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Dinheiro Negro

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Black Money
Dinheiro Negro (PT)
BlackMoney.JPG
capa da primeira edição
Autor(es) Ross Macdonald
Idioma inglês
País USA
Género Romance policial
Série Lew Archer
Editora Alfred A. Knopf
Lançamento 1966
Cronologia
The Far Side of the Dollar
The Instant Enemy

Dinheiro Negro, Black Money no original em inglês, é um romance policial do escritor de ficção de mistério norte-americano Ross Macdonald. Publicado em 1966, inclui-se entre os mais aclamados de todos os romances de Ross Macdonald que o considerava o seu melhor livro.[1]

Resumo[editar | editar código-fonte]

O enredo é tipicamente intrincado: Peter Jamiesen, o namorado abandonado da ex-rica Virgínia Fablon, contrata o detetive Lew Archer para investigar o passado de Francis Martel, um homem cuja riqueza tem origem misteriosa, e se apresenta com antecedentes grandiosos e fazendo ameaças violentas. Virgínia e Martel casam-se após a chegada de Archer. As investigações subsequentes levam Archer desde uns sem-abrigo até aos ricos, uma pesquisa que se encontra noutros romances de Macdonald. Archer liga Martel e Fablon a antigas dívidas de jogo e um suicídio que pode ter sido um assassinato.

Exceto em breves incursões em Las Vegas (o título refere-se ao dinheiro camuflado pelos operadores de cassino para evitar impostos) e nos arredores de Los Angeles, a ação decorre em Montevista. Montevista é caracterizado como sendo uma zona rica, com clubes privados, casas vistosas e clínicas médicas exclusivas. As movimentações do enredo, no entanto, vão para lá da Califórnia, estendendo-se à América Central e à Europa, cujas culturas e economias são apresentadas como inextricavelmente ligadas à vida americana.

Estilo[editar | editar código-fonte]

Acerca deste romance, Macdonald referiuu que passou cerca de vinte anos pensando e tomando notas para o Black Money. Foi "o livro que mais longamente tive em mente antes de escrevê-lo". Ele também mencionou como influências formativas a visita ao Panamá como marinheiro em 1946 e O Grande Gatsby (1925), de F. Scott Fitzgerald;[1] não é por acaso que Fitzgerald é mencionado uma vez no próprio texto.

Matthew Bruccoli traça um paralelo entre os temas de Fitzgerald e o romance de Macdonald. O pobre rapaz cujo amor por uma 'garota deslumbrante' o inspira a tentar elevar-se ao nível dela, às vezes por meios duvidosos; e além disso "o efeito do dinheiro, tanto para aqueles que o têm como para quem, por quaisquer motivos, o quer".[2]

Escrito num estilo discreto, com humor moderado e aforismos ocasionais ("O que fazes aos outros, fazes a ti mesmo. Essa é a inversa da regra de ouro"), Black Money mantém o ritmo de um thriller ao mesmo tempo que manipula a compreensão pelo leitor dos personagens de modo a torná-los ícones dos seus tipos e desnudar os seus tropos psicológicos e dimensões morais.[carece de fontes?] Tal como em Fitzgerald, a superfície brilhante esconde a corrupção subjacente. A compressão da escrita aumenta a sua força emotiva, especialmente na complexa cena final, que, sem ter o "choque" (para usar a própria palavra do autor) de O Calafrio (The Chill, 1964), tem uma força em crescendo que lhe confere ainda maior poder — o de uma tragédia. 

Edições em português[editar | editar código-fonte]

  • Ross MacDonald, Dinheiro Negro, tradutor Fernanda Cadete de Almeida, Abril Controljornal Edipresse, Biblioteca Visão, Coleção Lipton, 2001, ISBN 972-611-697

Fontes[editar | editar código-fonte]

Tom Nolan, "Gatsby as noir: The genesis of Ross Macdonald's Black Money", Library of America, 14 de julho de 2017

Referências

  1. a b Citado em Nolan 2017
  2. "Gatsby's long shadow" in New Essays on The Great Gatsby, Cambridge University 1985, pp.32-3