Pardis Sabeti
Esta biografia de uma pessoa viva cita fontes, mas que não cobrem todo o conteúdo. (Dezembro de 2023) |
Pardis Sabeti | |
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Nascimento | 25 de dezembro de 1975 Teerã |
Cidadania | Irã |
Progenitores |
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Alma mater |
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Ocupação | bióloga, médica, geneticista |
Prêmios |
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Empregador(a) | Universidade Harvard |
Página oficial | |
https://www.sabetilab.org/ | |
Pardis Sabeti (em persa: پردیس ثابتی; 1975, Teerã, Irã) é uma bióloga iraniana-estadunidense. É professora da Universidade Harvard, nos EUA, e pesquisa doenças infecciosas como ebola, febre de Lassa e Covid-19.
Início de vida[editar | editar código-fonte]
Pardis nasceu no Irã, em 1975. Seu pai era um oficial do governo do xá, e por isso Pardis sua família fugiram do país em outubro de 1978, na ocasião da Revolução Iraniana, e se refugiaram na Flórida, Estados Unidos. Antes de entrar na escola, era ensinada por sua irmã mais velha, e quando começou sua educação formal, teve facilidade com os conteúdos. Pardis afirma que seu status de imigrante permitiu que ela tivesse uma visão ampla do mundo.[1]
Educação e pesquisa[editar | editar código-fonte]
Estudou na Trinity Preparatory School, na Flórida, e conquistou uma bolsa por mérito escolar nacional. Estudou biologia no Massachusetts Institute of Technology e se graduou em 1997. Obteve um mestrado em biologia humana e um doutorado em antropologia biológica na Universidade de Oxford, estudando genética humana e malária, e obtendo o título em 2002.[1][2] Depois, concluiu um doutorado em medicina pela Escola de Medicina Harvard em 2006. Inicialmente planejava seguir a carreira como médica, mas decidiu continuar na pesquisa científica.[1]
Tornou-se professora de Harvard, e coordena um laboratório na universidade. Desenvolve algoritmos que tentem auxiliar na compreensão da grande quantidade de dados existentes nos campos da genômica, ecologia, saúde global e ciências sociais. Para isso, ajudou a desenvolver o algoritmo Maximal Information-based Nonparametric Exploration (MINE), que permite encontrar correlações entre grandes grupos de dados, e age como uma "ferramenta geradora de hipóteses", de acordo com Pardis.[1]
Em sua pesquisa, desenvolveu o teste Long-Range Haplotype (LRH), que investiga mutações no genoma humano que foram selecionadas por garantir proteção contra patógenos e se tornaram mais abundantes. Pardis trabalhou com o vírus causador da febre de Lassa, uma doença que causa febre hemorrágica e é endêmica da África Ocidental.[1]
Além de professora em Harvard, Pardis é também membro do Broad Institute, localizado na área metropolitana de Boston, onde atua como líder do programa de doenças infecciosas e microbioma.[3]
Durante o surto de Ebola na África Ocidental em 2014, Pardis liderou uma equipe que sequenciou amostras do vírus dos pacientes infectados logo no início do surto, o que permitiu entender melhor a doença e provar que ela estava se espalhando por contato de humanos para humanos.[4] Sua atuação no combate à essa epidemia a levou a escrever o livro Outbreak Culture: The Ebola Crisis and the Next Epidemic, em co-atoria com Lara Salahi. O livro descreve o funcionamento do combate à epidemia de ebola e as dificuldades enfrentadas devido a competição entre as organizações, diferenças históricas e culturais entre os agentes envolvidos, e mesmo motivações individuais nessa situação de estresse. Para o livro, foram consultadas mais de 200 pessoas que atuaram no combate ao surto.[5]
