Susy Shock

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Susy Shock
Susy Shock
Susy shock en vivo, 2013
Nascimento 06 de dezembro de 1968 (55 anos)
Buenos Aires
Cidadania Argentina
Ocupação atriz, escritora e cantora
Página oficial
susyshock.com.ar

Susy Shock (nascida em 6 de dezembro de 1968) é uma atriz, escritora e cantora argentina que se define como uma "artista trans sudaca".[1][2][3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Susy nasceu no bairro de Balvanera, no centro de Buenos Aires. Seu pai era da província de La Pampa e sua mãe de Tucumán.[1]

Em 2011, publicou Poemario trans pirado e Relatos en Canecalón. Também foi colunista no Soy – suplemento de diversidade sexual do jornal argentino Página/12.[4][5]

Contribuiu para revistas culturais como Caja Muda (da Universidade Nacional de Córdoba), Waska, Queer ArtZine, Ají (de Ushuaia) e Colada.

Alguns de seus textos fizeram parte da coletânea La bombacha apretaba sus testículos. Fez uma turnê com o recital musical poético Poemario Trans Pirado por toda a Argentina e pela América Latina.[6]

A edição de número um da Revista Clítoris (2011) publicou a história em quadrinhos "SuperShiva", de Susy Shock e Rubén Gauna. De acordo com o blog especializado AV Comics, ela conta "a história de um imigrante travesti que enfrenta uma dupla intolerância. A narrativa tem a perspicácia de se propor como uma analogia à vida dupla dos super-heróis, que devem carregar uma 'identidade secreta'. Algo que, enfim, acontece à protagonista".[7]

Atualmente, escreve uma coluna mensal na Revista MU (da cooperativa Lavaca) e um folhetim – publicado na revista Maten al Mensajero - intitulado La Loreta. Em 2013 levou adiante a série radiofônica Crianzas, produzida pela cooperativa Lavaca.[8]

Ativismo[editar | editar código-fonte]

Suzy fez parte da Frente Nacional pela Lei de Identidade de Gênero, uma aliança de mais de 15 organizações que incentivava a sanção em âmbito nacional de uma lei que garantisse a adequação de todos os documentos pessoais à identidade de gênero e ao nome escolhido por cada indivíduo, além do acesso a tratamento médico para quem solicitasse intervenções em seu corpo.[9]

A Lei de Identidade de Gênero foi aprovada pelo parlamento argentino em 9 de maio de 2012 e promulgada pela presidente Cristina Fernández de Kirchner poucos dias depois, tornando-se uma das leis mundialmente mais progressistas no assunto.[10][11]

Livros[editar | editar código-fonte]

  • Revuelo sur (coleção de poesias), Buenos Aires: Nuevos Tiempos, 2007 [12]
  • Poemario Trans Pirado, com ilustrações de Enrique Gurpegui e prólogo de Marlene Wayar, Buenos Aires: Nuevos Tiempos, 2011,ISBN 978-987-1399-25-3
  • Relatos en Canecalón, com prólogo de Fernando Noy, Buenos Aires: Nuevos Tiempos, 2011,ISBN 978-987-1399-26-0
  • Crianzas, com ilustrações de Anahí Bazán Jara e prólogos de Marlene Wayar e Claudia Acuña, Buenos Aires: Editorial Muchas Nueces, 2016,ISBN 978-987-45857-3-8
  • Hojarascas, com fotografias do "M.A.f.I.A." Buenos Aires: Editorial Muchas Nueces, 2017,ISBN 978-987-45857-7-6
  • Susy Shock para chicxs, de Nadia Fink e Pitu Saá, Buenos Aires: Chirimbote, 2018,ISBN 978-987-42-5955-4

Filmes[editar | editar código-fonte]

