Engenho Matoim

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Engenho Matoim
Área
  • 1 858 metro quadrado
Geografia
País Brasil
Localidade Candeias
Coordenadas 12° 46' 21" S 38° 27' 59" O

O Engenho Matoim (Sobrados e construções anexas) é uma edificação localizada em Candeias, município do estado brasileiro da Bahia. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1943, através do processo de número 323.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Em 1584, a propriedade de Jorge Antunes era composta de um engenho, casa-grande e da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Jorge Antunes era filho de Ana Roiz e Heitor Antunes, cristãos-novos, judeus forçados à converter-se para o cristianismo, que chegaram à Bahia em 1557, juntamente com Mem de Sá. Através de casamentos com 'cristãos-velhos' de origem fidalga, conseguiram uma grande projeção social e fortuna. Porém ainda no século XVI, com a chegada dos membros da Inquisição portuguesa entre 1591 e 1595, Ana Roiz foi acusada de heresia por preservar costumes do judaísmo e foi transferida para Lisboa, presa.[2][3][4]

Foi destruído pelos holandeses e reconstruído pela família Rocha Pita no século XVIII. Em 1973, o local foi desapropriado pelo Estado da Bahia e passou a integrar o Centro Industrial de Aratú. Foi tombado pelo IPHAN em 1943, recebendo tombo histórico (Inscrição 217/1943).[2]

Compõe o conjunto de Engenhos do Recôncavo Baiano, importantes para o conhecimento da chamada arquitetura do açúcar na Bahia.[5]

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

Casa-grande de engenho foi edificada no topo de uma elevação, às margens da Baía de Aratu, construída em paredes de alvenaria mista de pedra e tijolo que suportam as tesouras do telhado. Sua planta desenvolve-se em torno de um pátio retangular, coberta por um telhado oito águas e à sua frente ficava um jardim. No entorno está localizado o parque industrial da Dow Brasil (antiga Dow Química) pelo qual é feito o acesso até o imóvel, sendo necessário solicitar permissão.[2][6][7]

O imóvel possui três níveis. No primeiro andar há um porão. O segundo pavimento é formado por um saguão, ladeado por grandes salões com janelas conversadeiras e onde, originalmente, haviam 7 quartos de hóspedes. O terceiro pavimento possui janelas do tipo tribuna, salões, capelas, quartos e cozinha. A pintura do forro da capela, com a temática da Santíssima Trindade, ainda impressiona. O pátio corresponde ao terceiro nível, sendo contornado, em três lados, por uma galeria de arcos plenos apoiados em colunas toscanas, à feição dos pátios conventuais. Apesar das modificações do século XVIII, o pátio interno preserva as características do século anterior, mostrando a influência árabe no estilo do período colonial.[2][6][7]

Referências

  1. «IPHAN». Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Consultado em 27 de julho de 2021 
  2. a b c d «Candeias – Engenho Matoim». Site Ipatrimônio. Consultado em 27 de julho de 2021 
  3. Pinto Ribeiro, Genebaldo (2003). «HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO: O ENGENHO MATOIM, UM CASO A SER RESSIGNIFICADO E RECONFIGURADO OBJETIVANDO ATENDER AO TURISMO CULTURAL» (PDF). XIII Encontro Estadual de História da ANPUH RS. Consultado em 4 de agosto de 2021 
  4. Faria de Assis, Angelo Adriano. «A Inquisição portuguesa e o processo contra Heitor Antunes, cavaleiro d'el Rey e Macabeu do Recôncavo: um (cripto) rabino na Bahia quinhentista» (PDF). Consultado em 4 de agosto de 2021 
  5. «Engenhos do Recôncavo Baiano» (PDF). Publicado pelo IPHAN e Monumenta. 
  6. a b «Engenhos: Caboto, Matoim, São João e Pindobas». Consultado em 4 de agosto de 2021 
  7. a b Pinto Ribeiro, Genebaldo (2003). «"NÃO SABIA QUE ERA COISA DE JUDEO" OS CRISTÃOS-NOVOS, SUA HISTÓRIA, SEUS ESPAÇOS, SUAS RESISTÊNCIAS/PERMANÊNCIAS» (PDF). Consultado em 4 de agosto de 2021 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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