3D/Biela
3D/Biela | |
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Descoberta | |
Descoberto por | Wilhelm von Biela |
Data | 27 de Fevereiro de 1826 |
Outros nomes | 1772; 1806 I; 1832 III; 1846 II; 1852 III; 1826 D1 |
Informações orbitais | |
Excentricidade (e) | 0,7559 |
Semi-eixo maior (a) | 3,5253 UA |
Periélio (q) | 0,8606 UA |
Afélio (Q) | 6,190 UA |
Período orbital (P) | 6,619 anos |
Inclinação (i) | 12,550° |
Longitude do nó ascendente (Ω) | |
Argumento do periastro (ω) | |
Último periélio | 24 de Setembro de 1852 |
Próximo periélio | Desintegrado em 1852 |
Propriedades físicas | |
Dimensões | |
Massa | |
Velocidade de escape |
O Cometa de Biela ou Cometa Biela (designação oficial: 3D/Biela) foi um cometa periódico registrado pela primeira vez em 1772 e identificado como sendo periódico em 1826 por Wilhelm von Biela. Posteriormente ele foi observado se desintegrando e não foi mais visto desde 1852, apesar de seus restos terem sobrevivido por algum tempo como chuva de meteoros.
Descoberta[editar | editar código-fonte]
O cometa foi registrado pela primeira vez em 1772, por Charles Messier. Também foi registrado em 1805 por Jean-Louis Pons, mas não foi reconhecido como o mesmo objeto. Foi Wilhelm von Biela quem observou seu retorno de 1826 em sua aproximação do periélio (em 27 de Fevereiro) e calculou sua órbita, descobrindo que era periódico, com um período de 6,6 anos. Era o terceiro cometa (à época) que se sabia ser periódico, depois dos cometas mais famosos Halley e Encke.
Desintegração[editar | editar código-fonte]
O cometa foi redescoberto em 26 de novembro de 1845, por Francesco de Vico. Inicialmente exibindo uma nebulosidade pequena e fraca, observações subsequentes mostraram que algo notável havia acontecido com o cometa. Matthew Fontaine Maury, observando em 14 de janeiro de 1846, notou que um aparente objeto estava localizado a 1 minuto de arco ao norte do cometa.[1] Após este anúncio, muitos astrônomos começaram a observar o cometa e notaram que os dois elementos (geralmente referidos como "Cometa A" e "Cometa B" na nomenclatura moderna) que alternavam em brilho, onde desenvolveram caudas paralelas à medida que se aproximavam do periélio. Algumas observações indicaram um "arco de matéria cometária" estendendo-se entre os dois núcleos,[2] o que pode sugerir é que o cometa se dividiu em muito mais pedaços do que dois, mas eram simplesmente fracos demais para serem observados individualmente.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/ed/Biela1852.jpg/220px-Biela1852.jpg)
Foi observado novamente em 1852, com as duas partes separadas por 2,414 milhões de quilômetros (1,5 milhão de milhas).[3] Nenhuma das partes foi encontrada em seus retornos periódicos previstos para 1859, 1865 e 1872. Entretanto, em 27 de novembro de 1872, uma chuva de meteoros brilhante (3.000 por hora) foi observada radiando da parte do céu de onde se esperava que o cometa viesse em setembro de 1872. Era a data em que a Terra atravessava a trajetória do cometa. Estes meteoros tornaram-se conhecidos como Andromedídeas ou "Bielídeos", e aparentemente parece que eles anunciam a morte do cometa. Os meteoros foram vistos novamente em ocasiões subsequentes pelo resto do século XIX, mas encontram-se sumidos.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/50/Andromedid_meteors%2C_November_1872.jpg/220px-Andromedid_meteors%2C_November_1872.jpg)
Suspeita-se que o cometa 207P/NEAT seja um fragmento do Biela, já que possui uma órbita similar.[4]
Impactos meteóricos[editar | editar código-fonte]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/ba/Cometa_biela.jpg/220px-Cometa_biela.jpg)
O Biela tem sido proposto como sendo a fonte de alguns impactos meteóricos na Terra.
Uma teoria altamente especulativa liga junto vários incêndios que aconteceram na América durante 1871, incluindo o Grande Incêndio de Chicago e o Incêndio Peshtigo, alegando que eles foram causados por fragmentos do cometa Biela atingindo a Terra. A teoria foi proposta pela primeira vez em 1883 e foi revivida em 2004.[5] A teoria é muito controversa.[6]
Em 27 de novembro de 1885, um meteorito de ferro caiu no norte do México, ao mesmo tempo que um jorro de 15.000 meteoros por hora da chuva de meteoros Andromedideas. O Meteorito Mazapil tem sido algumas vezes atribuído ao cometa, mas esta ideia tem sido descartada desde os anos 1950 já que o processo de diferenciação necessário para produzir um corpo de ferro não se acredita ocorrer em cometas.
Referências
- ↑ Kronk, Gary W. (2003). Cometography [Cometografia: Um catálogo de cometas, ii: 1800–1899]. A Catalog of Comets. 2. [S.l.]: Cambridge UP. p. 157. 837 páginas. ISBN 0-521-58505-8
- ↑ Kronk, 2003, p.159
- ↑ Recreations in Astronomy by Henry White Warren D.D. 1886
- ↑ IAUC 7635: P/2001 J1
- ↑ Wood, Robert (3 de fevereiro de 2004). «Did Biela's Comet Cause the Chicago and Midwest Fires?» (PDF). American Institute of Aeronautics and Astronautics
- ↑ The Great Peshtigo Fire of 1871 — Was it a comet?