Cambridge Analytica

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Cambridge Analytica
Cambridge Analytica
Razão social Cambridge Analytica (UK), Ltd.
Fundação 2013
Encerramento 01 de maio de 2018 (de facto)
18 de maio de 2018 (de jure)
Sede Londres
Pessoas-chave Alexander Nix (CEO),[1] Robert Mercer, Steve Bannon (Vice-presidente)
Serviços Mineração de dados, Análise de dados
Empresa-mãe SCL Group, Ltd.
Website oficial https://cambridgeanalytica.org/ (Website Central)

https://ca-political.com/ (Divisão Política)

https://ca-commercial.com/ (Divisão Comercial)

Cambridge Analytica Ltd (CA), anteriormente conhecida como SCL USA, foi uma empresa de consultoria política britânica que ganhou destaque por meio do escândalo de dados Facebook–Cambridge Analytica. Foi iniciado em 2013,[2] como uma subsidiária da empresa de inteligência privada e autodenominada "agência de gerenciamento de eleições globais" SCL Group pelos executivos de longa data da SCL Nigel Oakes, Alexander Nix e Alexander Oakes, com Nix como CEO.[2] Os bem relacionados fundadores tiveram contato com, entre outros, o Partido Conservador, a família real britânica e os militares britânicos.[3] A empresa manteve escritórios em Londres, Nova Iorque e Washington, D.C.[4] A empresa encerrou as operações em 2018 durante o escândalo de dados do Facebook-Cambridge Analytica, embora ainda existam empresas relacionadas à Cambridge Analytica[5] e à sua empresa-mãe SCL.[6]

Dados do Facebook[editar | editar código-fonte]

Em 17 de Março de 2018, os jornais The New York Times e The Observer reportaram que a Cambridge Analytica usou informações pessoais de 50 milhões de perfis que foram obtidas por um pesquisador externo. Ele alegou estar coletando dados do Facebook, Google, Twitter, Instagram e Whatsapp para fins acadêmicos, mas sabe-se que foi criado algoritmo que cruza estes dados para criar um perfil psicológico para cada pessoa e depois as separa individualmente ou em grupos específicos. Estes dados individuais podem conter mais de 9.000 pontos sobre a personalidade de cada indivíduo, que vão desde sua movimentação geográfica diária, contatos periódicos, nível cultural, extratos bancários e até suas mais sutis preferências, desejos, medos e anseios. Em resposta, o Facebook alega que baniu a Cambridge Analytica e proibiu a empresa de fazer publicidade em sua plataforma.[7][8] O jornal The Guardian também informou que o Facebook tinha conhecimento que essa violação de segurança aconteceu por dois anos, mas não fez nada para proteger seus usuários.[9]

Em 4 de abril do mesmo ano o Facebook anunciou que as contas de pelo menos 87 milhões de pessoas foram atingidas em 10 países, e, segundo suas estimativas, os dados pessoais de 4,5 milhões de brasileiros foram usados sem consentimento prévio. Nos Estados Unidos foram atingidas mais de 70 milhões de pessoas.[10] O jornal The Guardian questionou a nota em que o Facebook anunciou essas informações porque ela divulgava principalmente as iniciativas da rede social para reverter os problemas de privacidade e apresentava o tema de coleta de dados apenas no seu penúltimo parágrafo.[11]

A atuação da empresa tem sido considerada como uma ameaça global à democracia.[12]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Cheshire, Tom (21 de outubro de 2016). «Behind the scenes at Donald Trump's UK digital war room». Sky News. Cópia arquivada em 21 de outubro de 2016 
  2. a b Tirino, Nazzareno (2019). Cambridge Analytica. Il potere segreto, la gestione del consenso e la fine della propaganda. [Cambridge Analytica. The secret power to manage consensus to the end of propaganda.] (em italiano). Lecce - Italy: Libellula Edizioni. 109 páginas. ISBN 9788867355129. Consultado em 21 de novembro de 2020. Cópia arquivada em 10 de dezembro de 2020 
  3. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome thetime-back
  4. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome ca
  5. «Cambridge Analytica staff set up new firm» (em inglês). BBC News. 12 de julho de 2018. Consultado em 24 de dezembro de 2018. Cópia arquivada em 19 de maio de 2019 
  6. Briant, Emma (12 de outubro de 2020). «OPINION: Governments Have Failed to Learn from the Cambridge Analytica Scandal» (em inglês). OCCRP. Consultado em 24 de agosto de 2021. Cópia arquivada em 29 de agosto de 2021 
  7. «How Trump Consultants Exploited the Facebook Data of Millions» (em inglês). ISSN 0362-4331 
  8. «Revealed: 50 million Facebook profiles harvested for Cambridge Analytica in major data breach» 
  9. «'I made Steve Bannon's psychological warfare tool': meet the data war whistleblower» (em inglês). ISSN 0261-3077 
  10. Schroepfer, Mike (4 de abril de 2018). «An Update on Our Plans to Restrict Data Access on Facebook». Facebook Newsroom (em inglês). Consultado em 4 de abril de 2018 
  11. Solon, Olivia (4 de abril de 2018). «Facebook says Cambridge Analytica may have gained 37m more users' data». the Guardian (em inglês). Consultado em 4 de abril de 2018 
  12. Andrade, Diogo Queiroz de. «Facebook. Cambridge Analytica, a empresa que manipula a democracia à escala global». PÚBLICO 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]