Primeiros agricultores europeus

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Em arqueogenética, os termo antigos agricultores europeus (EEF em sua sigla em inglês) é o nome dado a um componente ancestral distinto que representa a descendência dos primeiros agricultores neolíticos da Europa.[1]

Origens[editar | editar código-fonte]

Os primeiros europeus, de qualquer país do continente, resultam de uma mistura de antigos legados genéticos originários da África, do Oriente Médio e da estepe russa[2]. Estes povos nômades estabeleceram-se no continente durante o período neolítico.

Agricultura[editar | editar código-fonte]

O modo de produzir alimentos que permitiu aos seres humanos abandonar o nomadismo e criar o estilo de vida hoje dominante surgiu no Oriente Médio há cerca de 11 mil anos, e só na chamada transição neolítica, entre 8 mil e 4 mil anos atrás, se instalou na Europa. Um grupo liderado por Wolfgang Haak, da Universidade de Adelaide, na Austrália, analisou o DNA de 21 pessoas do sítio arqueológico Derenburg Meerenstieg II, na Alemanha, com idade estimada entre 5.500 e 4.900 anos, e verificou que há grande semelhança entre elas e os habitantes atuais da Anatólia, na parte asiática da Turquia. Para os pesquisadores, que publicaram os resultados em novembro na PLoS Biology, os dados indicam claramente que os primeiros agricultores europeus teriam sido migrantes que chegaram de longe trazendo na bagagem técnicas de cultivar os alimentos.[3]

As regiões de solos pouco férteis e os extensos campos, característicos do continente, permitiram o a criação de animais para o consumo da carne. Os porcos eram pouco consumidos, predominava a criação de bovinos. Nestes solos, produziam basicamente o trigo (das variedades emmer e einkorn), ervilhas e papoula.

Artefatos de pedra[editar | editar código-fonte]

O estabelecimento em um ponto fixo, característico do desenvolvimento da agricultura, permitiu às comunidades neolíticas estabelecidas no continente europeu a descoberta e o uso de rochas (inicialmente líticas, como o sílex ou a obsidiana) para a produção de ferramentas. Estabeleceram-se sobre jazidas. Desenvolveram trocas (comércio) e organizavam-se segundo etapas de produção (extração da matéria-prima e fabricação de artefatos).

Referências

  1. Lazaridis, Iosif; Patterson, Nick; Mittnik, Alissa; Renaud, Gabriel; Mallick, Swapan; Kirsanow, Karola; Sudmant, Peter H.; Schraiber, Joshua G.; Castellano, Sergi (18 de setembro de 2014). «Ancient human genomes suggest three ancestral populations for present-day Europeans». Nature. 513 (7518): 409–413. ISSN 0028-0836. PMC 4170574Acessível livremente. PMID 25230663. doi:10.1038/nature13673 
  2. https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2019/08/quem-foram-os-primeiros-europeus
  3. https://revistapesquisa.fapesp.br/ Pesquisa FAPESP de acordo com a https://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/ licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. https://revistapesquisa.fapesp.br/agricultores-imigrantes/