Ruínas de Quilmes

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Ruinas de Quilmes
Ruínas de Quilmes
Localização atual
Ruinas de Quilmes está localizado em: Argentina
Ruinas de Quilmes
Localização das Ruinas de Quilmes na Argentina
Coordenadas 26° 27' 49.72" S 66° 2' 16.66" O
País Argentina
Província Tucumã
Dados históricos
Fundação Século X d.C.
Abandono 1667 d.C.
Civilização Cultura Quilme
Notas
Administração Comunidade indígena Quilmes (CIQ)
Acesso público Sim

Ruinas de Quilmes, também conhecida como Cidade Sagrada Quilmes é um sítio arqueológico de um assentamento indígena pré-colombiano da cultura Quilme, localizado na província de Tucumã, na Argentina.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

Origem e declínio[editar | editar código-fonte]

Ainda não se sabe o ano de origem da antiga cidade Quilme, acredita-se que os assentamentos indígenas da região do Vale de Calchaquí se iniciaram no século X d.C.[3]

Desde o primeiro contato com os espanhóis, em 1562, ocorreram vários conflitos. Durante a terceira Guerra Calchaqui, no ano de 1667, os Quilmes foram derrotados, e tiveram que fazer um êxodo forçado, a pé, para uma região a 1500 Km de distancia, próximo a Buenos Aires.[1][2][4]

Descoberta[editar | editar código-fonte]

Um dos primeiros registros sobre o sítio ocorreu em 1883, em uma visita de Lafone Quevedo à região. Em 1897, Juan Ambrosetti realizou o primeiro estudo mais detalhados do sítio, com interpretações dos espaço e de seus antigos habitantes.[5][4]

Preservação e administração[editar | editar código-fonte]

Em 1975, o sítio foi declarado como Monumento Histórico através da Lei nº 4.398/75, e passou por um processo de reconstrução até o ano de 1981. Foi aberto ao público em 3 de dezembro de 1980. Passou por um período de abandono até o ano de 1992, quando a administração passou para o empresário Hector Cruz, através de uma licitação pública com concessão de 10 anos. O empresário, não respeitando o aspecto patrimonial e histórico do sítio arqueológico, construiu um hotel e um amplo estacionamento na área do sítio. Após o período de concessão, o empresário continuou a administrar o sítio; e a Comunidade indígena Quilmes (CIQ) entrou com um processo de reinvindicação das ruínas, não obtendo êxito. Em 2008, a comunidade ocupou o sítio e passou a administra-lo, dando o nome de "Ciudad Sagrada de Quilmes" (em português: Cidade Sagrada de Quilmes).[1][5][4]

Características[editar | editar código-fonte]

As ruínas do sítio apresentam fundações de estruturas como residências, templos e fortificações. Também foram encontrados artefatos como cerâmicas decoradas, ferramentas de pedra e peças de bronze para rituais religiosos.[2][4][6]

Através de estudos arqueológicos, observou-se que a cidade fortificada ocupava uma área de 161,87 hectares, cercada por um muro de proteção, e dividida em dois setores: a residencial, na zona do cone aluvial; e a fortaleza, na subida da colina.[4][6]

As residências foram construídas em paredes dupla de pedra, com preenchimento de terra e seixos entre elas; possuíam formato quadrangular, com apenas um cômodo e eram conectadas com outras residências através de pátios ou ruas, e algumas residências eram conectadas com áreas de armazenamento, que possuíam formato circular. Nas encostas das colinas construíram plataformas para o cultivo de milho, feijão, batata, amendoim, abóbora e pimentão. Havia um elaborado sistema hidráulico, com barragens e canais revestidos de pedras planas, que servia tanto para o consumo quanto para a irrigação do cultivo.[2][6]

Turismo[editar | editar código-fonte]

O sítio arqueológico está aberto para visitação, com visita guiada. Pode-se chegar em veículo próprio ou através de empresas de turismo. No local há um Centro de Interpretações sobre a Cultura Quilme.[3][7]

Referências

  1. a b c Pouget, Frederic. (2015). “Aqui não é Ruínas Quilmes, é a Cidade Sagrada Quilmes” – disputas patrimoniais em torno de um sítio arqueológico no noroeste argentino. Revista Arqueologia Pública. 6. 54. DOI: 10.20396/rap.v6i1.8635734.
  2. a b c d «As majestosas ruínas na Argentina que evidenciam a existência de uma civilização antiga». Jornal da Fronteira. 10 de março de 2024. Consultado em 17 de maio de 2024 
  3. a b «La historia viva en la Ciudad Sagrada de Quilmes». Diario La Capital de Mar del Plata (em espanhol). 24 de fevereiro de 2023. Consultado em 18 de maio de 2024 
  4. a b c d e Rodríguez, Maia del Rosario; Sampietro Vattuone, Maria Marta; Peña Monné, Jose Luis (2016). La antigua ciudad de Quilmes: contexto etnohistórico y geoarqueológico. [S.l.]: Laboratorio de Geoarqueología 
  5. a b Becerra, María Florencia; Pierini, María Victoria; Rodríguez, Lorena B.; Sidy, Bettina; Tolosa, Sandra (2 de outubro de 2012). «De ollitas y paredes volteadas a urnas y monumento patrimonial. La Comunidad India de Quilmes y las resignificaciones del sitio arqueológico a partir de la reconstrucción». Nuevo Mundo Mundos Nuevos. Nouveaux mondes mondes nouveaux - Novo Mundo Mundos Novos - New world New worlds (em espanhol). ISSN 1626-0252. doi:10.4000/nuevomundo.64017. Consultado em 17 de maio de 2024 
  6. a b c Casciere, Albert J. (2011). Vestiges of a Lost Civilization . Américas, Vol. 63, Issue 2, p.40-45 (em inglês).
  7. «Ciudad Sagrada de Quilmes». Ente Autárquico Tucumán Turismo. Gobierno de Tucumán. (em espanhol). Consultado em 17 de maio de 2024