Fernanda Peleja Patrício
Fernanda Patrício | |
---|---|
Deputada à Assembleia Constituinte pelo Círculo de Beja | |
Período | 1975 |
Deputada à Assembleia da República de Portugal pelo Círculo de Beja | |
Período | 1976, 1979 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Fernanda Peleja Patrício |
Nascimento | 5 de Outubro de 1929 Aljustrel |
Morte | 8 de Outubro de 2000 Coimbra |
Nacionalidade | Portugal |
Partido | Partido Comunista Português |
Ocupação | Política |
Fernanda Peleja Patrício (Aljustrel, 5 de Outubro de 1929 — Coimbra, 8 de Outubro de 2000) foi uma política revolucionária antifascista portuguesa, professora e deputada à Assembleia Constituinte da III República Portuguesa e à Assembleia da República Portuguesa pelo Partido Comunista Português na I Legislatura, em 1976 e 1979.[1]
Dirigente do Movimento Democrático de Mulheres. Fundadora de um dos primeiros grupos femininos de cante alentejano da era moderna, o Grupo Coral do Movimento Democrático de Mulheres.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Juventude[editar | editar código-fonte]
Nasce no bairro de Vale d’Oca, construído para alojar os mineiros da mina de Aljustrel, numa família pobre, filha de Manuel Patrício, um dos fundadores do Sindicato Mineiro, e de Evangelina Maria Gomes. Tem seis irmãos mais novos.
Torna-se regente escolar de educação primária a 23 de Outubro de 1950, com funções equiparadas às dos professores primários. É suspensa por motivos políticos no ano lectivo de 1959/1960 e impedida de voltar a ensinar até à Revolução dos Cravos em 1974.
Actividade Política[editar | editar código-fonte]
Parte de uma série sobre o |
Partido Comunista Português |
---|
Imprensa partidária |
Relacionados |
|
Integra e torna-se posteriormente dirigente do Movimento Democrático de Mulheres. Em Maio de 1974 integra a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Aljustrel. O seu trabalho tem grande repercussão no núcleo do Movimento Democrático de Mulheres de Aljustrel fundado em 1975.
Deputada[editar | editar código-fonte]
Assembleia Constituinte[editar | editar código-fonte]
Eleita pelo Círculo de Beja nas eleições de 25 de Abril de 1975 para a Assembleia Constituinte nas listas do Partido Comunista Português. A sua intervenção é dedicada à igualdade de direitos entre mulheres e homens, despertando discordâncias entre as várias bancadas parlamentares.[2]
No Dia Internacional da Mulher de 1976, a 9 de Março, é a primeira mulher a intervir na Assembleia Constituinte, assinalando a data e o trabalho das mulheres pela sua emancipação da condição de marginalização, o papel fundamental das mulheres nas conquistas revolucionárias como a Reforma Agrária, evocando Maria Isabel Aboim Inglês e a luta pelo direito a não trabalhar mais que 8 horas por dia.
Assembleia da República[editar | editar código-fonte]
Eleita na I Legislatura da Terceira República Portuguesa deputada à Assembleia da República por duas vezes, em 1976 e 1979, é lembrada por outros deputados como Georgette Ferreira, como "uma mulher sensível e atenta aos problemas dos trabalhadores, das mulheres e das crianças, uma mulher estudiosa, participante e responsável. Uma pessoa que vivia com grande alegria consciente".
Regresso a Aljustrel[editar | editar código-fonte]
Regressa ao ensino em 1980, na Escola do Monte das Mestras no concelho de Almodôvar. É eleita pouco tempo depois vereadora a tempo inteiro na Câmara Municipal de Aljustrel, cargo que exerce até 1982. Em 1983 são-lhe confiadas funções administrativas na Delegação Escolar de Aljustrel. É eleita Presidente da Junta de Freguesia de Aljustrel, função que desempenha entre 1986 a 1989.
Funda a 8 de Março de 1987 aquele que viria a ser um grupo pioneiro de Cante alentejano feminino, durante muitos anos vedado às mulheres, o Grupo Coral do Movimento Democrático de Mulheres. Dedicou-se também ao teatro, no o 1º Grupo de Teatro de Aljustrel.[3]
Legado[editar | editar código-fonte]
É homenageada com a Medalha de Mérito Municipal Dourada. É atribuído o seu nome a uma rua de Aljustrel.[4]
- «Tive ocasião de descobrir, a par da sua inteligência e visão política, o seu carácter firme
- e generoso, a sua capacidade de dádiva, o seu amor aos deserdados, aos pobres, aos que a
- ditadura obscurantista condenava à ignorância. E o seu orgulho de mulher…. Fica connosco a
- lembrança do seu olhar afectuoso, da sua constante militância, da esperança que ela irradiava»
Ligações Externas[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ Movimento Democrático das Mulheres (6 de outubro de 2010). «Mulheres de Abril». Movimento Democrático de Mulheres. Consultado em 7 de fevereiro de 2021
- ↑ Diário da Assembleia Constituinte de 21 de Agosto de 1975
- ↑ http://www.cantoalentejano.com/v2/verGrupo.php?id=8&pagina=1
- ↑ https://www.codigo-postal.pt/aljustrel/rua-fernanda-peleja-patricio/
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Fernanda Patrício, Uma Mulher de Aljustrel, Câmara Municipal de Aljustrel, 2001
- Nascidos em 1929
- Mortos em 2000
- Mulheres
- Antifascistas de Portugal
- Opositores da ditadura portuguesa
- Revolucionários de Portugal
- Comunistas de Portugal
- Políticos do Partido Comunista Português
- Deputados da Assembleia da República Portuguesa
- Deputados da Assembleia Constituinte de Portugal de 1975
- Portugueses do século XX
- Mulheres do século XX