Traição

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 Nota: Para outros significados, veja Traição (desambiguação).
O quadro A Captura de Cristo, em que Caravaggio retrata o beijo com que Judas Iscariotes traiu Jesus

Traição, como uma forma de decepção ou repúdio da prévia suposição, é o rompimento ou violação da presunção do contrato social (verdade ou da confiança) que produz conflitos morais e psicológicos entre os relacionamentos individuais, entre organizações ou entre indivíduos e organizações. Geralmente a traição é o ato de apoiar o grupo rival, ou, é uma ruptura completa da decisão anteriormente tomada ou das normas presumidas pelos outros.

Juridicamente[editar | editar código-fonte]

É tornar óbvio e evidente o que se queria ocultar, ser infiel ou descumprir com o compromisso assumido.

Portugal[editar | editar código-fonte]

Dos crimes de responsabilidade de titular de cargo político em especial, de acordo com o Artigo 7º, da Lei n.º 34/87, de 16 de Julho, "o titular de cargo político que, com flagrante desvio ou abuso das suas funções ou com grave violação dos inerentes deveres, ainda que por meio não violento nem de ameaça de violência, tentar separar da Mãe-Pátria, ou entregar a país estrangeiro, ou submeter a soberania estrangeira, o todo ou uma parte do território português, ofender ou puser em perigo a independência do País será punido com prisão de dez a quinze anos".[1]

Por traição define-se ainda o atentado contra a Constituição da República em que "o titular de cargo político que no exercício das suas funções atente contra a Constituição da República, visando alterá-la ou suspendê-la por forma violenta ou por recurso a meios que não os democráticos nela previstos, será punido com prisão de cinco a quinze anos, ou de dois a oito anos, se o efeito se não tiver seguido".[1]

O atentado contra o Estado de direito, o titular de cargo político que, nos termos anteriormente referidos, "tentar destruir, alterar ou subverter o Estado de direito constitucionalmente estabelecido, nomeadamente os direitos, liberdades e garantias estabelecidos na Constituição da República, na Declaração Universal dos Direitos do Homem e na Convenção Europeia dos Direitos do Homem, será punido com prisão de dois a oito anos, ou de um a quatro anos, se o efeito se não tiver seguido".[1]

Na coacção contra órgãos constitucionais

  1. - "O titular de cargo político que por meio não violento nem de ameaça de violência impedir ou constranger o livre exercício das funções de órgão de soberania ou de órgão de governo próprio de região autónoma será punido com prisão de dois a oito anos, se ao facto não corresponder pena mais grave por força de outra disposição legal."
  2. - "O titular de cargo político que, nas mesmas condições, impedir ou constranger o livre exercício das funções do Provedor de Justiça é punido com prisão de um a cinco anos."
  3. - "Se os factos descritos no n.º 1 forem praticados contra órgão de autarquia local, a prisão será de três meses a dois anos."
  4. - "Quando os factos descritos no n.º 1 forem cometidos contra um membro dos órgãos referidos nos No. 1, 2 ou 3, a prisão será de um a cinco anos, seis meses a três anos ou até um ano, respectivamente".[1]

Lei Militar[editar | editar código-fonte]

Na lei militar, traição é o crime de deslealdade de um cidadão à sua pátria. Por exemplo, em tempos de guerra, uma pessoa que coopera ativamente com o inimigo (colaboracionismo), é considerado um traidor.

Definição Psicologia[editar | editar código-fonte]

Segundo a psicoterapeuta Olga Inês Tessari, são vários os fatores que levam à traição: questões culturais, carências, insatisfação em relação a desejos e expectativas com o (a) parceiro (a), vingança, a busca pelo novo, o estímulo provocado pela sensação de perigo, ou mesmo de poder. "A ideia de posse existe em quase todas as relações estáveis e as cobranças de fidelidade são normais e aceitas pela sociedade." Segundo especialista a traição funciona como válvula de escape, pois quem trai é porque possui um motivo muito forte. Na maioria dos casos traição é mais comum em relacionamentos amorosos e cada dia que passa é mais comum, pois hoje em sociedade moderna porém ao mesmo tempo moralista a pressão psicológica é muito grande. Por isso segundo estudos algumas pessoas que ficam reprimidas com suas fantasias e anseios acabam cometendo o erro de trair alguém; isso só faz com que este indivíduo use uma espécie de "máscara" para esconder quem realmente é, ou gostaria de ser. O medo é o principal elemento para a traição.

Livros[editar | editar código-fonte]

O romance de Gustave Flaubert, “Madame Bovary”, considerado o primeiro romance realista, trata magistralmente do tema áspero da infidelidade.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]