Saltar para o conteúdo

Nuovi Argomenti

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nuovi Argomenti
Características
Classificação revista literária
Data/Ano 1953
Categoria Nuovi Argomenti
página oficial
Localização
Localidade Itália
[ Editar Wikidata ] [ Mídias no Commons ]
[ Editar infocaixa ]


Publicada pela primeira vez em abril de 1953 em Roma pelo Istituto Tiberino di Roma, a revista Nuovi Argomenti enquanto revista de cultura interceptou a cena cultural italiana em meio à crise de mediação entre intelectuais e os partidos de massa Psi (Partido Socialista Italiano) e Pci (Partido Comunista Italiano). Seus fundadores foram Alberto Carocci (1904-1972) e Alberto Moravia, Com Carocci, a revista contava com a sua longa experiência como editor, tendo sido ele anteriormente diretor da revista florentina Solaria (1926-1936). Albeeto Carocci enquanto era editor da revista, se manteve advogado e sócio de um prestigiado escritório romano, e durante os anos na direção da Nuovi Argomenti aproximou-se gradativamente dos comunistas; por fim, se candidatando sem se filiar ao Pci e sendo eleito na jurisdição de Roma deputado em 1963.

Em 1966 a revista passa por uma reforma editorial e a ela ingressam ao comitê editorial Pier Paolo Pasolini, e no decurso dos anos seguintes, Enzo Siciliano e Attilio Bertolucci.[1]

Em janeiro de 1982, a revista Nuovi Argomenti iniciou a sua terceira fase com a editora Mondadori, estando na sua direção Alberto Moravia, Enzo Siciliano e Leonardo Scascia. Em seu primeiro número, após o hiato de 1981, o prólogo de Enzo Siciliano "La Letteratura dele Cose”, reafirma o cerne da revista para o assunto literário, entretanto, com a revista retornando para a sua fase anterior a 1971, isto é, trazendo ao conteúdo seu o debate variado de política e cultura que fora reduzido na década de 1970 em função do redirecionamento da revista para o assunto literário. Esta sua nova fase durou 50 números, finalizando em abril de 1994. Em outubro de 1994 foi iniciad a sua quarta fase editorial, que concluirá em seu número 20 em 1997. Retornará para sua quinta fase em 1998, série que durará até 2017, sendo publicada pela editora Mondadori em formato impresso e eletrônico de edições bimestrais. A quinta série da revista (1998-2017) pode ser localizada no endereço eletrônico www.nuoviargomenti.net. Desde 2019 a revista está em sua sexta fase, impressa pela editora Mondadori.

Neste ponto, chamamos a atenção para o fato de que a longeva existência desta revista de cultura (fez 50 anos em 2013) consolidou em suas publicações uma amostragem linear das gerações sucessivas de escritores italianos por toda a segunda metade do século XX, entrando para a segunda década do XXI publicando textos inéditos de escritores, iniciantes e renomados.

O fenômeno das revistas de cultura/revistas literárias[editar | editar código-fonte]

Os muitos títulos de revistas da década de 1950 tais como a Nuovi Argomenti estão inseridas no paradigma das chamadas “revistas de cultura”, espaços de publicação apropriados para materiais inéditos e que colocavam ao convívio próximo um público (variado ou sectário) de artistas, escritores, políticos, cientistas e estudantes.[2] Abarcando uma grande diversidade de organização, a definição de revistas de cultura deve mais o seu significado pelo seu público intelectual do que a um modelo específico de organização do conteúdo. Sendo elas na literatura um fenômeno cultural do fim do século XIX, as revistas de cultura nas décadas de 1950 e 1960 proliferaram muitos títulos em países diversos (Brasil, França, Estados Unidos etc.), ressurgindo como fenômeno cultural do segundo pós-Guerra.[3]

Na Itália as revistas de cultura mostraram ser organizadoras de correntes ideológicas e espaços de investigação de cultura e sociedade. Entre 1953 e 1964, a revista Nuovi Argomenti foi dedicada aos debates sobre política e cultura para além da discussão da intelectualidade orgânica marxista com a qual ela preservava um grau de identidade. Segundo Enzo Siciliano, “A Nuovi Argomenti era a revista de cultura e política que Moravia dirigia com Alberto Carocci: era uma revista que tendia a romper o esquematismo anticomunista e antimarxista" (tradução livre).[4]

Em 1978 Alberto Moravia relatou em entrevista que a Nuovi Argomenti foi lançada tendo sido espelhada em seu primeiro momento na revista francesa editada por Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre, Temps Modernes (http://www.nuoviargomenti.net/la-storia-della-rivista/ acesso: 25/02/20). Até 1964, a revista teve temas tipo dossiê e o seu primeiro e segundo número (n.1, Mar.-Abr., 1953 e n. 2, mai.-jun., 1953) tiveram como tema o tópico a relação entre arte e o comunismo (Inchiesta sull’arte e il comunismo), o que refletiu o interesse manifesto da revista em ser o espaço de debate da cultura italiana na forma de um dossiê sobre um tópico extensamente abordado, formato mantido em toda a sua primeira fase editorial.

Índice de revistas publicadas[editar | editar código-fonte]

A revista Nuovi Argomenti viveu cinco fases editoriais e se encontra atualmente em sua sexta fase.

Primeira série (editora Istituto Tiberino di Roma):

N.1 (março-abril, 200p.), 1953 Inchiesta sull’arte e il comunismo

N. 2 (Maio-junho), 1953 Inchiesta sull’arte e il comunismo 2:

N. 3 (julho-agosto, 195p.), 1953.

n.4 (setembro-outubro), 1953. Alcuni appunti sugli U.S.A.

