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Lair Ribeiro

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Lair Ribeiro
Nome completo Lair Geraldo Theodoro Ribeiro
Nascimento 6 de julho de 1945 (78 anos)
Juiz de Fora, MG
Nacionalidade brasileiro
Ocupação
Página oficial
https://lairribeiro.com.br/

Lair Geraldo Theodoro Ribeiro (Juiz de Fora, 6 de julho de 1945) é um escritor de autoajuda, nutrólogo, cardiologista, professor, palestrante, e médico escritor brasileiro.[1][2][3] Em 1993, foi destaque na capa da Revista Exame devido aos seus livros de autoajuda e ao grande número de palestras de motivação corporativa que ministrava. No entanto, ao final dos anos 1990, sua visibilidade já não era a mesma de antes.[4]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Ribeiro formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e concluiu mestrado em cardiologia pela PUC-RIO. Também é nutrólogo certificado pela ABRAN e pela Associação Médica Brasileira. Residiu nos Estados Unidos por 17 anos, período no qual atuou em três universidades americanas: Escola de Medicina Harvard, Universidade Baylor e Thomas Jefferson University.

A bibliografia do autor é composta por 38 livros, dos quais 15 são best-sellers e 26 foram traduzidos para outros idiomas.[5] Entre suas obras, O Sucesso não ocorre por acaso é o título mais conhecido.[4]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Lair Ribeiro participou do tratamento do jornalista Marcelo Rezende, que estava em estado terminal devido a um câncer no pâncreas e faleceu em 2017. Ribeiro teria recomendado a dieta cetogênica para Rezende. Como não possuía licença para atender ou prescrever medicamentos no Estado de São Paulo, Ribeiro orientou uma médica ginecologista por telefone.[6] Testemunhas afirmaram que Marcelo Rezende teve consultas pessoais com Lair Ribeiro, o que foi corroborado por mensagens e registros médicos.[7]

Ribeiro é conhecido pela promoção da medicina alternativa e também da pseudociência conhecida como programação neurolinguística, além do óleo de coco para cura de câncer.[8] Durante a pandemia de Covid-19, ele promoveu o uso da ozonioterapia e da cloroquina, tratamentos estes considerados ineficazes pela OMS.[9] Lair Ribeiro também divulga o uso da perigosa substância conhecida como Miracle Mineral Supplement.[10]

Referências

  1. Duarte, Sirlene (2008). Práticas de subjetivação e construção identitária: o sujeito no entremeio da auto-ajuda e da ciência (Tese de Doutorado em Letras). Araraquara: Universidade Estadual Paulista, Campus de Araraquara. No que se refere aos livros publicados por Lair Ribeiro, temos observado que, em sua maioria, e alguns trabalhos de pesquisa sobre a obra desse autor endossam a nossa constatação, mantêm um discurso sustentado no próprio sujeito, creditando-lhe total responsabilidade por todos os seus atos. Os usos condicional e imperativo presentes nos enunciados (“se você mudar” = “mude!”), característicos desse discurso voltado principalmente para o universo empresarial, produzem alguns efeitos de sentido que merecem duas considerações: os problemas pelos quais passa o sujeito dizem-lhe respeito diretamente, pois causados por ele mesmo (não há “nada de errado com o mundo” = se há algo errado, esse algo é você; “se você mudar, o mundo muda com você” = discurso da capacidade pessoal, do mérito próprio: todas as conquistas advêm da capacidade, da aptidão, da superioridade, de o sujeito em obtê-las. Essa afirmação provoca um outro deslizamento de sentido: todos os fracassos resultam também da incapacidade, do desmerecimento, do próprio sujeito em não querer mudar). O discurso que sustenta esse tipo de direcionamento na literatura de auto-ajuda é o da meritocracia; o universo exterior ao sujeito está estabilizado, é seguro. A mudança necessária encontra-se no mundo interior, encontra-se dentro de cada um dos sujeitos. A fé, nesse caso, não está direcionada nem para o divino e nem para o místico, mas na crença da vontade e da aptidão pessoal em querer mudar. 
  2. Cercato, Nilza Carolina Suzin (2006). As interfaces do discurso de auto-ajuda: análise em autores brasileiros na perspectiva discursiva. (Doutorado em Linguística). Salvador: Universidade Federal da Bahia 
  3. «Em vez de remédios, médico recomenda alimentos». Empresa Brasil de Comunicação. 1 de outubro de 2014. Consultado em 26 de agosto de 2016. Arquivado do original em 21 de janeiro de 2020 
  4. a b Mano, Cristiane (5 de maio de 1999). «Sucesso por acaso?». Revista Exame. Arquivado do original em 17 de abril de 2014 
  5. Padilla, Ivan (21 de julho de 2003). «Lair Ribeiro best-seller na Espanha». IstoÉ Gente. Consultado em 26 de agosto de 2016 
  6. «DE revela tratamento alternativo de Marcelo Rezende contra o câncer». R7. 2 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 28 de junho de 2019 
  7. «Tratamento de Marcelo Rezende teria sido feito por médico sem licença». O Estado de S. Paulo. 2 de outubro de 2017. Consultado em 4 de março de 2018 
  8. Cerqueira, João Júlio (30 de março de 2019). «Lair Ribeiro é um Charlatão - Análise Crítica às Suas Afirmações no Programa Maluco Beleza». Scimed. Cópia arquivada em 5 de fevereiro de 2020. Mais uma vez, não usou qualquer citação para justificar as suas posições, o que leva a concluir que o tretólogo profissional está-se a marimbar para a verdade, assim como a revista que publica esta vergonha. Isto é doença mental ou charlatanice pura. A única referência presente na bibliografia à utilização de óleo de coco e tratamento do HIV, é a uma apresentação realizada numa conferência no “37th Annual Cocotech Meeting. Chennai. India. July 25th. 2000“. A indústria do óleo de coco a bombar. Obviamente que tal estudo nunca foi publicado em nenhuma revista decente. 
  9. Filho, João (9 de agosto de 2020). «As dicas do médico Lair Ribeiro, defensor da ozonioterapia e da cloroquina, são um risco à saúde pública». The Intercept. Consultado em 18 de agosto de 2020 
  10. Oliveira, Thaiane; Quinan, Rodrigo; Toth, Janderson Pereira (31 de março de 2020). «Antivacina, fosfoetanolamina e Mineral Miracle Solution (MMS): mapeamento de fake sciences ligadas à saúde no Facebook». Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde. 14 (1): 90-111. ISSN 1981-6278. doi:10.29397/reciis.v14i1.1988. Estudos apontaram os perigos do uso da solução inclusive a US Food and Drug Administration. No entanto, a circulação desse tipo de desinformação continua sendo realizada em espaços digitais. Recentemente, ela tem ganhado adeptos como Dr. Lair Ribeiro, que defende publicamente o uso da substância, alegando que sua proibição tem relação com interesses de grandes empresas contrariadas com a venda de “um negócio que cura tudo, sem efeito colateral e a preço de banana” Dr. Lair Ribeiro é um médico com passagem pela Harvard Medical School, mais famoso por ser escritor de best-sellers de autoajuda. Ele defende abertamente o uso do MMS, com vídeos propagando a substância compartilhados em páginas fake science, que evocam sua autoridade científica como fator legitimador dos argumentos. 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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