María Abella

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María Abella
Nascimento 28 de setembro de 1866
San José
Morte 5 de agosto de 1926 (59 anos)
Los Angeles
Cidadania Uruguai, Argentina
Ocupação jornalista, política, professora, suffragette, escritora

María Abella de Ramírez (28 de setembro de 1866[1]5 de agosto de 1926) foi uma professora, jornalista, escritora e feminista uruguaia.[carece de fontes?] É conhecida por sua importância na luta pelos direitos das mulheres na Argentina no início do século XX.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

María Abella nasceu em San José, Uruguai, em 1866. Viveu a maior parte de sua vida na Argentina, onde se graduou como maestra na Escuela Normal de Señoritas da cidade de La Prata, em 1894.

Em 1900, começou seu trabalho como jornalista no El Día, usando o pseudônimo de Virginia.[3][4]

Em 1902, Abella fundou o jornal Nosotras, "publicação feminista que abordava questões bastante avançadas para a época". Outras dirigentes socialistas locais, como Camila Burgos Mayer, e mulheres anarquistas, como Virginia Bolten, também escreveram em Nosotras.[5]

Desde a fundação de Nosotras, Abella escreveu textos apoitando as lutas dos liberais nos arredores da ensenhada de Barragán, que pressionavam o clero local a criar uma escola pública, bem como promoveu a fundação de uma casa de acolhimento para crianças abandonadas em La Plata, a criação de escolas noturnas para mulheres operárias e difundiu diversasas atividades culturais e educativas realizadas em La Plata.[6] Além disso, Abella defendia frequentemente o direito da mulher não só ao seu papel como mãe, mas a exigir também liberdade, renda própria e educação: "Se a mulher se tornar tão bem educada quanto o homem em todos os aspectos, ela não se conformará mais com a obediência passiva e protestará sempre que lhe imputem o motivo do pecado.[7]

Em Nosotras, Abella também teceu críticas ocasionais quanto ao programa socialista sobre o trabalho das mulheres, pois o considerava protecionista e regulatório, como na questão em que buscava estabelecer licenças específicas devido à maternidade, o que Abella acreditava ser algo que iria dificultar o acesso e permanência da mulher no mercado trabalhista.[8][9]

Em 1903, ela apoiou a criação de um centro feminista, e em 1905 organizou a Liga Feminista Nacional da República Argentina, uma ramificação da Aliança Internacional para o Sufrágio da Mulher, sediada em Berlim.[10]

Em 1906 publicou a coleção de ensaios En pos de la justicia, que reverberou as inquietudes do movimento feminista da época, e participou do Congresso Internacional de librepensadores sediado em Buenos Aires, onde apresentou um "Plan mínimo de reivindicaciones femeninas", enunciando questões que considerava reformas indispensáveis para assegurar a igualdade entre gêneros: igualdade de educação, de empregos e salários, o direito para a mulher casada de administrar os próprios bens, divórcio, fim das prisões feministas do Bom Pastor e igualdade de direitos políticos.[11][12]

Em 1908 é criada a Liga Nacional do Librepensamiento, da qual María Abella se transforma em uma de suas principais promotoras na cidade de La Prata, junto aRafael Sapata, Agustín Álvarez e o socialista Enrique Do Vale Iberlucea.[13][14]

Em 1909, junto com Julieta Lanteri, fundou a Liga Nacional de Mujeres Librepensadoras. Em 1910, fundou o jornal La Nueva Mujer, um porta-voz da Liga Feminista Nacional, e a seção argentina da Federação Feminina Panamericana.[15] Em 1911, impulsionou a criação da seção uruguaia dessa organização, que teve sede no Ateneu de Montevidéu.[16]

Em 1915, participou de uma discussão marcada por "uma polémica áspera junto ao bispo da cidade sobre os direitos da mulher";[6] e fundou, junto ao professor Ricardo Calatroni, a Asociación Liberal Agustín Álvarez.

Abella se casou com Leonardo Jardí, de quem ficou viúva. Em seu segundo casamento, casou-se com o escritor uruguaio Antonino Ramírez. Abella morreu em 1926.[17]

Referências

  1. «María Abella de Ramírez - autores.uy». autores.uy 
  2. «El estruendo de una historia silenciosa - Brecha». Brecha (em espanhol). 9 de março de 2018. Consultado em 6 de novembro de 2018 
  3. «Muestra sobre las primeras luchas de las mujeres uruguayas por sus derechos | Intendencia de Canelones». www.imcanelones.gub.uy (em espanhol). Consultado em 6 de novembro de 2018 
  4. www.eldia.com, Diario El Dia de La Plata. «Diario El Dia de La Plata www.eldia.com». www.eldia.com (em espanhol). Consultado em 31 de julho de 2021 
  5. «Efemérides Feministas: semana 25 al 30 septiembre». Revista Emancipa (em espanhol). 25 de setembro de 2017. Consultado em 31 de julho de 2021 
  6. a b La tradición laica en la ciudad universitaria: El movimiento librepensador en La Plata (1896-1919)
  7. Revista Nosotras, Año II, N°41, La Plata, 1903, página 427.
  8. «Mujeres, día por día - Revista Nosotros». Consultado em 6 de novembro de 2018 
  9. «Historia del Feminismo en Uruguay. – Critica.cl». critica.cl (em espanhol). Consultado em 6 de novembro de 2018 
  10. «Las pioneras del feminismo en la Argentina» (em espanhol). Consultado em 6 de novembro de 2018 
  11. En este Congreso también participó Alicia Moreau de Justo
  12. «Los caminos del feminismo en la Argentina: historia y derivas | Voces en el Fenix». Voces en el Fénix (em espanhol). Consultado em 6 de novembro de 2018 
  13. «¿Feminismo o feminismos? Una mirada histórica al uso de la voz en el Uruguay del Novecientos | Debates estratégicos | Uruguay | Hemisferio Izquierdo». Debates estratégicos | Uruguay | Hemisferio Izquierdo (em inglês). Consultado em 6 de novembro de 2018 
  14. «PressReader.com - Connecting People Through News». www.pressreader.com. Consultado em 6 de novembro de 2018 
  15. «Feministas y masones». Pagina 12. 24 de agosto de 2008. p. https://www.pagina12.com.ar. Consultado em 22 de fevereiro de 2018 
  16. Sanchez, Ana. «Julieta Lanteri: "La mujer debe luchar para conseguir la realización de sus derechos"». La Izquierda Diario (em espanhol). Consultado em 6 de novembro de 2018 
  17. «María Abella: La denominada maragata más transcedente». www.villacrespomibarrio.com.ar. Consultado em 6 de novembro de 2018 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Nari, Marcela M. A. (2004). Políticas de maternidad y maternalismo político: Buenos Aires, 1890-1940 (em espanhol). Buenos Aires: Biblos. ISBN 978-9507864254 
  • Daniel De Lucía (1997). «Movimiento librepensador y cuestión femenina (1895-1920)». Desmemoria (16) 
  • Historia de los intelectuales en América Latina (em espanhol) 1 ed. Buenos Aires: Katz. 2008. ISBN 978-8496859364 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]