Arquitetura do Renascimento

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A Arquitetura do Renascimento ou Arquitetura Renascentista é a arquitetura europeia do período entre o início do século XIV e início do século XVII em diferentes regiões (período conhecido como Renascimento Europeu), demonstrando um reavivamento consciente e o desenvolvimento de certos elementos do pensamento e da cultura material grega e romana antigas. Estilisticamente, a arquitetura renascentista veio após a Arquitetura Gótica e foi sucedida pela Arquitetura Barroca. Desenvolvido primeiro em Florença, com Filippo Brunelleschi como um dos seus inovadores, o estilo renascentista rapidamente se espalhou para outras cidades italianas. O estilo foi levado para a França, Alemanha, Inglaterra, Rússia e outras partes da Europa em datas diferentes e com diferentes graus de impacto.

O estilo renascentista enfatiza a simetria, a proporção, a geometria e a regularidade das partes, como são demonstradas na arquitetura da antiguidade clássica e, em particular, na arquitetura romana antiga, da qual muitos exemplos permaneceram. Arranjos ordenados de colunas, pilastras e lintéis, bem como o uso de arcos semicirculares, cúpulas hemisféricas, nichos e edículas substituíram os sistemas proporcionais mais complexos e os perfis irregulares dos edifícios medievais.

Na segunda fase renascentista, surgiu o estilo jacobino durante o reinado do rei James, seu estilo seguiu as tendências do estilo elisabetano, ambos tiveram grande monumentos e mansões com seu estilo no Reino Unido.

É também um momento em que as artes manifestam um projeto de síntese e interdisciplinaridade bastante impactante, em que as Belas Artes não são consideradas como elementos independentes, subordinando-se à arquitetura.

Contexto[editar | editar código-fonte]

O estilo gótico foi criado por Suger, abade da St-Denis, conselheiro de dois reis da França: o Renascimento para os mercadores de Florença, banqueiros dos reis da Europa
Florença, fachada da basílica de San Miniato al Monte, exemplo de arquitetura proto-renascentista

No início do século XV a Itália foi dividida em cinco estados principais (Reino de Nápoles, Estado Papal, República Toscana, República de Veneza, Ducado de Milão), cercado por numerosos ducados e repúblicas menores (como o Ducado de Urbino, o Ducado de Mântua e a República de Siena).

Florença, no século XV, consolidou o seu poder económico através de um dinamismo baseado numa inovadora organização produtiva industrial, mercantil e bancária. Com a afirmação definitiva da burguesia da cidade, passamos de uma espécie de empresa familiar a uma empresa composta por numerosos funcionários, balconistas, correspondentes estrangeiros e viajantes.[2] A família Medici, em particular, era proprietária de uma empresa com agentes em vários centros mercantis da Europa e tinha ligado o seu nome aos mais prestigiados cargos públicos da cidade: foi através do controlo das eleições, o sistema tributário e a criação de novas magistraturas atribuídas a homens de grande confiança, que nas primeiras décadas do século XV Cosimo, o Velho lançaram as bases sólidas do poder do Família Medici, tornando-se de facto senhor de Florença.[1]

O segundo campo útil para a contextualização da arquitetura do século XV é o dos estudos literários, linguísticos, filológicos e de tradução de textos clássicos, iniciado no século XIV com Francesco Petrarca e continuado com uma série de autores da extração florentina. Os humanistas, diferentemente dos monges medievais, tentaram uma leitura crítica das obras latinas, buscando não apenas o que interessava aos teólogos , mas também outros aspectos da vida humana, como história, política e arte.[2]

O outro aspecto que pode explicar a predisposição da Toscana ao desenvolvimento da arquitectura renascentista é o carácter geográfico e nacional desta região, que teve a sua expressão inicial na arte etrusca e que ainda era claramente reconhecível na época medieval: da elegância da fachada da San Miniato al Monte, às composições grandiosas e serenas da Santa Croce, Santa Maria Novella e Santa Maria del Fiore.[1] Além disso, quando já em 1334 as autoridades decidiram nomear um pintor, Giotto, como o novo mestre construtor da catedral florentina, foram lançadas as instalações para um novo período na história profissional da arquitetura, que teria o seu apogeu no Renascimento: a partir de então, grandes artistas foram homenageados e admitidos em cargos que não se enquadravam em suas especialidades apenas por respeito à sua genialidade.[3]

Por outras palavras, no início do século XV, em Florença, ocorreu uma série de factores excepcionais, autónomos, mas concomitantes, para o nascimento de uma nova arquitectura. Além disso, uma república mercantil rica como a florentina tinha necessariamente de visar ideais humanos e não transcendentais, a clareza e não a obscuridade, a atividade e não a meditação; por esta razão o espírito de Roma antiga, claro e realista, só poderia ser redescoberto em Florença.[3]

Roma, o Panteão em gravura de Antonio Lafreri

No final do século XV, porém, o velho mundo florentino começou a exaurir-se; logo, a vanguarda da primeira geração deu lugar a uma academia aristocrática, tanto que a partir de 1470, com exceção de Leon Battista Alberti, as mais avançadas pesquisas no campo da arquitetura foram levadas a cabo, paradoxalmente, por dois pintores: Piero della Francesca e Andrea Mantegna.[4]

