Lapônia (província da Suécia)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Este artigo é sobre a província histórica sueca da Lapónia. Para outros significados, veja Lapónia (desambiguação).
Suécia Lapônia
Lapónia

Lappland

 
  Província  
Símbolos
Brasão de armas de Lapônia Lapónia
Brasão de armas
Localização
Região Norlândia
Condado
Características geográficas
Área total 118 206 km²
População total (2023) 87 744 hab.
Altitude máxima Kebnekaise 2 104 m
Outras informações
Maior cidade Kiruna
Maior lago Torneträsk
O Passo de Lapporten
Rio Abisko e Lago Torne
A montanha gelada de Kebnekaise
O parque nacional de Sarek
A estação ferroviária de Riksgränsen
Sol da meia-noite em Kiruna

A Lapônia (português brasileiro) ou Lapónia (português europeu) (em sueco: Lappland; PRONÚNCIA SUECA) é uma província histórica da Suécia. Está localizada no noroeste da região histórica da Norrrland, e faz fronteira com a Noruega e a Finlândia. [1]
É a maior província do país, abrangendo mais de ¼ da sua superfície. Tem uma população de 87 744 habitantes (2023), dos quais cerca de 9 000 são lapões, e um número incerto pertence à minoria de língua finlandesa dos fino-suecos. [2] [3]
Segundo a tradição histórica, era habitada maioritariamente por lapões, até à colonização sueca, exploração mineira e cristianização dos lapões, sobretudo a partir do século XVII. [4] [5] [6]

Lapónia

Ao contrário do resto da Suécia, a identidade regional dos habitantes das províncias históricas da Lapónia - Norrbotten e Västerbotten - não está focada nessas províncias, mas sim nos condados atuais de Norrbotten e Västerbotten. [7]

Como província histórica, a Lappland não possui funções administrativas, nem significado político, mas está diariamente presente nos mais variados contextos, como por exemplo em Lapplands kommunalförbund (Associação comunal escolar da Lapónia), Lapplands Gymnasium (Escola secundária da Lapónia) e Lapplands Djurklinik (Clínica veterinária da Lapónia).[8][9]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O topónimo Lappland deriva de lapp (o antigo nome do povo nativo da região – os Lapões) e land (terra), significando por consequência "Terra dos Lapões". A província está mencionada em sueco antigo como Lappalandh, em 1526, e como Lapland, em 1606.[10]

Em textos em português costuma ser usada a forma aportuguesada ”Lapónia” ou ”Lapônia”. [11]

…o contexto que levou o humanista português a interessar-se pela Lapónia e pelos Lapões e a escrever sobre isso…

Apresentação[editar | editar código-fonte]

É a maior província histórica da Suécia, ocupando cerca de um quarto de todo o país, com uma área ligeiramente superior a Portugal. Localizada no norte do país, faz fronteira com a Finlândia e a Noruega, e tem limites com as províncias suecas de Norrbotten, Västerbotten, Ångermanland e Jämtland.[12][13]

É uma província de montanhas no lado oeste – os Alpes Escandinavos – e de planaltos no lado leste. Todas as altas montanhas suecas com mais de 2 000 metros de altura estão precisamente localizadas dentro da Lapónia. A paisagem é dominada pelas enormes florestas de coníferas e pela tundra.[14][15][16]

A Lapónia tem grandes lagos e é atravessada por grandes rios caudalosos, que desaguam no Golfo de Bótnia, no Mar Báltico O Círculo Polar Ártico cruza a província, passando a sul da cidade de Jokkmokk.[17]

Condados atuais[editar | editar código-fonte]

