São Paulo dos Campos de Piratininga
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São Paulo dos Campos de Piratininga | |
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País | Reino de Portugal |
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Capitania | São Vicente |
Fundação | 25 de janeiro de 1554 |
Área | |
População | |
Cidade (1625) | 750[1] |
São Paulo dos Campos de Piratininga foi uma vila da Capitania de São Vicente e a primeira denominação do município de São Paulo, atual capital do estado homônimo. Foi fundada como uma missão religiosa e um Colégio Real Jesuíta pelos padres José de Anchieta e Manuel da Nóbrega em 25 de janeiro de 1554 (a data da primeira missa e a data em que tradicionalmente se comemora o aniversário da conversão de Paulo de Tarso[2], razão pela qual a cidade recebeu esse nome). A vila foi inicialmente povoada por colonos portugueses e duas tribos guaianás. Mais tarde, São Paulo foi a base do bandeirismo, que foi a grande expansão colonial do século XVII no interior da América do Sul.
História[editar | editar código-fonte]
A colonização europeia primitiva do Brasil era muito limitada. Portugal estava mais interessado no comércio com a África e a Ásia. Mas com navios ingleses e franceses ao largo da costa, a Coroa Portuguesa acreditava que precisava proteger reivindicações para este território. Para compartilhar o fardo da defesa, o rei português João III dividiu a costa em "capitanias", ou faixas de terra, com 50 léguas de distância. Ele distribuiu-os entre portugueses ricos e bem conectados, esperando que cada um cuidasse de seu território. Temendo ataques das numerosas tribos ameríndias, João III desanimou o desenvolvimento do vasto interior do território.
O primeiro assentamento costeiro do Brasil, São Vicente, foi fundado em 1532. Foi a primeira colônia portuguesa permanente a prosperar no Novo Mundo. Vinte e dois anos depois, o patrono dos bandeirantes Tibiriçá e os missionários jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta fundaram o povoado de São Paulo dos Campos de Piratininga, a 68 km de São Vicente. Sua aldeia missionária foi estabelecida em um planalto entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú. Em 25 de janeiro de 1554, a vila foi formalmente fundada quando os sacerdotes celebraram a missa inaugural da escola jesuíta.
Santo André da Borda do Campo foi uma cidade fundada em 1553 no mesmo planalto. Em 1560, a ameaça de ataque indígena levou muitos colonos a fugir da exposta Santo André da Borda do Campo até o muro Pátio do Colégio, em São Paulo dos Campos de Piratininga. Dois anos depois, o Colégio foi sitiado. Embora a cidade tenha sobrevivido, os combates ocorreram espasmodicamente por mais três décadas.
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Os habitantes de São Paulo dos Campos de Piratininga, chamados "paulistanos", eram muito pobres. Alguns sertanistas paulistas começaram as explorações, chamadas Bandeiras, em busca de metais e pedras preciosas. Os homens são conhecidos como bandeirantes; os bandeirantes incluíam também indígenas aliados, e os bandeirantes em geral utilizavam a língua geral paulista para comunicação, uma mistura de espanhol, português e tupi. Em contrapartida, os padres estabeleceram sua missão de converter os indígenas tupis e guaranis à fé católica. Eles tentaram aculturar-los aos costumes portugueses. Desde o início da colônia, o objetivo jesuíta de evangelizar os ameríndios foi oposta por muitos colonos, que usavam os ameríndios escravizados como trabalhadores e lucravam também com o comércio de escravos em índios.
As expedições dos bandeirantes renderam comércio, escravos e metais que eram importantes para a economia em desenvolvimento, como o ouro. Os jesuítas estavam frequentemente em desacordo com eles. Finalmente, em 1640, os bandeirantes conseguiram expulsar os jesuítas. Apenas em 1653 o bandeirante Fernão Dias Paes Leme permitiu que padres jesuítas retornassem às terras paulistas.
População[editar | editar código-fonte]
É evidente a pobreza dos Campos de Piratininga, pobreza que só se atenua no fim do século XVII, com o advento do grande ciclo do ouro no bandeirismo paulista. As casas na vila eram cobertas de telha ou colmadas de palha, as casas da vila são sempre de taipa — de mão ou de pilão. Parecia haver um certo receio em se fazerem construções definitivas num povoado perdido no planalto, à mercê de todos os perigos. Casas de pedra só se erguiam em Santos.[4]
A vila no século XVII era povoada por milhares de índios e menos de duzentos brancos.[4]
Elevação a cidade[editar | editar código-fonte]
Em 1709, já denominada apenas como "São Paulo", foi designada a capital da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. A vila foi elevada oficialmente à categoria de cidade em 1711.[5]
Referências
- ↑ «São Paulo - 460 anos - Parte 5». www.al.sp.gov.br. Consultado em 13 de fevereiro de 2021
- ↑ «Paulo: o homem que inventou Cristo». Super. Consultado em 14 de fevereiro de 2021
- ↑ «Estas são as 10 cidades mais povoadas do mundo em 2023». www.nationalgeographic.pt. 27 de junho de 2023. Consultado em 19 de agosto de 2023
- ↑ a b Barreto Benedito, Carneiro de Bastos (1939). No Tempo dos Bandeirantes. São Paulo: [s.n.] p. 1
- ↑ «História de São Paulo - Biblioteca Virtual». www.bibliotecavirtual.sp.gov.br. Consultado em 13 de fevereiro de 2021