Mostrar código-fonte de Arábia Saudita

{{UnicodeArabe}}
{{Ver desambig||Arábia (desambiguação)}}
{{Info/País
 |nome_nativo             = <small>المملكة العربية السعودية<br />''Al-Mamlaka al-`Arabiyya as-Sa`ūdiyya''</small>
 |nome_longo_convencional = Reino da Arábia Saudita
 |nome_pt                 = Arábia Saudita
 |imagem_bandeira         = Flag of Saudi Arabia.svg
 |descrição_bandeira      = Bandeira da Arábia Saudita
 |leg_bandeira            = [[Bandeira da Arábia Saudita|Bandeira]]
 |imagem_brasão           = Emblem of Saudi Arabia.svg
 |descrição_brasão        = Emblema da Arábia Saudita
 |leg_brasão              = [[Emblema da Arábia Saudita|Emblema]]
 |lema                    =
لا إله إلا الله محمد رسول الله
(Transliteração: La ilaha Ilallah Muhammadar Rasululah)

""Não há [[deus]] senão [[Alá]], e [[Maomé]] é o seu mensageiro"." ([[Chahada]])
 |hino                    = ''[[Hino nacional da Arábia Saudita|Aash Al Maleek]]''<br />("Vida longa ao Rei") [[Imagem:Saudi Arabian national anthem, performed by the United States Navy Band.oga|centro|noicon]]
 |gentílico               = Saudita ¹
 |localização             = Saudi_Arabia_%28orthographic_projection%29.svg
 |localização_legenda     = Localização da Arábia Saudita
 |capital                 = [[Riade]]
 |latitude                = 24°39′N
 |longitude               = 46°46′E
 |maior_cidade            = Riade
 |língua_oficial          = [[Língua árabe|Árabe]]
 |religião_oficial        = [[Islão|Islamismo]]
 |tipo_governo            = [[Monarquia absoluta]] [[Islão|islâmica]] [[uaabismo|uaabita]]
 |título_líder1           = [[Lista de reis da Arábia Saudita|Rei]]
 |nome_líder1             = [[Salman da Arábia Saudita|Salman bin Abdul Aziz Al-Saud]]
 |título_líder2           = Príncipe Herdeiro
 |nome_líder2             = [[Mohammad bin Salman]]
 |evento_tipo             = [[História da Arábia Saudita|Formação]]
 |evento1                 = Declaração da independência
 |evento_data1            = 8 de janeiro de 1926
 |evento2                 = Reconhecimento
 |evento_data2            = 20 de maio de 1927
 |evento3                 = Unificação
 |evento_data3            = 23 de setembro de 1932
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 |área_pos                = 13
 |água_pc                 = Negligenciável
 |fronteira               = [[Jordânia]], [[Iraque]], [[Kuwait]], [[Catar]], [[Emirados Árabes Unidos]], [[Omã]] e [[Iémen]]
 |população_estimada_ano  = 2018
 |população_estimada      = {{formatnum:33500000}}<ref name="população">{{Citar web|url=https://www.globalmediainsight.com/blog/saudi-arabia-population-statistics-2018/|título=SAUDI ARABIA’S POPULATION STATISTICS OF 2018|língua=en|obra=Globalmediainsight.com}}</ref>
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 |IDH_ano                 = 2019
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 |IDH_categoria           = {{Muito elevado}}<ref name="IDH">{{citar web|url=http://hdr.undp.org/sites/default/files/hdr2019.pdf|titulo=Human Development Report 2019|publicado=Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas|lingua=en|acessodata=17-12-2020|urlmorta=sim}}</ref>
 |moeda                   = [[Riyal]]
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 |rodapé                  = ¹&nbsp; Utiliza-se também: Árabe-saudita,<ref name="Saudita">{{Citar web|url=http://www.portaldalinguaportuguesa.org/index.php?action=gentilicos&search=Ar%E1bia+Saudita|título=Portal da Língua Portuguesa - Dicionário de Gentílicos e Topónimos}}</ref> saudi-arábico,<ref name="Saudita"/> saudi-árabe<ref>{{citar web|url=http://www.infopedia.pt/dicionarios/vocabulario/saudi-%C3%A1rabe|título=Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora|publicado=Infopedia|acessodata=09-04-2015|wayb=20160303190226|urlmorta=sim}}.</ref> e arábio.<ref name="Saudita"/>
}}
'''Arábia Saudita''' ({{lang-ar|السعودية}} {{transl|ar|''as-Su’ūdiyya''}}), oficialmente '''Reino da Arábia Saudita''' ({{lang-ar|المملكة العربية السعودية}}; {{transl|ar|''al-Mamlaka al-ʻArabiyya as-Suʻūdiyya''}}), é considerado por tamanho de território, o maior [[Mundo árabe|país árabe]] na [[Ásia Ocidental|Ásia]] e na [[Península Arábica]] (cerca de {{formatnum:2150000}} km²), constituindo a maior parte da [[Península Arábica]], e o segundo maior país árabe do mundo (após a [[Argélia]]). Tem fronteiras com [[Jordânia]] e [[Iraque]] ao norte; [[Kuwait|Cuaite]] a nordeste; [[Catar]], [[Barém]] e [[Emirados Árabes Unidos]] a leste; [[Omã]] a sudeste; [[Iêmen]] ao sul; [[mar Vermelho]] a oeste e com o [[golfo Pérsico]] a leste. Sua população é estimada em 16 milhões de cidadãos nativos, 9 milhões de [[expatriado]]s estrangeiros e 2 milhões de [[imigrantes ilegais]] registrados.<ref name="American Bedu">{{citar web|url=http://americanbedu.com/2009/06/06/the-expatriate-population-in-saudi-arabia/|título=Saudi Arabia|publicado=American Bedu|acessodata=02-11-2011|wayb=20090608015440|urlmorta=sim}}</ref> Suas principais cidades são: [[Riade]], a capital; [[Gidá]], principal porto e antiga capital; [[Meca]] e [[Medina]], cidades sagradas do [[Islão|islamismo]]; e [[Damã]], banhada pelo [[Golfo Pérsico]].

O Reino da Arábia Saudita foi fundado por [[Abd al-Aziz Al Saud]] (mais conhecido ao longo de toda sua vida adulta como Ibn Saud) em 1932, embora as conquistas que levaram à criação do Reino tenham começado em 1902, quando ele capturou Riade, a casa ancestral de sua família, a [[Casa de Saud]], conhecida em árabe como ''Al Saud''. Desde a criação do país, o [[sistema político]] tem sido o de uma [[monarquia absoluta]] [[Teocracia|teocrática]]. O governo saudita se descreve como [[islâmico]] e é altamente influenciado pelo [[uaabismo]].<ref>Focus on Islamic Issues&nbsp;– Page 23, Cofie D. Malbouisson&nbsp;– 2007</ref> A Arábia Saudita muitas vezes é chamada de "Terra das Duas Mesquitas Sagradas", em referência às [[mesquita]]s [[Grande Mesquita de Meca|Grande Mesquita]] (em Meca) e [[Mesquita do Profeta]] (em Medina), os dois lugares mais sagrados do [[islamismo]].

Com a segunda [[Lista de países por reservas de petróleo|maior reserva de petróleo]] e a sexta maior reserva de [[gás natural]] do mundo, a Arábia Saudita é classificada como uma economia de alta renda pelo [[Banco Mundial]] e possui o [[Lista de países por PIB (Paridade do Poder de Compra)|19.º maior PIB do mundo]].<ref>{{citar livro|título=A Brief History of Saudi Arabia|autor=James Wynbrandt|publicado=Infobase Publishing|ano=2004|página=242|local=Nova Iorque|isbn=978-1-4381-0830-8|url=http://books.google.com.ph/books?id=99M0zoSqsF0C&pg=PA242}}</ref><ref>{{citar jornal|título=Saudi Arabia to overtake Russia as top oil producer-IEA|autor =Soldatkin, Vladimir; Astrasheuskaya, Nastassia|url=http://www.reuters.com/article/2011/11/09/russia-energy-iea-idUSL6E7M93XT20111109|agência=Reuters|data=09-11-2011|acessodata=10-11-2011|wayb=20111112033731|urlmorta=sim}}</ref> Por ser o maior exportador mundial de petróleo, o país garantiu sua posição como um dos mais poderosos do mundo, além de também ser classificado como uma [[potência regional]] e de manter sua [[hegemonia regional]] na Península Arábica. O país é membro do [[Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo Pérsico]], da [[Organização da Conferência Islâmica]], do [[G20]] e da [[Organização dos Países Exportadores de Petróleo]] (OPEP).<ref>{{citar web|url=http://www.middleeastmonitor.com/articles/middle-east/8207-the-erosion-of-saudi-arabias-image-among-its-neighbours|título=The erosion of Saudi Arabia's image among its neighbours|publicado=Middle East Monitor|wayb=20131109115032|urlmorta=sim}}</ref> A economia saudita é amplamente apoiada por sua indústria de petróleo, que responde por mais de 95% das exportações e 70% das receitas do governo, embora a parte da economia que não depende do setor petrolífero tenha crescido nos últimos tempos.