Foi assim que, no século XVI, o centro de gravidade artístico da Renascença mudou de Florença para Roma. O contexto romano estava distante do contexto burguês, mercantil e industrial florentino; também carecia da continuidade que caracterizou a passagem de Florença da Idade Média para a Renascença. Com o retorno dos papas após o Cativeiro de Avinhão, a cidade foi reduzida a um pequeno centro urbano, de onde surgiram os amontoados de ruínas dos vestígios imperiais. A renovação de Roma segundo o prestígio da Igreja Católica, iniciada pelo Papa Martinho V e confirmada pelos seus sucessores, passou por uma série de pontos fundamentais: devolver a cidade aos seus antigos esplendores, começando obras de restauro e reforço das fortificações. A viragem ocorreu sob o Papa Júlio II, eleito em 1503, que actualizou o programa acima exposto fazendo uso do capitalismo bancário e das contribuições da cultura humanista.[5]

Esta feliz época foi interrompida pelo saque de Roma em 1527, que deixou a cidade em ruínas e comprometeu os alicerces da civilização ressurgimental, pelo menos até a chegada de Michelangelo Buonarroti em 1534, que, a partir dessa data, criou algumas das suas obras mais importantes; tudo isso, porém, no clima renovado da contra-reforma.[6]

Periodização[editar | editar código-fonte]

A história da arquitetura do Renascimento, como um todo, costuma ser dividida em três grandes períodos:

  1. Século XIV e início do XV. Neste primeiro momento destaca-se a figura de Filippo Brunelleschi e uma arquitetura que se pretende classicista, mas ainda sem o referencial teórico e, principalmente, a canonização, que caracterizará o período seguinte.
  2. Século XV e início do XVI. Considerado o período da Alta Renascença, no qual atuam arquitetos como Donnato Bramante e Leon Battista Alberti.
  3. Século XVI. Neste momento, as características individuais dos arquitetos já começam a sobrepor-se às da canonização clássica, o que irá levar ao chamado Maneirismo. Atuam arquitetos como Michelangelo, Andrea Palladio e Giulio Romano.

Características[editar | editar código-fonte]

O termo "Renascimento" já era utilizado pelos tratadoristas da época para destacar a redescoberta da arquitetura romana, da qual vários vestígios mantiveram-se intactos no século XV.[7] Os principais indicadores deste posicionamento foram a nova sensibilidade para com as formas do passado, não só da arquitectura romana, mas também da arquitectura paleocristã e do românico florentino, o renascimento das ordens clássicas, o uso de formas geométricas elementares para a definição de plantas, a busca por articulações ortogonais e simétricas, bem como o uso de proporção harmónica nas partes individuais do edifício.[7] Em particular, uma característica comum entre a arquitetura renascentista e romana é o efeito produzido pela adaptação de massas simples baseadas em sistemas modulares de proporção, cujo módulo é definido pelo semidiâmetro das colunas.[8]

Além disso, o historiador da arte Bruno Zevi definiu o Renascimento como "uma reflexão matemática realizada sobre a métrica arquitetura românica e arquitetura gótica", destacando a pesquisa, de parte dos arquitetos do Séculos XV e XVI, de uma métrica espacial baseada em relações matemáticas elementares.[9] Ou seja, a grande conquista do Renascimento, em comparação com o passado, foi ter criado nos espaços interiores o que os Gregos Antigos criaram para o exterior dos seus templos, dando vida a ambientes regulados por leis que eram imediatamente perceptíveis e facilmente mensuráveis pelo observador.[9] O estudo da perspectiva de Filippo Brunelleschi certamente também teve um papel decisivo nisso; Brunelleschi introduziu uma visão interna totalizante, elevando a perspectiva a uma estrutura espacial global.[10] A partir de Brunelleschi, “o verdadeiro espaço da arquitetura, aquele em que se penetra e se vive, é intencionalmente desenhado com vista a um resultado prospectivo”.[11]

O palácio[editar | editar código-fonte]

Palácio Medici, Florença

A ascensão da burguesia Florentina favoreceu mudanças importantes no tecido urbano da cidade: as numerosas casas-torre que surgiram no tecido urbano foram substituídas pelos palácio dos comerciantes, a quem foi confiada a tarefa de conciliar as necessidades de vida dos habitantes com a renovação da face urbana das cidades, aproximando-se ao mesmo tempo dos protótipos da antiguidade. Porém, ao contrário de alguns templos, no século XV nenhum palácio antigo se manteve intacto, tanto que o conhecimento das plantas era contrastado pela falta de modelos relativos à articulação das fachadas. Nem mesmo Vitruvius e os demais autores da época romana deram indicações precisas, concentrando a sua atenção sobretudo na disposição em planta e não na elevação.[12]

Partindo destas considerações, o pátio no centro do edifício, derivado de modelos planimétricos do passado, tornou-se o elemento chave das novas composições. No entanto, a acentuação da extensão horizontal dos edifícios permitiu uma melhor distribuição dos quartos face aos esquemas tradicionais Medieval: o rés-do-chão, fechado como uma fortificação, servia à circulação de comerciantes, visitantes e clientes ; o primeiro andar, denominado piano nobile, era destinado a salas de recepção, enquanto o segundo andar era reservado à própria residência da família.[13]

O Palácio Medici, encomendado por Cosimo, o Velho a Michelozzo antes de meados do século XV, pode ser considerado o arquétipo do palácio do início da Renascença: é uma "noz de pedra",[14] com pátio sobre colunas e fachadas externas caracterizadas por uma graduação rústica de silhar, que lembram elementos provenientes de edifícios públicos medievais.[2][15]

