Lista de transmissoras do Campeonato Brasileiro de Futebol
Os direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol pela televisão são os direitos mais lucrativos e valorizados de qualquer esporte brasileiro e por uma razão lógica, já que o futebol é o esporte mais popular do país. As primeiras emissoras a transmitirem o Campeonato Brasileiro foram a Rede Tupi e a TV Cultura, em 1971. A maioria das partidas eram transmitidas horas depois de ocorrerem, através de videoteipe. As emissoras priorizavam as partidas das fases finais do Campeonato para serem exibidas ao vivo, mediante a liberação para o mesmo local em que elas ocorriam.
Atualmente, os direitos de transmissão pertencem ao Grupo Globo (TV Globo, SporTV e Premiere).
História[editar | editar código-fonte]
Início das transmissões (1970—1979)[editar | editar código-fonte]
A televisão brasileira começou a dar destaque ao futebol profissional logo após o início da Ditadura militar brasileira, com a televisão sendo um dos principais meios que o governo utilizou para manutenção da ordem, investindo milhões de dólares para que o Brasil tivesse transmissão a cores e ao vivo, via satélite, da Copa do Mundo FIFA de 1970, no México.[1] As primeiras emissoras a transmitirem o Campeonato Brasileiro foram a Rede Tupi e a TV Cultura, em 1971. A maioria das partidas eram transmitidas horas depois de ocorrerem, através de videoteipe. As emissoras priorizavam as partidas das fases finais do Campeonato para serem exibidas ao vivo, mediante a liberação para o mesmo local em que elas ocorriam.[2] Ao longo da década de 1970, a divisão dos direitos de transmissão foi democrática, com sete emissoras diferentes compartilhando os direitos: Rede Tupi (1971—1975), TV Cultura (1971—1976), TV Gazeta (1973—1975), TVE Brasil (1975—1976), Rede Bandeirantes (a partir de 1976), RecordTV (a partir de 1979) e TV Globo (a partir de 1976). Os direitos eram negociados de forma conjunta através de uma prática conhecida como "pool", onde eram divididos os custos de compra e de operação entre as emissoras.[3] Na época, as cinco emissoras abertas de televisão no Brasil exibiam as partidas de futebol, dando opções aos espectadores e disputando a audiência.[3]
Criação do Clube dos 13 (1980—1989)[editar | editar código-fonte]
No entanto, a partir da edição de 1986, o modelo de negociação mudou repentinamente, após uma ruptura do "pool" de emissoras. A partir das fases finais, três emissoras comerciais (Band, Globo e Manchete) negociaram individualmente com as equipes classificadas. As propostas foram recusadas as partidas das oitavas e quartas de final foram exibidas apenas em compactos na TV Cultura.[3] Para as semifinais, Band, Globo e Manchete conseguiram adquirir os direitos de transmitir apenas os jogos da volta.[3] Para a final, as negociações foram mais endurecidas para um novo "pool" formado entre Band, Globo e RecordTV, e as duas equipes finalistas, São Paulo e Guarani, exigiram o pagamento da quantia de 3 milhões de cruzados para a transmissão dos jogos.[3] Sabendo de tal condição, a Manchete ofereceu 4 milhões e adquiriu, com exclusividade e pela primeira vez na história do Campeonato Brasileiro, a transmissão daquela final.[4] A partir daí, o modelo de negociações mudou definitivamente.
Em 11 de julho de 1987 foi criado o Clube dos 13, organização formada para defender os interesses políticos e comerciais de 13 clubes de futebol do Brasil. O primeiro contrato de televisão negociado pelo Clube dos 13 junto à Globo foi em 1987, e que idealizou a organização do módulo verde do campeonato daquele ano, também conhecido como Copa União. Os direitos televisivos foram vendidos por US$ 3,4 milhões.[5][6][7][8][9] Nesse ano, foi o SBT que transmitiu a partida final com o Guarani novamente na decisão, dessa vez, contra o Sport[10] na Ilha do Retiro, já que a Globo também não considerou o cruzamento entre os clubes dos módulos verde e amarelo.[11][12]
Domínio da TV Globo (1990—1999)[editar | editar código-fonte]
Em 1990 e 1991, apenas a Rede Bandeirantes adquiriu os direitos de transmissão.[13] A edição de 1990 marcou o primeiro título brasileiro do Corinthians, segunda equipe mais popular do país, e chamou a atenção da mídia e do público, com destaque a partida final, que registrou um Ibope de 53 pontos na Grande São Paulo.[14] Mesmo assim, a Globo só passou a priorizar a competição a partir da edição de 1992 com o título do Flamengo.[14][15] A transmissão das edições de 1994, 1995 e 1996 foram negociadas por US$ 31,4 milhões.