A província histórica da Lapónia foi dividida em três partes - sendo a parte norte integrada no condado de Norrbotten, a parte sul no condado de Västerbotten, e uma pequena parte no condado da Jämtland.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Originalmente habitada pelos lapões e por grupos de kvenos, foi sucessivamente colonizada pelos suecos, sobretudo nos séculos XII e XVII. Numa carta do rei Magno II, datada de 1340, está determinado que todos aqueles que sejam cristãos podem estabelecer-se na Lapónia, desde que paguem imposto ao rei. Apesar disso, a população continuou a ser praticamente toda lapónica até ao século XVII, pelo que o rei Carlos XI, em 1673, estabeleceu privilégios especiais para todos aqueles que quisessem ir viver na Lapónia. Em 1695, o mesmo rei decretou que os "novos habitantes não deviam ocupar todos os terrenos disponíveis".[1][16][18]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Maiores centros urbanos[editar | editar código-fonte]

Comunas[editar | editar código-fonte]

Comunicações[editar | editar código-fonte]

A província da Lapónia é atravessada de norte a sul pela estrada europeia E45 (Dorotea, Arvidsjaur, Jokkmokk e Gällivare), e transversalmente pelas estradas europeias E10 (Abisko, Kiruna e Gällivare) e E12 (Storuman e Lycksele). A Linha do Minério (Malmbanan) permite o transporte de minérios da zona de Kiruna para as cidades portuárias de Luleå, na Suécia, e Narvik, na Noruega. A Linha Interna (Inlandsbanan) conecta o sul com o norte da província, passando por Dorotea, Storuman, Arvidsjaur, Jokkmokk, Gällivare e Kiruna Existem aeroportos em Arvidsjaur, Gällivare e Kiruna.[22]

Economia[editar | editar código-fonte]

A Lapónia tem grandes recursos naturais – florestas, energia hidráulica, ferro e outros minérios. Há centrais hidroelétricas em muitos rios, entre as quais a barragem de Harsprånget e a barragem de Porjus no rio Luleälven. Nos jazigos de ferro em Kiruna e Gällivare é extraído minério de ferro que é transportado por via férrea para Luleå na Suécia ou para Narvik na Noruega. Em algumas partes, o povo indígena dos Lapões dedica-se à criacão de renas. [23] [24]

Património histórico, cultural e natural[editar | editar código-fonte]


Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c Enciclopédia Norstedts 2008, p. 715.
  2. «Folkmängd i landskapen den 31 december 2023» (em sueco). Instituto Nacional de Estatística da Suécia. Consultado em 23 de maio de 2024 
  3. «Lappland». Bonniers Compact Lexikon (em sueco). Estocolmo: Bonnier lexikon. 1995-1996. p. 622. 1301 páginas. ISBN 91-632-0067-8 
  4. Ernby, Birgitta; Martin Gellerstam, Sven-Göran Malmgren, Per Axelsson,Thomas Fehrm (2001). «Lappland». Norstedts första svenska ordbok (em sueco). Estocolmo: Norstedts ordbok. p. 227. 793 páginas. ISBN 91-7227-186-8 
  5. «Lappland». Se Sverige med barnen. En reseguide för hela familjen (em sueco). Svenska turistföreningen. Estocolmo: Bonniers juniorförlag e Svenska turistföreningen. 1985. p. 141. 379 páginas. ISBN 91-48-51041-6 
  6. Svensson, Lars (2001). «Lappland». Värt att se i Sverige [Para ver na Suécia]. En reseguide (em sueco). Estocolmo: Bonnier. p. 116. 383 páginas. ISBN 9100571903 
  7. Bjarne Rydstedt, Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén e Mona Larsson (1987). «I nordligaste Sverige». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och kultur. p. 191-193. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X 
  8. Magnusson 2004, p. 212.
  9. Sporrong 2018.
  10. Wahlberg 2003, p. 39.
  11. {{citar web |url=https://impactum-journals.uc.pt/bec/article/view/61_9/4011 |título=A Lappiae Descriptio de Damião de Góis |citacao=…o contexto que levou o humanista português a interessar-se pela Lapónia e pelos Lapões e a escrever sobre isso… |publicado=Boletim De Estudos Clássicos (61) 139-152. |autor=Mário Carreiro |língua=pt |acessodata=15 de março de 2023
  12. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Er349
  13. Wedsberg 1995, p. 26-27.
  14. Magnus Bolle et al. (2004). «Lappland». Sveriges landskapssymboler (em sueco). Tollered: Pedagogisk information. p. 4. 108 páginas. ISBN 9186404296 
  15. «Sveriges högsta berg» (em sueco). Svenska Turistföreningen. Consultado em 28 de janeiro de 2020 
  16. a b Enciclopédia Nacional Sueca.
  17. Miranda 2007, p. 553.
  18. Oskarsson 2007, p. 57.
  19. Enciclopédia Nacional Sueca (a).
  20. Enciclopédia Nacional Sueca (b).
  21. Enciclopédia Nacional Sueca (c).
  22. Lidman Production AB (texto) e Matton (fotografia) (2011). «Lappland». Libers stora junioratlas (em sueco). Estocolmo: Liber. p. 37. 144 páginas. ISBN 9789147809028 
  23. Lars Bergquist, Thomas Magnusson, Peter A. Sjögren e Thomas Fehrm (ilustrador) (2002). «Lappland». Norstedts första uppslagsbok. Kunskap från början (em sueco). Estocolmo: Norstedts ordbok. p. 227. 460 páginas. ISBN 9172273186 
  24. {{Citar livro |sobrenome=Rydstedt |nome=Bjarne |coautor=Georg AnderssonTorsten BladhPer Olof KöhlerKarl-Gustaf ThorénMona Larsson |título=Land och liv 1 |idioma=sueco |local=Estocolmo |editora=Natur och kultur |ano=1987 |páginas=216 |página=191-193 |capítulo=I nordligaste Sverige |isbn=91-27-62563-X
  25. a b c d e Stålnacke 1999, p. 5.
  26. Kartcentrum (2003). «Vuollerim». Vår Sverigeguide (O nosso guia da Suécia) (em sueco). Estocolmo: Prisma. p. 129. 528 páginas. ISBN 9151841401 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]


  • «Kebnekaise». Enciclopédia Nacional Sueca (em sueco). Gotemburgo: Universidade de Gotemburgo. 2018 
  • «Kebnekaise». Enciclopédia Nacional Sueca (em sueco). Gotemburgo: Universidade de Gotemburgo 
  • «Kiruna». Enciclopédia Nacional Sueca (em sueco). Gotemburgo: Universidade de Gotemburgo 
  • Ernby, Birgitta; Gellerstam, Martin; Malmgren, Sven-Göran; Axelsson, Per; Fehrm, Thomas (2001). «Lappland». Norstedts första svenska ordbok (em sueco). Estocolmo: Norstedts ordbok. p. 767. ISBN 91-7227-186-8 
  • Miranda, Ulrika Junker; Anne Hallberg (2007). «Lappland». Bonniers uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag. p. 553. 1143 páginas. ISBN 91-0-011462-6 
  • Ottosson, Mats; Åsa Ottosson (2008). «Lappland». Upplev Sverige. En guide till upplevelser i hela landet (em sueco). Estocolmo: Wahlström Widstrand. p. 446. 527 páginas. ISBN 9789146215998 
  • Sporrong, Ulf (2018). «Landskap». Enciclopédia Nacional Sueca (em sueco). Gotemburgo: Universidade de Gotemburgo 
  • Stålnacke, Lena (1999). «Kort fakta». Lappland (em sueco). Estocolmo: Natur och Kultur. ISBN 9127507513 
  • Wedsberg, Malin; et al. (1995). «Lappland». Sveriges landskap (Províncias da Suécia) (em sueco). Estocolmo: Almqvist & Wiksell. 64 páginas. ISBN 91-21-14445-1 
Ícone de esboço Este artigo sobre Geografia da Suécia é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.