No interior, no entanto, as diferentes funções ainda não podem ser atribuídas a um esquema totalmente simétrico e axial, que ainda permanece limitado à área de entrada e pátio.[13]

A solução com a fachada de silhar do Palácio Medici opôs-se à solução com ordens de semipilares, que ainda encontra a sua primeira realização em Florença, no Palácio Rucellai de Leon Battista Alberti. Em qualquer caso, a articulação de superfícies usando semipilares, embora afastada da tradição medieval, não foi particularmente influente na Toscana, mas mesmo assim abriu caminho para desenvolvimentos futuros.[13]

Palácio Farnésio, Roma

No auge da Renascença, a simetria axial da planta tornou-se um princípio fundamental de design. Embora decorra do modelo do Palácio Medici, Palácio Strozzi, construído em Florença no final do século XV, apresenta uma simetria axial da planta e escadas de dois lances que anunciam a tendência aos sistemas duplos da época barroca. A planta do posterior Palácio Valmarana, em Vicenza, construído na segunda metade do século seguinte por Andrea Palladio, caracteriza-se por uma composição axial espelhada, oferecendo uma divisão equilibrada e proporcional de espaços.[13]

Ainda no auge do Renascimento, Bramante e Raffaello propuseram novos modelos de fachadas para palácios, com a combinação de silhares no térreo e escansão da fachada com ordens em relevo .[16]

Palácio Farnésio em Roma, projetado por Antonio da Sangallo, o Jovem e Michelangelo, tornou-se o protótipo de um novo e muito antigo modelo duradouro, baseado na rejeição tanto da silhar quanto das ordens em favor de uma fachada lisa atravessada por elementos horizontais (marcapiano), com janelas em edícula encimadas por tímpanos em alternância triangular e curvilíneo, que no térreo se transformam em janelas ajoelhadas.[17]

A vila[editar | editar código-fonte]

Vila dos Médici de Poggio a Caiano

Nas residências de campo, a centralização retorna, ao mesmo tempo, a um princípio fundamental. Leon Battista Alberti, no artigo De re aedificatoria, dedica um volume às "casas senhoriais", que se baseiam no modelo da villa de Plínio, o Jovem: a disposição das divisões principais, como no vestíbulo, a sala de jantar e a zona de jantar abrem-se para um espaço central (átrio), a sala de jantar de inverno recupera o calor, ao mesmo tempo que tem vista para o jardim.[18]

Atribuível a esta tipologia está a villa Medicea di Poggio a Caiano (por volta de 1470). Construída segundo o projecto de Giuliano da Sangallo no final do século XV, constitui um dos principais exemplares do início do Renascimento. O edifício distribui-se por dois pisos sobre um amplo terraço, com uma lógia encimada por um frontão clássico, que antecipa as soluções palladianas do século seguinte;[19] os espaços internos distribuem-se em cruz em torno do hall central, de planta retangular e fechado por abóbada de berço, com quatro apartamentos de três ou quatro quartos que se desenvolvem entre os cantos do edifício e os espaços principais.[20]

Em Roma desenvolve-se um volume edificado mais complexo, com uma sequência de espaços paralelos e uma loggia central: é o caso da villa Farnesina construída por Baldassare Peruzzi no início do século XVI, a partir da qual uma série de vilas rurais, como a Villa Imperiale de Pesaro, renovada por Gerolamo Genga na segunda década do século XVI.[18]

A cena do século XVI é, no entanto, dominada pelas villas palladianas que Andrea Palladio criou em Veneto; dentre estes, teve grande sucesso o projeto da chamada rotunda, que se tornou fonte de inspiração para diversos artistas pertencentes à corrente do Palladianismo Internacional: a Rotonda apresenta uma planta central, destacada por uma cúpula, com avancorpos de cada lado caracterizada por pronai com colunas de ordem jónica.[18]

A biblioteca[editar | editar código-fonte]

Interior da Aula del Nuti da Biblioteca Malatesta, Cesena

O Renascimento foi a época decisiva para o nascimento das Bibliotecas no sentido moderno do termo. A difusão dos estudos do Humanismo e a invenção da estampa favoreceram o nascimento de diversas bibliotecas cívicas e o desenvolvimento de bibliotecas eclesiásticas: lembramos a Viscontea-Sforzesca preservada no castelo de Pavia, na Malatestiana de Cesena, na Estense em Ferrara (posteriormente transferida para Modena), a Laurenziana de Florença, a Marciana de Veneza, bem como a Biblioteca Apostólica do Vaticano.

A solução de três naves com abóbada, adotada para a Biblioteca Malatestiana de Cesena e para a do São Marco em Florença, tornou-se um modelo para a posterior construção de renomadas bibliotecas monásticas italianas: por exemplo, as do convento de Santa Maria delle Grazie em Milão (1469),[21] da San Domenico em Perugia (1474)[22] e do Mosteiro beneditino de San Giovanni em Parma (1523).[23] O sucesso desta forma continuou até ao momento em que a evolução dos cânones renascentistas impôs, nas primeiras décadas do século XVI, uma solução capaz de favorecer a unidade do espaço e a difusão uniforme da iluminação, com a consequente renúncia à divisão em naves, como é o caso da Biblioteca Laurentiana construída por Miguel Ângelo.[24]

O teatro[editar | editar código-fonte]

Teatro all'Antica de Sabbioneta

O humanismo, com a difusão dos textos clássicos latinos e a fundação das academias, determinou, no final do século XV, o renascimento do teatro.[25] Inicialmente as apresentações aconteciam em locais privados como jardins, pátios de conventos e salões de palácios decorados para as apresentações; a cena era temporária, portanto, e caracterizada principalmente por cortinas que se abriam e fechavam durante as entradas e saídas dos atores.

Ao longo do século seguinte, começaram a ser construídas instalações estáveis ​​para conter os conjuntos, como é o caso da Lógia do Falconeto em Pádua. No final do século XVI, no Teatro Olímpico de Andrea Palladio, a maquete da antiga cavea fundiu-se com a cenografia renascentista, mas a sua influência limitou-se a alguns outros edifícios, como o Teatro all'Antica de Sabbioneta, de Vincenzo Scamozzi, ou o posterior Teatro Farnese de Parma.[26]

A igreja[editar | editar código-fonte]

A planta central[editar | editar código-fonte]

Giuliano da Sangallo, Basílica de Santa Maria delle Carceri, Prato

No início do Renascimento, a predileção pelas formas geométricas elementares e pela harmonia entre as partes levou ao conceito de igrejas a planta central, em que se antepunha o ideal estético e simbólico à funcionalidade. A partir de 1420, Filippo Brunelleschi construiu a cúpula da Catedral florentina, o maior organismo em planta central desde a época do Panteão; vários edifícios centralizados remontam ao mesmo arquiteto, como a Velha Sacristia, a capela Pazzi e a Rotunda de Santa Maria dos Anjos.[27] Na esteira de Brunelleschi, inúmeras igrejas de cruz grega foram acrescentadas, como a basílica de Santa Maria delle Carceri em Prato, de Giuliano da Sangallo (1486), bem como alguns desenhos de Leonardo da Vinci, que tiveram considerável influência no pensamento arquitetônico do século XVI e, em particular, no de Bramante.[27] O estilo de Bramante também foi influenciado pelas igrejas cristãs primitivas, que ele teve a oportunidade de observar durante a sua estadia em Milão. Sobretudo a Basílica de São Lourenço, um grandioso organismo com planta central formado por um quadrado com quatro absides. Além da sua primeira construção conhecida, a Igreja de Santa Maria presso São Satiro, restaurou a antiga capela de São Satiro, um edifício de planta central com desenho típico do paleocristianismo (uma cruz grega num quadrado inscrito num círculo).[28] Além disso, foi chamado por Ascanio Sforza para intervir no canteiro de obras da Catedral de Pavia (da qual o modelo de madeira é também preservado datado de 1497), impôs a cúpula e a planta central à catedral.[29] O subsequente pequeno templo de São Pedro em Montório, um dos primeiros edifícios criados por Bramante após a sua mudança para Roma, expressa um novo conceito na tipologia dos complexos planeados centralmente, mostrando uma maior derivação dos modelos da antiguidade (o templo de Vesta em Roma e o templo de Vesta em Tivoli). Apesar do seu pequeno tamanho, o pequeno templo pode ser considerado o embrião do projeto original de Bramante para a Basílica de São Pedro no Vaticano,[30] Um imponente complexo de cruz grega, dominado no centro por uma colossal cúpula hemisférica. Uma série de igrejas centralizadas descendem dela e dA sua versão de Miguel Ângelo, como a Santa Maria de Carignano em Gênova de Galeazzo Alessi, a igreja de Gesù Nuovo de Nápoles e a igreja do Mosteiro do Escorial perto de Madrid.[31]

Planta da basílica do Espírito Santo, Florença

A planta longitudinal[editar | editar código-fonte]

Apesar do sucesso dos projetos de planta central, a planta longitudinal, que era a forma tradicional da igreja comunitária, não foi descartada. As grandes igrejas florentinas construídas por Filippo Brunelleschi entre 1420 e aproximadamente 1440, São Lourenço e Espírito Santo, ainda inscrevem-se numa planta de cruz latina, de três naves, em que os elementos tradicionais são atualizados para o sistema modular renascentista.[27]

A próxima geração trouxe mudanças significativas. Para a Basílica de Sant'Andrea, em Mântua, Leon Battista Alberti desenhou um salão muito amplo, ladeado por capelas laterais que, lembrando os edifícios romanos da época imperial , também teve sucesso nos séculos seguintes, a partir da igreja de Gesù, em Roma.[27]

A fachada[editar | editar código-fonte]

Fachada da Santa Maria Novella, Florença

As fachadas, com a redescoberta de motivos antigos como pronai, frontões e arcos triunfais, foram concebidas como prespectivas cenográficas.[27]

Entre os primeiros exemplos de fachadas renascentistas estão a Santa Maria de Popolo em Roma e a Santa Maria Novella em Florença.[32] Em particular, a fachada desenhada por Leon Battista Alberti para a Santa Maria Novella, apesar da inserção de elementos góticos pré-existentes na parte inferior e da continuação das incrustações de mármore da tradição toscana no nível superior, pode ser considerado o esquema de maior sucesso, que será aplicado, nas suas inúmeras variações, também nos séculos seguintes: apresenta uma ordem de semipilares de dois pisos, unidos por molduras horizontais, com a secção central elevada da fachada, colocada em suporte do frontão triangular, ligado às naves laterais através da inserção de grandes volutas.[27]