== Etimologia ==
Depois da unificação dos reinos de [[Reino do Hejaz|Hejaz]] e [[Sultanato do Négede|Négede]], o novo Estado foi nomeado ''al-Mamlakah al-Arabīyah as-Suūdīyah'' ({{lang-ar|المملكة العربية السعودية}}) por decreto real em 23 de setembro 1932 pelo fundador do país, o rei [[Abdul Aziz Al Saud]]. Isto é normalmente traduzido como "Reino da Arábia Saudita",<ref name="US State Dept Saudi Arabia">{{citar web|url=http://www.state.gov/r/pa/ei/bgn/3584.htm|título=Background Note: Saudi Arabia|publicado=U.S. State Department|acessodata=28-04-2011}}</ref> ainda que literalmente signifique "Reino Árabe Saudita".<ref>{{citar livro|título=The Crisis of Islam|último=Lewis|primeiro=Bernard|ano=2003|isbn=0-679-64281-1|páginas=xx–xxi (Introduction)}}</ref>

A palavra ''Saudi'' é derivada de ''as-Suʻūdīyah'' no nome em árabe do país, que é um tipo de adjectivo conhecido como um ''nisba'', formado a partir do nome da dinastia ''[[Al Saud]]'' (آل سعود). Sua inclusão indicou que o governante do país considerava-o como posse pessoal da família real.<ref>{{citar livro|título=Saudi Arabia: the coming storm|último=Wilson|primeiro=Peter W.|autor2=Graham, Douglas|ano=1994|isbn=1-56324-394-6|página=46|url=http://books.google.co.uk/books?id=K_c9FOeeuewC&pg=PA46|acessodata=06-06-2011}}</ref><ref name= Kamrava>{{citar livro|título=The Modern Middle East: A Political History Since the First World War|último=Kamrava|primeiro=Mehran|ano=2011|isbn=978-0-520-26774-9|página=67|url=http://books.google.co.uk/books?id=CkLHZCzMEJkC&pg=PA67|acessodata=06-06-2011}}</ref> ''Al Saud'' é um nome árabe formado pela adição da palavra Al, que significa "família de" ou "Casa de",<ref>{{citar livro|título=A Brief History of Saudi Arabia|último=Wynbrandt|primeiro=James|autor2=Gerges, Fawaz A.|ano=2010|isbn=978-0-8160-7876-9|página=xvii}}</ref> ao nome pessoal do antepassado da família ''Al Saud'', no caso, o pai do fundador da dinastia no {{séc|XVIII}}, Muhammad bin Saud.<ref>{{citar livro|título=The heritage of the Kingdom of Saudi Arabia|último=Hariri-Rifai|primeiro=Wahbi|autor2=Hariri-Rifai, Mokhless|ano=1990|isbn=978-0-9624483-0-0|página=26}}</ref>

== História ==
{{Artigo principal|História da Arábia Saudita}}

=== Pré-história ===
[[Imagem:Pergamon-Museum_-_Anthropomorphe_Stele_2.jpg|thumb|esquerda|upright|[[Estela]] antropomórfica (4º milênio a.C.), [[arenito]], 57x27 cm, de El-Maakir-Qaryat al-Kaafa (Museu Nacional de Riade)]]

Há evidências de que a habitação [[humana]] na [[Península Arábica]] remonta a cerca de 125 mil anos atrás.<ref>{{citar web|url=http://www.nature.com/news/2011/110127/full/news.2011.55.html|título=Early human migration written in stone tools: Nature News|obra=Nature|data=27-01-2011}}</ref> Um estudo de 2011 descobriu que os primeiros humanos modernos a se espalharem para o leste pela [[Ásia]] deixaram a África cerca de 75 mil anos atrás através do [[Babelmândebe]] conectando o [[Chifre da África]] e a [[Arábia]].<ref>{{citar periódico|título=Hints Of Earlier Human Exit From Africa|periódico=Science|volume=331|número=6016|páginas=453–456|doi=10.1126/science.1199113|pmid=21273486|publicado=Science News|ano=2011|último=Armitage|primeiro=S. J.|último2=Jasim|primeiro2=S. A.|último3=Marks|primeiro3=A. E.|último4=Parker|primeiro4=A. G.|último5=Usik|primeiro5=V. I.|último6=Uerpmann|primeiro6=H. P.|numero-autores=1 | issn=0036-8075 }}</ref> A Península Arábica é considerada uma figura central na compreensão da [[Evolução humana|evolução e dispersão dos hominídeos]]. A Arábia passou por uma flutuação ambiental extrema no Quaternário que levou a profundas mudanças evolutivas e demográficas. A Arábia tem um rico registro do [[Paleolítico Inferior]], e a quantidade de sítios semelhantes a Oldowan na região indica um papel significativo que a Arábia desempenhou na colonização inicial de hominídeos na Eurásia.<ref>''Out of Africa I: The First Hominin Colonization of Eurasia''. New York: Springer. pp. 27–46.</ref>

No período [[Neolítico]], floresceram culturas proeminentes como a [[Al-Magar]], cujo centro ficava no sudoeste moderno de [[Négede]]. Al-Magar pode ser considerado como uma "[[Revolução Neolítica]]" no conhecimento humano e nas habilidades manuais.<ref>{{citar web|url=http://paleolithic-neolithic.com/overview/al-magar/|título=Al Magar – Paleolithic & Neolithic History|website=Paleolithic & Neolithic|wayb=20170131143426|urlmorta=sim}}</ref> A cultura é caracterizada como uma das primeiras do mundo a envolver a [[domesticação]] generalizada de animais, particularmente o [[cavalo]], durante o Neolítico.<ref>* {{citar jornal|último=Sylvia|primeiro=Smith|título=Desert finds challenge horse taming ideas|url=https://www.bbc.com/news/science-environment-21538969|acessodata=13-11-2016|publicado=BCC|data=26-02-2013}} * {{citar jornal|último=John|primeiro=Henzell|título=Carved in stone: were the Arabs the first to tame the horse?|url=http://www.thenational.ae/arts-culture/art/carved-in-stone-were-the-arabs-the-first-to-tame-the-horse|acessodata=12-11-2016|agência=The National|data=11-03-2013}}</ref>

Em novembro de 2017, cenas de caça mostrando imagens de [[cães]] provavelmente domesticados, semelhantes ao [[cão-de-canaã]], usando coleiras foram descobertas em Shuwaymis, uma região montanhosa do noroeste da Arábia Saudita. Essas [[gravuras rupestres]] datam de mais de 8 mil anos, tornando-as as primeiras representações de cães no mundo.<ref>{{citar web|url=http://www.sciencemag.org/news/2017/11/these-may-be-world-s-first-images-dogs-and-they-re-wearing-leashes|título=These may be the world's first images of dogsand they're wearing leashes|revista=Science Magazine|primeiro=David|último=Grimm|acessodata=18-06-2018}}</ref>

No final do {{AC|IV milênio|x}}, a Arábia entrou na [[Idade do Bronze]] após testemunhar transformações drásticas; os metais foram amplamente usados e o período foi caracterizado por seus cemitérios de 2 m de altura, que foram simultaneamente seguidos pela existência de vários templos, que incluíam muitas esculturas independentes originalmente pintadas com cores vermelhas.<ref>طرق التجارة القديمة، روائع آثار المملكة العربية السعودية pp. 156–157</ref>

=== Antiguidade ===
{{Artigo principal|Arábia pré-islâmica}}
[[Imagem:Statue_at_National_Museum_of_Korea.jpg|thumb|esquerda|upright|A estátua do "Servo Adorador" (2500 a.C.), com mais de um metro de altura, é muito mais alta do que qualquer modelo [[Mesopotâmia|mesopotâmico]] ou [[Civilização do Vale do Indo|harapiano]] possível, [[Museu Nacional da Coreia]]<ref name="Roads of Arabia p. 180">Roads of Arabia p. 180</ref>]]

A cultura sedentária mais antiga na Arábia Saudita remonta ao [[período de al-Ubaide]], após a descoberta de vários fragmentos de cerâmica em [[Dosariyah]]. A análise inicial da descoberta concluiu que a província oriental da Arábia Saudita foi a pátria dos primeiros colonos da [[Mesopotâmia]] e, por extensão, a provável origem dos [[sumérios]]. No entanto, os fragmentos datam das duas últimas fases do período, enquanto alguns exemplos poderiam ser classificados aproximadamente como das fases dois e três. Assim, a ideia de que colonos da Arábia Saudita emigraram para o sul da Mesopotâmia e fundaram a primeira cultura sedentária da região foi abandonada.<ref>Roads of Arabia p. 175.</ref>

