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Plataforma Já Marchavas

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Plataforma Já Marchavas
Fundação 2018
Sede Viseu
Ideologia Direitos humanos e igualdade de género
Site Página oficial

A Plataforma Já Marchavas é um movimento cívico português sedeado na cidade de Viseu, destinado principalmente à promoção de causas ligadas aos direitos humanos e igualdade de género.

1.ª Marcha Pelos Direitos LGBTI+ de Viseu

Descrição e história[editar | editar código-fonte]

Desobedoc Viseu 2018 - Cinema Ícaro

A plataforma tem as suas raízes numa manifestação que teve lugar em Viseu em 15 de Maio de 2005, para protestar contra o assédio de que estava a ser alvo a comunidade LGBTI+ local.[1][2] Foi criada no sentido de coordenar o evento anual da Marcha LGBTI+ de Viseu,[3] cuja primeira edição foi em Outubro de 2018, com o apoio de várias associações do Porto, Bragança, Vila Real e Coimbra, tendo reunido mais de mil pessoas.[4] Esta foi a primeira marcha deste tipo na cidade de Viseu.[5] Destaca-se principalmente o evento de 11 de Outubro de 2020, por ter sido a primeira manifestação pública nesse ano a favor dos direitos humanos, devido aos efeitos da Pandemia de Covid-19,[6] tendo sido classificada pelo jornal Público como «um acto de resistência e de resiliência».[1]

Além da marcha anual, a plataforma também marcou presença noutros eventos deste género, tendo por exemplo sido responsável pela coordenação de uma greve feminista em Viseu em 8 de Março de 2019,[7] como parte de um movimento maior que foi organizado em várias cidades do país.[8] Nesse mês, vários membros da plataforma assistiram à leitura do acórdão judicial sobre um polémico caso de violência doméstica, tendo criticado duramente a decisão do tribunal de Viseu de absolver o alegado agressor. António Gil comentou aos jornalistas que «Se uma mulher tiver autonomia financeira, se for reconhecida como uma pessoa com determinados atributos, então parece não ter os mesmos direitos que as outras mulheres e que todas as mulheres deveriam ter».[9]

Em Junho de 2020, organizou uma marcha contra a violência ligada ao racismo, e que foi motivada pela morte do afro-americano George Floyd, durante uma operação policial nos Estados Unidos da América.[10] Em Novembro de 2021, no âmbito das comemorações do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, expôs um monumento composto por 23 mantas de retalhos, cada uma em memória de uma mulher assassinada em Portugal nesse ano.[11][12]

Em Abril de 2023, a plataforma instalou um mural alusivo à Revolução de 25 de Abril de 1974 nas imediações da esquadra da Polícia de Segurança Pública, em Viseu.[13] Também nesse mês, um dos membros da Plataforma Já Marchavas, José Lopes, foi entrevistado pelo jornal Diário de Notícias sobre os graves problemas de habitação no país, tendo afirmado que as rendas tinham aumentado cerca de 54% entre 2018 e 2022, e apontado o crescente problema da especulação imobiliária em Viseu, com «3461 casas vazias», que não eram «devolutas», mas «propriedade de fundos imobiliários, estão prontas a habitar». Afirmou igualmente que «a estratégia local de habitação de Viseu identifica 1121 pessoas a viver em condições indignas, e 89 agregados sem condições de habitabilidade, além de termos 108 barracas ou semelhantes. A empresa municipal de habitação (Habisolvis) recebeu 250 pedidos de habitação de emergência no ano de 2021. Sem contar que 8,2% das casas do concelho estão sobrelotadas, segundo os últimos censos».[14]

Uma das figuras mais destacadas ligadas à Plataforma Já Marchavas é a psicóloga Bárbara Xavier, que foi cabeça de lista do Bloco de Esquerda pelo círculo eleitoral de Viseu, nas Eleições legislativas de 2019.[15]

