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Pato-de-bico-vermelho

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaPato-de-bico-vermelho
Macho
Macho
Fêmea
Fêmea
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Anseriformes
Família: Anatidae
Género: Netta
Espécie: N. rufina
Nome binomial
Netta rufina
Pallas, 1773
Distribuição geográfica

Netta rufina - MHNT

O pato-de-bico-vermelho (Netta rufina) é um grande pato mergulhador, da família Anatidae, nativa da Eurásia e norte da África. O macho é facilmente identificável pela cabeça cor-de-laranja e pelo bico vermelho-vivo, enquanto a fêmea é acastanhada.[1]

Taxonomia e Etimologia[editar | editar código-fonte]

O nome científico tem duas origens, enquanto Netta vem do grego e significa "pato", a palavra rufina deriva de "rufus", que vem do latim, e significa "ruivo".[2]

A espécie foi descrita pelo zoólogo alemão Peter Simon Pallas, em 1773, como Anas rufina, que em latim significa "pato vermelho", fazendo referência à cor da cabeça dos machos. Depois foi realocado no gênero Netta, criado por Johann Jakob Kaup, em 1829.[3] É uma espécie monotípica, ou seja, não existem subespécies reconhecidas.[4]

Habitat[editar | editar código-fonte]

Costumam se reproduzir ao longe de pântanos e lagos das planícies ao sul da Europa, estendendo-se desde as estepes e áreas semidesérticas do Mar Negro até a Ásia Central e a Mongólia. Passam o inverno no subcontinente indiano e também na África. Tem um comportamento migratório, sendo que as aves do norte passam o inverno mais ao sul, no norte africano.

Nas ilhas britânicas a situação dos patos-de-bico-vermelho é confusa, uma vez que houve muita fuga e soltura deliberada ao decorrer dos anos, assim como é natural a visita das aves vindas do continente. É provável que a população local seja de aves fugitivas que se adaptaram à natureza, onde se reproduziram e formaram uma população selvagem bem-sucedida.

Este pato distribui-se pelo centro e sul da Europa mas a sua distribuição é muito fragmentada. Em Portugal ocorre sobretudo no Alentejo, mas de uma forma geral pode ser considerado pouco comum.

Características[editar | editar código-fonte]

Os machos adultos costumam ter a cabeça arredondada de cor castanho-avermelhado, seu peito é tomado de penas pretas e seu bico é vermelho, enquanto seus flancos são cobertos de penas brancas, o dorso de penas marrons e sua cauda é preta. A fêmea por sua vez é majoritariamente castanho-claro, com o dorso e cabeça mais escuros, enquanto o rosto tende a ser mais acinzentado. Medem entre 45 e 54cm de largura e entre 85 e 92cm de envergadura, pesando entre 800g e 1,5kg. São aves gregárias, que formam grandes bandos durante o inverno, muitas vezes se misturando a outros patos mergulhadores, como o Zarro-comum.

Alimentam-se principalmente de plantas aquáticas, incluindo raízes e sementes, complementando sua dieta com invertebrados como moluscos e pequenos anfíbios e peixes.[5]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

A época de reprodução é entre Abril e Agosto, período onde esses patos costumam construir seus ninhos às margens dos lagos, escondidos entre a vegetação, onde põem entre 8 e 12 ovos de cor verde-claro. A incubação leva entre 26 e 28 dias. Enquanto as fêmeas incubam os ovos e cuidam dos filhotes, os machos mudam suas penas por completo, perdendo a capacidade de voo durante um mês, período que passam a maior parte do tempo escondidos entre a vegetação. As fêmeas realizam a muda um mês depois, quando seus filhotes estão ganhando as penas.[5]

Conservação[editar | editar código-fonte]

A população nidificante desta espécie encontra-se listada no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal com o estatuto de Em Perigo. A população invernante tem o estatuto de Quase Ameaçado.

Referências

  1. «Netta rufina» (em inglês). ITIS (www.itis.gov) 
  2. James A. Jobling (2010). «The Helm dictionary of scientific bird names» (em inglês). A&C Black Publishers. Consultado em 7 de junho de 2024 
  3. Zoo Nomen (2022). «Anseriformes». Zoonomen.com. Consultado em 7 de junho de 2024 
  4. Frank Gill y David Donsker (2024). «Screamers, ducks, geese, swans» (em inglês). IOC World Bird List versión 5.1. Consultado em 7 de junho de 2024 
  5. a b International Union for Conservation of Nature and Natural Resources (2023). «Red-crested Pochard» (em inglês). IUCN Redlist. Consultado em 7 de junho de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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