Luís V de França

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Luís V
Luís V de França
Rei da Frância Ocidental
Reinado 2 de março de 986
a 21 de maio de 987
Coroação junho de 979
Antecessor(a) Lotário
Sucessor(a) Hugo Capeto
 
Nascimento c. 967
Morte 21 de maio de 987 (20 anos)
  Senlis, França
Esposa Adelaide Branca de Anjou
Casa Carolíngia
Pai Lotário de França
Mãe Ema da Itália
Religião Catolicismo

Luís V (c. 967 – 21 de maio de 987), também conhecido como Louis o Indolente (em francês: Louis le Fainéant),[1] foi o Rei da Frância Ocidental de 986 até sua morte prematura, em 987. Era filho de Lotário de França e Ema da Itália. Morreu sem filhos e foi o último rei francês da dinastia carolíngia.

Vida[editar | editar código-fonte]

Luís nasceu em 967. Desde pequeno foi educado rigorosamente. Aprendeu: francês, inglês, alemão, aritmética, noções médicas e a arte de combate. Na sua juventude, recitava poemas alemães e ingleses para toda a Corte real. Mostrava-se um rapaz inteligente e estudioso, porém impulsivo.

Em 982, aos quinze anos, por imposição de seu pai, casou-se em Brioude com Adelaide Branca de Anjou, filha de Fulque II de Anjou, quase vinte anos mais velha e já viúva duas vezes. No dia do casamento, foram coroados rei e rainha da Aquitânia. O casamento não produziu filhos e terminou em divórcio cerca de dois anos depois.

Reinado[editar | editar código-fonte]

Após a morte de seu pai em 2 de março de 986, o já coroado Luís V tornou-se o rei indiscutível dos francos. Naquela época, no entanto, existiam na corte franca duas facções: uma liderada pelo arcebispo Adalberão de Reims e a rainha Ema, que, sendo fortemente influenciada por sua mãe, a imperatriz Adelaide, queria a renovação das relações amistosas com a dinastia otoniana; a outra facção queria continuar a política de Lotário e, aproveitando a minoria do imperador Otão III, queria uma política de expansão para o leste e a recuperação da Lotaríngia. Além disso, o jovem monarca herdou uma batalha entre a linha de reis eleitos de seu pai (que havia sido interrompida duas vezes pelos robertianos e uma vez pelos bosonidas), e a casa otoniana do imperador Otão I. Como defensor de Roma, Otão I tinha o poder de nomear o clero no território carolíngio, e o clero que ele havia nomeado não estava apoiando os carolíngios.[2][3][4][5][6]

As terras governadas carolíngias (em amarelo) formavam uma pequena parte da Frância Ocidental no século X

Inicialmente, a rainha Emma dominou a situação, mas no verão de 986 houve uma reversão: o partido antiotoniano prevaleceu, após o que ela foi forçada a deixar a corte e buscar refúgio com Hugo Capeto. Este acontecimento também colocou Adalberão em uma situação: tendo sido elevado por Otão I ao poderoso Arcebispado de Reims, ele foi forçado a deixar sua sede episcopal e se refugiou em uma de suas fortalezas no rio Mosa, que pertencia à esfera otoniana. A fuga do arcebispo foi percebida por Luís V como traição; voltou-se violentamente contra Adalberão e ameaçou-o com um cerco a Reims. A questão foi finalmente resolvida em um tribunal de julgamento em Compienha. Antes deste encontro, no entanto, Luís V mudou de ideia e buscou uma reconciliação com Adalberão, e assim, na primavera de 987, ele planejou um encontro de paz com a imperatriz Teofânia, que agiu em nome de seu filho Otão III. Antes que todos esses eventos emaranhados fossem resolvidos, Luís V morreu em 22 de maio de 987[7] de uma queda enquanto caçava na Floresta de Halatte perto da cidade de Senlis, Oise.[8][9] Ele foi enterrado na Abadia de Saint-Corneille em Compiègne.[2][3][4][5][6]

Luís V não deixou herdeiros legítimos, então seu tio Carlos, Duque da Baixa Lorena, foi nomeado como sucessor hereditário do trono. Mas o clero, incluindo Adalberão e Gerberto (que mais tarde se tornou o Papa Silvestre II), argumentou eloquentemente pela eleição de Hugo Capeto, que não era apenas de sangue real, mas tinha provado a si mesmo através de suas ações e seu poderio militar. Hugo foi eleito para o trono franco e Adalberão o coroou, tudo dentro de dois meses após a morte de Luís V. Assim, o domínio da dinastia carolíngia terminou e a era capetiana começou.[2][3][4][5][6]

Morte[editar | editar código-fonte]

No ano de 987, Luís V morreu de causas incertas: talvez acidentalmente, talvez envenenado por sua própria mãe. Ele não deixou herdeiros. Foi o último rei de França da dinastia carolíngia. Foi sucedido por Hugo Capeto, iniciador da dinastia capetiana.

Precedido por
Lotário
Rei de Frância Ocidental
986 - 987
Sucedido por
Hugo Capeto

Referências

  1. Previté-Orton 1929, p. 568.
  2. a b c Gwatkin, H.M., Whitney, J.P. (ed) et al. The Cambridge Medieval History: Volume III. Cambridge University Press, 1926.
  3. a b c Frantz Funck-Brentano: National History of France. New York : AMS Press, 1967.
  4. a b c Ferdinand Lot: Les derniers Carolingiens: Lothaire, Louis V, Charles de Lorraine (954–991), Paris 1891.
  5. a b c Walther Kienast: Deutschland und Frankreich in der Kaiserzeit (900–1270), vol. 1, Hiersemann, Stuttgart 1974.
  6. a b c Previté-Orton, C. W. (1929). Outlines of Medieval History. Cambridge University Press.
  7. Richer (1845). Richer : histoire de son temps (em francês). [S.l.]: J. Renouard 
  8. Jim Bradbury, The Capetians: Kings of France, 987–1328 (Londres: Hambledon Continuum, 2007), p. 46
  9. Pierre Riché, Os Carolíngios; Uma Família que Forjou a Europa, tradução de Michael Idomir Allen (Filadélfia: University of Pennsylvania Press, 1993), p. 277

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Previté-Orton, C. W. (1929). Outlines of Medieval History. Cambridge University Press.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Luís V de França