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Rede social livre

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Uma rede social livre é um rede social baseada em software livre. Em geral, não possui fins lucrativos e pode ser autogestionada por comunidades e seus usuários possuem autonomia sobre a sua identidade[1] e portabilidade de dados[2].

Características[editar | editar código-fonte]

Em geral, esse tipo de rede possui uma ou mais das seguintes características:

Os projetos de redes sociais livres ou redes sociais federadas geralmente desenvolvem software, protocolos, ou ambos. Tanto o software como os protocolos costumam ser livres e de código aberto. Isso permite que os usuários com conhecimento técnico possam baixar o software dos repositórios, montar um próprio e o gerir. Também permite a sua colaboração no desenvolvimento dos projetos.

Distribuídas[editar | editar código-fonte]

Cada rede social funciona com muitos servidores - denominados nós, instâncias ou pods - conectados entre si. Os servidores são montados e administrados pelos usuários, comunidades e organizações, em geral, autogestionadas e independentes. O usuário (ou grupo) que gestiona uma instância pode decidir o seu funcionamento, financiamento, manejo de dados, políticas de conteúdo, etc.[3]

O registro de novos usuários costuma ser livre, sempre que as assinaturas para os nódulos estejam abertas. Em alguns casos, é necessário um convite de outros usuários ativos para cadastrar-se (como foi o caso da Diaspora* inicialmente) ou a partir de uma avaliação do administrador (ou equipe de administração) do nó ou instância. Isso é feito para evitar que um nó concentre muitos usuários e impulsionar o crescimento de outros nós. Em algumas redes sociais livres os nós ou instâncias pedem que os usuários registrem-se de acordo com a sua localização geográfica, idiomas, interesses em comum ou preferências temáticas (política, artes, etc) e tambḿ com conteúdos com etiquetas NSFW.

Federadas[editar | editar código-fonte]

Gráfico sobre redes sociais livres. Protocolos compatíveis com Fediverse e a Federação (a partir de agosto de 2019)

As redes sociais livres utilizam distintos protocolos que mediante normas abertas garantam a interoperabilidade entre diferentes aplicações sociais[4]. Atualmente existem cinco protocolos para redes sociais livres: ActivityPub, Ostatus, Zot, DFRN e Diaspora[5], sendo o primeiro o que concentra a maior quantidade de redes, chamadas no seu conjunto de Fediverso. Quando várias redes compartilham um mesmo protocolo, se diz que "federam" entre si, o que quer dizer que os usuários podem interagir mesmo que os seus perfis tenham sido criados em redes sociais distintas.[3]

Diferenças de outras redes sociais[editar | editar código-fonte]

A vantagem destas redes é que elas dão um maior controle ao usuário a respeito de que informações compartilha e com quem, respeitando a sua privacidade.

Diferentemente das redes sociais comerciais (também denominadas privadas ou proprietárias[6]), as redes sociais livres não processam as informações com mineração de dados nem geram mapas de vínculos para fins comerciais[7]. Ao invés disso, adotam o mecanismo de sustentabilidade através de doações (como a Wikipedia, Mozilla Firefox, Apache OpenOffice, LibreOffice, etc.).

Uma desvantagem é que em alguns casos tem maior dificuldade de penetração inicial para os nichos fora das comunidades de geeks de informática ou grupos sociais alternativos, justamente por não tratar-se de empreendimentos comerciais com grandes volumes de publicidade ou recursos que permitam suportar os enormes volumes de usuários que as redes comerciais suportam, e também, em menor medida, pela necessidade de conhecimentos técnicos para aqueles não muito entendidos de informática.

É possível baixar o programa de cada projeto dos seus sites correspondentes, caso se queira colaborar com um servidor próprio. Caso contrário, existem servidores disponíveis para registrar-se. Em alguns casos, como Pump.io, o servidor de registro para novos usuários muda regularmente para evitar a centralização.

Muitas destas redes ainda econtram-se no estágio “beta”, e em alguns casos a experiência do usuário é considerada insatisfatória.

Não há um equivalente exato entre essas redes e as redes sociais comerciais. A GNU Social, Mastodon e StatusNet são o que há de mais parecido com o Twitter. Tanto por suas funcionalidades quanto pelo número limitado de caracteres. Também permitem fazer upload de imagens em diversos formatos. A mais parecida com o Facebook é a Diaspora*.

Exemplos[editar | editar código-fonte]

Existe uma variedade de redes sociais livres. A seguir listam-se algumas com suas principais características[5][8]

Tipo Nome do projeto Características principais Protocolos Instância inicial Instância(s) em português Desenvolvimento
Blog WriteFreely Versão gratuita limitada. Versão paga possui mais funções. ActivityPub
Audiovisual / Áudio e música Funkwhale ActivityPub
Audiovisual / Vídeo e animação Peertube ActivityPub
Estados Diaspora* Diaspora SIm
Friendica Sem limite de caracteres. DFRN
Fotografia PixelFed ActivityPub pixelfed.social
Microblogging GNU Social Ostatus
Mastodon Limite de caracteres em 500 caracteres. Conteúdo multimídia. Uso de etiquetas. Menções a outros usuários. Configuração de privacidade de publicações como públicas (por padrão), sem listar, só seguidores ou mensagens diretas. Apagar publicações e voltá-las a rascunho para corrigí-las. ActivityPub mastodon.social Sim

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Cabello Fernández-Delgado; Franco, Marta; Haché, Alex (2012). «Hacia una web social libre y federada: el caso de Lorea» (PDF). Teknokultura. 38 páginas. Consultado em 24 de setembro de 2019 
  2. Cabello Fernández-Delgado; Franco, Marta; Haché, Alex (2012). «Hacia una web social libre y federada: el caso de Lorea» (PDF). Teknokultura. 25 páginas. Consultado em 24 de setembro de 2019 
  3. a b Guardado Albarreal (outubro de 2018). «Las redes sociales libres, redes nuestras». América Latina en Movimiento - Redes sociales: enredos y desenredos (536): 15-17. ISSN 1390-1230. Consultado em 2 de outubro de 2019 
  4. Cabello Fernández-Delgado; Franco, Marta; Haché, Alex (2012). «Hacia una web social libre y federada: el caso de Lorea» (PDF). Teknokultura: 29-30. Consultado em 24 de setembro de 2019 
  5. a b Tobias Diekershoff. «Salonabend im Schätzchen: Vortrag über das Fediverse» [Salonabend im Schätzchen: Conferencia sobre el Fediverso] 
  6. Daniel Fernández. «¿Qué son las redes sociales libres?». Consultado em 4 de outubro de 2019. Cópia arquivada em 4 de outubro de 2019 
  7. Cabello Fernández-Delgado; Franco, Marta; Haché, Alex (2012). «Hacia una web social libre y federada: el caso de Lorea» (PDF). Teknokultura. 26 páginas. Consultado em 24 de setembro de 2019 
  8. «Redes sociales libres – Elbinario». Consultado em 3 de outubro de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]