A solução do arco triunfal também está ligada a Alberti, exemplificada pela basílica mântua de Sant'Andrea: repetindo o ritmo do interior, caracterizado pela sucessão de arcos redondos, a fachada é constituída por um parte dianteira que combina o tema do arco triunfal com o do templo clássico.[33]

Dez anos depois, no desenho da fachada de Santa Maria presso São Sátiro, Bramante propôs um projecto baseado na fachada de dois tímpanos, com as alas do frontão inferior colocadas em correspondência com as naves laterais. Esta solução encontrará desenvolvimentos posteriores na fachada da igreja de Santa Maria em Castello de Carpi de Peruzzi, mas sobretudo nas fachadas das igrejas venezianas erguido por Palladio no final do Renascimento, no qual se completa a fusão da fachada de dois templos clássicos: o primeiro, mais alto, colocado para fechar a nave principal, enquanto o segundo, mais baixo e prolongado nas laterais, para blindar os espaços laterais.[27][34]

A cidade[editar | editar código-fonte]

Planeamento urbano[editar | editar código-fonte]

Filarete, planta de Sforzinda

No Renascimento, o planeamento urbano assumiu um caráter científico-teórico, procurando unir as necessidades humanas, as necessidades defensivas, a estética, o simbolismo e o nobre centralismo.[35]

Na base das experiências de planeamento urbano do século XV está a metodologia estabelecida por Leon Battista Alberti em De re aedificazioneria. Para Alberti a cidade constituía um objeto complexo, cuja construção não podia ser assimilada à de edifícios individuais, mas era influenciada pelas restrições e propriedades do ambiente. Por esta razão as muralhas da cidade poderiam ser diferentes de acordo com a variedade de lugares, enquanto as ruas principais, largas e retas nas grandes cidades, poderiam seguir um caminho curvo nas pequenas cidades. A situação é diferente para os espaços públicos, que Alberti considerava como obras arquitetônicas individuais, de aparência unitária, com praças cercadas por galerias e pórticos. No fundo, Alberti conseguiu uma mediação entre as cidades medievais e renascentistas, ou seja, integrando os novos organismos nos núcleos urbanos pré-existentes; uma influência encontrada em cidades pequenas, como Pienza e Urbino, mas menos nas grandes cidades, como Roma ou Milão, onde as iniciativas renascentistas quebraram a coerência dos antigos núcleos, mas abrindo caminho para transformações importantes .[36]

Ao mesmo tempo, a popularidade do tratado de Vitrúvio inspirou a elaboração de numerosos projetos radiocêntricos de cidades ideais, com plantas regulares delimitadas por fortificações de estilo moderno, mas muito poucos foram concretizados; entre estes vale a pena mencionar Palmanova, que remonta ao final do século XVI.[37] Entre os projetos deixados no papel está o de Sforzinda, cidade em forma de estrela descrita por Filarete no seu tratado de arquitetura. A figura básica é uma estrela com oito pontas inscritas numa circular fosso; Do centro da vila partem dezasseis ruas, unidas por uma circular intermédia, enquanto a praça principal ainda está ligada à tradição medieval, estando o castelo e a igreja frente a frente num espaço rectangular.[38] Em 1480, Francesco di Giorgio Martini apresentou um projeto para uma cidade ideal colocada simetricamente em torno de um canal reto; o complexo remonta a um octógono alongado, com dois poderosos baluartes destinados à defesa da cidade. Em cada parte da cidade existe uma praça retangular, fechada em cada lado e sem vista direta para o rio.[38]

Uma fusão entre a visão utópica renascentista e um projecto mais funcional, adequado às necessidades de uma cidade mercantil florescente, é registada em Amsterdão apenas no início do século XVII, quando, por volta de século XVII, veio-se a realizar uma série de canais poligonais, ao longo dos quais foram construídas estreitas casas geminadas e armazéns, protegidos por uma muralha com cerca de oito quilómetros de comprimento.[38]

A praça[editar | editar código-fonte]

Piazza Ducale, Vigevano

A qualidade espacial da praça baseia-se na relação entre as superfícies horizontais e os volumes que, com a sua estrutura e disposição, a delimitam.

O Renascimento tendeu a regularizar a forma da praça, favorecendo a construção de edifícios proporcionais ao longo do seu perímetro.

Nas cidades ideais, a praça assume a forma de uma planta geométrica ideal, que aparece com toda a sua clareza cristalina em afrescos ou representações em perspectiva.[39] Na prática, as praças concebidas no início do Renascimento materializam-se em Pienza, onde a pequena dimensão não compromete o equilíbrio global, e na piazza Ducale de Vigevano, que representa uma intervenção que visa uniformizar as estruturas medievais pré-existentes atrás de extensos pórticos.[39] No século seguinte os modelos tornaram-se mais complexos. Por exemplo, a Praça do Campidoglio de Roma, projetada por Miguel Ângelo, expressa uma nova concepção de espaço público, na qual se contrasta uma complexa combinação de movimentos: o movimento retilíneo ascendente da escada de acesso e o movimento circular em torno da estátua equestre de Marco Aurélio, com o Palácio Senatório ao fundo.[40]

A cúpula da Santa Maria del Fiore[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Santa Maria del Fiore
Em destaque, a cúpula da Santa Maria del Fiore.