Em 1997 passou a ser restrita a transmissão dos jogos ao vivo em cidades onde eram realizadas as partidas (com exceção da fase final). No mesmo ano, o Clube dos 13 fechou mais um contrato com a Globo como detentora dos direitos televisivos do Brasileirão por US$ 50 milhões (valor que incluiu também as edições de 1998 e 1999), sendo que a própria resolve dividir os direitos com a Band durante esse período. A edição de 1997 foi a primeira a ser exibida no sistema de pay-per-view, através do Premiere,[16] além de ser a primeira a ter jogos transmitidos para a televisão por assinatura, através do SporTV, após o Clube dos 13 ter assinado um controverso contrato com a Globosat.[17] Anteriormente, em 1993, a TVA/Editora Abril assinou um contrato que garantia a exibição das partidas para a televisão por assinatura entre 1997 e 2001 para o seu canal, a ESPN Brasil.[18] No entanto, o acordo foi desfeito após a proposta da Globo ser muito superior ao oferecido, garantindo, assim, a exibição dos jogos para a SporTV.[19]
Valorização dos contratos de transmissão (2000—2009)[editar | editar código-fonte]
Grupo | 1 | 2 | 3 | 4 |
---|---|---|---|---|
Times | Corinthians Flamengo Palmeiras São Paulo Vasco |
Santos | Atlético-MG Botafogo Cruzeiro Fluminense Grêmio Internacional |
Atlético-PR Bahia Coritiba Goias Portuguesa Sport Vitória |
Em 2000, apenas a Globo transmitiu a Copa João Havelange, em contrato negociado por US$ 50 milhões. No entanto, a segunda partida da final da competição ocorreu em 2001, entre Vasco e São Caetano, e protagonizou algo bem incomum: a equipe cruzmaltina foi a campo estampando a logomarca do SBT em seu uniforme, segunda maior emissora de televisão do país naquela época, como forma de provocação a Globo, a qual o presidente Eurico Miranda responsabilizava pela suspensão do segundo jogo decisivo em São Januário. A situação foi embaraçosa para emissora, já que a partida teve um público estimado em 60 milhões de telespectadores.[20] Apesar do número elevado, esta edição foi marcada pela baixa audiência, que fez com que a Globo cancelasse a exibição de algumas partidas.[21]
Em 2001, o Clube dos 13 dividiu os clubes em quatro grupos para definir as quotas de transmissão.[22] No ano seguinte, a Globo revendeu os direitos de transmissão a Record, que manteve a parceria por quatro anos. Em 2003, quando ocorreu a primeira edição disputada por pontos corridos, o valor foi ampliado por um montante considerável, superando pela primeira vez os três dígitos. O contrato foi assinado novamente pela Globo com valor de US$ 130 milhões por ano,[23] sendo renovado em 2005 por US$ 300 milhões, válido para triênio 2005-2008.[24]
A partir de 2009, uma negociação mais democrática passou a ser exigida pelos meios de comunicação. Pela primeira vez, os direitos foram abertos em licitação para a comercialização da transmissão do Campeonato Brasileiro. Todos os veículos foram convidados a apresentarem propostas para pacotes de televisão aberta e por assinatura, PPV, internet e transmissão para o exterior.[25] A Globo firmou o maior contrato da história do futebol brasileiro até a época por R$ 1,4 bilhão nas edições de 2009, 2010 e 2011.[26] Ao final deste contrato, a maioria dos membros do Clube dos 13 indicaram que iriam negociar os direitos de transmissão independentemente.[27][28][29][30][31]
Extinção do Clube dos 13 e negociações individuais (2010—2019)[editar | editar código-fonte]
Grupo | 1 | 2 | 3 | 4 |
---|---|---|---|---|
Times | Corinthians Flamengo |
Palmeiras São Paulo Vasco Santos |
Atlético-MG Botafogo Cruzeiro Fluminense Grêmio Internacional |
Demais clubes da Série A |
No dia 23 de fevereiro, o Corinthians requereu sua desfiliação do Clube dos 13 por não concordar com a forma em que a entidade estava negociando os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro para os anos de 2012, 2013 e 2014 com os diversos meios de comunicação interessados.[32][33][34] O mesmo caminho foi seguido pelo Botafogo no dia 25 de março.[35] Anteriormente, o clube, junto com Flamengo, Fluminense e Vasco, já haviam anunciado que negociariam seus direitos de transmissão diretamente, sem mediação do Clube dos 13, posição seguida posteriormente também por Coritiba[36], Cruzeiro[37], Vitória, Santos, Goiás, Sport e Bahia.[38]
Em 2012, o contrato dos clubes foram divididos em quatro grupos: Flamengo e Corinthians recebendo de 84 a 120 milhões de reais; São Paulo, Palmeiras, Santos e Vasco recebendo de 70 a 80 milhões de reais; Internacional, Grêmio, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Fluminense e Botafogo recebendo de 45 a 55 milhões de reais; e os demais clubes da primeira divisão recebendo de 18 a 30 milhões de reais.[39][40][41][42]
Em 2013, o SporTV concedeu a Fox Sports o direito de transmitir, em videoteipe as partidas da competição, além de jogos da Copa do Brasil, ao vivo.[43][44]
Em 2016, a Band deixou de transmitir em parceria com a Globo a competição após 7 anos na TV aberta.[45] Além disso, o canal Esporte Interativo, do grupo Turner, fez negócio com Atlético-PR, Bahia, Ceará, Coritiba, Internacional, Joinville, Palmeiras,[46] Paysandu, Sampaio Corrêa, Santos, Criciúma, Fortaleza, Paraná, Ponte Preta e Santa Cruz os direitos de transmissão da competição na televisão por assinatura para a competição entre 2019 e 2024 (com exceção do Internacional, que valia até 2020), se opondo ao canal SporTV.