Em 2013, Susy Shock estrelou em Andrea. Un melodrama rioplatense, com direção de Édgar de Santo.[3][13] O filme foi apresentado em diversos festivais internacionais durante o ano de 2014, incluindo o festival de cinema Pink Latino em Toronto e o Festival do Orgulho Gay no Rio de Janeiro.[14]

Em 2016, estreia Deconstrucción, crónicas de Susy Shock, dirigido por Sofía Bianco. Além de atuar no filme, Susy foi responsável por sua música, ganhando o prêmio de melhor trilha sonora no Primeiro Plano - Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades (Brasil).[15] Também recebeu o prêmio de Melhor Curta Nacional e Prêmio do Público no Festival Queer de la Plata (Argentina), além de menção honrosa no Festival Semana de Soria de Buenos Aires e na XII edição do Festival Internacional de Cinema Independente de Mar del Plata (MARFICI, na sigla em espanhol).[16]

Músicas[editar | editar código-fonte]

Em novembro de 2014, Susy lançou seu primeiro álbum intitulado Buena vida y poca vergüenza e deu início a uma turnê pela Argentina e pela América Latina.[17]

Prêmios e distinções[editar | editar código-fonte]

Em 29 de abril de 2014, o Poemario Trans Pirado foi homenageado pela Assembleia Legislativa da Cidade de Buenos Aires [18] e declarado como de interesse para a promoção e defesa dos direitos humanos.[19][20]

Em dezembro do ano seguinte, Susy recebeu uma menção especial por sua canção "Con mi carro voy" no Premio Nacional de Tango y Folklore para produções de 2011-2014.[21]

Em novembro de 2017, recebeu o reconhecimento em gênero da Fundación Agenda de las Mujeres, entregue anualmente.[22]

Vida privada[editar | editar código-fonte]

Susy Shock tem uma filha, nascida em 1991.[23] Ela vive com seus parceiros Eduardo e Mauricio.[24]