Santa Maria del Fiore foi uma catedral executada em estilo tardo-românico cuja construção consumiu diversas gerações (foi iniciada por Arnolfo di Cambio em 1296 e interrompida com sua morte em 1302, retomada por Francesco Talenti em 1337 estendendo-se até as primeiras décadas do século XV. Quando da morte de Brunelleschi, em 1446, ainda não estava concluída).[41] Não foi "projetada": seu desenho e sua execução ocorreram de forma paralela. Ainda que existisse um plano geral para sua forma e sua distribuição interna, os detalhes construtivos, segundo a prática construtiva medieval, foram sendo resolvidos à medida que eram feitos, no próprio local. Previa-se, portanto, a existência de uma cúpula sobre um determinado ponto da igreja, mas o projeto da cúpula não estava definido de antemão. Quando chegou o momento de erigi-la, os artesãos florentinos depararam-se com um vão de mais de quarenta metros, impossível de ser vencido através das técnicas construtivas tradicionais.[42][43]

A solução encontrada (em 1418, quando a República de Florença já demonstrava claras intenções de manifestar seu poder econômico na arquitetura de sua cidade, funcionando a catedral, portanto, quase como um "cartão-de-visitas") foi promover uma espécie de concurso de ideias para a conclusão da cúpula, cujos ganhadores foram Brunelleschi e Lorenzo Ghiberti, em um projeto conjunto.[43] Brunelleschi, na época, já era um artesão relativamente reconhecido e aceitou o desafio. Decidiu, porém, viajar até Roma ao invés de tentar solucionar o problema ali mesmo.[44] Roma era naquele período o local, em todo o mundo, cujas ruínas da Antiguidade Clássica mais estavam visíveis, e quase que integradas à paisagem "natural". A principal fonte de inspiração para Brunelleschi revelou-se no Panteão daquela cidade: uma estrutura com um vão similar ao de Santa Maria del Fiore vencido com uma cúpula em arco pleno. Brunelleschi não só observou a solução construtiva existente no panteão como começou a estudar as relações estilísticas, proporcionais e formais entre os vários elementos que compunham aquele espaço. É efetivamente nesta atitude que o espírito do Renascimento começa a se manifestar: o indivíduo observa uma determinada realidade e através de um desejo, uma intenção, interfere naquela realidade buscando as soluções para os problemas de sua própria realidade. Brunelleschi ainda não tem consciência plena da teoria clássica por trás das obras da Antiguidade, mas reconhece nelas um modelo estilístico que por ele será usado para construir sua própria arquitetura.

Voltando a Florença, munido de uma experiência clássica inédita até então, Brunelleschi propõe uma solução para a cúpula, munido de toda a inventividade que caracterizará o Renascimento, baseando-se em suas pesquisas em Roma. Brunelleschi não se limita a "copiar" as soluções romanas, mas propõe uma totalmente nova: sua cúpula será a primeira cúpula em estrutura octogonal da História da arquitetura. Tal foi o impacto da nova cúpula na cidade de Florença que a imagem da catedral passou a ser elemento fundamental na própria constituição da cultura da cidade,[a] vindo a própria catedral a ser conhecida popularmente como Duomo.

Domínio da linguagem clássica[editar | editar código-fonte]

Típica igreja de planta central, tipologia disseminada no Renascimento
O Tempietto ("pequeno templo") de Bramante, igreja de planta central paradigmática do Renascimento.

Brunelleschi, portanto, ficará conhecido na história como o responsável por traçar o caminho em que praticamente todos os arquitetos do Renascimento trilharão suas obras.[45] Porém, como já foi citado acima, ele ainda não tinha pleno domínio sobre as várias ordens sistematizadas da linguagem arquitetônica clássica, o que se verifica quando ele próprio acaba "criando" uma linguagem individual, na qual os elementos clássicos transparecem mas não respondem ao ordenamento antigo.

Os arquitetos que ficam responsáveis por herdar o caminho por ele traçado, não por acaso, são responsáveis pela busca do ordenamento e do cânone. O domínio do Classicismo ocorrerá de fato ao longo do século XIV (ainda que a sua sistematização plena só se dê com a publicação do tratado de Serlio no século seguinte), e terá na pessoa de Donato Bramante uma figura paradigmática. Neste momento (e, especialmente, após a teorização da arquitetura proposta por Alberti no seu tratado De re aedificatoria), já existe uma consciência bastante forte dos constituintes formais da arquitetura grega e romana: as possibilidades de composição, as soluções encontradas e a síntese espacial é, em geral, conhecida. Desta forma, os arquitetos renascentistas têm à sua disposição todo o potencial criativo oferecido pela linguagem e o espírito da época, podendo vir a manifestar-se, potencialmente, através, não da cópia dos clássicos, mas de sua superação.

É justamente na obra de Bramante que este espírito se concretiza de uma forma mais íntegra - e aí justifica-se destacá-lo frente aos seus contemporâneos. Bramante prova, através do projeto de palácios e igrejas, que não só conhece e domina as possibilidades da linguagem clássica como também entende as características e o espírito de sua época, aplicando o conhecimento antigo de uma forma nova, inédita, mas acima de tudo, clássica. O Tempietto, por ele projetado, é, praticamente, uma releitura (mas, definitivamente, não uma cópia) dos templos de planta central, circulares, típicos de um certo período da arquitetura romana. Mais tarde, o arquiteto inglês Christopher Wren releria a obra de Bramante e a proporia sob uma nova forma em seu país, sem, no entanto, copiá-lo: o processo de caráter renascentista, como se vê, vai além da estética dos edifícios e incorpora o pensamento arquitetônico.

