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A Moreninha: diferenças entre revisões

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'''A moreninha''' é um [[romance]] do escritor [[brasil]]eiro [[Joaquim Manuel de Macedo]] ([[1820]]-[[1882]]), publicado em [[1844]]. Esse livro faz parte da fase do [[romantismo]] no Brasil, e tem grande sucesso ainda nos dias de hoje.
A Moreninha”, de Joaquim Manoel de Macedo, foi o primeiro romance do Romantismo brasileiro, garantindo a Macedo o pioneirismo de fato nesse gênero literário. A tentativa anterior de Teixeira e Sousa com “O Filho do Pescador” (1843) não alcançou fama literária e foi sendo esquecido com o decorrer do tempo.
O título do livro foi dado pelo próprio protagonista da história, o personagem Augusto, em homenagem a D. Carolina. Durante toda a história, evidenciam-se os traços da protagonista, principalmente a cor do rosto: pele morena. Por isso, as pessoas mais íntimas chamavam-na de Moreninha:


Publicado em [[1844]], A Moreninha foi um best-seller na [[Brasil Império|corte]]. Foi o primeiro romance-romântico brasileiro com inovações na forma e na temática, trazendo à luz o primeiro mito sentimental brasileiro, o da menina morena e brincalhona. Desbancando as loiras e pálidas [[Europeu|européias]], essa menina bem brasileira criou uma forte identificação com o público e teve uma ótima recepção crítica na época de sua primeira publicação.
“— Sim... todos nós gostamos de chamá-la a Moreninha.” (Cap. V)


Nesse romance aparecem as principais características de Macedo nessa primeira fase: a fidelidade ao público, o bom humor, a adequação do escritor ao meio, o casamento como tema central dos romances, as pequenas intrigas, as heroínas como pessoas excepcionais, a independência da mulher, e o caráter documental de sua obra.
O sucesso de “A Moreninha” está vinculado à capacidade do autor de amarrar o leitor na atmosfera de lenda e de sonho do romance, aguçando a curiosidade do leitor com pequenos enigmas, simples conflitos e uma leitura fácil e agradável. Tais características se organizam numa narrativa fixada entre a lenda e o romance para formar uma obra de gosto popular.
Nossa análise irá abordar os elementos estruturais da narrativa: enredo, personagens, narrador, tempo e linguagem
A história de “A Moreninha” gira em torno de uma aposta feita por quatro estudantes de Medicina da cidade do Rio de Janeiro do fim da primeira metade do século XIX. Um deles, Augusto, é tido pelos amigos como namorador inconstante. Ele próprio garante aos colegas ser incapaz de amar uma mulher por mais de três dias. Um de seus amigos, Filipe, o convida juntamente com mais dois companheiros, Fabrício e Leopoldo, a passarem o fim de semana em uma ilha, na casa de sua avó, D. Ana. Ali também estarão duas primas e a irmã de Filipe, Carolina, mais conhecida como "Moreninha". Por causa da fama de namorador do colega, Filipe propõe-lhe um desafio: se a partir daquele final de semana Augusto se envolver sentimentalmente com alguma (e só uma!) mulher por no mínimo 15 dias, deverá escrever um romance no qual contará a história de seu primeiro amor duradouro. Apesar de Augusto garantir que não correrá esse risco, no final do livro ele está de casamento marcado com Carolina e o romance que deveria escrever já está pronto. Nas linhas finais da obra, o próprio Augusto nos informa seu título: "A Moreninha".
O enredo apresenta unidade e organicidade pois a história possui início, meio e fim. O desenvolvimento da narrativa compreende os fatos ocorridos na ilha, no início capítulo III - “— Bem-vindo sejas, Augusto. Não sabes o que tens perdido...” - até o momento em que Augusto retorna para a ilha juntamente com seu pai, já no capítulo XXIII - “Augusto, com efeito, saltava nesse momento fora do batel,e depois deu a mão a seu pai para ajudá-lo a desembarcar;...” . O conflito principal do romance se desenvolve no decorrer da narrativa - o amor de Augusto pela D. Carolina, a Moreninha.


