Terceira Guerra Ilírica
Terceira Guerra Ilírica | |||
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Guerras Ilíricas | |||
Mapa do território de Gêncio do Reino da Ilíria | |||
Data | 168 a.C. | ||
Local | Costa ilírica | ||
Desfecho | Vitória romana | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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A Terceira Guerra Ilírica foi um conflito armado travado 168 a.C. entre as forças da República Romana e os ilírios. Foi a terceira e última das Guerras Ilírias, um conjunto de conflitos que culminaria com a anexação da Ilíria à República Romana.
Contexto[editar | editar código-fonte]
Os romanos, que lutavam contra Perseu da Macedônia na Terceira Guerra Macedônica, estavam acampados perto do rio Genesus em 168 a.C. quando souberam das negociações para um possível tratado entre Perseu e Gêncio, do Reino da Ilíria.
Guerra[editar | editar código-fonte]
Firmado o tratado, confirmado por um juramento e pela tradicional troca de reféns, Gêncio não esperou o pagamento da quantia prometida por Perseu e atacou os romanos. Mandou prender os dois legados que estavam presentes em sua corte e marchou contra Apolônia e Dirráquio. Como Gêncio se mostrou totalmente comprometido com a causa macedônica, Perseu decidiu se retirar sem pagar nada[1]. Mesmo assim, Gêncio não pediu a paz e reuniu suas forças para a guerra.
Lúcio Emílio Paulo, o comandante romano na guerra contra Perseu, encarregou Lúcio Anício Galo de conduzir as operações contra os ilírios de Gêncio[2]. Acampado perto de Apolônia, Anício Galo decidiu, logo depois de receber suas ordens, marchar em direção a Ápio Cláudio, que estava acampado perto do rio Genuso, antes de atacar os ilírios. Porém, informado de que piratas ilírios estavam arrasando toda a costa entre Apolônia e Dirráquio, ele decidiu atacá-los, capturando uns poucos e botando em fuga os demais[3]. Sabendo que Ápio Cláudio estava cercado pelas forças de Gêncio, Anício marchou rapidamente para ajudá-lo. As notícias de sua chegada provocaram grande temor entre os ilírios, que levantaram o cerco e se refugiaram na poderosa fortaleza de Escodra, deixando um grande contingente para trás, que rapidamente se rendeu aos romanos[3].
Anício foi clemente com os prisioneiros e, por conta disto, todas as cidades ilíricas seguiram o exemplo do exército de Gêncio, o que permitiu que os romanos chegassem rapidamente a Escodra. À frente das muralhas da cidade, Gêncio deu combate às forças romanas, mas foi facilmente derrotado. O rei ilírio, aterrorizado pela rapidez com que perdia suas forças, pediu uma trégua de três dias. Ele esperava que, neste ínterim, seu irmão, Caravâncio, conseguisse se unir a ele com reforços. Quando ele não apareceu e sem notícias de ajuda da Macedônia, Gêncio saiu da muralha e foi até o acampamento romano para se render incondicionalmente[4].
Os romanos, liderados por Anício Galo, entraram em Escodra e libertaram os legados aprisionados pelos ilírios, um dos quais ele mandou a Roma para informar ao Senado de sua vitória. A campanha inteira durou menos de trinta dias. O Senado decretou três dias de festas pela vitória e, quando retornou para Roma, Lúcio Anício Galo celebrou seu próprio triunfo sobre Gêncio e os ilírios.
Referências
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XLIV, 23-27.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XLIV, 34.
- ↑ a b Lívio, Ab Urbe Condita XLIV, 30.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XLIV, 31.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Le Bohec, Yann (1995). Histoire militaire des guerres puniques. Col: L'art de la guerre (em francês). Monaco: Édition du Rocher. 342 páginas. ISBN 978-2-268-02147-8
- Nicolet, Claude (2001). Rome et la conquête du monde méditerranéen. Genèse d'un Empire. Col: Nouvelle Clio (em francês). 2. Paris: Presses universitaires de France. 470 páginas. ISBN 978-2-13-043913-4
- Políbio (1969). Histoires: livre I. Col: coleção des universités de France (em francês). Paris: les Belles lettres. 140 páginas
- Will, Edouard (2003). Histoire politique du monde hellénistique: 323-30. Col: Points. Histoire (em francês). Paris: Édition du Seuil. 650 páginas. ISBN 978-2-02-060387-4