Nossa Senhora da Anunciada

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Portugal Nossa Senhora da Anunciada 
  Freguesia portuguesa extinta  
Rua no Troino com a Igreja da Anunciada ao fundo
Rua no Troino com a Igreja da Anunciada ao fundo
Rua no Troino com a Igreja da Anunciada ao fundo
Símbolos
Brasão de armas de Nossa Senhora da Anunciada
Brasão de armas
Localização
Mapa
Mapa de Nossa Senhora da Anunciada
Coordenadas 38° 31' 20" N 8° 54' 57" O
Município (s) atual (is) Setúbal
Freguesia (s) atual (is) Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça)
História
Extinção 2013
Características geográficas
Área total 27,02 km²
Outras informações
Orago Nossa Senhora da Anunciada

A Freguesia de Nossa Senhora da Anunciada é uma antiga freguesia portuguesa do do Município de Setúbal a qual tinha uma área de 27,02 km², uma população de 13 738 habitantes (2011) e, por isso, uma densidade populacional de 508,4 hab/km² (2011).

Foi extinta (agregada), em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada às freguesias de São Julião e Santa Maria da Graça, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça).[1]

O seu território era uma parcela da cidade de Setúbal e englobava os bairros de Bracanes, Reboreda, Pescadores, Palhavã, João Ferreira, Casal das Figueiras, Viso, Troino, Montalvão e Saboaria. Enquanto unidade geográfica de recenseamento, contava em 2001, com 13 771 eleitores inscritos.

População[editar | editar código-fonte]

População da freguesia de Setúbal (Nossa Senhora da Anunciada) [2]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
4 323 5 085 6 012 7 859 9 732 14 000 14 902 14 779 14 139 15 178 13 929 19 287 16 401 16 092 13 738

Nos censos de 1920 a 1940 figura como Marquês de Pombal. Esta denominação foi-lhe dada pelo decreto nº 1.716, de 7 de julho de 1915, passando a ter a actual designação pelo decretonº 35.927, de 1 de novembro de 1946

Distribuição da População por Grupos Etários
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 2 037 2 063 8 500 3 492 12,7% 12,8% 52,8% 21,7%
2011 1 807 1 292 7 198 3 441 13,2% 9,4% 52,4% 25,0%

Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4%

Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0%

História[editar | editar código-fonte]

Esta antiga freguesia foi criada em 14 de Março de 1553, por desanexação da antiga freguesia de São Julião, no entanto, a ocupação humana desta área, denominada Troino, remonta à Antiguidade, com particular incremento durante o período romano.

Os romanos que se estabeleceram nesta zona, a partir de finais do século I a.C., dotaram, também, este núcleo urbano de complexos industriais de salga de peixe, na Comenda, junto à margem esquerda da Ribeira da Ajuda.

Após o estabelecimento da Ordem de Santiago nas vizinhas povoações de Alcácer do Sal e Palmela, no século XIII, Setúbal foi repovoada progressivamente pela zona baixa que se estende até ao Troino, contribuindo para o desenvolvimento de actividades ligadas à pesca, exploração e comércio de sal.

Conta-se que, por volta de 1260, a imagem de Nossa Senhora apareceu a uma pobre mulher que procurava fragmentos de madeira para a fogueira, dando origem, em 1368, à criação da Confraria da Anunciada.

A crença neste milagre e a devoção à santa levaram à construção da Igreja da Confraria, no local onde, supostamente, aconteceu o milagre, e que mais tarde serviu de igreja paroquial.

Muitas construções foram crescendo, entre os séculos XIV e XVI, como a Torre do Outão, em 1390, para protecção do porto, os conventos de S. Francisco, em 1410, e o de Jesus, em 1490, e, cem anos mais tarde, o Forte de S. Filipe.

O Troino desenvolveu-se ao longo dos séculos XV e XVI, estendendo-se, junto ao mar, desde o Sapal de Troino, actual Largo de Jesus, até à Fonte Nova.

Foi na casa n° 49-51 da Rua de Coina, nesta freguesia, que nasceu a grande cantora lírica Luísa Todi, em 9 de janeiro de 1753.

Sofreu grandes alterações com o terramoto de 1755, tendo a igreja paroquial ficado destruída. A paróquia passou para a capela do Outeiro da Saúde, onde se manteve até 1878, quando passou para a igreja do extinto Convento de Santa Teresa, onde se mantém até hoje.

Porém, um novo abalo sísmico veio a assolar a população, a 11 de Novembro de 1858, reduzindo a escombros casas e bens.

A indústria conserveira trouxe, entre meados do século XIX e início do século XX, grande empregabilidade às gentes de Troino, resultado do aumento do número de fábricas de conserva de peixe.

Com o aumento da população, que procurava trabalho nestas fábricas, a Câmara Municipal aprovou, em 1886, um projecto de construção de um novo bairro, na Praia do Penedo, para albergar os pescadores.

Os industriais construíram moradias na nova artéria da cidade, a Avenida Luísa Todi, e nos largos limítrofes, como o Palácio Feu Guião, no Largo da Fonte Nova, e o Palácio Botelho Moniz, no Outeiro da Saúde.

Com a Implantação da República, o nome da freguesia foi mudado para Marquês de Pombal, em 1915, retomando o seu nome original com a queda do regime.[3]

Património[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências