Operação Expresso 150

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Operação Operação Expresso 150 é uma operação realizada pela Polícia Federal (PF) deflagrada em 2016, responsável em apurar um grupo criminoso que vendia de habeas corpus desde o ano de 2013 no estado do Ceará. Advogados, juízes e desembargadores estariam envolvidos no esquema, segundo a polícia.

Fases da Operação[editar | editar código-fonte]

  • Precedentes - Cronologicamente, a operação teve origem a partir da Operação Cardume, que foi a primeira das três investigações da PF, iniciada ainda em 2013 e desencadeada em setembro de 2015, que chegou aos casos de corrupção envolvendo advogados cearenses. Investigou o tráfico internacional de drogas num esquema que vinculou o Ceará, mais sete estados e outros cinco países. Interceptando telefonemas dos traficantes, os federais apontaram um esquema em que advogados teriam obtido a soltura dos clientes criminosos comprando decisões nos plantões judiciais. Segundo os relatórios policiais, pagavam até R$ 150 mil a desembargadores cearenses. A investigação contra os magistrados e vários desses advogados gerou as operações da Expresso 150. [1]
  • 1ª fase - Em junho de 2015 foi realizada a primeira fase da operação e investigou a compra e venda de liminares entre advogados e desembargadores nos plantões jurídicos. Por envolver desembargadores entre os citados, a operação foi presidida pelo ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. A investigação mostrou que advogados e pessoas de confiança de desembargadores do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) negociavam venda de liminares por meio de grupos formados no aplicativo WhatsApp. Os crimes investigados são o de associação criminosa, corrupção passiva, tráfico de influência, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. [2]
  • 2ª fase - Em 28 de setembro de 2016, a PF deflagrou a segunda fase da operação, chamada de Operação Cappuccino, com 110 policiais federais cumpriram 19 mandados de busca e apreensão e 24 mandados de conduções coercitivas. Entre os alvos estavam os desembargadores da ativa Francisco Pedrosa Teixeira e Sergia Maria Mendonça Miranda, 14 advogados e o desembargador aposentado Valdsen da Silva Alves Pereira. Benjamin acatou parte da representação proposta pela Polícia Federal na qual os investigadores detalham indicativos de conluio entre advogados e desembargadores visando às liberações de criminosos, por meio da concessão de liminares em habeas corpus impetrados principalmente durante os plantões judiciais. Além dos mandados de busca e apreensão e condução, houve a determinação de bloqueio das contas de um desembargador aposentado e um advogado envolvido nas ilicitudes, considerando o montante do valor transacionado indevidamente em torno de decisões atípicas. [3] Em outubro de 2016, dez viraram réus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo suposto esquema de venda de sentenças: o desembargador afastado Carlos Rodrigues Feitosa e os advogados Fernando Feitosa, Éverton Barbosa, Fábio Coutinho, Sérgio Felício, João Paulo Albuquerque, Marcos Paulo de Oliveira Sá, Michel Coutinho, Mauro Rios, além de Paulo Diego da Silva Araújo – um dos traficantes beneficiados na negociação de liminares.
  • 3ª fase - Em 13 de junho de 2017, a PF deflagrou a terceira fase da operação. Dois juízes titulares da 4ª e 5ª das varas cíveis de Fortaleza foram alvo da ação determinada pelo desembargador Tarcilio Souza em inquérito criminal que apura o caso. As varas dos dois juízes investigados chegaram a ser inspecionadas no fórum há cerca de um mês. Ambos foram afastados. [4] Em 23 de novembro de 2017, O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 14 pessoas no envolvimento em esquema de venda de decisões judiciais no Ceará. Endereçado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), o pedido de ação penal incluiu os desembargadores afastados Sérgia Miranda e Francisco Pedrosa, além de Váldsen Pereira, desembargador aposentado compulsoriamente pelo próprio Tribunal de Justiça desde maio de 2014. Assinada em 10 de novembro pelo vice-procurador-geral da República, a denúncia acusou os três pelo crime de corrupção passiva. Também são alvo oito advogados, um gerente, uma dona de casa e um empresário. [5]
  • 5ª fase - Em 10 de outubro de 2018, a Polícia Federal deflagrou a 5ª fase da Operação Expresso 150. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, em residências, escritórios de advocacia e empresa, sendo dois na capital cearense e quatro em Juazeiro do Norte (CE). As ordens judiciais foram expedidas pelo Ministro Herman Benjamin, do STJ. [6]

Repercussão[editar | editar código-fonte]

O jornal cearense O Povo noticiou que 611 advogados foram suspensos no Ceará, punidos por infrações éticas e disciplinares e que pelo menos 22 nomes da categoria foram processados no Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Ceará (TED/OAB-CE), acusados de participarem do esquema de corrupção ativa revelado nas operações Expresso 150 (fases 1 e 2) e Cardume. Nas investigações, a soltura de traficantes nos plantões do Judiciário.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Expresso 150 pode levar mais advogados a penas disciplinares». O Povo. 27 de janeiro de 2017 
  2. «Venda de liminares era negociada em aplicativo de mensagens». Agência EBC. 28 de setembro de 2017. Consultado em 13 de junho de 2017 
  3. «Operação Cappuccino avança sobre desembargadores que vendiam sentenças no Ceará». O Estadão. 28 de setembro de 2017. Consultado em 13 de junho de 2017 
  4. «Desembargador determina afastamento de dois juízes». O Povo. 13 de junho de 2017. Consultado em 13 de junho de 2017 
  5. «MPF denuncia três desembargadores e mais 11 citados na Expresso 150». O Povo. 23 de novembro de 2017. Consultado em 17 de outubro de 2018 
  6. «PF deflagra a 5ª fase da Operação Expresso 150». DPF. 10 de outubro de 2018. Consultado em 17 de outubro de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]