A [[mudança climática]] e o início da [[aridez]] podem ter ocasionado o fim desta fase de povoamento, visto que existem poucas evidências arqueológicas do milênio seguinte.<ref>Roads of Arabia p. 176.</ref> O povoamento da região recomeça no período de [[Dilmum]] no início do {{AC|III milênio|x}} Registros conhecidos de [[Uruque]] referem-se a um lugar chamado Dilmum, associado em várias ocasiões ao cobre e em período posterior foi fonte de madeiras importadas no sul da Mesopotâmia. Vários estudiosos sugeriram que Dilmum designou originalmente a província oriental da Arábia Saudita, notavelmente ligada aos principais assentamentos dilmunitas de Umm an-Nussi e Umm ar-Ramadh no interior e Tarout na costa. É provável que a ilha de [[Tarout]] fosse o principal porto e capital de Dilmum.<ref name="Roads of Arabia p. 180" />

Tabuletas de argila com inscrições na Mesopotâmia sugerem que, no período inicial de Dilmum, existia uma forma de estrutura política hierárquica organizada. Em 1966, uma terraplenagem em Tarout expôs um antigo cemitério que rendeu uma grande e impressionante estátua datada do período dilmunita (meados do terceiro milênio a.C.). A estátua foi feita localmente sob forte influência da Mesopotâmia no princípio artístico de Dilmum.<ref name="Roads of Arabia p. 180" />

[[Imagem:Qasr al Farid.JPG|thumb|''Qaṣr Al-Farīd'', o maior dos 131 túmulos monumentais no sítio arqueológico [[nabateu]] de [[Madaim Salé]], um [[Patrimônio Mundial]] pela [[UNESCO]] desde 2008]]

Por volta de 2.200 a.C., o centro de Dilmum mudou por razões desconhecidas de Tarout e do continente da Arábia Saudita para a ilha de [[Barém]], e um assentamento altamente desenvolvido emergiu lá, onde um complexo de templos laboriosos e milhares de túmulos que datam desse período foram descobertos.<ref name="Roads of Arabia p. 180" />

No final da [[Idade do Bronze]], um povo e uma terra historicamente registrados ([[midianitas]]) na porção noroeste da Arábia Saudita estão bem documentados na [[Bíblia]]. Centrado em [[Tabuque]], estendia-se de [[Arava]], no norte, até a área de al-Wejh, no sul.<ref>Koenig 1971; Payne 1983: Briggs 2009</ref> A capital de midianita era Qurayyah<ref name="ArnoldStrawn2016">''[https://books.google.com/books?id=e9xrDQAAQBAJ&pg=PT462 The World around the Old Testament: The People and Places of the Ancient Near East]''. Baker Publishing Group; 2016. {{ISBN|978-1-4934-0574-9}} p. 462.</ref> e consistia em uma grande cidadela fortificada que abrangia 35 hectares e abaixo dela um assentamento murado de 15 hectares. A cidade hospedava de 10 a 12 mil habitantes.<ref name="Coogan2001">Michael D. Coogan. ''[https://books.google.com/books?id=gM-tZeEO4wgC&pg=PA110 The Oxford History of the Biblical World]''. Oxford University Press; 2001. {{ISBN|978-0-19-988148-2}}. p. 110.</ref> Os midianitas foram descritos em dois eventos principais na Bíblia que relatam as [[Heresia de Peor|duas guerras de Israel]], em algum lugar no início do {{-séc|XI}} Politicamente, os midianitas foram descritos como tendo uma estrutura descentralizada chefiada por cinco reis (Evi, Requém, Tsur, Hur e Reba), os nomes parecem ser topônimos de importantes assentamentos midianitas.<ref>Knauf, 1988</ref> É opinião comum que [[Midiã]] designava uma confederação de tribos, o elemento sedentário se estabeleceu no [[Hijaz]] enquanto seus afiliados nômades pastavam e às vezes saqueavam terras tão distantes quanto a [[Palestina (região)|Palestina]].<ref name="Midian p. 163">Midian, Moab and Edom: The History and Archaeology of Late Bronze and Iron Age Jordan and North-West Arabia p. 163.</ref> Os [[nômades]] midianitas foram um dos primeiros exploradores da domesticação de [[camelo]]s que lhes permitiu navegar pelos terrenos hostis da região.<ref name="Midian p. 163" />

No final do {{-séc|VII}}, um reino emergente apareceu no teatro histórico do noroeste da Arábia. Tudo começou como um [[Xarife|xarifado]] de [[Reino de Liã|Liã]].<ref name="Lihyan p. 192">The State of Lihyan: A New Perspective – p. 192</ref> O primeiro atestado de realeza do estado, Rei de Liã, foi em meados do {{-séc|VI}}<ref>J. Schiettecatte: [https://www.academia.edu/29477825/2016_-_The_political_map_of_Arabia_and_the_Middle_East_in_the_third_century_AD_revealed_by_a_Sabaean_inscription._Arabian_Archaeology_and_Epigraphy_27.2_176-196/ The political map of Arabia and the Middle East in the third century AD revealed by a Sabaean inscription] – p. 183</ref> Lihyan foi um reino árabe antigo poderoso e altamente organizado que desempenhou um papel cultural e econômico vital na região noroeste da Península Arábica.<ref>Rohmer, J. & Charloux, G. (2015), "From Liyan to the Nabataeans: Dating the End of the Iron Age in Northwestern Arabia" – p. 297</ref> Os lianitas governaram sobre um grande domínio de [[Medina|Iatrebe]] no sul e partes do [[Levante (Mediterrâneo)|Levante]] no norte.<ref>{{citar web|url=http://www.saudiarabiatourismguide.com/lion-tombs-dedan/|título=Lion Tombs of Dedan|data=19-09-2017|website=Saudi Arabia Tourism Guide}}</ref> Na antiguidade, o [[Golfo de Aqaba]] costumava ser chamado de Golfo de Liã. Um testemunho da grande influência que Liã adquiriu.<ref name="HiltonHilton1996">''[https://books.google.com/books?id=XL-uCgAAQBAJ&pg=PT153 Discovering Lehi]''. Cedar Fort; 1996. {{ISBN|978-1-4621-2638-5}}. p. 153.</ref>

=== Idade Média e advento do Islã ===
{{Artigo principal|História do Islã}}
[[Imagem:Umayyad750ADloc.png|thumb|upright=1.35|esquerda|Em sua maior extensão, o [[Califado Omíada]] (661-750) cobriu 11,1 mil km²<ref>{{citar periódico|primeiro=Rein|último=Taagepera|autorlink=Rein Taagepera|data=setembro de 1997|título=Expansion and Contraction Patterns of Large Polities: Context for Russia|periódico=International Studies Quarterly|volume=41|número=3|páginas=475–504|doi=10.1111/0020-8833.00053|jstor=2600793|url=http://www.escholarship.org/uc/item/3cn68807}}</ref> e 62 milhões de pessoas (29% da população mundial),<ref name=Blankinship>{{citar web|último=Blankinship|primeiro=Khalid Yahya|ano=1994|título=The End of the Jihad State, the Reign of Hisham Ibn 'Abd-al Malik and the collapse of the Umayyads|publicado=State University of New York Press|local=Albany|isbn=978-0-7914-1827-7|página=37}}</ref> tornando-o um dos [[maiores impérios da história]] em área e proporção da população mundial]]

Pouco antes do advento do [[Islã]], além dos assentamentos comerciais urbanos (como [[Meca]] e [[Medina]]), muito do que viria a se tornar a Arábia Saudita era povoado por sociedades [[Tribo|tribais]] [[Pastorícia|pastorais]] [[nômades]].<ref>{{citar livro|título=The Rise of Islam|url=https://archive.org/details/riseofislam0000gord|primeiro=Matthew|último=Gordon|ano=2005|isbn=978-0-313-32522-9|página=[https://archive.org/details/riseofislam0000gord/page/4 4]}}</ref> O profeta islâmico [[Maomé]] nasceu em Meca por volta do ano 571. No início do {{séc|VII}}, Maomé uniu as várias tribos da península e criou um único sistema religioso islâmico.<ref name="James E. Lindsay 2005 33">{{citar livro|título=Daily Life in the Medieval Islamic World|primeiro=James E.|último=Lindsay|ano=2005|isbn=978-0-313-32270-9|página=33|url=https://archive.org/details/dailylifeinmedie00lind/page/33|publicado=Greenwood Press|local=Westport}}</ref> Após sua morte em 632, seus seguidores expandiram rapidamente o território sob o domínio muçulmano para além da Arábia, conquistando grandes e sem precedentes porções de território (da [[Península Ibérica]] no oeste ao atual [[Paquistão]] no leste) em questão de décadas. A [[Arábia]] logo se tornou uma região politicamente mais periférica do mundo muçulmano, conforme o foco mudou para as vastas terras recém-conquistadas.<ref name="James E. Lindsay 2005 33" />

