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Desidério Aytai

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Desidério Aytai (Budapeste, Hungria, 1905Monte Mor, São Paulo, Brasil, 1998) foi um antropólogo húngaro radicado no Brasil.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Em sua época, a Real Universidade Húngara não dispunha de curso para formar antropólogos, e Desidério seguiu vários cursos em busca de sua formação. Antropólogo e engenheiro mecânico, trabalhou na construção de pontes, locomotivas e publicou diversos trabalhos sobre cálculo das curvas econômicas das linhas férreas, da determinação teórica do chamado fator de Poissant de aços, além de um livro de mecânica para uso de aprendizes técnicos. Foi o vencedor de um concurso literário sobre vibrações da corda de aço dos elevadores.

Em 1931 casou com Elisabeth Lazár, pianista e organista com um currículo musical onde constavam concertos clássicos de Buxtehude, Bach e Chopin.

Pelo fato de falar vários idiomas, após a Segunda Guerra Mundial foi convidado para o serviço diplomático, trabalhando em Paris, Washington D.C. e Roma, e em 1948 imigrou para o Brasil. Iniciou assim suas pesquisas nos sambaquis do litoral sul paulista, fazendo pequenas exposições em sua casa e em escolas.

Em 1963 foi convidado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCC) para ocupar a cadeira de Antropologia nos três primeiros anos no curso de Ciências Sociais. Trabalhou em várias faculdades como professor e pesquisador, inclusive na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Trabalhou também como engenheiro na Merck Sharp e Dohme, General Electric.

Após aposentar-se, fundou na PUCC a Faculdade de Engenharia, sendo o primeiro diretor da mesma. Passou a se dedicar à pesquisa, tendo organizado expedições aos índios Xavante, Bororo, Paressi, Guarani, Karajá, Halótessu da Serra Azul, Sararê, Galeras, Mamaindê, com filmagens e pesquisas de interesse científico.

Trabalhou em dois museus na Hungria, no museu da Smithsonian Institution em Washington D.C., no Musée de l'Homme em Paris, no Museu do Vaticano em Roma.

Desidério faleceu em 24 de junho de 1998, aos 93 anos.

Obras[editar | editar código-fonte]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. A denominação do museu de Monte Mor se deve ao fato de ter sido Elizabeth Aytai quem encontrou a primeira urna funerária na aldeia tupi, com 800-1000 anos de idade, em Monte Mor. Ela acompanhou o marido muitas vezes, nas expedições aos índios, falecendo em 1990, aos 84 anos

Referências

  • AYTAI, Desidério (2007). Autobiografia. Página da Prefeitura de Monte Mor. [S.l.: s.n.] 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Hartmann, Thekla. 1988. Bibliografia de Desidério Aytai. Revista do Museu Paulista, Nova Série, v. XXXIII, p. 165-167. São Paulo: Museu Paulista. (Textos de Etnologia em homenagem ao Prof. Dr. Desidério Aytai)
  • Price, David. 1988. Desidério Aytai: o engenheiro como etnógrafo. Revista do Museu Paulista, Nova Série, v. XXXIII, p. 161-164. São Paulo: Museu Paulista. (Textos de Etnologia em homenagem ao Prof. Dr. Desidério Aytai; Tradução de Thekla Hartmann)