Saltar para o conteúdo

Povina Cavalcanti

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Povina Cavalcanti
Nome completo Carlos Povina Cavalcanti
Nascimento 14 de agosto de 1898
União dos Palmares, Alagoas
Morte 14 de dezembro de 1974 (76 anos)
Rio de Janeiro, Guanabara
Nacionalidade brasileiro
Filho(a)(s) Gilberto Povina Cavalcanti[1][2]
Ocupação escritor
crítico literário
advogado
Procurador
Magnum opus Hermes Fontes: Vida e Poesia (1964)
Vida e obra de Jorge de Lima (1969)

Carlos Povina Cavalcanti (União dos Palmares, 14 de agosto de 1898[3][4][5] – Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 1974) foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), escritor, crítico literário, advogado e Procurador brasileiro.

Carreira profissional[editar | editar código-fonte]

Em Alagoas, tendo nascido na cidade de União dos Palmares, quando jovem mudou-se pra casa de parentes no município de São José da Laje para estudar no Externato São Luís. Em 1911 vai para a capital do estado, Maceió, para completar seus estudos.[6][3]

Ainda em Alagoas foi deputado estadual.[4] Iria para a cidade do Rio de Janeiro, que era a então capital do Brasil; onde exerceu sua atividade de advogado.[6]

Como escritor, destacou-se por ser biógrafo do poeta Jorge de Lima, que era seu cunhado,[7][8][6][9] e também do compositor Hermes Fontes. [10] Foi membro da Academia Carioca de Letras[11] e um dos fundadores da Academia Alagoana de Letras (AAL).[6][4][12]

Foi candidato a ser membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) na vaga aberta pelo falecimento do acadêmico Rodrigo Otávio, mas retirou sua candidatura em 1944.[13] Todavia, no mesmo ano, candidatou-se novamente, agora na vaga aberta por Clóvis Beviláqua, tendo disputado a eleição com o jornalista Arnaldo Claro São Tiago, o militar Afonso de Carvalho, o médico Luís Filipe Vieira Souto, Lamartine Mendes, e o escritor Carneiro Leão; porém Povina não foi eleito pois a vaga ficou com Carneiro.[14]

Em 1940, a Federação das Academias de Letras do Brasil publicou parte dos texto escritos por Povina, no terceiro volume da revista da instituição.[15]

Escreveu suas memórias no livro "Volta a Infância", lançado em 1972 pela Editora José Olympio.[6][16][3]

Como jurista, atuou em diversos cargos públicos na cidade Rio de Janeiro; tanto na época em que era Distrito Federal, tanto na época em que se tornou no Estado da Guanabara.

Além de consultor jurídico, Povina Cavalcanti, na Procuradoria Geral, ocupou o cargo máximo de Procurador Geral do Rio de Janeiro nas administrações de Ângelo Mendes de Moraes, Carlos Lacerda, Negrão de Lima, Sá Freire Alvim, entre outros.[17][18][19][20]

Entre 11 de agosto de 1962 a 6 de abril de 1965, Carlos Povina Cavalcanti foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), num dos momentos mais difíceis da entidade, quando teve inicio o Regime Militar, no Brasil.[1][2][6][21][22] Foi durante a presidência de Povina Cavalcanti no Conselho Federal da OAB (CFOAB) que Evandro Lins e Silva, Victor Nunes Leal e Hermes Lima foram inscritos nos quadros da OAB, logo após terem perdido os seus cargos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ter-lhes sido negado tal inscrição pela Seccional da Ordem no Distrito Federal; tal fato foi entendido como uma reação da OAB contra a Ditadura, que havia cassado e afastado tais juristas do Supremo. Além de Povina Cavalcanti, os ministros cassados, tiveram pronunciamento na OAB, em suas defesas, de Seabra Fagundes e Sobral Pinto.[2] No dia 9 de dezembro de 2008, o jornal O Globo publicou matéria jornalística sobre o papel dos civis no no Ato Institucional n.º 5 (AI-5), acusando a fragilidade de reação de Povina Cavalcanti naquele momento; dias após a publicação da notícia, Gilberto Povina, filho de Povina Cavalcanti, criticou a matéria e enviou uma carta a OAB reclamando da situação.[1][2]

Atuou por vários anos no Automóvel Clube do Brasil, tendo sido, membro do Conselho Deliberativo [19] e, em 1974 presidente do Auto Club Turismo S.A.[23]

Homenagens póstumas[editar | editar código-fonte]

Carlos Povina Cavalcanti recebeu como homenagem póstuma pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro a denominação de um logradouro público na cidade. Desde 18 de outubro de 1979, foi inaugurada uma rua com seu nome, Rua Povina Cavalcante; estando situada no bairro de São Conrado (bairro do Rio de Janeiro), na Zona Sul deste município.[19]

Já em União dos Palmares, cidade do estado de Alagoas na qual nasceu Povina, existe a Rodoviária Municipal Dr. Carlos Povina Cavalcanti.[24][25]

Literatura[editar | editar código-fonte]

Livros[25][editar | editar código-fonte]

Além de livros voltados ao estudo de Direito, Povina Cavalcanti também publicou:

Ano Título Editora
1928 Telhado de Vidro Pernambucana
1943 Ausência da poesia A Coelho Branco
1957 Viagem ao mundo da poesia Pongetti
1960 Gageiro da Nau Catrineta Editora do Real Gabinete Português de Leitura
1964 Hermes Fontes: Vida e Poesia[8] Livraria José Olympio Editora
1969 Vida e obra de Jorge de Lima Editora do Correio da Manhã
1972 Volta à Infância – Memórias[3] Livraria José Olympio Editora, em convênio com o Instituto Nacional do Livro

