Pajé

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 Nota: Para outros significados, veja Pajé (desambiguação).
Pajés guaranis em dança festiva, em 2007.

O pajé ou pagé[1] é uma pessoa de destaque em certos povos indígenas da América do Sul. São curandeiros, tidos como portadores de poderes ocultos, ou orientadores espirituais.

Terminologia[editar | editar código-fonte]

Segundo o dicionário Aurélio, é uma palavra de origem tupi, adotada como termo das disciplinas de antropologia e etnologia brasileira. Designa o especialista ritual que, nas comunidades indígenas brasileiras, tem a atribuição ou o suposto poder de comunicar-se com as diversas potências e seres não humanos (espíritos de animais, de pessoas mortas etc.). Tem, como sinonímia, os termos: xamã, manda-chuva, benzedor e curandeiro. Outras terminologias se aplicam: caraíbas, paié, pagi, pay, payni, pai.[2] [3]

Funções[editar | editar código-fonte]

Assim como os xamãs, podem assumir o papel de médicos, sacerdotes e fazer uso de plantas para fins medicinais ou invocação de entidades. Normalmente, o conhecimento da utilização da planta correta para cada caso ou situação é passado de geração em geração, trazendo, assim, uma responsabilidade para o pajé do povo. Os povos indígenas acreditam que os pajés têm ligações diretas com os deuses, sendo representantes escolhidos pelos deuses para passar a profecia ao povo.[2]

Pajelança[editar | editar código-fonte]

A Pajelança ou Cura diz respeito a um sistema médico-religioso praticado na região amazônica, no qual se recebem entidades chamadas de encantados. O curador ou pajé entra em transe, identificando o mal que acomete a pessoa que buscou ajuda, e prepara medicamentos naturais para o tratamento das enfermidades. Com a chegada dos negros na região, ritos africanos e indígenas foram mesclados, em especial no Maranhão e no Pará, influenciando religiões sincréticas como o tambor de mina, o terecô e o babaçuê.[4][5][6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Pagé, The Free Dictionary by Farlex
  2. a b BOTELHO, João Bosco; COSTA, Hideraldo Lima da. Pajé: reconstrução e sobrevivência. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 13, n. 4, Dec. 2006 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702006000400009&lng=en&nrm=iso>. access on 25 Oct. 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702006000400009.
  3. Cunha, Antonio Geraldo da 1982 Dicionário histórico das palavras portuguesas de origem tupi. 2. ed. São Paulo: Melhoramentos.
  4. «Religiões afroameríndias no Piauí» 
  5. Kbello (5 de julho de 2018). «Pajelança». Xamanismo. Consultado em 17 de dezembro de 2018 
  6. «PAJELANÇA - Definição e sinônimos de pajelança no dicionário português». educalingo.com. Consultado em 17 de dezembro de 2018 

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]

  • BRUNELLI, Gilio (1996). Do xamanismo aos xamãs: estratégias tupi-mondé frente à sociedade envolvente. In: Langdon, E. Jean Matteson (org.) Xamanismo no Brasil: novas perspectivas. Florianópolis: Ed. UFSC.
  • VILLAS BOAS, ORLANDO. A arte dos pajés, impressões sobre o universo espiritual xinguano. SP, Globo, 2000

Ligações externas[editar | editar código-fonte]