Saltar para o conteúdo

Casa de Khachen

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Casa de Khachen (em armênio/arménio: Խաչենի տուն, transl. Khach’eni tun) governou Artsaque do século IX ao início do XIX. No século XII, o Principado de Khachen foi dividido em três ramos: Haterque, Tsar (ou Alto-Khachen) e Baixo-Khachen (centrado em Ganzasar). Inicialmente, foram entronizados os príncipes de Haterque. No entanto, após a morte de Haçane II, o ramo de Haterque se exauriu e seus domínios foram divididos entre os Tsar e Baixo-Khachen. E desde o início do século XIII, o trono passou de uma vez por todas para os príncipes do Baixo-Khachen. Nos séculos seguintes, o Principado de Khachen consistia em dois clãs proeminentes: Dopianos (Tsar ou Alto-Khachen) e Haçane-Jalaliã (Baixo-Khachen). Os Haçane-Jalaliã governaram o Principado de Khachen até 1827, após o qual a Casa de Khachen foi extinta.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

As dinastias da Casa de Khachen remontam a Haico e seus descendentes. De acordo com Moisés de Corene e Moisés de Dascurã, o fundador dos principados de Artsaque e Gardamã foi Arrã, filho de Sisaque "da família de Haico".[3] Corene escreve especificamente: “Foi da geração deste Sisaque e ... do famoso e corajoso Arrã, que foi nomeado pelo parta Valarsaces como governante”.[4] De acordo com o testemunho de Calancatuique, os reis da dinastia de Arrã-Xaique de Artsaque-Aluanque [Albânia] descendiam do patriarca Arrã Sisaquiã, até Vachagã III da Albânia (r. 485–523).[5][6] Com base em Corene, Calancatuique, Ganzaca e outros historiadores e fontes, o historiador Bagrate Ulubabian provou a relação sanguínea direta das famílias nobres Haicazúnio, Sisaquiã (Siuni), Arranxaíquida, Vaquitanguiã e Haçane-Jalaliã.[3]

Genealogia da casa real de Khachen:[editar | editar código-fonte]

  • Sal Simbaciã Arranxaique, príncipe do Castelo de Khachen (†854);
  • João;
  • Adanarses, casado com a princesa Esprã Mirraniã;
  • Gregório Hamã, príncipe de Aguanque;
  • Saaque Sevada, príncipe de Gardemã e Parisos (segunda metade do séc. X);
  • Gregório, o Grande;[7]
  • Senaqueribe;[7]
  • Gregório (séc. XI);
  • Vactangue Sacar (†1190).

Ramo Haterque[editar | editar código-fonte]

  • Vactangue Sacar, casado com Chuchique;
  • Haçane, o Religioso (1142-1182)​;[nt 1]
  • Vactangue Tagavorazn (1182-1214), casado com Arzu-catun;
  • Haçane II (1214-1216).[nt 2][nt 3]

Ramo Tsar (Alto-Khachen)[editar | editar código-fonte]

  • Haçane I, casado com Dopa, irmã de Zacar e Ivã Zacariã;[nt 4][nt 5]
  • Gregório I Dopiã;
  • Haçane II (falecido em 1287), casado com Mancã, filha de Curdo I Vachutiã;
  • Gregório II (1287 - meados do séc. XIV), casado com a princesa Aspa Dopiã-Orbeliã;[nt 6]
  • Haçane III (falecido em 1380);[nt 7]
  • Vagrã.[8][nt 8][nt 9]
  • Janxe I;
  • Haçane IV, casado com Tatum, filha de Curdo II Vachutiã;
  • Janxe II (segunda metade do séc. XV);
  • Mirzajã;
  • Melcon.