Referências

  1. a b c «Advogado escreve à OAB e defende memória do pai, POVINA CAVALCANTE, ex-presidente nacional da entidade». Publicado por OAB - Seccional Alagoas, republicado no site Jusbrasil. 2009. Consultado em 16 de maio de 2024 
  2. a b c d «Advogado escreve à OAB e defende memória do pai, POVINA CAVALCANTE, ex-presidente nacional da entidade». OAB. 19 de dezembro de 2008. Consultado em 16 de maio de 2024 
  3. a b c d [hhttps://www.registroslegislativos.com.br/2020/06/livro-volta-infancia-memorias.html «Livro: Volta à Infância - Memórias»]. Registros Legislativos - Arquivo União dos Palmares. 26 de junho de 2020. Consultado em 20 de maio de 2024 
  4. a b c «Carlos Povina Cavalcanti». site Antônio Miranda. Junho de 2021. Consultado em 16 de maio de 2024 
  5. «Resenha social de agosto» 12 ed. revista Teatro Ilustrado, disponível na Hemeroteca da Biblioteca Nacional. Agosto de 1959. p. 49. Consultado em 16 de maio de 2024 
  6. a b c d e f Giovana Chavarria (9 de fevereiro de 2021). «Povina Cavalcanti: O maior biógrafo de Jorge de Lima». Portal de notícias BR104. Consultado em 20 de maio de 2024 
  7. Oswaldo Carvalho (5 de julho de 1969). «Jorge de Lima: O inventor de Orfeu» 23379 ed. Correio da Manhã, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. p. 1 do 2º Caderno. Consultado em 20 de maio de 2014 
  8. a b «Livro: Vida e Obra de Jorge de Lima». Registros Legislativos - Arquivo União dos Palmares. 11 de julho de 2020. Consultado em 20 de maio de 2024 
  9. «Jorge de Lima: Sonhando o mapa do Labirinto» 207 ed. Jornal do Commercio, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. 10 de junho de 1973. p. 1 do Segundo Caderno. Consultado em 20 de maio de 2024 
  10. Oliveiros Litrento (12 de dezembro de 1974). «O escritor e o homem» 61 ed. Jornal do Commercio, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. p. 4 do Primeiro Caderno. Consultado em 20 de maio de 2024 
  11. Modesto de Abreu (24 de janeiro de 1970). «Antenor Nascentes na Academia Carioca» 97 ed. Jornal do Commercio, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. p. 4 do Primeiro Caderno. Consultado em 20 de maio de 2024 
  12. MENEZES, Raimundo de (1978). Dicionário Literário Brasileiro 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora LTC-Livros Técnicos e Científicos. ISSN 1806-2555 
  13. «Eleições na Academia de Letras» 15267 ed. Correio da Manhã, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. 9 de agosto de 1944. p. 9. Consultado em 20 de maio de 2014 
  14. «Ad immortalitatem» 5051 ed. Diario Carioca, disponível na Hemeroteca da Biblioteca Nacional. 1 de dezembro de 1944. p. 3. Consultado em 16 de maio de 2024 
  15. «Panorama Literário de 1940» 1 ed. Revista Brasileira, da Academia Brasileira de Letras, disponível na Hemeroteca da Biblioteca Nacional. Junho de 1944. p. 227. Consultado em 16 de maio de 2024 
  16. «Urgente» 6677 ed. jornal Tribuna da Imprensa, disponível na Hemeroteca da Biblioteca Nacional. 17 de abril de 1972. p. 3. Consultado em 16 de maio de 2024 
  17. «Esse Mundo Politico» 2238 ed. A Cruz : Orgão da Parochia de S. João Baptista, disponível na Hemeroteca da Biblioteca Nacional. 24 de janeiro de 1960. p. 4. Consultado em 16 de maio de 2024 
  18. «Ao Povo Carioca» 19150 ed. Correio da Manhã, disponível na Hemeroteca da Biblioteca Nacional. 30 de agosto de 1955. p. 10. Consultado em 16 de maio de 2024 
  19. a b c «COB, Modulos e aprovação de estatutos» 9192 ed. Tribuna da Imprensa, disponível na Hemeroteca da Biblioteca Nacional. 19 de outubro de 1979. p. 12. Consultado em 16 de maio de 2024 
  20. «Negrão empossado sem incidentes examina assuntos administrativos» 3628 ed. Luta Democrática, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. 7 de dezembro de 1965. p. 3. Consultado em 20 de maio de 2024 
  21. «Novo desembargador no TJ da Guanabara» 1 ed. jornal O Fluminense, disponível na Hemeroteca da Biblioteca Nacional. 12 janeiro de 1963. p. 8. Consultado em 16 de maio de 2024 
  22. «Institucional: ex-presidentes». Ordem dos Advogados do Brasil-OAB 
  23. «Auto Club Turismo S.A.: Assembleia Geral de Convocação» 14 ed. Jornal do Commercio, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. 16 de outubro de 1974. p. 6 do Segundo Caderno. Consultado em 20 de maio de 2024 
  24. «Rodoviária Municipal Dr. Carlos Povina Cavalcanti». Consultado em 20 de maio de 2024 
  25. a b Gustavo Lopes (16 de março de 2022). «Início da reforma da rodoviária de União dos Palmares segue sem data definida». Portal de notícias BR104. Consultado em 20 de maio de 2024 
Ícone de esboço Este artigo sobre um(a) escritor(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.