Bramante também populariza uma linguagem que (como já se ressaltou, é plenamente clássica) foi por ele desenvolvida e explorada. Inspirada nos arcos triunfais romanos, as características compositivas destes são aplicados aos projetos de palácios. A principal imagem deste "estilo bramantiano" é a tríade de aberturas adornadas com arcos de volta inteira, sendo que dois deles estão a uma mesma altura, com o central maior.

A superação dos clássicos, mantendo porém o caráter clássico, se dá especialmente na medida em que os arquitetos do período propõem soluções espaciais em programas novos (como os grandes palácios, diferentes dos romanos, ou as novas catedrais e basílicas). Elementos como as abóbadas e cúpulas são usados de uma nova forma, ainda que as ordens (jônico, coríntio, etc) sejam formalmente seguidas.

A superação do classicismo[editar | editar código-fonte]

Típica arquitetura paladiana

À medida que o domínio da linguagem clássica evoluía, foi crescendo nos arquitetos renascentistas um certo anseio de libertação formal das regras do Classicismo, de forma que o eventual desejo de sua superação (que sempre existiu em maior ou menor grau) se tornasse um elemento fundamental na nova produção de tais indivíduos. Tal fenômeno, considerado já como um prenúncio de um movimento estético que, cem anos mais tarde, se concretizaria no barroco, ganharia força especialmente nas primeiras décadas do século XVI - praticamente depois de mais de cento e cinquenta já não mais são usados nas obras arquitetônicas como experimentação em busca do clássico, mas, partindo de sua plena consciência, em busca de sua inovação.

Em um primeiro momento, as regras clássicas de composição ainda são fielmente seguidas, mas seu campo de aplicação se amplia e vai além das grandes obras públicas, dos grandes palácios e templos religiosos (os edifícios ditos "nobres", dignos de receberem o status de arquitetura segundo a perspectiva clássica) e novas combinações de elementos são propostas. Andrea Palladio será o principal expoente desta forma de lidar com a linguagem clássica, especialmente através dos seus projetos de villas nos arredores das cidades italianas. A arquitetura de Palladio foi de tal forma peculiar e destacada da de seus antecessores que seu método projetual acabou levando à caracterização de um novo estilo: o Palladianismo. Tal estilo se apresenta pela aplicação da planta central aos projetos residenciais (como nos das villas), por um certo tipo de ornamentação bastante sintética (uma arquitetura de "superfície"), entre outras características. O próprio Palladio é responsável por produzir um tratado bastante completo sobre a arquitetura clássica, no qual expõe seu modo de pensar e sua perspectiva sobre a questão.

Maneirismo[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Arquitetura maneirista

O maneirismo foi o movimento artístico ocorrido no Cinquecento (e cuja formalização se deu especialmente nas décadas de 1510 e 1520) que evidenciou o desejo, por parte dos arquitetos, humanistas e artistas do período, de uma arte que, ainda que, em essência, se utilizasse dos elementos clássicos, possuísse um conteúdo bastante anticlássico. O maneirismo será, portanto, este segundo momento de confronto da arquitetura clássica, já integralmente conhecida.

Os dois principais expoentes do período são Michelangelo e Giulio Romano. Em suas obras, são constantes as referências e citações aos elementos e princípios compositivos clássicos, mas sempre de forma desconstrúida e quase irônica. Voltam-se para o interior padrões decorativos de janelas que deveriam estar colocadas em ambientes externos, criam-se ambientes cênicos em espaços internos que remetem a situações de exterior, brinca-se com os efeitos de ilusão óptica proporcionados pela perspectiva, através de jogos dimensionais inusitados, etc.

Difusão da arquitetura renascentista na Europa[editar | editar código-fonte]

A Queen's House (1616), em Londres é exemplar da difusão tardia da arquitetura renascentista nos demais países europeus.

O Renascimento caracterizou-se como um movimento praticamente restrito ao universo cultural italiano durante seus dois primeiros séculos de evolução (entre os séculos XIV e XVI, aproximadamente), período durante o qual, no restante da Europa, sobreviviam estilos arquitetônicos, em geral, ligados ao gótico ou ao tardo-românico. No seu auge, na Itália, porém, a estética clássica começou a ser difundida em diversos países europeus devido a motivos diversos (como guerras, anexações de territórios, pelo fato de os artistas italianos viajarem pela Europa ou serem contratados por cortes diversas).

Independente das razões, é certo que esta difusão fatalmente se dará já pela assimilação de certos ideais anticlássicos trazidos pelo maneirismo, estilo em voga naquele momento (início do século XVI). É um momento em que a tratadística clássica está plenamente desenvolvida, de forma que os arquitetos, de uma forma geral, possuem um bom domínio das regras compositivas clássicas e de sua canonização, o que lhes permite certa liberdade criativa. Esta leve liberdade de que gozam os artistas do período será naturalmente absorvida pela produção renascentista dos países fora do espectro cultural italiano. Há que se notar, porém, que existem estudiosos que não consideram o maneirismo como um movimento ligado ao Renascimento, mas um estilo novo e radicalmente contrário a este. Desta forma, a produção dita maneirista dos demais países europeus pode vir, eventualmente, a não ser considerada como uma arquitetura genuinamente renascentista. Em certo sentido é possível dizer, segundo tal ponto de vista, que tais países "pularam" diretamente de uma produção tipicamente medieval para uma arquitetura pós-renascentista (como na França).

