Usuário:Mr. Fulano/Testes/AM

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaAxolote
Um indivíduo leucístico.
Um indivíduo leucístico.
Estado de conservação
Espécie em perigo crítico
Em perigo crítico (IUCN 3.1)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Ambystomatidae
Gênero: Ambystoma
Espécie: A. mexicanum
Nome binomial
Ambystoma mexicanum
(Shaw & Nodder, 1798)
Distribuição geográfica
Sua distribuição original (em vermelho) no Distrito Federal, México.
Sua distribuição original (em vermelho) no Distrito Federal, México.

O axolote (nome científico: Ambystoma mexicanum, antiga nomenclatura: Gyrinus mexicanus), muitas vezes chamado de axolotl ou axolotle, é uma espécie de anfíbio caudado da família Ambystomatidae, que é encontrada naturalmente apenas nos lagos Xochimilco e Chalco e regiões de entorno, no sul da Cidade do México. Entretanto, a mesma é utilizada como animal de estimação em diversos países, o que possibilita que seja encontrada em aquários no mundo todo.

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

A espécie foi descrita em 1798 pelos pesquisadores ingleses George Shaw e Frederick Polydore Nodder, tendo o trabalho publicado no livro The naturalist's miscellany, or, Coloured figures of natural objects drawn and described immediately from nature, com os indivíduos encontrados no lago Xochimilco e tratados como endêmicos dessa área.[1] Em 1802, Shaw propôs que seu gênero fosse alterado de Gyrinus, até então monotípico, para Siren, ao achar que a espécie era semelhante fenotipicamente com as desse gênero, em especial a S. lacertina, por terem a boca, dentição e língua parecidos, além de possuírem brânquias externas. Além dessa mudança, ele mudou seu epíteto específico de mexicanum para pisciformis, fazendo alusão ao seu formato de peixe.[2] Após sua descrição, a espécie sofreu diversas mudanças de nome e foi realocada em outros gêneros, além de terem sido descritas várias outras espécies como novas, que mais tarde foi atestado que se tratavam de sinônimos. O último táxon identificado dessa forma foi o Siredon edule, descrito pelo naturalista francês Antoine Louis Dugès em 1888, e atestado que é um sinônimo em 1943, pelo casal de herpetólogos americanos Rozella e Hobart Smith. Seu nome científico atual deriva da mudança proposta em 1884, pelo pesquisador americano Samuel Garman, onde sugeriu utilizar o epíteto específico da primeira descrição e mudando o nome do gênero Siredon para o Ambystoma, em que ela estava incluída, fazendo com que a espécie passasse a se chamar Ambystoma mexicanum.[1]

Seu epíteto científico, mexicanum, é um adjetivo neolatino que faz alusão ao local onde foi descoberta e é endêmica, que no caso é o México. Já seu nome popular original deriva da aglutinação das palavras náuatle atl, que significa "água", e xolotl, que significa "servo" ou "escravo", significando "aquele que serve à água".[3] Ele também está relacionado com o deus da mitologia asteca Xolotl, que era tido como o deus do fogo, do relâmpago, das doenças e das deformidades e irmão gêmeo do deus Quetzalcoatl. E este, para não ser banido ou morto pelos outros deuses, se transformou em um axolote e passou a viver no lago Xochimilco.[4][5] Já os nomes "axolote" ou "axolotle" se tratam de aportuguesamentos da palavra "axolotl".[6]

No ano de 2000, o herpetólogo americano Richard Highton escreveu em seu artigo científico Detecting cryptic species using allozyme data, publicado no livro The Biology of Plethodontid Salamanders, que é possível que as espécies Ambystoma mavortium, A. flavipiperatum, A. andersoni, A. amblycephalum e A. taylori, que habitam outras regiões no México, sejam, na verdade, sinônimos da A. mexicanum e pertençam a mesma espécie.[1]

Sinônimos[editar | editar código-fonte]

Ao todo, a espécie tem 26 sinônimos, sendo que seis são resultado de descrições de novas espécies posterior a primeira catalogação e que mais tarde se descobriu tratar-se da mesma espécie. As demais são fruto de mudanças de gênero e troca do epíteto específico.[1]

Nome Autoridade Ano Táxon superior Observações
Gyrinus mexicanus Shaw & Nodder 1798 Gyrinus Primeira descrição da espécie.
Siren pisciformis Shaw 1802 Siren Foi proposta pelo mesmo autor uma alteração do seu epíteto científico para pisciformis e foi realocada no gênero Siren.
Triton mexicanus Oppel 1811 Triton Foi proposto que a espécie continuasse com o epíteto original e que fosse transferida para o gênero Triton.[7]
Philhydrus pisciformis Brooks 1828 Philhydrus Joshua Brooks propôs a criação de uma nova ordem para abrigar a espécie, a Apneuma, e com isso, criou a família Apneumidæ e o gênero Philhydrus.[8]
Hypochton pisciformis Gravenhorst 1829 Hypochton Baseado na nomenclatura adotada por Shaw em 1802, Gravenhorst propôs a criação de um novo gênero, o Hypochton, que abrigaria além do axolote, a espécie Proteus anguinus.[9]
Siredon axolotl Wagler 1830 Siredon Foi descrita como se fosse uma nova espécie, pertencente a família de gimnofionos Caeciliidae, sendo descoberto se tratar de um sinônimo em 1844.[10]
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo

Distribuição e conservação[editar | editar código-fonte]

Canal no lago Xochimilco.

