Saltar para o conteúdo

Restúnia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Expansão do território dos Arzerúnios (séculos V-XI) com Restúnia situada ao centro, em laranja

Restúnia[1] (em armênio: Ռշտունիք; romaniz.: Ṙštunik’[a]) foi um gavar (cantão) da província de Vaspuracânia, na Armênia.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Restúnia estava na costa sul do lago, com a cidade capital de Vostã e a cidade fortaleza de Altamar[2] Fazia divisa com Tosbe (antiga Tuspa, capital do Reino de Urartu) ao norte numa zona de colinas situada ao sul do vale do Vã. Era a metade oriental da porção sul do lago e da península de Caputecol (Kaputkoł) e sua fronteira ocidental passou pelo passo de Cusgunquirã (Kuzgunkiran) e continuou ao ponto norte da península. Altamar era local de refúgio no cantão e é possível que a planície de Guevaxe, na qual estava Vostã, era o único local populoso.[3] Altamar também foi sede de um catolicossado independente da Igreja da Armênia.[4] A fronteira ocidental de Vaspuracânia normalmente coincidiu com a de Restúnia.[5] Fausto, o Bizantino ao descrever um episódio envolvendo Manachir Restúnio e Jacó de Nísibis, menciona que o cantão era dividido por uma montanha com minas de ferro e cobre.[6]

História[editar | editar código-fonte]

No reinado do rei Cosroes III (r. 330–339), Vache I Mamicônio e Baanes I Amatúnio, sob ordens do rei, massacrou a família Besnúnio em Altamar.[7] Em meados do século V, Lázaro de Parpi cita o bispo Isaque.[8] Foi apanágio da principesca família Restúnio,[2] mas após a morte de Teodoro Restúnio ca. 656, os Restúnios declinaram e a Restúnia foi perdida à família Mamicônio e então à família Arzerúnio.[9] Em 862, Gurgenes I derrotou o príncipe Asócio I (r. 856–890) em Noraguiul.[10] À época, Restúnia e cantões vizinhos estiveram sob Cacício I. Sob os auspícios dele, foram fundados os Mosteiros de Nareque e Ilu.[11]

Notas[editar | editar código-fonte]

[a] ^ Seu nome armênio é formado por Restúnio (Ṙštuni), o nome da família que o governou, e o sufixo -k’ (-ք), utilizado para indicar o nome de países.[12]

Referências

  1. Cappelletti 1841, p. 63.
  2. a b Toumanoff 1963, p. 132; 213.
  3. Sinclair 1989, p. 315.
  4. Sinclair 1989, p. 329.
  5. Sinclair 1989, p. 322.
  6. Fausto, o Bizantino 1989, p. 77-79 (III.10).
  7. Grousset 1973, p. 129; 132.
  8. Lázaro de Parpi século V, II.23.
  9. Toumanoff 1963, p. 213.
  10. Grousset 1973, p. 374-375.
  11. Sinclair 1989, p. 323.
  12. J̌ahukyan 1998, -ք.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Cappelletti, Giuseppe (1841). L'Armenia. Florença: Itamperia e Fonderia Fabris 
  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard 
  • Grousset, René (1973) [1947]. Histoire de l'Arménie: des origines à 1071. Paris: Payot 
  • J̌ahukyan, Geworg (1998). «-ք». Hin hayereni verǰacancʻneri cagumə [The Origin of Old Armenian Suffixes]. Erevã: Anania Širakacʻi 
  • Sinclair, T. A. (1989). Eastern Turkey: An Architectural & Archaeological Survey Vol. III. Londres: Pindar Press 
  • Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History. Washington: Georgetown University Press