N. 7 (Março-abril), 1954. Comunismo e ocidente

N. 8 (Maio-junho, 191p.), 1954. I minatori di Maremmani

N. 10 (setembro-outubro, 267p.), 1954 Inchiesta su Orgosolo di Franco Cagnetta

N. 11 (Novembro-dezembro, 185p.), 1954. L’uomo come fine

N. 15-16 (julho-outubro 196p.). 1955.

N.17-18 (novembro-Fevereiro, 218p.), 1955.

N.19 (Março-Abril, 193 p.), 1956. “Appunti sul colonialismo in Algeria”

N. 20 (Maio-junho, 139p.), 1956. “9 domande sullo stalinismo”

N.21-22 (julho-outubro), 1956.

N.23-24 (novembro-dezembro), 1956.

N. 25 (Março-abril, 169p.), 1957 “8 domande sullo stato guida”

N.26 (maio-junho), 1957

N.27 (julho-agosto 152p.), 1957

N.28-29 (setembro-dezembro), 1957

N. 30 (Janeiro-fevereiro, 206p.), 1958. Ultime cose su Saba

N.31-32 (Março-junho, 344p.), 1958. Inchiesta alla FIAT

N.33 (julho-agosto, 191p.), 1958.

n.34 (Setembro-outubro), 1958. I problemi di due Germani

N.35-36 (novembro-fevereiro, 212p.), 1958

N.37 (Março-abril, 192p.), 1959. Mito e civiltà moderna

n.38-39 (maio-agosto, 185p.), 1959. 9 domande sul romanzo

n.40 (Setembro-outubro), 1959. O desenvolvimento econômico na China

N.41 (Novembro-dezembro), 1959.

N. 42-43 (Janeiro-abril), 1960.

N. 44-45 (Maio-Agosto, 194p.), 1960. 8 domande sulla critica letteraria in Italia

N. 46 (setembro-outubro), 1960.

N.47-48 (Novembro-fevereiro), 1960. Appunti sulla destra tedescha

N. 49-50 (Março-junho), 1961.

n. 51-52 (julho-outubro), 1961. “8 domande sull'erotismo in letteratura”

N. 53-54 (novembro-fevereiro), 1961

N. 55-56 (Março-Junho), 1962. 7 domande sulla poesia,

n. 57-58 (Julho e Outubro, 176p.), 1962. 8 domande sul XXII° Congresso del PCUS

N. 59-60, (Novembro – fevereiro) 1962

N. 61-66 (Março– fevereiro,200p.), 1963.

N. 67-68 março – junho, 1964. 10 domande su “neocapitalismo e letteratura

N. 69-71, julho dezembro 1964.

Nova Série (Editora Garzanti)

N.1, janeiro-março, 1966.

N.2 Abril-junho, 1966

N. 3-4 Julho-dezembro, 1966.

N. 5, Janeiro-Março, 1967.

N.6, Abril-Junho, 1967.

N. 7-8, Julho-dezembro, 1967.

N. 9, Janeiro-março, 1968.

N. 10, abril-junho, 1968.

N. 11 julho-setembro, 1968.

N. 12, outubro-dezembro, 1968

N. 13, Janeiro-março, 1969.

N. 14, Abril-Junho, 1969

N. 15, Julho-Setembro, 1969

N. 16, outubro-dezembro, 1969

n. 17, janeiro-março, 1970

N. 18, Abril-Junho, 1970

N. 19, Julho-Setembro, 1970

N. 20, Outubro-Dezembro, 1970

N. 21, Janeiro-março, 1971

N. 22, abril-junho, 1971

N. 23-24, Julhio-dezembro, 1971

N. 25, Janeiro-Fevereiro, 1972

N. 26, Março Abril, 1972

N. 27, maio-junho, 1972

N. 28, julho-agosto, 1972

N. 29-30, Setembro-dezembro, 1972

N. 31, Janeiro – Fevereiro, 1973 OTTO DOMANDE SULL’ESTREMISMO

N. 32, Março-Abril, 1973

N. 33-34, Março-agosto, 1973

N. 35-36, Setembro-dezembro, 1973

N. 37, janeiro-fevereiro, 1974

N. 38-39, Março-junho, 1974 Appunti sul Cile

N. 40-41-42, Julho-Dezembro, 1974

N. 43-44, Janeiro-Abril, 1975

N. 45-46 Maio-Agosto, 1975

N. 47-48, (Settembro-dezembro), 1975

N. 49 – Janeiro-Março, 1976 Ommagio a Pasolini

N. 50, Abril-junho, 1976

N. 51-52, Julho-dezembro, 1976

N. 57, janeiro-março, 1978 Omaio a Saba

N. 58, Abril-Junho, 1978

N. 59-60, Julho-Dezembro, 1978

N. 61, Janeiro-Março, 1979

N. 62, Abril-Junho, 1979

N. 63-64, Julho-Dezembro, 1979

N. 65-66 – Janeiro-Junho, 1980

N. 67-68, Julho-Dezembro, 1980

Referências

  1. Grazioli, Elena. «Nuovi Argomenti». r.unitn.it. Consultado em 7 de fevereiro de 2023 
  2. LÓPEZ, Carolina Elizabet (2015). «La revista "Nosotros" como espacio de sociabilización intelectual. Abordaje teórico y propuestas metodológicas de análisis». Blanca: Hemisferio Derecho, v.10, E-Book. Las revistas como objeto de investigación en Humanidades: perspectivas de análisis y estudios de casos.: 43 
  3. COELHO, COELHO, Isabel Lopes (2009). Quem matou o autor foi o crítico: a resenha literária em Critique e Temps Modernes. São PAulo: Dissertação de Mestrado, FFLCH, USP. p. P. 10. 
  4. SICILIANO, Enzo (1995). Vita di Pasolini. Firenze: Ed. Giunti. p. 269