Pier Candido Decembrio

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Petrus Candidus Decembrius
(1399-1477)
Pier Candido Decembrio
Nascimento 24 de outubro de 1399
Pavia, atual Itália
Morte 12 de novembro de 1477 (78 anos)
Milão, atual Itália
Cidadania Ducado de Milão
Progenitores
Irmão(ã)(s) Angelo Decembrio
Ocupação historiador, poeta, político, tradutor, escriba

Pier Candido Decembrio (Petrus Candidus Decembrius, Pietro Candido Decembrio) (* Pavia, 24 de Outubro de 1399 - † Milão, 12 de Novembro de 1477), foi humanista, literato, poeta, diplomata, biógrafo, político, secretário dos papas Nicolau V e Pio II e historiador italiano. Renomado autor renascentista italiano, era filho do humanista Uberto Decembrio (1350-1427) e irmão de Angelus Camillus Decembrius (1415-1465). Foi um dos responsáveis pela redescoberta da literatura antiga.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Recebeu esse nome em homenagem a Pietro Candido Filargi da Candia, primeiro empregador de seu pai. Foi aluno do amigo de seu pai e helenista Manuel Crisoloras (1355-1415) em Florença. Em 1419, tornou-se secretário de Filippo Maria Visconti[1], Duque de Milão, cargo que exerceu durante quase trinta anos, continuando na função de secretário da República Ambrosiana[2] (1447-1450) depois da morte do duque. Quando Francesco Sforza chegou ao poder, Decembrio perdeu a sua posição. Ele então encontrou trabalho na chancelaria do papa Nicolau V, mas com diversos outros humanistas, deixou o cargo depois de ascensão do Papa Calixto III e viajou para a corte napolitana de Alfonso de Aragão, O Grande (1396-1458). Depois da morte de Alfonso em 1458, retornou para Roma como secretário do Papa Pio II e depois para Milão em 1460. Em 1466 foi-lhe concedida uma pensão pelo Duque de Ferrara. Em 1459 reconcilia-se com o duque Francesco Sforza, e retorna a Milão. Entre 1466 e 1474 vai para Ferrara trabalhar na corte de Borso d'Este (1413-1471). Quando retorna definitivamente a Milão, uma doença o surpreende e põe fim à sua vida em 12 de novembro de 1477, sendo sepultado na Basílica de Santo Ambrósio[3].

Trajetória profissional[editar | editar código-fonte]

Por volta de agosto ou setembro de 1447 escreveu uma biografia de Filippo Maria Visconti, quando se encontrava, na ocasião, em Ferrara, na corte de Leonello d'Este[4], com o objetivo de atuar como diplomata para um tratado de paz entre Milão e Veneza por ocasião das guerras recentes, até a morte de Filippo. Decembrio envolveu-se foi protagonista do palco revolucionário que ocorreu em Milão, cujos acontecimentos resultaram na criação da República Ambrosiana, porém, ele concluiu a biografia de Visconti por volta de setembro de 1447, enviando-o para Leonello para revisão.

Decembrio tornou-se secretário de Filippo, sucedendo a Marziano da Tortona (1370-1425)[5], num processo um tanto obscuro. Com a morte de Filippo, tornou-se figura de liderança durante a nova república, mas pagou alto preço, quando Francesco Sforza conquistou a cidade em 1450. Decembrio perfilou-se ao lado dos defensores, e concluída a tomada da cidade, foi banido pelo resto da sua vida.

Decembrio ficou conhecido devido aos inúmeros manuscritos que lhe sobreviveram. As notas em sua sepultura descrevem 127 escritos, dentre ela as biografias de Filippo Maria Visconti, de Francesco Sforza e de Niccolò Piccinino, opositor de Francesco Sforza. Foi autor também da vida de Francesco Petrarca (1304-1374), além de muitas traduções do latim para o grego, dentre elas a Ilíada de Homero e a República de Platão, além de Diodoro da Sicília, Xenofonte e Aristóteles. Muitas das suas obras ainda exibem a condição de não editadas.

Obras[editar | editar código-fonte]

Decembrio, família de eruditos[editar | editar código-fonte]

  • Uberto Decembrio (1350-1427), pai de Pietrus Candidus, foi humanista e secretário de Filippo Maria Visconti, Duque de Milão.
  • Pietrus Candidus Decembrius, filho de Uberto (1350-1427), secretário e diplomata do Filippo Maria Visconti (1392-1447)[1], duque de Milão.
  • Angelo Camillo Decembrio (1415-1465), filho de Uberto e irmão de Petrus Candidus. Foi autor da obra: De Politeia Litteria (Da Política literária). Passou algum tempo em Milão e Ferrara, antes de deixar Nápolis (1450), e partiu para a Espanha (após 1458).

Referências[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c Filippo Maria Visconti (1392-1447) (* 23 de Setembro de 1392 - † 13 de Agosto de 1447), foi duque de Milão de 1412 a 1447.
  2. A República Áurea Ambrosiana (1447-1450) foi um governo de vida curta fundado em Milão por membros da Universidade de Pavia com apoio popular. Com o apoio de Francesco Sforza (1401-1466), eles investiram contra as forças de Veneza, mas devido a uma traição Sforza detetou e capturou Milão tornando-se duque, e abolindo a república.
  3. A Basílica de Santo Ambrósio é uma das mais antigas igrejas de Milão e se encontra na Praça de Santo Ambrósio. Ela represa atualmente não apenas um monumento da época paleocristã e medieval, mas também um ponto fundamental da história milanesa e da igreja ambrosiana. Ela é tradicionalmente considerada a segunda igreja em importância da cidade de Milão.
  4. Leonello d'Este ou Lionello d'Este (1407-1450) (* 21 de setembro de 1407 - 1 de outubro de 1450), foi Marquês de Ferrara desde 1441.
  5. Marziano da Tortona (1370-1425), (* 1370 - † Milão, 1 de fevereiro de 1425), foi astrólogo, professor e secretário de Filippo Maria Visconti.