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Célula de carga

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Célula de carga de 100kN

Célula de carga é um transdutor de força. A força é medida de forma indireta, normalmente relacionando-a com a resposta de algum material à aplicação de carga (mudança de pressão, deformação, etc.). É muito utilizada por ser muito precisa e ser muito versátil em relação ao tamanho das cargas aplicadas. Por exemplo, podem ser usadas tanto para medir o estresse em estruturas como pilares e cabos como para balanças de precisão.

Células de carga variam muito dependendo de suas aplicações. Características importantes em uma célula de carga são o modo de operação (tensão e/ou compressão), o ambiente no qual ela pode operar, o intervalo de forças que ela mede, a precisão e a sobrecarga. A sobrecarga (comumente referida como overload) é a carga necessária para que a célula não funcione mais corretamente. O intervalo de forças normalmente é dado em kN. Uma forma de expressar unidades comumente usada é % F.S. (percent full scale), a porcentagem do valor máximo que a escala da célula indica, o que não deixa de ser uma unidade de força.

Células de carga podem medir forças da ordem de dezenas a dezenas de milhares de newtons. Isso porque a força é, na maioria dos casos, medida através da deformação de um material, o qual pode ser escolhido dependendo da aplicação para que sejam suportadas as cargas necessárias. [1] [2] [3] [4] [5] [6]

Exemplos de células de carga[editar | editar código-fonte]

Célula de carga com extensômetro de folha[editar | editar código-fonte]

É o tipo mais comum de célula de carga. Utiliza um ou mais extensômetros de folha, ou extensômetro de resistência, acoplados em um circuito de ponte de Wheatstone. Os extensômetros são acoplados num material que deformará com a força aplicada. Com a deformação, a resistência dos extensômetros muda e pode-se calcular a deformação do material. A partir desta deformação e conhecendo as propriedades do material (módulo de Young, coeficiente de Poisson, etc.), calcula-se a força aplicada. O material utilizado sempre trabalha na sua região de deformação elástica. Caso seja aplicada uma carga maior que a sobrecarga especificada, a célula de carga pode deformar plasticamente e deve ser recalibrada ou substituída. [7] [8]

Célula de carga de corda vibrante[editar | editar código-fonte]

Esta célula utiliza um extensômetro de corda vibrante. O aparelho possui um cabo de aço com as pontas presas ao material que deforma. Uma breve aplicação de um campo magnético faz o cabo vibrar em sua frequência de ressonância. Quando o material da célula é deformado, a corda é tensionada. Como a frequência de ressonância é proporcional à raiz quadrada da tensão, ela muda. A detecção dessa frequência é feita de modo muito parecido como em uma guitarra elétrica. Este é o sinal que é relacionado à força. Podem ser utilizados mais de um extensômetro numa célula para aumentar a precisão. [9]

Célula de carga hidráulica[editar | editar código-fonte]

A célula consiste em duas placas soldadas de modo a selar um fluido hidráulico. Quando a célula é pressionada, a pressão no fluido aumenta. Essa pressão pode ser medida por um tubo Bourdon ou algum outro transdutor que converta pressão em um sinal. As vantagens da célula hidráulica são que ela pode funcionar sem alimentação elétrica e também o seu preço. Porém, ela tem uma precisão menor em comparação com as células que medem força com extensômetros. [1] [5]

Padrões[editar | editar código-fonte]

A American Society for Testing and Materials (ASTM) possui práticas padrões relacionados à calibração [10] e à verificação desta calibração [11].

No Inmetro, existe o Laboratório de Força, Torque e Dureza que realiza calibração de transdutores de força, como células de carga. [12]


Referências

  1. a b Con-Tech Systems Ltd. «Especificações das células de carga» (PDF). Consultado em 12 de maio de 2014 
  2. Technologies for Sensors Indicators and Systems. «Hydraulic loadcell datasheet» (PDF). Consultado em 12 de maio de 2014 
  3. Roctest Limited. «Anchor load cell datasheet» (PDF). Consultado em 12 de maio de 2014 
  4. Roctest Limited. «Vibrating wire load cell datasheet» (PDF). Consultado em 12 de maio de 2014 
  5. a b Roctest Limited. «Hydraylic load cell datasheet» (PDF). Consultado em 12 de maio de 2014 
  6. Notícia. «LCM Systems' Biggest Load Cell Goes to China». Consultado em 11 de maio de 2014 
  7. Karl Hoffmann. «Applying the Wheatstone Bridge Circuit» (PDF). Consultado em 11 de maio de 2014 
  8. F. S. Barbosa, P. C. Ferreira, A. R. Vilela, J. C. S. Guedes Filho. «Modelagem Numérica e Análise Experimental Aplicadas ao Projeto de uma Célula de Carga» (PDF). Consultado em 11 de maio de 2014 
  9. Marton Geotechnical Services Ltd. «Vibrating Wire Strain Gauges Instructions Manual» (PDF). Consultado em 12 de maio de 2014 
  10. American Society for Testing and Materials. «Prática padrão ASTM E74». Consultado em 12 de maio de 2014 
  11. American Society for Testing and Materials. «Prática padrão ASTM E4». Consultado em 12 de maio de 2014 
  12. «Laboratorio de Força, Torque e Dureza do Inmetro». Consultado em 12 de maio de 2014