3.ª Marcha de Viseu Pelos Direitos LGBTI+ (Rossio)
Marchas, Greves e Manifestações realizadas até ao momento pela Plataforma Já Marchavas:
Ano Ação Lema Data Número de Participantes (estimativa)
2018 Já Marchavas! - 1.ª Marcha Pelos Direitos LGBTI+ de Viseu 07 de outubro 1000
2018 Encontro: Pela Democracia, contra o Ódio no Brasil 25 de outubro 100
2018 Marcha Pela Eliminação Da Violência Contra As Mulheres 25 de novembro 100
2019 Concentração Feminista - 8M 08 de março 150
2019 Greve Climática Estudantil de Viseu 24 de maio 600
2019 Greve Climática Global de Viseu 27 de setembro 650
2019 2.ª Marcha de Viseu Pelos Direitos LGBTI+ que Viseu e qualquer outra cidade sejam as melhores cidades para viver (para todxs) 20 de outubro 300
2019 Vigília pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres 25 de novembro
2020 Homenagem a Giovani 11 de janeiro
2020 8M - Concentração Feminista 08 de março
2020 A Rua em Tua Casa de Março a Abril
2020 Somos Abril 25 de abril
2020 Vigília Contra a Violência Racista e Xenófoba 06 de junho 150
2020 Há Racismo e Continua a Matar! - Vigília e Protesto 01 de agosto 100
2020 3.ª Marcha de Viseu Pelos Direitos LGBTI+ Transformar hoje para ter voz amanhã! 11 de outubro 300
2020 Vigília pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres 25 de novembro 100
2020 Dia Internacional dos Direitos Humanos 10 de dezembro
2021 8M: Construção de Mural - A Pandemia é Machista! 8 de março
2021 4.ª Marcha de Viseu Pelos Direitos LGBTQIA+ O orgulho existe, resiste e sai à rua! 10 de outubro
2021 Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres 25 de novembro
2022 8M: Pela igualdade no espaço social e político 8 de março
2022 Dia do Orgulho 28 de junho
2022 5.ª Marcha de Viseu Pelos Direitos LGBTQIA+ Um movimento em marcha! 9 de outubro
2022 Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres 25 de novembro
2023 8M: Assembleia Feminista 8 de março
2023 Casa Para Viver! 1 de abril
Greve Climática Estudantil de Viseu (2019)

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b RESENDE, Tiago (17 de Outubro de 2020). «A Marcha LGBTI+ de Viseu foi um acto de resistência». Público. Consultado em 24 de Julho de 2023 
  2. «15 anos depois, Viseu mostrou o seu orgulho». dezanove.pt. 12 de outubro de 2020. Consultado em 27 de janeiro de 2021 
  3. FRIAÇAS, Andreia (28 de Maio de 2019). «De norte a sul do país, o orgulho LGBTI+ volta a sair à rua». Público. Consultado em 25 de Julho de 2023 
  4. «Mais de mil participaram na primeira marcha LGBT em Viseu». Jornal do Centro. 7 de outubro de 2018. Cópia arquivada em 31 de maio de 2019 
  5. FLOR, Aline (7 de Março de 2019). «Elas sonharam com uma greve feminista. Eis o seu plano». Público. Consultado em 24 de Julho de 2023 
  6. «1.ª Marcha LGBTI+ após a crise pandémica em Viseu». Interior do Avesso. 12 de outubro de 2020. Consultado em 27 de janeiro de 2021 
  7. «Greve feminista esta sexta-feira em Viseu». Jornal do Centro. 8 de março de 2019. Cópia arquivada em 31 de maio de 2019 
  8. FLOR, Aline (13 de Março de 2019). «O que pediram as mulheres neste 8 de Março?». Público. Consultado em 26 de Julho de 2023 
  9. Agência Lusa (1 de Março de 2019). «Mais um acórdão polémico e homem acusado de violência doméstica é absolvido». Diário de Notícias. Consultado em 29 de Julho de 2023 
  10. SOUSA, Bruna (5 de Junho de 2020). «Plataforma Já Marchavas realiza marcha contra violência por racismo em Viseu». Jornal de Notícias. Consultado em 28 de Julho de 2023 
  11. «Plataforma Já Marchavas assinalou o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres em Viseu». Centro TV. 28 de Novembro de 2021. Consultado em 31 de Julho de 2023 
  12. MARQUES, Francisco (26 de Novembro de 2021). «Portugal na luta para eliminar a violência contra as mulheres». Euronews. Consultado em 31 de Julho de 2023 
  13. SOUSA, João Vasconcelos e (24 de Abril de 2023). «Quer celebrar o 25 de Abril? Este é o roteiro das festas». Jornal de Notícias. Consultado em 28 de Julho de 2023 
  14. LUZ, Paula Sofia (1 de Abril de 2023). «De Lisboa a Braga, retrato de um país que sai à rua pelo direito a uma casa». Diário de Notícias. Consultado em 29 de Julho de 2023 
  15. Agência Lusa (6 de Julho de 2019). «Bloco de Esquerda repete Catarina Martins pelo Porto e Mariana Mortágua por Lisboa». Público. Consultado em 26 de Julho de 2023 


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