Como as formas de difusão diferem de país para país, ainda que a arquitetura produzida por aqueles países neste momento seja efetivamente renascentista, existe um Renascimento diferente para cada região da Europa (pelo menos do ponto de vista arquitetônico). Será possível falar em um Renascimento francês, um Renascimento espanhol e um Renascimento flamengo, por exemplo.

Em Portugal, as formas clássicas difundir-se-ão apenas durante um breve período, sendo logo substituídas pela arquitetura manuelina, uma espécie de releitura dos estilos medievais e considerada por alguns como o efetivo representante do Renascimento neste país, ainda que prossiga uma estética distante do classicismo (insere-se, de fato, no Estilo gótico tardio).

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. Para mais detalhes, cf. ARGAN, Giulio Carlo; "O significado da cúpula" in História da arte como história da cidade; São Paulo: Martins Fontes, 2005. ISBN 85-336-2147-7

Referências

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  3. a b N. Pevsner, História da arquitetura europeia, cit., p. 106.
  4. A. Bruschi, Bramante, Laterza, Roma-Bari 2010, p. 7.
  5. R. De Fusco, Mil anos de arquitetura na Europa, cit., p. 139.
  6. R. De Fusco, Mil anos de arquitetura na Europa, cit., p. 140.
  7. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Dizionario, Rinascimento
  8. P. Murray, L'architettura del Rinascimento italiano, Laterza, Roma-Bari 2007, p. VIII.
  9. a b B. Zevi, Saber ver a arquitetura, Torino 2012, pp.76-77.
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  16. R. De Fusco, Mille anni di architettura in Europa, cit., pp. 220-223.
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  18. a b c W. Muller, G. Vogel, Atlas de arquitetura. História da arquitetura desde as suas origens até à contemporaneidade. Tabelas e textos, cit., p. 425.
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  20. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Atlas, 425
  21. J. F. O'Gorman, A Arquitetura da Biblioteca Monástica na Itália, Nova York, 1972, p. 64.
  22. J.F. O'Gorman, A Arquitetura da Biblioteca Monástica na Itália, cit., p. 66.
  23. J.F. O'Gorman, A Arquitetura da Biblioteca Monástica na Itália, cit., p. 69.
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  26. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Atlante, 415
  27. a b c d e f g W. Muller, G. Vogel, Atlas de arquitetura. História da arquitetura desde as suas origens até à contemporaneidade. Tabelas e textos, cit., p. 447.
  28. P. Murray, A arquitetura da Renascença Italiana, cit., p. 123.
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  30. P. Murray, A arquitetura da Renascença Italiana, cit., p. 141.
  31. W. Muller, G. Vogel, Atlante d'architettura. Storia dell'architettura dalle origini all'età contemporanea. Tavole e testi, cit., p. 449.
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  33. P. Murray, L'architettura del Rinascimento italiano, cit., p. 58.
  34. R. De Fusco, Mille anni d'architettura in Europa, cit., pp. 235-239.
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  37. N. Pevsner, J. Fleming, H. Honour, Dizionario di architettura, cit., voce Urbanistica.
  38. a b c Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Atlante, 399
  39. a b W. Muller, G. Vogel, Atlante d'architettura, cit., p. 411.
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  41. A Arquitetura Florentina: Brunelleschi, in História da Arte vol.5, 1978, p. 96.
  42. LETTS, 1984, p.21.
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  45. HEYDENREICH, 1998, p. 24.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Citada[editar | editar código-fonte]

  • História da Arte. vol.5. Barcelona: Salvat Editora. 1978. ISBN 84-401-0013-2 
  • BENEVOLO, Leonardo (1997). História da cidade 3 ed. São Paulo: Perspectiva. ISBN 85-273-0100-8 
  • CONTI, Flávio (1986). Como reconhecer a arte do Renascimento. Lisboa: Edições 70 
  • HEYDENREICH, Ludwig H. (1998). Arquitetura na Itália. 1400-1500. São Paulo: Cosac & Naify. ISBN 85-86374-11-3 
  • LETTS, Rosa Maria (1984). Introdução à história da arte da universidade de Cambridge. o Renascimento. Rio de Janeiro: Zahar Editores. ISBN 85-86374-11-3 
  • MURRAY, Lina & Peter. The art of the Renaissance. 1997 (1ª ed. 1963). Singapura: C.S. Graphics. ISBN 0-500-20008-4 
  • SOUZA, Wladimir Alves. A Arquitetura do Renascimento. In: FRANCO, Afonso Arinos de Melo (org.) O Renascimento: Ciclo de conferências promovido pelo Museu Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro: Ed. Agir, 1978. 191-207 p.
  • WITTKOWER, Rudolf (1949). Architectural principles in the age of humanism. Londres e Worcester: The Trinity Press 

Consultada[editar | editar código-fonte]

  • BENEVOLO, Leonardo; Storia dell'architettura del Rinascimento; Roma-Bari: Laterza, 1988
  • MURRAY, Peter; Arquitectura del Renacimiento; Madrid: Aguilar, 1972
  • SUMMERSON, John; A linguagem clássica da arquitetura; São Paulo: Martins Fontes, 1994
  • TAFURI, Manfredo; La arquitectura del humanismo; Madrid: Xarait Ediciones, 1978
  • WITTKOWER, Rudolf; Los fundamentos de la arquitectura en la edad del humanismo; Madrid: Alianza, 1995

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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