[[Árabes]] originários da moderna Arábia Saudita, em particular o Hejaz, fundaram os califados [[Califado Ortodoxo|Ortodoxo]] (632–661), [[Califado Omíada|Omíada]] (661–750), [[Califado Abássida|Abássida]] (750–1517) e [[Califado Fatímida|Fatímida]] (909–1171).<ref name="auto">{{citar web|título=Islam, The Arab Empire Of The Umayyads|url=http://history-world.org/islam11.htm|website=history-world.org|acessodata=01-04-2017|wayb=20141215204011|urlmorta=sim}}</ref><ref name="auto1">{{citar web|título=The Arab Empire|url=http://www.historybits.com/arab-empire.htm|website=HistoryBits}}</ref><ref name="auto2">{{citar web|título=Top 10 Greatest Empires In History|url=https://listverse.com/2010/06/22/top-10-greatest-empires-in-history/|website=Listverse|data=22-06-2010}}</ref><ref name="auto3">{{citar web|último1 =Pillalamarri|primeiro1 =Akhilesh|título=The 5 Most Powerful Empires in History|url=http://nationalinterest.org/feature/the-5-most-powerful-empires-history-12296?page=2|website=The National Interest|data=22-02-2015}}</ref><ref name="auto4">{{citar web|título=10 Greatest Empires in the History of World|url=http://www.smashinglists.com/top-10-greatest-empires-in-the-history-of-world/|website=Top Ten Lists|data=24-03-2010|acessodata=01-04-2017|wayb=20170202024450}}</ref> Do {{séc|X}} ao início do XX, Meca e Medina estiveram sob o controle de um governante árabe local conhecido como [[xarife]] de Meca, mas na maioria das vezes o xarife devia lealdade ao governante de um dos principais impérios islâmicos baseado em [[Bagdá]], [[Cairo]] ou [[Istambul]]. A maior parte do restante do que se tornou a Arábia Saudita reverteu ao governo tribal tradicional.<ref name="Britannica history"/><ref>{{citar web|titulo=The changing map of Asia|autor=William Gordon East|ano=1971|isbn=978-0-416-16850-1|url=https://archive.org/details/changingmapofasi0000east/page/75|pagina=75}}</ref>

Durante grande parte do {{séc|X}}, os [[carmatas]] [[ismaelita]]s-[[xiitas]] foram a força mais poderosa do [[Golfo Pérsico]]. Em 930, os carmatas pilharam Meca, ultrajando o [[mundo muçulmano]], especialmente com o roubo da [[Pedra Negra]].<ref>Glassé, Cyril (2008). ''The New Encyclopedia of Islam''. Walnut Creek CA: AltaMira Press p. 369</ref> Em 1077–1078, um [[Xeque (título)|xeque]] árabe chamado Abdullah bin Ali Al Uyuni derrotou os carmatas no [[Barém]] e [[Alhaça]] com a ajuda do [[Império Seljúcida]] e fundou a [[dinastia uyunid]].<ref>{{citar livro|último=Commins|primeiro=David|título=The Gulf States: A Modern History|ano=2012|publicado=I.B. Tauris|local=Londres|isbn=978-1-84885-278-5|página=28}}</ref><ref>C.E. Bosworth, ''The New Islamic Dynasties'', (Columbia University Press, 1996), 94–95.</ref> O Emirado de Uyunid mais tarde passou por uma expansão com seu território estendendo-se de Négede ao [[deserto sírio]].<ref name="Safa Khulusi">{{citar periódico|último=Khulusi|primeiro=Safa|autorlink=Safa Khulusi|volume=6|páginas=91–102|jstor=41223173|ano=1975|título=A Thirteenth Century Poet from Bahrain|periódico=Proceedings of the Seminar for Arabian Studies}}</ref> Eles foram derrubados pelos [[usfúridas]] em 1253.<ref>Joseph Meri, ''Medieval Islamic Civilization'', Taylor and Francis, 2006, p. 95</ref> O governo ufsurid foi enfraquecido depois que governantes [[persas]] de [[Ormuz]] capturaram [[Barém]] e [[Qatif]] em 1320.<ref>Curtis E. Larsen. ''Life and Land Use on the Bahrain Islands: The Geoarchaeology of an Ancient Society'' University Of Chicago Press, 1984 pp66-8</ref> Os [[vassalo]]s de Ormuz, a dinastia xiita jarwanid vieram para governar o leste da Arábia no {{séc|XIV}}.<ref name=JuanCole>{{citar livro|autor=Juan Ricardo Cole|url=https://books.google.com/books?id=ntarP5hrza0C&pg=PA35|título=Sacred space and holy war: the politics, culture and history of Shi'ite Islam|página=35|ano=2002|acessodata=27-09-2017|isbn=978-1-86064-736-9}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.uv.es/EBRIT/macro/macro_5000_24_15.html|wayb=20120222053120|urlmorta=sim|título=Arabia}}</ref> Os [[jábridas]] assumiram o controle da região após derrubar os jaruânidas no {{séc|XV}} e entraram em confronto com Ormuz por mais de duas décadas sobre a região por suas receitas econômicas, até finalmente concordar em pagar [[tributo]] em 1507.<ref name=JuanCole /> A tribo [[Al-Muntafiq]] posteriormente assumiu o controle da região e ficou sob a [[suserania]] [[Império Otomano|otomana]]. A tribo [[Bani Khalid]] posteriormente se revoltou contra eles no {{séc|XVII}} e assumiu o poder.<ref>Zāmil Muḥammad al-Rashīd. ''Suʻūdī relations with eastern Arabia and ʻUmān, 1800–1870'' Luzac and Company, 1981 pp. 21–31</ref> Seu governo se estendeu do [[Iraque]] a [[Omã]] no auge e eles também ficaram sob a suserania otomana.<ref>Yitzhak Nakash (2011)[https://books.google.com/books?id=a43C-4RKGcgC&pg=PA21 Reaching for Power: The Shi'a in the Modern Arab World] p. 22</ref><ref name="Britannica history"/>

No {{séc|XVI}}, os [[otomanos]] adicionaram o [[Mar Vermelho]] e a costa do [[Golfo Pérsico]] ([[Hejaz]], [[Asir]] e [[Alhaça]]) ao [[Império Otomano]] e reivindicaram a suserania sobre o interior. Uma das razões foi impedir as tentativas portuguesas de atacar o Mar Vermelho (daí o Hejaz) e o [[Oceano Índico]].<ref name="Bernstein">Bernstein, William J. (2008) ''A Splendid Exchange: How Trade Shaped the World''. Grove Press. [https://books.google.com/books?id=ePiReZWp0NwC&pg=PA191 pp. 191 ff]</ref> O grau de controle otomano sobre essas terras variou ao longo dos quatro séculos seguintes.<ref>[[#Bowen|Bowen]], p. 68</ref><ref>{{citar livro|título=Muddle of the Middle East|volume=2|autor=Chatterji, Nikshoy C.|ano=1973|isbn=978-0-391-00304-0|página=168}}</ref>

=== Unificação e Reino ===
{{Artigo principal|Unificação da Arábia Saudita|Casa de Saud}}
{{imagem dupla|right|Ibn_Saud_(kuwait_1910).jpg|140|Dammam No. 7 on March 4, 1938.jpg|190|[[Ibn Saud]], o pai fundador e o primeiro [[rei da Arábia Saudita]], 1910|Dammam No. 7, o primeiro poço de petróleo comercial do país, 1938}}

O Estado Saudita surge na Arábia Central em 1744. Um chefe local, [[Muhammad bin Saud]], uniu forças a um resgatador dos fundamentos do Islã, [[Maomé ibne Abdal Uaabe]], para criar uma nova entidade política. O moderno Estado Saudita foi fundado pelo último rei [[Abdul Aziz Al-Saud]] (conhecido internacionalmente como Abdul Aziz Ibn Saud).<ref name="Britannica history">{{citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/31568/history-of-Arabia|título=History of Arabia|publicado=Encyclopædia Britannica Online|acessodata=07-06-2011|wayb=20080428195113|urlmorta=sim}}</ref>

Em 1902, Abdul Aziz Ibn Saud capturou [[Riade]], a capital ancestral da dinastia de Al-Saud à família rival Raxide. Continuando estas conquistas, Abdul Aziz subjugou o oásis de Alhaça, o resto do [[Négede]] e do [[Hejaz]] entre 1913 e 1926. Em 8 de janeiro de 1926, Abdul Aziz Ibn Saud torna-se "Rei do Hejaz". Em 29 de janeiro de 1927 ele tomou o título de "Rei do Négede" (o título ''négedi'' anterior era de "Sultão"). Pelo Tratado de [[Gidá]], assinado em 20 de maio de 1927, o [[Reino Unido]] reconheceu a independência do reino de Abdul Aziz (então conhecido como [[Reino de Hejaz e Négede]]).<ref name="Britannica history"/>

