Calheta de Nesquim
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Freguesia | ||||
Calheta de Nesquim | ||||
Símbolos | ||||
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Gentílico | Calhetense | |||
Localização | ||||
Localização no município de Lajes do Pico | ||||
Localização de Calheta de Nesquim nos Açores | ||||
Coordenadas | ||||
Região | Açores | |||
Município | Lajes do Pico | |||
Administração | ||||
Tipo | Junta de freguesia | |||
Presidente | Óscar Manuel Ávila Pimentel (PS) | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 15,85 km² | |||
População total (2011) | 343 hab. | |||
Densidade | 21,6 hab./km² | |||
Código postal | 9930 Calheta de Nesquim | |||
Sítio | http://www.calhetadenesquim.freguesias.pt |
Calheta de Nesquim é uma freguesia portuguesa do município de Lajes do Pico, com 15,85 km² de área e 343 habitantes (2011). A sua densidade populacional é 21,6 hab/km².
Esta localidade situada na costa sul da ilha do Pico, a cerca de 18 km da sede do concelho, tem como freguesias limítrofes a Piedade, a leste, e as Ribeiras a oeste. O centro da freguesia, aninha-se entre a imensidão das rochas vulcânicas e a verdura dos campos, estendendo-se por vários aglomerados populacionais distintos: Foros, Cruz da Calheta, Jogo da Bola, Fetais da Calheta, Canada da Saúde, Canadas, Terreiro, Feteira.
Descrição[editar | editar código-fonte]
Esta freguesia que já aparece em documentos de 1506 foi o primeiro centro de baleação na ilha do Pico, facto que se deve a Anselmo Silveira da Silva (Calheta de Nesquim, Lajes do Pico, 1833 - 1912) vulgarmente denominado “Capitão Anselmo” foi uma importante figura ligada à caça à baleia na ilha do Pico e em vários locais da costa atlântica dos Estados Unidos, para onde partiu em 1851, como na altura se fazia, “de salto”, isto é fugiu à socapa das autoridades num navio baleeiro.
Com o desenvolver da atividade nasceu, em 1876, a primeira armação de caça ao cachalote.
Apesar de a caça à baleia ser atualmente proibida ainda é possível visitar as casas dos botes baleeiros usados na altura e a vigia usado para avistar a baleia no mar. Esta de botes, hoje recuperada, atualmente constitui-se num museu da atividade onde se podem encontrar botes autênticos da caça à baleia bem como fotografias dos antigos baleeiros da Calheta de Nesquim.
A agro-pecuária é hoje a sua principal fonte económica.
A Igreja de São Sebastião é a igreja paroquial da localidade e apresenta influências do estilo barroco.
Na freguesia existem as zonas balneares da Praia da Poça das Mujas e da Feteira de Baixo.
Guido de Monterey, descreve na sua obra: Ilha do Pico Majestade dos Açores, a Calheta de Nesquim da seguinte forma: “Calheta de Nesquim é uma das pérolas mais preciosas que encastoa o colar do Pico. Ali, a vista salta de lado para lado, tentando uma captação total do feitiço dimanante, numa freima de memoriar tanta graça, tanta ternura, tanta fulgurância. E que da-se, apática e ofuscada, no “Terreiro da Preguiça” a olhar, a reter, como se ali fora o Monte Tabor, como se ali a luz tivesse uma luminosidade mais intensa, uma antecipação beatífica. "Calheta de Nesquim, local onde se consubstanciou o ideal do belo, que se procura, tantas vezes, baldadamente…E onde se sente o evolar e o repercutir, em ar de mistério, da cantiga sigela, mas apaixonada”[1]
População[editar | editar código-fonte]
Nº de habitantes / Variação entre censos [2] | ||||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | 2021 | |
1645 | 1211 | 1141 | 1054 | 867 | 784 | 791 | 891 | 941 | 907 | 727 | 605 | 492 | 417 | 343 | 318 | |
-26% | -6% | -8% | -18% | -10% | +1% | +13% | +6% | -4% | -20% | -17% | -19% | -15% | -18% | -7% |
Grupos etários em 2001, 2011 e 2021
0-14 anos | 15-24 anos | 25-64 anos | 65 e + anos | |
Hab | 61 | 38 | 28 | 38 | 36 | 30 | 217 | 171 | 171 | 101 | 98 | 89 |
Var | -38% | -26% | -5% | -17% | -21% | +0% | -3% | -9% |
Mitos e lendas[editar | editar código-fonte]
Segundo reza uma história com laivos de lenda o nome desta localidade teve origem num dos costumeiros acontecimentos fortuitos da vida. Corria o século XVI, e bordejava a ilha do Pico um veleiro vindo do Brasil carregada de madeiras quando foi surpreendida durante a noite por uma forte tempestade. O barco ficou à deriva com o temporal e acabou por naufragar nas fragas da costa sul do Pico.
Da tripulação do barco somente três dos náufragos se conseguiram salvar. Informa a história que foram guiados pelos latidos do cão de bordo cujo nome era Nesquim. O Cão terá guiado os três homens com os seus latidos até uma pequena calheta levando ao seu salvamento. Em honra do cão que promoveu o salvamento destes três homens o local passou a designar-se “Calheta de Nesquim” e a formação rochosa de onde acedeu a terra, um morro costeiro próximo, passou a denominar-se Murricão e onde foi construído em Moinho de Vento.[3] Para honrar este acontecimento a Calheta de Nesquim usa um cão no seu Brasão de armas como forma de eternizar para todo o sempre o acontecimento.
A história informa-nos que estes três homens se chamavam João Redondo ou Rodolfo, João Valim e o capitão que dava pelo nome de Diogo Vaz Dourado.
Destes três homens, João Valim fixou moradia na Ribeira do Meio, João Redondo foi viver para a Madalena do Pico, enquanto Diogo Vaz Dourado, por seu lado foi viver para o lugar que mais tarde passaria a denominar-se Foros.[4]
Património construído[editar | editar código-fonte]
- Igreja de São Sebastião
- Império do Divino Espírito Santo da Calheta de Nesquim
- Porto da Calheta do Nesquim
- Portinho
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Anselmo Silveira da Silva, importante figura ligada à caça à baleia na ilha do Pico e em vários locais da costa atlântica dos Estados Unidos, para onde partiu em 1851, tendo anos depois voltado ao Pico,
- Júlio Carias, (considerado por muitos como um médico pela forma como tratava muitos doentes na freguesia)
- João Flores, (artesão de osso e dente de baleia)
- Manuel Serafim, (deu formação musical, durante largos anos aos jovens da freguesia para serem integrados na filarmónica)
- José Dias de Melo, (escritor muitos dos seus livros contam a história da baleação)[5]
Localidades da freguesia[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ Guido de Monterey – Ilha do Pico Majestade dos Açores
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ Enciclopedia.com.pt
- ↑ Contosdeadormecer.wordpress.com
- ↑ Calhetadenesquim.freguesias