Durante o surto de ebola, a equipe de Pardis liberou rapidamente as informações obtidas, afirmando que "é isso que se deve fazer durante um surto", para que não haja perda de tempo.[6] Algo semelhante ocorreu durante a pandemia de Covid-19 de 2019-2020. Cientistas utilizaram sites como Twitter e bioRxiv para compartilhar informações de maneira mais rápida do que a ciência tradicionalmente conseguiria fazer. Pardis afirmou que o desenvolvimento científico sobre a nova doença foi muito rápido, e a tecnologia está avançando cada vez mais. No entanto, faz um alerta: "a próxima vez que um vírus novo aparecer, não podemos aceitar que demore alguns meses para que os hospitais conseguirem testes", que são essenciais no combate de doenças infecciosas.[6] Apesar da importância de compartilhar informações rapidamente, Pardis ressalta a importância de uma análise rigorosa antes da publicação, pois informações incorretas podem atrapalhar muito o combate a doença.[7]
No combate à Covid-19, o laboratório de Pardis fez uma parceria com o Massachusetts General Hospital, e ajudou a desenhar um dos primeiros testes para diagnosticar o SARS-CoV-2. Pardis integra o consórcio Massachusetts Consortium on Pathogen Readiness, na equipe de diagnóstico, e criou um teste que utiliza a tecnologia CRISPR.[7]
Prêmios[editar | editar código-fonte]
Em 2014 ganhou o prêmio Vileck Prize for Creative Promise na categoria Ciência Biomédica. O prêmio visa valorizar as contribuições de imigrantes para os Estados Unidos.[1] No mesmo ano, foi considerada uma das 100 pessoas mais influentes, segundo a revista Time, e foi uma das pessoas do ano, pelo combate ao vírus ebola.[4][8] Além disso, já recebeu os prêmios Smithsonian American Ingenuity Award for Natural Science e o NIH Innovator Award, entre outros.[9][3][10] É uma das 100 Mulheres da lista da BBC de 2020.[11]
Referências
- ↑ a b c d e f «Vilcek Prizewinner Spotlight: Pardis Sabeti». Vilcek Foundation. 28 de maio de 2014. Consultado em 30 de outubro de 2020
- ↑ Sabeti, Pardis Christine (2002). The effects of natural selection and recombination on genetic diversity in humans : an investigation of Plasmodium falciparum malaria in African populations. jisc.ac.uk (Tese de DPhil). University of Oxford. OCLC 64594684. EThOS uk.bl.ethos.410671. Cópia arquivada em 7 de março de 2019
- ↑ a b «Pardis Sabeti, M.D., D.Phil. - Institute Member». Broad Institute. Consultado em 6 de novembro de 2020
- ↑ a b J. Craig Venter (16 de abril de 2015). «The 100 Most Influential People - Pardis Sabeti». TIME Magazine. Consultado em 30 de outubro de 2020
- ↑ Bhadelia, Nahid (6 de novembro de 2018). «Lessons from the Ebola front lines». Nature (em inglês) (7730): 180–181. doi:10.1038/d41586-018-07294-0. Consultado em 6 de novembro de 2020
- ↑ a b Mandy Oaklander (8 de maio de 2020). «Why Infectious Diseases Like COVID-19 Make Science Move So Fast». TIME Magazine. Consultado em 30 de outubro de 2020
- ↑ a b «Pardis Sabeti's work on infectious disease, coronavirus». Harvard Gazette (em inglês). 13 de maio de 2020. Consultado em 7 de novembro de 2020
- ↑ «The Scientists». TIME Magazine. 10 de dezembro de 2014. Consultado em 30 de outubro de 2020
- ↑ Seth Mnookin (dezembro de 2012). «Pardis Sabeti, the Rollerblading Rock Star Scientist of Harvard». Smithsonian Magazine (em inglês). Consultado em 30 de outubro de 2020
- ↑ «Pardis Sabeti - 2014 Vilcek Prize for Creative Promise in Biomedical Science». Vilcek Foundation. Consultado em 30 de outubro de 2020
- ↑ «BBC 100 Women: quem está na lista de mulheres inspiradoras e influentes de 2020?». BBC News Brasil. Consultado em 17 de dezembro de 2022