=={{Ligações externas}}==
O clímax do romance ocorre quando D.Carolina revela a Augusto, ao deixar cair um breve contendo um camafeu, que é a mulher a quem ele tinha prometido se casar na sua infância, no final do Capítulo XXXIII:
{{wikisource|A Moreninha|A Moreninha}}
“A menina, com efeito, entregou o breve ao estudante, que começou a descosê-Lo precipitadamente. Aquela relíquia, que se dizia milagrosa, era sua última esperança; e, semelhante ao náufrago que no derradeiro extremo se agarra à mais leve tábua, ele se abraçava com ela. Sé faltava a derradeira capa do breve.., ei-la que cede e se descose alta uma pedra... e Augusto, entusiasmado e como delirante, cai aos pés de d. Carolina, exclamando:
* [http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=resumos/docs/moreninha Análise e resumo sobre o livro e autor]
— O meu camafeu!…O meu camafeu!... “
{{esboço-livro}}


[[Categoria:Livros de 1844|Moreninha, A]]
E como todo bom romance romantico, o desfecho dá-se no final da história quando Augusto e Carolina já estão de casamento marcado e Augusto perde a aposto que havia feito com Filipe.
[[Categoria:Livros de Joaquim Manuel de Macedo|Moreninha, A]]


O romance é narrado na terceira pessoa, por um narrador onisciente. O narrador está presente em todos lugares da história, característica essa que pode ser facilmente observada no romance: no banco de relva perto da gruta, enquanto Augusto conta para Sra. D. Ana à história de seus amores (Cap. VIII); no gabinete das moças, relatando a situação de Augusto debaixo de uma cama que se achava no fundo do gabinete (Cap. XII); No gabinete dos rapazes, enquanto os quatros estudantes dormem (Cap. XV); Fora da Ilha, gabinete de Augusto e na Ilha relatando as modificações do comportamento de D. Carolina (Cap. XIX), dentre outros.
Em toda a narrativa, podemos observar que o narrador se dirige a uma outra pessoa, que o Cap. XV nos faz acreditar ser o próprio autor do romance, convidando-o para participar na narrativa como observador dos acontecimentos, não chegando, porém, a ser caracterizado como um narrador onisciente-intruso.


{{seminterwiki}}
O romance “A Moreninha”, de Joaquim Manoel de Macedo nos mostra porque continua sendo um dos romances mais lidos, com uma leitura interessante e agradável, vem provar mais uma vez a importância da redescoberta dos valores mais puros, honestos e genuínos presentes na alma do ser humano. A importância da obra dentro do Romantismo foi ter sido a primeira obra expressiva deste movimento literário no Brasil. O tema é a fidelidade a um amor de infância. A obra tem valor para o nosso tempo pois resgata sentimentos como honra, fidelidade e amor , valores esses que vêm sendo esquecidos na atualidade.

[[en:A Moreninha]]

Revisão das 21h49min de 12 de setembro de 2008

A moreninha é um romance do escritor brasileiro Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), publicado em 1844. Esse livro faz parte da fase do romantismo no Brasil, e tem grande sucesso ainda nos dias de hoje.

Publicado em 1844, A Moreninha foi um best-seller na corte. Foi o primeiro romance-romântico brasileiro com inovações na forma e na temática, trazendo à luz o primeiro mito sentimental brasileiro, o da menina morena e brincalhona. Desbancando as loiras e pálidas européias, essa menina bem brasileira criou uma forte identificação com o público e teve uma ótima recepção crítica na época de sua primeira publicação.

Nesse romance aparecem as principais características de Macedo nessa primeira fase: a fidelidade ao público, o bom humor, a adequação do escritor ao meio, o casamento como tema central dos romances, as pequenas intrigas, as heroínas como pessoas excepcionais, a independência da mulher, e o caráter documental de sua obra.

Ligações externas

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