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Conceptismo

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Conceptismo, também chamado de Consentidualismo, é uma vertente literária do estilo barroco surgida em meados do século XVII na Espanha. Seu maior representante é o espanhol Quevedo[1] (1580-1645), em obras como Sueños y discursos; tendo também um nome de grande expoente no barroco da língua portuguesa: o padre luso-brasileiro António Vieira (1608-1697), famoso pelos seus sermões.

A literatura conceptista é marcada pelo jogo de ideias (conceitos), onde é construído um raciocínio lógico, racionalista, com retórica aprimorada. Muitas vezes são buscadas respostas para um fenômeno que antes eram atribuídos à obra de Deus.

Repare-se na busca de compreensão de um fato nesse trecho da poesia "Ao Braço do Mesmo Menino Jesus Quando Appareceo", de Gregório de Matos:

O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.


Algumas figuras de linguagem são muito usadas nas obras literárias conceptistas, a saber:

  • Silogismo: É uma dedução que se tira de duas ou mais proposições. Exemplo: "Todo ser humano é mortal (proposição); eu sou um ser humano; logo, sou mortal."
Observe o uso de silogismo neste verso de Gregório de Matos:

Mui grande é o Vosso amor e o meu delito;
Porém pode ter fim todo o pecar,
E não o Vosso amor, que é infinito.
Essa razão me obriga a confiar
Que, por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar.

No trecho acima, Gregório de Matos afirma em uma proposição que o infinito amor de Deus salva o pecador; depois ele afirma ser um pecador; assim, ele espera ser salvo.

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  1. Chevalier, Maxime (1976). «Cuentecillos y chistes tradicionales en la obra de Quevedo. Contribución a una historia del conceptismo». Nueva Revista de Filología Hispánica (1): 17–44. ISSN 0185-0121. Consultado em 7 de fevereiro de 2022