Em 1932, estas regiões foram unificadas como o Reino da Arábia Saudita. A descoberta de [[petróleo]] em 3 de março de 1938 transformou o país. As fronteiras com a [[Jordânia]], o [[Iraque]], e o [[Cuaite]] foram estabelecidas por uma série de tratados negociados nos anos de 1920, que criaram duas "zonas neutras" — uma com o Iraque e outra com o Cuaite. A [[zona neutra Cuaite-Arábia Saudita]] foi administrada conjuntamente em 1971, com cada Estado partilhando igualitariamente os recursos petrolíferos da zona. Tentativas de acordo para a partilha da zona neutra Cuaite-Arábia Saudita chegaram a um termo em 1981, sendo finalizadas em 1983.<ref name="Britannica history"/>
[[Imagem:AnschalgInZahran1996 KhobarTower.jpg|thumb|esquerda|[[Atentado das torres de Khobar]] em 1996]]

Durante a [[guerra árabe-israelense]] de 1973, a Arábia Saudita participou do boicote do [[petróleo]] árabe aos [[Estados Unidos]] e aos [[Países Baixos]]. Como membro da [[Organização dos Países Exportadores de Petróleo]] (OPEP), a Arábia Saudita juntou-se a outros países-membros elevando moderadamente o preço do petróleo em 1971.<ref name="Britannica history"/>

A fronteira sul do país com o Iémen foi parcialmente definida em 1934 com o [[Acordo de Taife]], pondo fim a uma breve guerra fronteiriça entre os dois Estados. Um tratado adicional assinado em junho de 2000 delineou porções da fronteira com o Iémen. A localização e status da fronteira da Arábia Saudita com os [[Emirados Árabes Unidos]] não está finalizada; a fronteira ''de facto'' reflete um acordo de 1974. A fronteira entre a Arábia Saudita e o [[Catar]] foi definida em março de 2001. A fronteira com [[Omã]] ainda não está demarcada.<ref name="Britannica history"/> Em 1979, ocorreram dois acontecimentos que preocuparam muito o governo,<ref>{{citar livro|título=The Muslim world after 9/11|ultimo=Rabasa|primeiro=Angel M.|editora=RAND Corporation|local=Santa Bárbara|ano=2004|página=42}}</ref> e que tiveram uma influência a longo prazo na política externa e interna saudita. O primeiro foi a [[Revolução Iraniana|Revolução Islâmica Iraniana]]. Temia-se que a minoria xiita do país na província oriental (que é também a localização dos campos petrolíferos) se pudesse revoltar sob a influência dos seus co-religionistas iranianos. Houve várias revoltas contra o governo na região, como a [[Revolta de Qatif em 1979]]<ref name=":2">{{citar livro|título=Desert Kingdom: How Oil and Water Forged Modern Saudi Arabia|ultimo=Jones|primeiro=Toby Craig|editora=Harvard University Press|local=Cambridge|ano=2010|páginas=218-219}}</ref>

O segundo evento foi a [[Tomada da Grande Mesquita|tomada da Grande Mesquita de Meca]], em 1979, por extremistas islâmicos. Os militantes envolvidos ficaram em parte indignados com o que consideravam ser a corrupção e a natureza pouco islâmica do governo saudita.<ref name=":2"/> O governo recuperou o controlo da mesquita após dez dias e os capturados foram executados. Parte da resposta da família real aos dois acontecimentos foi uma reforçada repressão sobre os xiitas, imposição da observância muito mais rigorosa das normas religiosas e sociais tradicionais no país (por exemplo, o encerramento dos cinemas) e dar aos [[Ulemá|Ulema]] um papel mais importante no governo. Os cinemas foram fechados, as apresentadoras femininas de notícias foram retiradas do ar e a polícia religiosa tornou-se mais visível nas cidades de todo o país.<ref name=":2"/>{{sfn|Laden|2004|p=120-122}}<ref>{{citar livro|título=(2010). Jihad in Saudi Arabia: Violence and Pan-Islamism Since 1979.|ultimo=Hegghammer|primeiro=Thomas|editora=Cambridge University Press|local=Cambridge|ano=2010|página=24}}</ref>

Em 1990-91, o [[Fahd da Arábia Saudita|Fahd]] desempenhou um papel-chave antes e durante a [[Guerra do Golfo]]: a Arábia Saudita acolheu a família real cuaitiana além de {{fmtn|400000}} refugiados e ao mesmo tempo permitiu a entrada de tropas ocidentais e árabes em seu território para a liberação do Cuaite no ano seguinte.<ref name="Britannica history" />

Quando o então rei Fahd sofreu um enfarte em novembro de 1995, o seu sucessor, então príncipe-herdeiro [[Abdallah da Arábia Saudita|Abdallah]], assumiu muitas das responsabilidades rotineiras da condução do governo. Morto o rei Fahd em 1 de agosto de 2005, Abdallah sucedeu-lhe, convertendo-se no rei do país, até 22 de janeiro de 2015, quando morreu, depois de cerca de 30 dias de luta contra uma pneumonia, assumindo como seu sucessor, em 23 de janeiro o seu meio irmão [[Salman da Arábia Saudita|Salman bin Abdalaziz Al Saud]] e passando a sucessor do trono o sobrinho [[Mohammed bin Nayef]]. No entanto, em junho de 2017, este foi afastado, e o rei Salman tornou [[Mohammad bin Salman]] herdeiro do trono.<ref>{{citar web|url=https://www.mirror.co.uk/news/world-news/saudi-arabia-return-moderate-open-11400298|titulo=Saudi Arabia will return to moderate, open Islam and 'will destroy extremist ideas', says crown prince-Mohammad bin Salman bin Abdulaziz Al Saud also announced the kingdom would do more to tackle extremism|data=24-10-2017|publicado=Mirror|ultimo=Bond|primeiro=Anthony (e outro)}}</ref><ref>{{citar web|url=https://edition.cnn.com/2017/06/21/middleeast/saudi-arabia-crown-prince/index.html|titulo=Saudi Arabia's king replaces nephew with son as heir to throne|data=21-06-2017|publicado=CNN|ultimo=Chavez|primeiro=Nicole}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.washingtonpost.com/world/saudi-king-names-son-as-new-crown-prince-upending-the-kingdoms-succession-line/2017/06/21/e66db88d-fecc-40fe-a902-7f9afa487de9_story.html?utm_term=.3dd62f301700|titulo=Saudi king names son as new crown prince, upending the royal succession|data=21-06-2017|publicado=The Washington Post|ultimo=Raghavan|primeiro=Sudarsan (e outro)}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.thenational.ae/world/saudi-royal-decrees-announcing-prince-mohammed-bin-salman-as-the-new-crown-prince-1.93194|titulo=Saudi royal decrees announcing Prince Mohammed Bin Salman as the new crown prince - Saudi Arabia’s Prince Mohammed bin Salman was promoted to crown prince on Wednesday, making him next in line to rule the kingdom.|data=21-06-2017|publicado=The National}}</ref>

== Geografia ==
{{Artigo principal|Geografia da Arábia Saudita}}
[[Imagem:Arabian Desert.png|thumb|[[Imagem de satélite]] da península Arábica]]
A Arábia Saudita ocupa cerca de 80% da [[Península Arábica]]<ref name= Stokes605>{{citar livro|título=Encyclopedia of the Peoples of Africa and the Middle East|volume=1|último=Stokes|primeiro=Jamie|ano=2009|isbn=978-0-8160-7158-6|página=605}}</ref> e se encontra entre as [[latitude]]s 16° e 33° N e [[longitude]]s 34° e 56° E. Como as fronteiras ao sul do país com os [[Emirados Árabes Unidos]] e [[Omã]] não são definidas ou demarcadas com precisão, as dimensões exatas da Arábia Saudita ainda são desconhecidas.<ref name= Stokes605/> A estimativa do ''[[CIA World Factbook]]'' é de cerca de {{formatnum:2250000}} km² e classifica a Arábia Saudita como [[Lista de países e territórios por área|13º maior país do mundo]].<ref>{{citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2147rank.html|título=CIA World Factbook – Rank Order: Area|publicado=[[The World Factbook]]|data=26-01-2012|acessodata=08-02-2012|wayb=20121023060124|urlmorta=sim}}</ref>

A geografia da Arábia Saudita é dominada pelo [[Deserto da Arábia]] e por algumas áreas semidesérticas. Trata-se, na verdade, de uma série de desertos conectados e inclui {{formatnum:647500}} km² do [[Rub' al-Khali|Rubalcali]] (ou "quarta parte vazia") na parte sul do país, a maior área de deserto de areia contíguo do mundo.<ref name=Britannica>{{citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/525348/Saudi-Arabia|título=Saudi Arabia|publicado=Encyclopædia Britannica Online|acessodata=28-04-2011}}</ref><ref>{{citar livro|título=Saudi Arabia: an environmental overview|ano=2008|publicado=Taylor & Francis|local=Abingdon-on-Thames|isbn=978-0-415-41387-9|url=http://books.google.com/books?id=Vacv2wy3yd8C&lpg=PA141&dq=largest%20sand%20deserts%20Rub'%20al%20Khali&pg=PA141#v=onepage&q=largest%20sand%20deserts%20Rub'%20al%20Khali&f=false|autor=Peter Vincent|acessodata=22-08-2010|página=141}}</ref> Praticamente não há rios ou lagos no país, mas [[uádi]]s são numerosos. As poucas áreas férteis são encontradas nos depósitos aluviais em uádis, bacias e [[oásis]].<ref name=Britannica/> A principal característica topográfica é o planalto central que se eleva abruptamente do [[mar Vermelho]] e desce gradualmente para o [[Négede]] e para o [[golfo Pérsico]]. Na costa do mar Vermelho, há uma estreita planície costeira, conhecida como a [[Tiama]], paralela a [[escarpa]]s imponentes. A região sudoeste de [[Assir]] é montanhosa e contém o monte [[Jabal Sawda]], que com {{formatnum:3133}} metros de altura é o ponto mais alto no país.<ref name=Britannica/>

