Governo Nicolás Maduro (2019–presente)

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O segundo governo de Nicolás Maduro iniciou o 10 de janeiro de 2019 quando este se juramentó ante o Tribunal Supremo de Justiça para o período 2019-2025 depois de ganhar com o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) umas polémicas eleições presidenciais com uma abstenção do 68̬% do padrón eleitoral.[1] A oposição, Estados Unidos, a União Européia, e a maioria dos países latinoamericanos acusaram dito processo eleitoral de fraudulento.[2]

Nicolás Maduro e Juan Guaidó, o então presidente da Assembleia Nacional, enfrentaram-se na chamada crise presidencial, que começou após que a Assembleia Nacional avalara a juramentación de Guaidó como presidente interino e fora reconhecido por 60 países.[3] Depois disto, ocorreram fortes protestos antigubernamentales.

A nível legislativo, o PSUV incrementou seu influenciaː controlou amplamente a Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela (ANC) que funcionou como um Congresso paralelo até 2020, depois de ser convocada por Maduro em 2017 para reformar a constituição redigida em 1999, durante o primeiro governo de Hugo Chávez, quando se dissolveu sem ter proposto mudanças.[4] O PSUV controla desde 2020 a maioria da Assembleia Nacional, após que a oposição decidisse não se apresentar a eleições.[5]

A nível social, em maio de 2021 tinha uma quantidade aproximada de 7 milhões de emigrantes venezuelanos no mundo.[6]

A nível económico, ocorreu a maior hiperinflação na história num contexto de crise, e cessou a circulação da criptomoneda petro.

A nível energético, durante este período ocorreu a pior crise petrolera e o maior blecaute nacional da história. Sua política de saúde esteve orientada em seus primeiros anos a contrarrestar a pandemia do COVID-19.

Com respeito a sua política eleitoral, em junho de 2022 a empresa Smartmatic denunciou ao Governo de Venezuela por 1500 milhões de dólares por fraude em junho de 2017 durante as eleições da Assembleia constituinte por inflar os resultados e adiantar a data de eleição presidencial.[7]

A política exterior tem estado marcada pela continuação de suas alianças com Cuba, Nicarágua, Rússia, Chinesa, Irão e Turquia, bem como a ruptura das relações diplomáticas com Bolívia (restabelecidas em 2020), Brasil (restabelecidas em 2022), Colômbia (restabelecidas em 2022), Estados Unidos, Honduras, Guatemala e Paraguai (restabelecidas em 2023) e Guatemala.[8][9][10][11][12][8] O 26 de março de 2020, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos emitiu uma ordem de captura contra Maduro com uma recompensa de 15 milhões de dólares por cargos relacionados com narcotráfico.[13]

Tem estado caracterizado por más relações com sua oposição. Durante seu mandato têm sido intervindos os partidos COPEI (2015-2019), Ação Democrática (2020), Primeiro Justiça (2020), Vontade Popular (2020), Movimiento Republicano (2020), Tupamaro (2020), Pátria Para Todos (2020), Compromiso País (2020), Nueva Visión para mi País (2020) e o Partido Comunista de Venezuela (2023).[14][15][16][17][18][19][20][21][22][23][24][25] Henri Falcón denunciou o mesmo para o partido Avançada Progressista (2022).[26] Segundo a oposição, as violações aos direitos humanos têm evidenciado o totalitarismo do governo venezuelano e a busca de um «partido único» ou uma «oposição controlada» no país.[27]

Veja-se também[editar | editar código-fonte]