Originalmente, a espécie era encontrada nos lagos Xochimilco e Chalco, e possivelmente, nos de Texcoco e de Zumpango, que eram ligados aos dois primeiros e faziam parte de um complexo de cinco lagos. Estes lagos estavam presentes nas adjacências do sul da Cidade do México, que fora construída pelos astecas ao redor deles e que viam no axolote um valor econômico e nutricional, porém, atualmente, a maior parte deles foram drenados para a plantação de flores e hortaliças, sobrando apenas o Xochimilco e Chalco, ainda que em menor tamanho, o que diminuiu consideravelmente sua área de distribuição.[11] Existem relatos de avistamentos de indivíduos no lago de Chapultepec, no centro da Cidade do México, mas provavelmente se tratavam de espécimes da A. velasci, necessitando de confirmação. Além de sua distribuição natural, a espécie pode ser encontrada em todo mundo como animal de estimação.[12]

Na natureza, pode ser encontrada em habitats estritamente aquáticos, como canais (tanto naturais, quanto artificiais), áreas alagadas e lagos, desde que estes sejam profundos e sejam abundantes em plantas aquáticas.[12] Quando capturados como animais de estimação, costumam ser criados em aquários.[11]

Apesar de estar presente em todo mundo, a espécie é categorizada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como em perigo crítico (CR) ser for levada em consideração a sua população original, cuja densidade se restringe a 35 indivíduos por quilômetro quadrado, sendo considerada por alguns pesquisadores como extinta na natureza (EW).[11] O seu declínio populacional se deve a uma série de fatores tal como: a poluição e drenagem dos lagos onde é nativa, devida a rápida urbanização; sua captura para a alimentação humana, para servir como animal de estimação e para fins medicinais; introdução de espécies exóticas de peixe, como a tilápia e a carpa, que competem com ela por alimento e o turismo excessivo na região.[12]

Existem diversas ações para a conservação do axolote, tais como projetos de educação ambiental na região do lago Xochimilco, assim como restauração e despoluição do mesmo. Além disso, o lago foi transformado em Patrimônio Mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e a espécie protegida pelo Governo do México como Pr, categoria onde as espécies estão sujeitas a proteção especial. Também existem programas de reprodução em cativeiro, porém tais medidas são tratadas como ineficientes, devido a baixa variabilidade genética presente nestes indivíduos, que poderiam ser rapidamente dizimados no caso de alguma epidemia ou mudança ambiental.[13]

Referências

  1. a b c d «Ambystoma mexicanum (Shaw and Nodder, 1798)» (em inglês). AMNH. Consultado em 18 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 23 de fevereiro de 2019 
  2. Shaw, George (1802). «General zoology, or Systematic natural history». G. Kearsley (em inglês). 3: 612-614. LCCN 11003673. OCLC 1239838. doi:10.5962/bhl.title.1593. Consultado em 18 de fevereiro de 2019 
  3. «Axolotl» (em inglês). Online Etymology Dictionary. Consultado em 23 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 23 de fevereiro de 2019 
  4. «Axolotl, Xolotl, and Religion» (em inglês). Harvard. Consultado em 23 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 23 de fevereiro de 2019 
  5. Shearman, Henry pad (27 de abril de 2018). «Axolotls are also named after the Ancient Aztec god, Xolotl» (em inglês). Medium. Consultado em 23 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 23 de fevereiro de 2019 
  6. «Axolote». Infopédia. Consultado em 23 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 23 de fevereiro de 2019 
  7. Oppel, Michael (1811). «Die ordnungen, familien und gattungen der reptilien als prodrom einer naturgeschichte derselben.». München (em latim e alemão): 80-81. LCCN 06015571. OCLC 3888583. doi:10.5962/bhl.title.4911. Consultado em 24 de fevereiro de 2019 
  8. Brooks, Joshua (1828). «A prodromus of a synopsis animalium, comprising a catalogue raisonné of the zootomical collection of Joshua Brookes». Brookesean Museum (em inglês): 16. OCLC 970701202. Consultado em 24 de fevereiro de 2019 
  9. Gravenhorst, Johann Ludwig Christian (1829). «Reptilia Musei zoologici Vratislaviensis». Uniwersytet Wrocławski. Muzeum Zoologiczne (em latim). OCLC 5041862. doi:10.5962/bhl.title.5000. Consultado em 24 de fevereiro de 2019 
  10. Wagler, Johann Georg (1830). Natürliches System der Amphibien : mit vorangehender Classification der Säugethiere und Vögel : ein Beitrag zur vergleichenden Zoologie (em alemão). [S.l.]: In der J.G. Cotta'scchen Buchhandlung. pp. 209–210. LCCN 11004296. OCLC 9976107. doi:10.5962/bhl.title.58730 
  11. a b c «Ambystoma mexicanum» (em inglês). AmphibiaWeb. Consultado em 18 de maio de 2019 
  12. a b c «Axolotl» (em inglês). IUCN Red List. doi:10.2305/IUCN.UK.2010-2.RLTS.T1095A3229615.en. Consultado em 18 de maio de 2019 
  13. Schipani, Sam (8 de janeiro de 2018). «How to Save the Paradoxical Axolotl» (em inglês). Smithsonian. Consultado em 18 de maio de 2019