=== Clima ===
[[Imagem:Rub al khali sunset Nov 2007.jpg|thumb|A típica paisagem do [[deserto]] do [[Rub' al-Khali|Rubalcali]], na Arábia Saudita]]
Com exceção da região de Assir, a Arábia Saudita tem um clima desértico com temperaturas extremamente altas durante o dia e uma queda acentuada de temperatura durante a noite. As temperaturas médias no verão variam em torno de 45 °C, mas podem atingir até 54 °C. No inverno, a temperatura raramente cai abaixo de 0 °C. Na primavera e no outono, o calor é temperado e as temperaturas médias ficam em torno de 29 °C.<ref name= weather/>

A [[Precipitação (meteorologia)|precipitação]] anual é extremamente baixa. A região de Assir difere disto, visto que ela é influenciada pelas [[monções]] do [[oceano Índico]], que geralmente acontecem entre outubro e março. Uma média de 300 [[mm]] de chuvas ocorre durante este período, que representa cerca de 60% da precipitação anual.<ref name= weather>{{citar web|url=http://www.weatheronline.co.uk/reports/climate/Saudi-Arabia.htm|título=Saudi Arabia|publicado=Weather Online|acessodata=30-07-2011}}</ref>

=== Biodiversidade ===
[[Imagem:PikiWiki_Israel_14861_judean_desert_leopard_cropped.JPG|thumb|O [[leopardo-árabe]]]]
A vida animal inclui lobos, hienas, babuínos e lebres, entre outros. Animais maiores, como [[gazela]]s, [[órix]] e [[leopardo]]s eram relativamente numerosos até os anos 1950, quando a caça feita com veículos a motor reduziu a população destes animais quase à [[extinção]]. Aves incluem falcões (que são capturados e treinados para a caça), águias, abutres e outros tantos. Existem várias espécies de cobras, muitas das quais são venenosas, e vários tipos de lagartos.<ref name=Britannica/>

Há uma grande variedade de vida marinha animal no [[Golfo Pérsico]]. Entre os animais [[Domesticação|domesticados]] estão [[camelo]]s, ovelhas, cabras, burros e galinhas. Refletindo condições desérticas do país, a vida das plantas da Arábia Saudita consiste principalmente de pequenas ervas e arbustos que necessitam de pouca água. Existem algumas pequenas áreas de grama e árvores em [[Assir]]. A [[tamareira]] (''Phoenix dactylifera'') é comum no país.<ref name=Britannica/>

=== Disponibilidade de água ===
[[Imagem:Circular irrigations in Al Jawf Region, Saudi Arabia.jpg|thumb|esquerda|[[Imagem de satélite]] de [[Pivô central de irrigação|irrigações circulares]] no deserto saudita]]

A região não tem lagos ou rios, de modo que a Arábia Saudita consiste no maior país do mundo sem a presença de nenhum desses grandes corpos hídricos.<ref name="der">SHAFY, Samiha (20 de março de 2010). ''Rei saudita contrata equipe alemã para procurar água subterrânea no deserto''. <http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2010/03/20/rei-saudita-contrata-equipe-alema-para-procurar-agua-subterranea-no-deserto.jhtm>. Jornal ''[[Der Spiegel]]''</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.worldatlas.com/articles/countries-without-rivers.html|titulo=Countries Without Rivers|acessodata=2020-11-30|website=WorldAtlas|lingua=en-US}}</ref>

Por isso, o país sofre com a [[escassez de água]] e para suprir essa necessidade realiza a dessalinização da água. A capital Riad é abastecida com água transportada por 370 km do Golfo da Arábia para então ser dessalinizada. Com o aperfeiçoamento da tecnologia, os custos do processo têm diminuído.<ref name="estadao">NINNI, Karina. (22 de março de 2010). ''Riad - Um mar de água''. Caderno ''Planeta''. Jornal ''[[O Estado de S.Paulo]]''</ref> Outra tentativa envolve a procura por água em aquíferos subterrâneos. Em março de 2010, o processo foi iniciado por cientistas alemães contratados pelo governo saudita que têm feito a abertura de buracos com até 2 mil metros de profundidade.<ref name="der" />

Na Arábia Saudita, assim como em outros países do [[Oriente Médio]], a agricultura é feita principalmente através do sistema de [[pivô central de irrigação]], onde se capta a água subterrânea dos lençóis freáticos que ficam abaixo do deserto. Isso explica a presença de plantações circulares em regiões completamente inóspitas do deserto da Arábia Saudita. Cerca de 85% da água disponível na Arábia Saudita é utilizada na agricultura.<ref name="der" />

== Demografia ==
[[Imagem:Riyadh Skyline showing the King Abdullah Financial District (KAFD) and the famous Kingdom Tower .jpg|thumb|[[Riade]], capital e maior cidade do país]]
[[Imagem:Saudi Arabia population density 2010.png|thumb|[[Densidade demográfica]] da Arábia Saudita (pessoas por km²)]]
{{Artigo principal|Demografia da Arábia Saudita}}

=== Composição étnica ===
A população da Arábia Saudita em julho de 2018 era estimada em 33,5 milhões pessoas, incluindo {{formatnum:8429401}} estrangeiros.<ref name="população" /> Em 1950, a Arábia Saudita tinha uma população de cerca de 3 milhões de pessoas. A composição étnica de seus cidadãos é feita por [[árabes]] sauditas (50%), outros árabes (35%, inclui [[egípcios]], [[sudaneses]], [[líbios]], etc.) afro-asiáticos (10%) e [[beduínos]] (5%).<ref>"{{citar web|url=http://moia.gov.in/pdf/Saudi%20Arabia.pdf|título=Saudi Arabia|publicado=moia.gov.in|acessodata=30-11-2013|wayb=20130726210330|urlmorta=sim}}". (PDF) The Ministry of Overseas Indian Affairs.</ref> Até os anos 1960, a maioria da população do país era [[nômade]], mas atualmente mais de 95% da população é urbana, devido ao crescimento econômico e urbano acelerado. Recentemente, no início da década 60 do Século XX, a população escrava da Arábia Saudita foi estimada em 300 mil pessoas.<ref>"''{{citar web|url=http://books.google.com/books?id=tIfYPppdbeYC&pg=PA452&dq&hl=en#v=onepage&q=&f=false|título=Case studies on human rights and fundamental freedoms: a world survey|publicado=books.google.com}}''". Willem Adriaan Veenhoven, Winifred Crum Ewing, Stichting Plurale Samenlevingen (1976). p.452. ISBN 90-247-1779-5</ref> A [[escravidão]] foi oficialmente abolida no país apenas em 1962.<ref name=autogenerated1>{{citar web|url=http://www.bbc.co.uk/religion/religions/islam/history/slavery_8.shtml|título=Religion & Ethics – Islam and slavery: Abolition|publicado=BBC|acessodata=01-05-2010}}</ref><ref name=autogenerated2>{{citar web|url=http://www.britannica.com/blackhistory/article-24160|título=Welcome to Encyclopædia Britannica's Guide to Black History|publicado=Britannica.com|data=31-01-1910|acessodata=01-05-2010|wayb=20071012043107|urlmorta=sim}}</ref>

=== Imigração ===
O ''[[CIA World Factbook]]'' estima que, em 2013, os estrangeiros que vivem na Arábia Saudita compunham cerca de 21% da população do país.<ref name="CIA World Factbook">{{CIA World Factbook link|sa|Saudi Arabia}}</ref> Outras fontes relatam estimativas diferentes.<ref>e.g., {{citar web|autor =جريدة الرياض|url=http://www.alriyadh.com/2010/08/05/article549461.html|título=جريدة الرياض :سكان المملكة 27 مليوناً بينهم 8 ملايين مقيم|publicado=Alriyadh.com|acessodata=28-04-2011}}</ref> Existem 1,3 milhão de [[indianos]]; 900 mil [[paquistaneses]]; 900 mil egípcios; 800 mil [[iemenitas]]; 500 mil [[bangladesh]]ianos, 500 mil [[filipinos]]; 500 mil [[jordanos]]/[[palestinos]]; 260 mil [[Indonésia|indonésios]]; 250 mil [[Seri Lanca|cingaleses]]; 350 mil sudaneses; 250 mil [[sírios]]; e 100 mil [[turcos (nacionalidade)|turcos]] no país. Além disso, existem cerca de 100 mil [[Mundo ocidental|ocidentais]] na Arábia Saudita, a maior parte dos quais vivem em [[condomínios fechados]].<ref>{{citar web|url=http://www.un.org/esa/population/meetings/EGM_Ittmig_Arab/P02_Kapiszewski.pdf|título=Arab versus Asian migrant workers in the GCC countries|página=10|acessodata=01-05-2010|wayb=20070620002015|urlmorta=sim}}</ref>

A Arábia Saudita expulsou 800 mil iemenitas do país entre 1990 e 1991.<ref>"{{citar web|url=http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2009/apr/01/yemen-guantanamo-al-qaida|título=Yemen's point of no return|publicado=Guardian.co.uk|data=01-04-2009}}</ref> Estima-se que 240 mil palestinos vivam no país e eles não estão autorizados a manter ou até mesmo solicitar a cidadania saudita, por causa de instruções da [[Liga Árabe]] que barram que os [[Mundo árabe|Estados árabes]] de concedam-lhes [[cidadania]]. Os palestinos são o único grupo estrangeiro que não pode se beneficiar de uma lei de 2004 aprovada pelo Conselho de Ministros da Arábia Saudita e que dá direito a [[expatriado]]s de todas as nacionalidades e que tenham residido no reino por no mínimo dez anos para de requerer a cidadania, sendo dada prioridade às pessoas melhores qualificadas.<ref>{{citar web|url=http://www.arabnews.com/?page=1&section=0&article=58980&d=14&m=2&y=2005|título=Expatriates Can Apply for Saudi Citizenship in Two-to-Three Months|publicado=Arabnews.com|data=14-02-2005|acessodata=01-05-2010|wayb=20050214030939|urlmorta=sim}}</ref> Os artigos 12.4 e 14.1 do Regulamento Executivo do Sistema de Cidadania Saudita podem ser interpretados como uma exigência de que os candidatos sejam [[muçulmano]]s.<ref>{{citar web|url=http://www.moi.gov.sa/wps/wcm/connect/121c03004d4bb7c98e2cdfbed7ca8368/EN_saudi_nationality_system.pdf?MOD=AJPERES&CACHEID=121c03004d4bb7c98e2cdfbed7ca8368|título=1954 Saudi Arabian Citizenship System|acessodata=28-04-2011}}</ref> A Arábia Saudita criou uma barreira na fronteira com o [[Iêmen]] para impedir que o afluxo de [[Imigração|imigrantes]] ilegais e o [[tráfico de drogas]] e armas alcance o país.<ref>al-Kibsi, Mohammed. {{citar web|url=http://www.yobserver.com/front-page/10013538.html|título=Saudi authorities erect barriers on Yemeni border|acessodata=20-01-2008|wayb=20080120230115|urlmorta=sim|website=Yemen Observer|data=12-01-2008}}</ref>

=== Religião ===
[[Imagem:مكة المكرمة meca.jpg|thumb|esquerda|upright=1|Multidão ao redor da [[Caaba]] (cubo negro no centro) na [[Grande Mesquita de Meca|Grande Mesquita]], em [[Meca]], o local mais sagrado do [[islamismo]] e um importante ponto de [[peregrinação]]]]

Há cerca de 25 milhões de pessoas no país que são [[muçulmanas]], ou 97% da população total.<ref name=PewForump.17>{{citar web|url=http://pewforum.org/newassets/images/reports/Muslimpopulation/Muslimpopulation.pdf|título=Mapping the World Muslim Population|publicado=pewforum.org|acessodata=25-08-2010|wayb=20091010050756|urlmorta=sim|data=10-2009}} Pew Forum on Religion & Public Life. p. 16 (p. 17 of the PDF).</ref> Os dados para a Arábia Saudita vêm principalmente de pesquisas à população em geral, que são menos confiáveis do que [[Censo demográfico|censo]]s ou pesquisas demográficas e de saúde em larga escala para estimar minorias e maiorias populacionais.<ref name=PewForump.17/> Entre 85 e 90% dos sauditas são [[sunitas]], enquanto os [[xiitas]] representam entre 10 e 15% da população muçulmana.<ref>{{citar web|url=http://pewforum.org/newassets/images/reports/Muslimpopulation/Muslimpopulation.pdf|título=Pew Forum.|publicado=pewforum.org|acessodata=25-08-2010|wayb=20091010050756|urlmorta=sim}} p. 10.</ref>

A forma oficial e dominante do [[islamismo sunita]] na Arábia Saudita é conhecida como [[uaabismo]] (sendo que alguns consideram este termo pejorativo, preferindo o uso do termo [[salafismo]]<ref>{{citar web|url=http://www.dailystar.com.lb/article.asp?edition_id=10&categ_id=4&article_id=121904#axzz17dQMsZEu|título=State cracks down on Salafi literature at Algiers book fair|data=27-11-2010|publicado=The Daily Star|wayb=20101127003849|urlmorta=sim}} Lamine Chikhi.</ref>). Fundado na Península Arábica por [[Maomé ibne Abdal Uaabe]] no {{séc|XVIII}}, esse movimento é muitas vezes descrito como "puritano", "intolerante" ou "ultraconservador". Entretanto, os proponentes consideram que seus ensinamentos procuram purificar a prática do islamismo de quaisquer inovações ou práticas que se desviam dos ensinamentos do profeta [[Maomé]] e de seus seguidores do {{séc|VII}}.<ref>{{citar web|url=http://www.fas.org/sgp/crs/misc/RS21695.pdf|título='The Islamic Traditions of Wahhabism and Salafiyya'|publicado=www.fas.org}}, US Congressional Research Service Report, 2008, by Christopher M. Blanchard available from the Federation of American Scientists website</ref> Os muçulmanos xiitas enfrentam perseguição no emprego e em cerimônias religiosas.<ref>Islamic Political Culture, Democracy, and Human Rights: A Comparative Study, p 93 Daniel E. Price - 1999</ref>

Em 2010, o [[Departamento de Estado dos Estados Unidos|Departamento de Estado]] dos [[Estados Unidos]] afirmou que na Arábia Saudita "a [[liberdade de religião]] não é reconhecida ou protegida sob a lei e é severamente restrita na prática" e que "as políticas do governo continuam a colocar graves restrições à liberdade religiosa" no país.<ref name=irf2010>{{citar web|url=http://www.state.gov/g/drl/rls/irf/2010/148843.htm|título=Saudi Arabia: International Religious Freedom Report 2010|publicado=[[Departamento de Estado dos Estados Unidos]]|data=17-11-2010|acessodata=27-07-2011|wayb=20101123103422|urlmorta=sim}}</ref> Nenhuma outra [[religião]] que não seja o islamismo pode ser praticada, embora haja cerca de um milhão de [[Cristianismo|cristãos]] no país, quase todos trabalhadores estrangeiros.<ref name= Times>{{citar jornal|título=Saudi Arabia extends hand of friendship to Pope|url=http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/europe/article3571835.ece|jornal=The Times|data=17-03-2008|acessodata=27-07-2011|local=Londres|primeiro=Richard|último=Owen|wayb=20080510155619|urlmorta=sim}}</ref> Na Arábia Saudita igrejas ou outros templos não muçulmanos são proibidos.<ref name=irf2010/> Mesmo a realização de orações de forma privada é proibida na prática e a polícia religiosa saudita supostamente investiga regularmente as casas de cristãos.<ref name= Times/> Os trabalhadores estrangeiros têm que comemorar o [[Ramadã]], mas não estão autorizados a celebrar o [[Natal]] ou a [[Páscoa]].<ref name= Times/> A conversão por muçulmanos para outra religião ([[apostasia]]) é punida com a [[pena de morte]], embora não tenha havido relatos confirmados de execuções por apostasia nos últimos anos.<ref name=irf2010/> O [[proselitismo]] religioso por não muçulmanos é ilegal<ref name=irf2010/> e o último sacerdote cristão foi expulso da Arábia Saudita em 1985.<ref name= Times/> De acordo com a ''[[Human Rights Watch]]'', a minoria xiita do país sofre discriminação sistemática do governo saudita na educação, no sistema judiciário e em suas liberdades, especialmente a religiosa.<ref>{{citar livro|título=Denied dignity: systematic discrimination and hostility toward Saudi Shia citizens|último=Human Rights Watch|ano=2009|isbn=1-56432-535-0|página=1}}</ref> Várias restrições são impostas para a celebração pública de festas xiitas, como o ''[[Ashura]]''.<ref>{{citar livro|título=Denied dignity: systematic discrimination and hostility toward Saudi Shia citizens|último=Human Rights Watch|ano=2009|isbn=1-56432-535-0|páginas=2, 8–10}}</ref>

