Farol da Ilha Rasa
Número nacional |
2420 |
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Coordenadas | |
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Banhado por | |
Localização | |
Localização | |
Altitude |
101 m |
Período de construção |
1829 (195 anos) |
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Altura |
26 |
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Altura focal |
101 m |
Alcance luz |
W 51, R 45 milhas náuticas |
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Luz característica |
№ internacional |
G-0360 |
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№ da ARLHS |
BRA-047 |
№ da NGA |
110-18372 |
Online List of Lights | |
MarineTraffic |
O Farol da Ilha Rasa é uma farol do Estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Está localizado na Ilha Rasa a cerca de dez quilômetros da barra da baía da Guanabara.
Trata-se de uma torre cilíndrica no cimo de uma torre quadrangular de três andares, com lanterna e galeria e 26 metros de altura. Tudo em alvenaria branca, com cunhais em cantaria de pedra aparente.[1]
Tem em funcionamento, uma das duas únicas lentes meso-radiantes de Fresnel da casa Barbier & Bernard (BBT), que se conhece terem sido fabricadas. A outra encontra-se no Farol de Abrolhos, no estado da Bahia.[2]
Emite dois lampejos brancos e um vermelho a cada quinze segundos com um alcance de 51 milhas náuticas para a cor branca e de 45 milhas náuticas para a cor vermelha. É conjuntamente com o Farol da Ilha de Abrolhos, o farol marítimo mais potente do mundo, só sendo ultrapassado em alcance, pelo farol aéreo de Tetuan (aeroporto de Sania Ranel) em Marrocos, com 54 milhas náuticas de alcance.
História[editar | editar código-fonte]
Graças à sua posição privilegiada, foi utilizada como auxílio à navegação, primitivamente com o auxílio de uma fogueira acesa em seu ponto mais alto (77 metros acima do nível do mar) por um eremita que ali habitava, possivelmente um escravo alforriado que recebia a quantia de mil réis por mês.[3]
Em 1819, a Junta do Commercio, Agricultura, Fábricas e Navegação encaminha a João VI de Portugal os planos e desenhos organizados pelo engenheiro João de Souza Pacheco para a construção de um farol na Ilha Rasa. A construção, sob a direção do mesmo profissional, teria sido autorizada em 17 de setembro do mesmo ano, tendo sido utilizada a mão de obra de presos sentenciados.[3]
A obra foi inaugurada apenas em 31 de julho de 1829, dado que estivera na posse de um corsário argentino durante os três anos anteriores.
Quando o farol foi construído, o alto da escarpa foi utilizado também como uma bateria militar, de que é testemunho uma antiga peça de artilharia que ainda ali se conserva. As demais, outrora existentes, foram lançadas ao mar pelas borrascas, não tendo sido mais recuperadas.[3]
Foi utilizada como prisão política, ali tendo estado detido o catedrático José Oiticica, por ocasião da Insurreição anarquista de 1918, e novamente durante o Estado Novo.
Serviu de prisão para militares participantes da revolta dos 18 do Forte de Copacabana (1922).[4]Características[editar | editar código-fonte]
O farol apresenta planta quadrangular em três pavimentos e circular no topo, elevando-se a 26 metros de altura, em alvenaria com cantaria nos vértices. Originalmente iluminava a 3ª légua da barra, com altura de 441 palmos (101 metros) acima do nível do mar, podendo ser visto até à 10ª légua. Utilizava uma lente de cristal francês com 2,5 metros de diâmetro e um sistema mecânico pesando 7,5 toneladas. Esse conjunto podia ser facilmente movimentado graças a um anel de mercúrio líquido que servia de base à lente.
O conjunto foi modernizado em 1883, passando a operar com energia elétrica gerada por um dínamo fabricado pela empresa francesa "La Maison Soutter et Lemunier".
Em 1907 foi instalada a estação pluviométrica e, em 1909, uma estação telegráfica, além de um pequeno guindaste para o abastecimento da ilha. Nesse mesmo ano, em outubro, o antigo sistema elétrico foi substituído por um aparelho de iluminação incandescente a petróleo, fabricado pela "Maison Barbier, Bernardo e Turenne". Esse sistema encontra-se em perfeito estado até aos dias de hoje. Uma buzina foi instalada em 1913 e, em 1947, um radiofarol não-direcional (NDB), para apoio à navegação aérea.
Atualmente o farol opera com um motor elétrico de 0,5 hp. O equipamento antigo é mantido para casos de emergência. Quatro suboficiais da Marinha mantêm o farol em operação, num rodízio de três meses por equipe. Eles dispõem de celular e Internet e se alimentam com comida congelada levada de terra e com frutas – manga, coco, pitanga, limão e caqui, entre outras – das ávores existentes na ilha.[5]
Outras informações[editar | editar código-fonte]
- Local e farol vedados ao acesso público
- Características da luz: relâmpago 0,5s, oclusão 5,5s, relâmpago 0,5s, oclusão 5,5s, relâmpago 0,5s, oclusão 5,5s.
- Estação DGPS
- Estação NDB: frequência 315 kHz, potência 0,2 kW, alcance 300 m.[6][7]
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ «Lighthouses of Southeastern Brazil» (em inglês). UNC - The Lighthouse Directory. 30 de janeiro de 2010. Consultado em 21 de abril de 2010. Cópia arquivada em 22 de setembro de 2022
- ↑ TAG, Tom (primavera de 2006). «Optics Work Group Identifies Mesoradial Lens» (PDF) (em inglês). World Lighthouse Society. 3 páginas. Consultado em 21 de abril de 2010[ligação inativa]
- ↑ a b c Filho, Amadeu Martire (2009). «Farol da Ilha Rasa: história e lendas» jan-mar ed. Rio de Janeiro. Revista do Clube Naval (349): 44-51
- ↑ «Centro de Auxílios à Navegação Almirante Moraes Rego Marinha do Brasil». Marinha do Brasil (em quiniaruanda). Consultado em 3 de maio de 2022
- ↑ Wrede, Catharina (28 de dezembro de 2014). «Guardiões do mais importante farol do país têm a melhor visão da queima de fogos de Copacabana». Rio de Janeiro: Globo. O Globo. Consultado em 28 de dezembro de 2014. Arquivado do original em 16 de janeiro de 2015
- ↑ DHN (2019). "APÊNDICE II-2: RADIOFARÓIS PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA LOCALIZADOS NA COSTA DO BRASIL", em "Lista de auxílios-rádio", 14ª ed. – Niterói (RJ): DHN - Diretoria de Hidrografia e Navegação, ISSN 0520-8084. [1]
- ↑ «NGA List of Lights - Query Results» (em inglês). NGA - National Geospatial-Intelligence Agency. 24 de janeiro de 2009. Consultado em 21 de abril de 2010