98 Aquarelas de Motivos Marajoaras
Tipo | |
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Estatuto patrimonial |
bem tombado pelo DPHAC (d) |
Localização |
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Coordenadas |
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As Aquarelas de Motivos Marajoaras são obras de uma coleção composta por 98 lâminas criada pelo artista plástico Manoel de Oliveira Pastana com referência na flora e a fauna amazônica, que atualmente faz parte do acervo do Museu do Estado do Pará (MEP) situuado na cidade brasileira de Belém (estado do Pará).[1]
Em 1983 a coleção de lâminas foi tombada em nível estadual pelo governo do Pará.[1]
História[editar | editar código-fonte]
No início do século XX, a região Amazônica ainda vivia um relativo isolamento político-econômico do restante do Brasil[1] - situção semelhante ao contexto histórico da Independência do Brasil em 1822, que resultou na Guerra dos Cabanos (1835 e 1840) na então Província do Grão-Pará[2] - devido à distância dos grandes centros brasileiros (que primeiramente foram povoados) e às dificuldades de navegação costeira no estado do Maranhão. Estas dificuldades somadas à falta de conhecimento, gerou para a região uma imagem negativa de um lugar selvagem e insalubre onde o progresso não seria possível.[1] Tal cenário provocou nos intelectuais da região, como Theodoro Braga e Emílio Goeldi, a necessidade de mostrar o lado bom da região através de produções pictóricas e literárias.[1] Emílio Goeldi interessou-se pela construção de um museu, cujas obras foram iniciadas em 1895,[3] planejando a arquitetura de diversos aspectos.[3]
Neste contexto, também surgiu um artista que tomou como tema a Amazônia, chamado Manoel de Oliveira Pastana.[1] Natural da cidade paraense de Castanhal, situada a 75 km da capital do estado do Pará. Com poucos recursos, mudou-se para Belém ainda adolescente, onde trabalhou principalmente como estivador e pintor de placas e,[1] teve a oportunidade de estudar com os mestres Theodoro Braga e Francisco Estrada.[1]
Manoel Pastana, após ficar viúvo, foi contratado pela Marinha do Brasil para desenhar máquinas, quando passou a pintar retratos e paisagens tendo referência na flora e na fauna da Amazônia, além de uma série de desenhos da cerâmica indígena arqueológica e de objetos de arte decorativa.[1]
Os trabalhos, apesar de seu local de origem, apresentam afinidades com a produção francesa do Art Nouveau e ainda compartilham dos ideais modernistas da Semana de 1922.[1]
Em 1935, Manoel Pastana foi convidado a trabalhar na Casa da Moeda Brasileira, situada na cidade do Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1941.[1] Nese período desenhou moedas, notas, selos, apólices, dentre outros trabalhos, os quais tem pouco registro museológico.[1]
Manoel Pastana produzir arte até falecer em 25 de abril de 1984, na cidade do Rio de Janeiro.[1]
Tombamento[editar | editar código-fonte]
A coleção de lâminas (formada por 98 itens) foi tombada pelo Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural do estado do Pará (DPHAC) em 25 de março de 1983.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n IBGE. «Belém – 98 Aquarelas de Motivos Marajoaras, de Manoel Oliveira Pastana». Instituto iPatrimônio. Consultado em 19 de maio de 2023
- ↑ Simões, Denise (2019). Revolução cabana e construção da identidade amazônida (PDF). Pará: Editora da Universidade do Estado do Pará. ISBN 978-85-8458-047-7
- ↑ a b «Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Belém (PA)». Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN ). Consultado em 26 de janeiro de 2022