Norah Vincent

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Norah Vincent
Norah Vincent
Nascimento 20 de setembro de 1968
Detroit, Michigan
Morte 6 de julho de 2022 (53 anos)
Suíça
Nacionalidade norte-americana
Alma mater Williams College
Ocupação jornalista
escritora

Norah Mary Vincent (Detroit, 20 de setembro de 1968Suíça, 6 de julho de 2022) foi uma escritora estadunidense. Foi colunista semanal no Los Angeles Times, e colunista trimestral na revista LGBT The Advocate, bem como publicou trabalhos em outros jornais americanos como The Village Voice, Salon, The New Republic, The New York Times, The New York Post, e The Washington Post.[1]

Norah ganhou atenção em 2006 ao lançar o livro Self-Made Man (Feito Homem), distribuído no Brasil pela editora Planeta, detalhando sua experiência quando viveu como um homem durante dezoito meses.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Vincent nasceu em Detroit no dia 20 de setembro de 1968. Sua mãe, Juliet (Randall) Ford, era atriz; e seu pai, Robert Vincent, exercia profissão de advogado na Ford Motor Company. Ela foi a caçula de três irmãos e também morou em Londres durante a adolescência, após seu pai ser transferido. Em 1990, concluiu seu bacharelado em filosofia pelo Williams College, e em seguida, fez uma pós-graduação em filosofia por 11 anos na faculdade de Boston.[3]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Self-Made Man[editar | editar código-fonte]

Lançado em 2006, Vincent conta neste livro sua experiência de viver disfarçada como um homem durante dezoito meses. Ela também concedeu uma entrevista a Juju Chang no programa 20/20 da ABC News e falou sobre suas experiências com homens e mulheres em uma entrevista no programa HARDtalk Extra da BBC.[4] Durante esse tempo, ela se juntou a um clube de boliche masculino, participou de um grupo de terapia para homens, visitou um clube de strip-tease e flertou com mulheres, além de passar um tempo em um mosteiro.[2][5]

Vincent disse que a única vez que foi considerada uma feminista rigorosa foi quando experimentou ser um homem. Desde então, ela entende completamente as vantagens de ser mulher e as desvantagens de ser homem, e afirmou: "Gosto muito de ser mulher. Agora mais do que nunca, porque acho que é um privilégio".

Além disso, Vincent também afirmou que ganhou mais compreensão e empatia pelos homens em suas condições, dizendo que "Os homens passam por dificuldades. Eles têm problemas diferentes das mulheres, mas isso não significa que é melhor ou mais fácil. Eles precisam de nossa simpatia, amor e apoio, especialmente entre eles mesmos, precisam estar unidos".[4][4]

Voluntary Madness[editar | editar código-fonte]

Lançado em 2008, "Voluntary Madness", conta as experiências da autora como paciente internada em três instituições diferentes para tratamento de problemas mentais. Sendo a primeira na ala de um hospital geral da cidade, a segunda em uma clínica particular no centro-oeste dos Estados Unidos, e a terceira, em uma clínica Nova Era.

No livro, ela também fala sobre o problema de pessoas que fingem estar doentes e de outras que se recusam a seguir os tratamentos recomendados pelos médicos, mesmo precisando. Essas pessoas são chamadas de pseudopacientes ou pacientes não-cooperativos.[6]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Vincent era lésbica. Foi casada brevemente com sua parceira, Kristen Erickson, mas logo se divorciaram.[7]

Ela se descreveu como libertária, crítica do pós-modernismo, e do multiculturalismo. Ela também não acreditava que as pessoas trans fossem do sexo qual se identificavam, sendo inclusive acusada de intolerância.[7]

Em um artigo ao jornal The Village Voice, havia escrito: "Isso [ser transgênero] significa a morte do eu, da alma, do bom e velho 'eu' inquestionável e tão amado por Descartes, cujo grande adágio 'penso, logo existo' tornou-se uma piada ontológica na ordem de 'eu conserto, logo existo."

No livro "Voluntary Madness", Vincent relata sua batalha de uma década contra uma grave depressão resistente ao tratamento, indicando que "seu cérebro nunca mais foi o mesmo após iniciado o tratamento com SSRIs". O estresse emocional de manter uma identidade falsa durante a produção de "Self-Made Man" causou-lhe um colapso depressivo, levando Vincent a se internar voluntariamente em uma instituição psiquiátrica fechada.[8]

Vincent morreu por suicídio assistido em uma clínica na Suíça em 6 de julho de 2022, aos 53 anos.[7]

Obras[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Grigoriadis, Vanessa (23 de janeiro de 2009). «Checking In». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 16 de janeiro de 2023 
  2. a b «Book Review - 'Voluntary Madness - My Year Lost and Found in the Loony Bin,' by Norah Vincent - Review - NYTimes.com». web.archive.org. 1 de janeiro de 2015. Consultado em 16 de janeiro de 2023 
  3. «Lyceum Agency - Speakers - Norah Vincent». web.archive.org. 10 de abril de 2015. Consultado em 16 de janeiro de 2023 
  4. a b c News, A. B. C. «A Self-Made Man». ABC News (em inglês). Consultado em 16 de janeiro de 2023 
  5. Staff, Guardian (18 de março de 2006). «Double agent». the Guardian (em inglês). Consultado em 16 de janeiro de 2023 
  6. December 10, Kate Ward Updated; EST, 2008 at 05:00 AM. «Voluntary Madness». EW.com (em inglês). Consultado em 16 de janeiro de 2023 
  7. a b c Green, Penelope (18 de agosto de 2022). «Norah Vincent, Who Chronicled Passing as a Man, Is Dead at 53». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 16 de janeiro de 2023 
  8. Vincent, Norah (22 de maio de 2001). «Welcome to the Transsexual Age». The Village Voice. Consultado em 16 de janeiro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]