Ramo do Baixo-Khachen[editar | editar código-fonte]

  • Vactangue Sacar (†1190), casado com Chuchique;
  • Gregório I;
  • Vactangue I (segunda metade do séc. XII), casado com Taguhi, princesa de Siunique;
  • Haçane, o Grande, casado com Mancã;
  • Vactangue Tanguique, casado com Corixá, irmã de Zacar e Ivã Amirspalasar;
  • Haçane-Jalal, príncipe de Khachen e Arrã, rei de Artsaque (1214-1261), casado com Mancã, princesa de Siunique;[nt 10]
  • Ivã Atabeque I (1261-1287);
  • Jalal II (1287 - c.1318);
  • Ivã Atabeque II (†1361);
  • Jalal III (†1431);
  • Agbaste (meados do séc. XV);
  • Saitum;
  • Velichã (até o início do séc. XVI);
  • Merabe, casado com Chahum;
  • Jalal IV (até o início do séc. XVII);[nt 11]
  • Merabe II;
  • Velichã III (†1686);
  • Mulque Beque (†1716);
  • Melique Gregório II;
  • Melique Alaverde I;
  • Melique Beque;
  • Melique Daniel Beque (†1797);
  • Melique Alaverde II (†1827).[9][nt 12]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Depois de governar por quarenta anos, em 1182, Haçane, o Religioso, deixa o poder para seus seis filhos e vai para o mosteiro de Dadivank para se tornar religioso com sua esposa, Mama.
  2. Em 1216, Haçane II foi morto na guerra contra os turcos seljúcidas, que acabou com o ramo Haterque e seu território se juntou ao Tsar.
  3. Em 1216, os territórios de Haterque foram divididos entre o Alto (Tsar) e o Baixo Khachen.
  4. Após sua morte, governou sua esposa Dopa.
  5. Depois de Haçane I e Dopa, o clã também foi chamado de Dopiano.
  6. Depois de Gregório II, o poder dos Dopianos enfraquecerá e estes ficarão sob a suserania dos Haçane-Jalaliã.
  7. De agora em diante, os governantes do Alto-Khachen serão chamados de paron - senhor.
  8. Co-governou junto com seu filho Gregório e com os filhos de seus irmãos mortos, Seiti, filho de Chanche e Tursun, filho Agubugue.
  9. No final do século XV, as possessões do Alto-Khachen foram divididas entre os ramos de Ulubequentes, Aitinentes e Dzhganchentes.
  10. Após o reinado de Hasã-Jalal, o clã foi chamado de Hasã-Jalaliã.
  11. Em 1603, vários melicados foram formados no território do principado de Khachen.
  12. Após a morte de Melique Alaverde, o principado de Khachen é extinto.

Referências

  1. «Улубабян Баграт Аршакович — Энциклопедия фонда «Хайазг»». ru.hayazg.info. Consultado em 23 de fevereiro de 2024 
  2. «Раффи - Меликства Хамсы». armenianhouse.org. Consultado em 23 de fevereiro de 2024 
  3. a b Akopov, Arkadi (22 de julho de 2021). «Բերդագրակի գավառի բնակչության ազգային կազմը XVI-XVIII դարերում». Գիտական աշխատություններ: 19–29. ISSN 1829-4316. doi:10.52971/18294316-2021.1-17. Consultado em 23 de fevereiro de 2024 
  4. Վարդանյան, Հռիփսիմե (28 de dezembro de 2023). «Արարատ ԱՂԱՍՅԱՆ, Արվեստի պատմություն. կերպարվեստ, գիրք երկրորդ, Երևան, «Արմավ», 2022, 308 էջ:». Journal of Art Studies: 266–271. ISSN 2579-2830. doi:10.54503/2579-2830-2023.1(9)-266. Consultado em 23 de fevereiro de 2024 
  5. Գաբրիելյան, Գ. Ս.; Մկրտչյան, Ա. Լ. (2022). «Թզենու որոշ սորտերի ագրոկենսաբանական գնահատումը». Biological Journal of Armenia (3): 52–67. ISSN 0366-5119. doi:10.54503/0366-5119-2022.74.3-52. Consultado em 23 de fevereiro de 2024 
  6. Hacıbaba qızı Mehdiyeva, Gülbəniz (24 de março de 2021). «Ancient rivers of the Albanian country by Musa Kalankatuklu's work "History of Alban"». SCIENTIFIC WORK (3): 37–42. ISSN 2663-4619. doi:10.36719/2663-4619/64/37-42. Consultado em 7 de março de 2024 
  7. a b B. Ulubayan. História de Artsakh desde o início até os dias atuais. -Er., 1994. -P. 59.
  8. B. Ulubayan. História de Artsakh desde o início até os dias atuais. - Er., 1994. - P. 121.
  9. «Раффи - Меликства Хамсы». armenianhouse.org. Consultado em 9 de junho de 2024