Referências

  1. a b Ortelli, Micaela (23 de junho 2013). «Transpirando la camiseta» [Transpirando a camiseta]. Página/12 Radar (em espanhol). Consultado em 11 de agosto de 2018 
  2. Pichon Rivière, Rocío (29 de julho de 2012). «Artistas trans en la Argentina: primer encuentro con Susy Shock, Marlene Wayar y Karen Bennett» [Artistas trans na Argentina: primeiro encontro com Susy Shock, Marlene Wayar e Karen Bennett] (em espanhol). New York University Center for Latin American and Caribbean Studies. Consultado em 11 de agosto de 2018 
  3. a b «El colibrí canta hasta morir» [O colibri canta até morrer]. Página/12 Soy (em espanhol). 14 de junho de 2013. Consultado em 11 de agosto de 2018 
  4. Shock, Susy (8 de agosto de 2008). «Arte dramático» [Arte dramática]. Página/12 Soy (em espanhol). Consultado em 11 de agosto de 2018 
  5. Shock, Susy (1 de junho de 2012). «Pelos de punta» [De cabelo em pé]. Página/12 Soy (em espanhol). Consultado em 11 de agosto de 2018 
  6. Romero, Julieta (27 de outubro de 2014). «'Lo trans es una novedad irrefutable'» ['O trans é uma novidade irrefutável'] (em espanhol). Agencia Universitaria de Noticias. Consultado em 11 de agosto de 2018 
  7. «Mujeres de lápiz tomar». Cuadritos, periodismo de historieta (em espanhol). 11 de novembro de 2011. Consultado em 11 de agosto de 2018 
  8. Bidegain, Claudio (23 de abril de 2017). «Crianzas, de Susy Shock: una reseña del libro que abraza afectuosamente las infancias» [Crianzas, de Susy Shock: uma resenha do livro que abraça as infâncias afetuosamente]. La Izquierdo Diario (em espanhol). Consultado em 11 de agosto de 2018 
  9. «Susy Shock presenta su primer disco en Rosario» [Susy Shock apresenta seu primeiro disco em Rosário] (em espanhol). enREDando. 18 de novembro de 2014. Consultado em 11 de agosto de 2018 
  10. Arístegui, Inés; Radusky, Pablo D.; Zalazar, Virginia; Romero, Marcela; Schwartz, Jessica; Sued, Omar (2017). «Impact of the Gender Identity Law in Argentinean transgender women» [O Impacto da Lei de Identidade de Gênero nas Mulheres Transgêneras Argentinas]. International Journal of Transgenderism (em inglês). 18 (4): 446-456. doi:10.1080/15532739.2017.1314796 
  11. Salomon, Josefina (3 de dezembro de 2019). «How Argentina Has Become the New Beacon of Trans Rights» [Como a Argentina se Tornou o Novo Baluarte dos Direitos Trans]. OZY (em inglês). Consultado em 12 de junho de 2020 
  12. Bidegain, Claudio Marcelo (junho de 2012). «Trans-gresiones en magenta: El aletear colibrí de Susy Shock como militancia» [Trans-gressões em magenta: o bater de asas de colibri de Susy Shock como militância] (PDF). National University of Rosario. Libro de actas del Primer Coloquio Internacional 'Saberes contemporáneos desde la diversidad sexual. Teoría, crítica, praxis' (em espanhol). Consultado em 11 de agosto de 2018 
  13. Lisa, Mina (3 de abril de 2014). «'Andrea te mete la mano en la bragueta'» ['Andrea mete tua mão na braguilha']. Furias (em espanhol). Consultado em 11 de agosto de 2018 
  14. Curia, Dolores (1 de novembro de 2013). «Hombre orquesta» [Homem orquestra]. Página/12 Soy (em espanhol). Consultado em 11 de agosto de 2018 
  15. «'Primeiro Plano Divulga os Premiados de 2016'». Primeiro Plano. 2016. Consultado em 9 de janeiro de 2021 
  16. «'Deconstrução: Cronicas de Susy Shock'». Primeiro Plano 2016. 2016. Consultado em 9 de janeiro de 2021 
  17. Labrac, Analía (14 de novembro de 2014). «Susy Shock presenta: 'Buena vida y poca vergüenza'» [Susy Shock apresenta: 'Boa vida e pouca vergonha']. La Izquierda Diario (em espanhol). Consultado em 11 de agosto de 2018 
  18. «Dirección General de Protocolo y Ceremonial Agenda de Actividades 28/04/2014 al 02/05/2014» (PDF). Buenos Aires City Legislature (em espanhol). Consultado em 11 de agosto de 2018. Cópia arquivada (PDF) em 5 de julho de 2014 
  19. «'Poemario TRANSpirado' de Susy Shock en Legislatura de la Ciudad Autónoma de Buenos» ['Poemario TRANSpirado' de Susy Shock na Assembleia Legislativa da Cidade de Buenos Aires] (em espanhol). Ramona.org. Consultado em 11 de agosto de 2018 
  20. «Transpiración inspirada» [Transpiração inspirada]. Página/12 Soy (em espanhol). 9 de maio de 2014. Consultado em 11 de agosto de 2018 
  21. «Anunciaron los Premios Nacionales 2011-2014» [Anunciados os prêmios nacionais de 2011–2014]. Clarín (em espanhol). 26 de novembro de 2015. Consultado em 11 de agosto de 2018 
  22. «Mujeres mapuches en Agenda» [Mulheres mapuche na Agenda]. Página/12 (em espanhol). 1 de dezembro de 2017. Consultado em 11 de agosto de 2018 
  23. Tauil, Juan (9 de janeiro de 2009). «Bizarra noche y día» [Dia e noite bizarros]. Página/12 Soy (em espanhol). Consultado em 11 de agosto de 2018 
  24. Máximo, Matías. «Fluidos trans: arte y performance queer» [Fluidos trans: arte e performance queer] (em espanhol) 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]