Em 2018, a TV Globo desistiu de renovar os contratos sobre os direitos internacionais do Campeonato na negociação dos novos contratos em 2016. A emissora ficou com esses direitos e suas vendas apenas até 2018. O Esporte Interativo, que havia adquirido o direito sobre o jogos de 15 times encerra as transmissões. Contudo, os jogos destes times (quando estiveram disputando a Série A) foram exibidos pelo canal TNT.
Em 2019, o Palmeiras iniciou a competição somente com o contrato feito com a Turner. Até a quinta rodada, somente os jogos que o time paulista enfrentava outros times que possuíam contrato com a Turner tiveram transmissão na TV. A partir da sexta rodada, os jogos do alviverde passaram a ter transmissão também em TV Aberta e PPV, depois de chegar-se em um acordo com o Grupo Globo.[47] O Athletico PR não fechou acordo para transmissão de seus jogos em PPV, se restringindo somente aos jogos transmitidos em TV Aberta ou contra times que também fecharam contrato com a Turner, para transmissão em TV Fechada.[48][49]
Em setembro de 2021, a Turner anuncia a renuncia pelos direitos de transmissão do Brasileirão a partir de 2022, ficando os times com quem possuía contrato livres para assinar com outras emissoras.[50] Os novos contratos já seriam regrados pela Lei do Mandante, no qual só o mandante possuí os direitos. Em outubro de 2021, o Grupo Globo anuncia o acordo com cinco clubes que possuíam contrato com a Turner para o triênio 2022/2023/2024 – Ceará, Coritiba, Fortaleza, Juventude e Santos.[51] No mesmo mês, o Bahia foi outro dos clubes da Turner a assinar seu acordo com o Grupo Globo em TV paga.[52] Já em dezembro, o Palmeiras foi mais um dos clubes da Turner a assinar o seu acordo com o Grupo Globo em TV paga para o mesmo triênio.[53]
Em Maio de 2023, A TNT fechou um contrato com o Athletico PR para transmitir todos os jogos do clube em casa na competição, assim voltando a transmitir a competição depois do término da edição de 2021
Transmissão[editar | editar código-fonte]
Brasil[editar | editar código-fonte]
Emissora | Plataforma | Jogos |
---|---|---|
TV Globo | Sinal aberto | De um a três jogos por semana, transmitidos ao vivo nas noites de quarta-feira às 21h30 e aos domingo às 16h.[nota 1] |
SporTV | Por assinatura | Dois jogos por rodada entre os clubes que possuí contrato, com transmissão simultaneamente do Premiere. |
TNT | Por assinatura | Transmite todos os jogos do Athletico-PR em casa, com bloqueio no estado do Paraná. |
Premiere | Pay-per-view | Nove partidas por rodada em pay-per-view, alguns transmitidos simultaneamente com o SporTV. Jogos do Athletico-PR em casa não são transmitidos, apenas os jogos do mesmo como visitante. |
Cazé TV | Pay-per-view | Transmite todos os jogos do Athletico-PR em casa por meio da Twitch e do Youtube. |
Rede Furacão | Pay-per-view | PPV oficial do Athletico-PR, que transmite todos os jogos do mesmo em casa. |
Antigos[editar | editar código-fonte]
- TV Cultura (1971-1976 e 1986)
- TV Tupi (1971-1975)
- TV Gazeta (1973-1975)
- TVE Brasil (1975-1976)
- Rede Bandeirantes (1976-1986; 1989–1999; 2007–2015)
- RecordTV (1979-1983; 2002-2006)
- Rede Manchete (1986* e 1989)
- SBT (1987*)
*Transmitiu a final com exclusividade
Resto do Mundo[editar | editar código-fonte]
País/Região | Língua | Transmissoras |
---|---|---|
Internacional | Inglês | Fanatiz |
Espanhol | ||
Português | ||
Bósnia e Herzegovina | Bósnio | Arena Sport |
Croácia | Croata | |
Montenegro | Montenegrino | |
Macedônia do Norte | Macedônio | |
Sérvia | Sérvio | |
Eslovênia | Esloveno | |
Portugal | Português | Canal 11 |
República da Irlanda | Inglês | FreeSports |
Reino Unido | ||
Canadá | OneSoccer | |
Estados Unidos | Paramount+,[54] Vix (serviço de streaming) | |
Espanhol | ||
China | Chinês | PPTV |
Itália | Italiano | Sportitalia |
Áustria | Alemão | Sportdigital |
Alemanha | ||
Suíça | ||
Israel | Hebraico | Channel 1 |
Chipre | Grego | Cablenet Sports 1 |
Notas
- ↑ Excepcionalmente, alguns jogos são transmitidos em outros horários.
Referências
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