Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção (Viçosa do Ceará)
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção | |
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Fachada da Matriz antes da restauração (1995) | |
Diocese | Diocese de Tianguá |
Geografia | |
País | Brasil |
Coordenadas |
A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção é um templo católico construída nos séculos XVII e XVIII situada no município de Viçosa do Ceará, estado do Ceará. Foi construída por índios e jesuítas[1][2] e, durante os séculos XVII e XVIII, foi a Igreja da Ibiapaba, sendo uma das mais antigas igrejas cearenses.[3][4]
História[editar | editar código-fonte]
O dia 15 de agosto de 1700 é considerado o dia da fundação da aldeia da Ibiapaba, que viria a ser a cidade de Viçosa. Habitavam a localidade quatro tribos indígenas, os Camocins, os Anacés e os Ararius do grupo Tapuia, além dos Tabajaras do grupo Guarani. Nessa época a igreja estava sendo construída, ao lado da residência dos Padres, que era de madeira e barro, coberta de folhas de palmeiras, colocou-se na Igreja a imagem de Nossa Senhora da Assunção, hoje no Museu Diocesano de Sobral e fez-se uma festa de três dias, segundo carta assinada pelos Padres Ascenso Gago e Manuel Pedroso.[5]
Em 1759 o templo estava construído, conforme descrito no ofício do emissário da coroa Lobo da Silva ao Ministro da Corte-Real datada de 22 de maio de 1759[5]:
“ | "A igreja da aldeia da Ibiapaba estava fundada em uma planície no alto da serra, e com 40 palmos de intervalo seguia-se-lhe a habitação dos missionários. Tinha ela de comprido do arco ou cruzeiro à porta principal 110 palmos de vão e de largo 45 palmos. A capela-mor tinha 41 palmos de comprido e 31 de largura e a tribuna 10 palmos de comprido de forma que era quadrado o corpo da capela-mor da face da tribuna para baixo. Para se poder ir ao trono era preciso passar pelas portas que havia nas duas sacristias de um e outro lado em paralelo com a capela-mor. Tinha o altar principal 13 palmos de comprido, e subia-se a ele por 5 degraus de madeira. Ornavam-no as imagens de Santo Antônio, S. José, S. Francisco Xavier e Santo Inácio de Loiola. Nos altares laterais viam-se Santa Ana e N.ª Sª, de rara perfeição, e o arcanjo S. Miguel. O coro estendia-se por toda largura da igreja sobre 17 palmos de comprimento e tinha 2 janelas botando para a rua. As 2 sacristias tinham o comprimento da capela-mor e de largura cada uma 20 palmos ambas com portas para o corpo da igreja e para a rua e ambas com janelas para a cerca dos Rev. Padres. Ao lado ficavam o presbitério com suas paredes de pedra de alvenaria e um pequeno cemitério com 78 palmos de comprido e 45 de largura ostentando na extremidade uma elegante cruz de pau. Aos lados da Igreja estendiam-se em 3 carreiras as casas ou antes as cabanas cobertas e feitas de palha, que compunham a aldeia, cujos habitantes eram tabajaras,6 anacés, cariús e coaçus ou camaçus. Estes mui desprezados das outras tribos e constantemente a revoltarem-se contra os tabajaras, que os traziam subjugados. Não havia muito que os padres tinham construído aí o seu hospício. É fato que para ereção dele haviam sido expedidas ordens desde os tempos de el-Rei D. Pedro, mas só tiveram elas execução decorridos muitos anos." | ” |
Tombamento e restauração[editar | editar código-fonte]
De modo geral a igreja permaneceu com as características originais, o altar-mor é original do século XVII, e mesmo tendo acontecido vários desmoronamentos no corpo da igreja a estrutura central foi mais ou menos preservada. A igreja foi tombata pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 2002.[6] Foi com base no documento citado acima que o IPHAN e o Governo do Estado do Ceará iniciaram a restauração em 2005[7] e concluída em 2006,[2] devolvendo a igreja para a comunidade com o aspecto original aproximado, não obstante haver modificado elementos que foram adicionados ao longo de três séculos, como por exemplo os altares laterais de 1908, que foram demolidos, substituindo-se por nichos modernos de aço pouco condizentes com o panorama global. O resgate da estrutura antiga também atingiu o teto e o piso, assim como os painéis pintados do forro em madeira da capela-mor. O assoalho da capela-mor foi rebaixado, e mantidos os degraus em madeira e piso com antigas tijoleiras. Já os altares do centro e dos corredores foram demolidos, e as imagens postas em suportes.[2]
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ «Turismo - Acervo Arquitetônico de Viçosa do Ceará». Consultado em 7 setembro 2009
- ↑ a b c «Jornal O Povo (Fortaleza)- Reforma termina em dezembro». 25 de novembro de 2006. Consultado em 7 setembro 2009[ligação inativa]
- ↑ «Viçosa do ceará - ponto de encontro dos conterrâneos». Consultado em 7 setembro 2009
- ↑ http://WikiMapia.org/3012470/pt/Igreja-de-Nossa-Senhora-de-Assunção
- ↑ a b «Viçosa do Ceará - Igreja da Ibiapaba do Século XVII». 1 agosto 2008. Consultado em 7 setembro 2009
- ↑ http://www.vicosadoceara.com/turismo/setumaindex.htm
- ↑ «Jornal O Povo (Fortaleza)- Obra da igreja de Viçosa sertá concluída em julho». 31 de março de 2006. Consultado em 7 setembro 2009