NRP Almirante Gago Coutinho (F473)

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NRP Almirante Gago Coutinho
NRP Almirante Gago Coutinho (F473)
   Bandeira da marinha que serviu
Proprietário Marinha Portuguesa
Estaleiro Lisnave
Lançamento 13 de agosto de 1965
Comissionamento 29 de novembro de 1967
Descomissionamento 20 de março de 1992
Indicativo visual F473
Estado Desmontado
Características gerais
Tipo de navio Fragata
Classe Almirante Pereira da Silva
Deslocamento 1.914 t
Comprimento 95,86 m
Boca 11,18 m
Calado 5,36 m
Velocidade 27 nós

A NRP Almirante Gago Coutinho (número de amura: F473), foi uma fragata da classe Almirante Pereira da Silva, pertencente à Armada Portuguesa.

Foi construída nos estaleiros navais da Lisnave em Cacilhas, tendo sido lançada à água em 13 de agosto de 1965. Foi aumentada ao efetivo dos navios da Armada a 29 de novembro de 1967, sendo abatida ao mesmo efetivo a 20 de março de 1992.[1]

História[editar | editar código-fonte]

A Almirante Gago Coutinho, sob o comando do capitão de fragata António Seixas Louçã, esteve envolvida num episódio polémico da Revolução dos Cravos, a 25 de abril de 1974.

Por mera coincidência de datas, precisamente no dia em que viria a decorrer o golpe militar, estava prevista a incorporação da fragata na STAVAVFORLANT (Força Naval Permanente da NATO no Atlântico), que se encontrava então no Tejo e que rumaria para Nápoles, Itália para a realização de manobras multinacionais. Como previsto, pelas 07h00, a fragata largou então da Base Naval de Lisboa e integrou a formação de navios da STANAVFORTLANT que zarpava do Tejo rumo a Nápoles. Quando se encontrava a passar sob a então Ponte Salazar, a Pereira da Silva recebe ordens do Estado-Maior da Armada para abandonar a formação, voltar para trás e dirigir-se para as águas em frente ao Terreiro do Paço. Ao encontrar-se frente ao Terreiro do Paço, ocupado por viaturas blindadas das forças revoltosas, o navio recebe ordens para abrir fogo sobre as mesmas. A fragata estava armada com peças de artilharia de 3 polegadas (72,2 mm) com capacidade para fazer tiro contra a costa, levando a bordo munições de alto explosivo e perfurantes de blindagem, o que lhe dava a capacidade para atingir e destruir as viaturas blindadas. Contudo, o navio acaba por não abrir fogo.[2]

A razão para a Pereira da Silva não cumprir as ordens do Estado-Maior da Armada de abrir fogo contra as forças revoltosas ficou envolta em polémica. A versão corrente foi a de que o comandante do navio estaria disposto a bombardear os revoltosos ou pelo menos a fazer tiro de salva para os intimidar, mas que os restantes oficiais se teriam recusado a tal. Outra versão defende que a iniciativa da recusa em fazer fogo teria sido do próprio comandante do navio.[2][3]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «FRAGATA "ALMIRANTE GAGO COUTINHO"». Biblioteca Central da Marinha - Arquivo Histórico 
  2. a b SANTOS, Fernando Luís Caldeira Ferreira dos, "O 25 de Abril de 1974 na fragata NRP «Almirante Gago Coutinho» - história contada por quem a viveu por dentro", Rostos.pt, 25 de abril de 2012
  3. LOUÇÃ, Noémia, Uma Fragata no 25 de Abril: a verdadeira história da Almirante Gago Coutinho, Parsifal, 2019

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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