - 25 micra
  • Comprimento das fibras: 6 - 8 cm
  • Observações: Rendimento LAF: 50 - 52 %

Raças autóctones portuguesas[editar | editar código-fonte]

Livro genealógico de adultos (dados de 2019)[5]
Raça N.º de machos N.º de fêmeas N.º de criadores
Merina da Beira Baixa 260 4193 37
Merina Branca 620 8226 33
Merina Preta 751 12288 60


Referências

  1. Catálogo Oficial de Raças Autóctones Portuguesas (2021)
  2. www.vetpermutadora.pt
  3. EZN, departamento de genética e melhoramento animal
  4. www.ovinosecaprinos.com
  5. Catálogo Oficial de Raças Autóctones Portuguesas. [S.l.: s.n.] 2021 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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