Notas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Maduro se juramentó ante el TSJ a pesar de críticas sobre su legitimidad». TalCual (em espanhol). 10 de janeiro de 2019 
  2. «La mayoría de países desconoce el triunfo de Maduro y EE.UU. endurece sus sanciones». EFE (em espanhol) 
  3. «Troops that revolted against Venezuela's Maduro have fled the country». NBC News (em inglês). 9 de dezembro de 2019 
  4. «La Constituyente de Maduro se disolvió luego de obstaculizar por tres años al Parlamento opositor y sin crear una nueva Constitución». Infobae (em espanhol). 19 de dezembro de 2020 
  5. «Arrasa la abstención en las elecciones de Nicolás Maduro: solo votó el 31% del censo». El Mundo (em espanhol). 7 de dezembro de 2020 
  6. «7 millones de venezolanos necesitarán ayuda humanitaria en el 2021, según la OCHA». Tal Cual (em espanhol). 1 de dezembro de 2020 
  7. «Smartmatic reclama a Venezuela USD 1.500 millones por presunto «fraude» en la Constituyente». AlNavio (em espanhol). 8 de junho de 2022 
  8. a b «Venezuela y su puente "casi quebrado" en relaciones con América Latina». Forbes (em espanhol). 17 de janeiro de 2020 
  9. «Gobierno de Bolivia restablece relaciones con Venezuela». Deutsche Welle (em espanhol). 12 de novembro de 2020 
  10. «Maduro recibe al embajador de Colombia en Caracas, marcando el restablecimiento de las relaciones diplomáticas entre ambos países». BBC News Mundo (em espanhol). 2022 
  11. «Nicolás Maduro: "He decidido romper relaciones diplomáticas con Estados Unidos"». Infobae (em espanhol). 23 de janeiro de 2019 
  12. «Paraguay y Venezuela restablecen sus relaciones diplomáticas y consulares, rotas desde 2019». France 24 (em espanhol). 15 de novembro de 2023 
  13. «EEUU pone precio a la cúpula chavista: la recompensa por los altos mandos del gobierno de Maduro». BioBioChile (em espanhol). 26 de março de 2020 
  14. «Paramilitares toman por la fuerza la sede del partido Acción Democrática, intervenido por el chavismo». EL MUNDO (em espanhol). 9 de agosto de 2020 
  15. «PPT dividido, PCV amedrentado y Tupamaro intervenido tras alianza electoral sin el PSUV». Crónica Uno (em espanhol). 19 de agosto de 2020 
  16. «Sala Constitucional del TSJ designó nueva junta directiva Ad Hoc de Copei» (em espanhol). 2 de dezembro de 2019 
  17. «Acción Democrática expulsará de sus filas a Bernabé Gutiérrez» (em espanhol). 16 de junho de 2020 
  18. «El Supremo suspende también a la cúpula de Primero Justicia en su ofensiva contra la oposición venezolana». Europa Press (em espanhol). 17 de junho de 2020 
  19. «VP rechazó las acusaciones de Tarek William Saab». El Nacional (em espanhol). 25 de maio de 2020 
  20. «TSJ interviene partido Movimiento Republicano y nombra directiva ad hoc». versionfinal.com.ve (em espanhol). 27 de julho de 2020 
  21. Lozano, Daniel (19 de agosto de 2020). «El Supremo de Venezuela interviene la directiva del partido chavista Tupamaro». El Mundo (em espanhol) 
  22. «TSJ ordena al PPT entregar sedes a la junta ad hoc de Ilenia Medina». Runrunes (em espanhol). 21 de outubro de 2020 
  23. «La Justicia chavista intervino otros dos partidos políticos de izquierda en Venezuela». Infobae (em espanhol). 26 de agosto de 2020 
  24. García, Yorvi (22 de agosto de 2020). «TSJ del régimen intervino el partido Nuvipa». El Impulso (em espanhol) 
  25. Singer, Florantonia (12 de agosto de 2023). «El Tribunal Supremo de Venezuela interviene el Partido Comunista y nombra una nueva dirección». El País (em espanhol) 
  26. «Henri Falcón presentó Futuro, su nuevo movimiento político». EL NACIONAL (em espanhol). 30 de março de 2022 
  27. «Parlamento condenó judicialización política contra PJ y alertó la intención de instaurar el sistema unipartidista en Venezuela». Asamblea Nacional (em español). 18 de junho de 2020