Ciclone

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Nota: Furacão e Tufão redirecionam aqui. Para outros significados destes termos, consulte Furacão (desambiguação)
Ciclones e Anticiclones (Hemisfério Norte)
Sistema frontal ciclónico (Hemisfério Norte)

Um ciclone (ou depressão atmosférica ou centro de baixas pressões) é uma região em que o ar relativamente quente se eleva e favorece a formação de nuvens e precipitação. Por isso, tempo chuvoso e nublado, chuva e vento forte estão normalmente associados a centros de baixas pressões. A instabilidade do ar produz um grande desenvolvimento vertical de nuvens cumuliformes associadas a cargas de água.[1]

"São regiões de baixa pressão atmosférica em torno das quais o vento sopra no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio no hemisfério norte e sopra no sentido do movimento dos ponteiros do relógio no hemisfério sul, porque a pressão atmosférica é mínima no seu centro e aumenta à medida que a distância ao centro aumenta", descreve o IPMA, serviço meteorológico de Portugal.[2]

Os ciclones são indicados nos mapas meteorológicos pela letra «B» e são locais onde a pressão atmosférica é a mais baixa na sua vizinhança e em volta do qual existe um padrão organizado de circulação de ar. À medida que, pela ação do diferencial de pressões, o ar flui dos centros de altas pressões para um centro de baixas pressões é deflectido pela força de Coriolis de tal modo que os ventos circulam em espiral, isto é, no sentido anti-horário no Hemisfério Norte e no sentido horário no Hemisfério Sul. Na meteorologia, os movimentos de ar resultantes de um centro de altas pressões são denominados anticiclones. O sentido de giro de um ciclone e de um anticiclone é o contrário para um mesmo hemisfério,[3][4] sendo este determinado pela aceleração de Coriolis.[5]

Como exemplo de ciclones podemos citar os sistemas frontais, os tornados e os furacões. Como na Índia e na Austrália os furacões são chamados ciclones (e, na Ásia, tufões), a mídia confunde constantemente o termo ciclone com furacão. A meteorologia diferencia o ciclone extratropical do furacão. Um furacão tem núcleo quente e se forma sobre águas quentes, em geral acima de 26 graus celsius. Um ciclone extratropical em geral é um fenômeno de latitudes médias e altas que se propaga até latitudes tropicais, associado comumente a frentes frias e ondas baroclínicas em altos níveis da troposfera. Os ciclones são fáceis de reconhecer num mapa de observações à superfície pelos ventos que tendem a fluir para ele com uma rotação «em espiral» e nas imagens de satélite pela configuração em forma de vírgula de bandas de nuvens.

No Hemisfério norte, um ciclone em desenvolvimento é tipicamente acompanhado (a leste do centro de baixas pressões) por uma frente quente atrás da qual ventos de sul transportam para norte o ar quente e úmido de uma massa de ar quente, contribuindo para a desenvolvimento de precipitação. Atrás do centro de baixas pressões (a Oeste dele), ventos de norte transportam ar mais frio e seco para o sul, com uma frente fria marcando o bordo da frente dessa massa de ar mais fria e seca. No Hemisfério sul, como o sentido ciclónico se inverte, observa-se tipicamente a situação simétrica desta.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Verbete depressão». Dicionário Priberam. Consultado em 12 de outubro de 2018 
  2. «IPMA - Índice». www.ipma.pt. Consultado em 27 de janeiro de 2021 
  3. Weather Questions.com. «What is an anticyclone?» (em inglês). Consultado em 5 de março de 2008 
  4. Australian Institute of Marine Sciences. «What is a cyclone?» (em inglês). Consultado em 5 de março de 2008. Arquivado do original em 22 de fevereiro de 2008 
  5. National Oceanic and Atmospheric Administration. «Education currents:Coriolis Effect» (em inglês). Consultado em 5 de março de 2008