A Arábia Saudita financia a construção de mesquitas por todo o mundo ocidental, (incluído Portugal<ref>{{citar web|url=https://www.publico.pt/2016/06/05/sociedade/noticia/forcas-de-seguranca-acreditam-que-dinheiro-publico-para-as-mesquitas-ajuda-a-integracao-1734016|titulo=Polícias crêem que dinheiro público para as mesquitas ajuda à integração|data=05-06-2016|publicado=Público|ultimo=Ribeiro|primeiro=Nuno}}</ref>) que espalham a sua versão do Islão, e ofereceu-se para construir 200 mesquitas na Alemanha para os refugiados sírios, apesar de se recusar a recebê-los no seu território. Financia também com generosas quantias muitas universidades no mundo ocidental. Segundo os relatos do jornalista [[Stephen Pollard]], só entre 1995 e 2008, oito universidades britânicas — Oxford, Cambridge, Durham, [[University College London]], a [[London School of Economics]], Exeter, Dundee and City — aceitaram mais de 233 milhões de libras de governantes sauditas e outros do Médio Oriente. Uma grande parte dessas verbas foi para centros de estudos islâmicos, como o ''[[Oxford Centre for Islamic Studies]]'' que recebeu 75 milhões.<ref>{{citar web|url=https://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/africaandindianocean/libya/8360103/Libya-and-the-LSE-Large-Arab-gifts-to-universities-lead-to-hostile-teaching.html|titulo=Libya and the LSE: Large Arab gifts to universities lead to 'hostile' teaching - The LSE is not the only university that has reason to feel ashamed, writes Stephen Pollard.|data=03-03-2011|publicado=The Telegraph|ultimo=Pollard|primeiro=Stephen}}</ref> Em dezembro de 2015, Sigmar Gabriel, vice-chanceler alemão, acusou os sauditas de financiarem o extremismo islâmico no Ocidente.<ref>{{citar web|url=http://www.independent.co.uk/news/world/europe/saudi-arabia-funding-islamic-extremism-west-german-vice-chancellor-sigmar-gabriel-a6763366.html|titulo=Saudi Arabia 'funding Islamic extremism in the West', German vice-chancellor Sigmar Gabriel claims|data=07-12-2015|publicado=The Independent|ultimo=Henderson|primeiro=Emma}}</ref>

=== Maiores aglomerações urbanas ===
{{Cidades mais populosas da Arábia Saudita}}

== Governo e política ==
{{Artigo principal|Política da Arábia Saudita}}
{{multiple image
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|image1 = Salman bin Abdull aziz December 9, 2013.jpg
|caption1 =[[Salman da Arábia Saudita|Rei Salman]]<br />[[Rei da Arábia Saudita]]
|image2 = Secretary Pompeo Meets with Saudi Crowne Prince Salman Al Saud (48119406442) (cropped).jpg
|caption2 = [[Mohammed bin Salman]]<br />[[Primeiro-ministro da Arábia Saudita|Primeiro-ministro]]
}}
A Arábia Saudita é uma [[monarquia absoluta]] [[Teocracia|teocrática]],<ref name=Cavendish78>{{citar livro|título=World and Its Peoples: the Arabian Peninsula|último=Cavendish|primeiro=Marshall|ano=2007|isbn=978-0-7614-7571-2|página=78}}</ref> embora, de acordo com a [[Lei Básica da Arábia Saudita]] adotada por decreto real em 1992, o rei deve estar de acordo com a ''[[Sharia]]'' (isto é, a [[lei islâmica]]) e o [[Alcorão]]. O Alcorão e a ''[[Sunnah]]'' (as tradições de [[Maomé]]) são declarados como a constituição e nenhuma constituição moderna já foi escrita para o país. A Arábia Saudita é o único [[Mundo árabe|país árabe]] onde nunca houve [[eleições]] nacionais, desde a sua criação.<ref name= Gerhard>{{citar livro|título=Encyclopedia of world constitutions|volume=1|último=Robbers|primeiro=Gerhard|ano=2007|isbn=0-8160-6078-9|página=791}}</ref> Partidos políticos ou eleições nacionais são proibidas<ref name=Cavendish78/> e, de acordo com [[Índice de Democracia]] de 2010 feito ''[[The Economist]]'', o governo saudita era o sétimo regime mais [[Autoritarismo|autoritário]] do mundo, entre os 167 países avaliados na pesquisa.<ref>{{citar web|url=http://graphics.eiu.com/PDF/Democracy_Index_2010_web.pdf|título=The Economist Democracy Index 2010|autor=The Economist Intelligence Unit|obra=The Economist|acessodata=06-06-2011}}</ref>

Na ausência de eleições nacionais e de partidos políticos, a política na saudita ocorre em duas arenas distintas: entre a [[família real]], a [[Casa de Saud]], e entre os monarcas e o resto da sociedade.<ref name= Noreng97>{{citar livro|título=Crude power: politics and the oil market|último=Noreng|primeiro=Oystein|ano=2005|isbn=978-1-84511-023-9|página=97}}</ref> Fora da família Saud, a participação no processo político é limitada a um pequeno segmento da população e assume um tipo de consultoria da família real sobre decisões importantes.<ref name=Britannica/> Este processo não é divulgado pela mídia local.<ref>{{citar livro|título=Culture and Customs of Saudi Arabia|último=Long|primeiro=David E.|ano=2005|isbn=978-0-313-32021-7|página=85}}</ref>

Por costume, todos os homens maiores de idade têm o direito de petição ao rei diretamente através da reunião tribal tradicional conhecida como ''majlis''.<ref name=Cavendish92>{{citar livro|título=World and Its Peoples: the Arabian Peninsula|último=Cavendish|primeiro=Marshall|ano=2007|isbn=978-0-7614-7571-2|páginas=92–93}}</ref> Em muitos aspectos, a abordagem de governo difere pouco do sistema tradicional de regra tribal. A identidade tribal continua forte no país e, fora da família real, a influência política é frequentemente determinada pela afiliação tribal, com [[Xeque (título)|xeques]] tribais mantendo um grau considerável de influência sobre eventos locais e nacionais.<ref name=Britannica/> Como mencionado anteriormente, nos últimos anos tem havido medidas limitadas para ampliar a participação política, como a criação do Conselho Consultivo no início de 1990 e do Fórum de Diálogo Nacional em 2003.<ref name=Cavendish78/>

O governo da família Saud enfrenta oposição política a partir de quatro fontes: ativismo islâmico [[sunita]], principalmente a região [[Oriental (Arábia Saudita)|Oriental]]; críticos [[Liberalismo social|liberais]]; minoria [[xiita]]; e antigos adversários tribais e regionais (por exemplo, no [[Hejaz]]).<ref>{{citar periódico|autor=Barenek, Ondrej|ano=2009|título=Divided We Survive: A Landscape of Fragmentation in Saudi Arabia|periódico=Middle East Brief|número=33|publicado=Brandeis University Crown Center for Middle East Studies|url=http://www.brandeis.edu/crown/publications/meb/MEB33.pdf|acessodata=29-06-2011|wayb=20090219111054|urlmorta=sim}}</ref> Destes, os ativistas islâmicos foram a ameaça mais importante para o regime e nos últimos anos perpetraram uma série de atos violentos ou [[Terrorismo|terroristas]] no país. No entanto, protestos populares abertamente contra o governo, mesmo que pacíficos, não são tolerados.<ref name=Cavendish78/>

=== Forças armadas ===
{{Artigo principal|Forças Armadas da Arábia Saudita}}
[[Imagem:11th_MEU_141213-M-CB493-105_(15657874453).jpg|thumb|esquerda|Tropas sauditas e estadunidenses treinam em dezembro de 2014]]
A Arábia Saudita tem uma das [[Lista de países por gastos militares|maiores porcentagens de gastos militares do mundo]], gastando cerca de 8% de seu PIB em suas forças armadas, de acordo com a estimativa do [[Stockholm International Peace Research Institute|SIPRI]] para 2020.<ref>{{citar livro|url=https://www.sipri.org/sites/default/files/Data%20for%20all%20countries%20from%201988%E2%80%932019%20as%20a%20share%20of%20GDP.pdf|título=Military expenditure by country as percentage of gross domestic product, 1988–2019 © SIPRI 2020|publicado=SIPRI.ORG|ano=2020|páginas=14}}</ref> As [[Forças Armadas da Arábia Saudita]] consiste nas [[Exército da Arábia Saudita|Exército]], [[Força Aérea Real Saudita|Força Aérea]], [[Forças Navais Reais Sauditas|Marinha]], Defesa Aérea Real, Guarda Nacional (uma força militar independente) e forças [[paramilitar]]es, totalizando quase 200 mil soldados em serviço. Em 2005, as forças armadas contavam com o seguinte pessoal: exército, 75 mil; a força aérea, 18 mil; defesa aérea, 16 mil; a marinha, 15,5 mil (incluindo três mil [[fuzileiros navais]]); e o Guarda Nacional tinha 75 mil soldados ativos e 25 mil soldados tribais.<ref name="Library of Congress 2006">{{citar web|url=https://www.loc.gov/item/93028506/|título=Country Studies: Saudi Arabia|website=Library of Congress, Washington, D.C. 20540 USA}}</ref>

O reino tem uma relação militar de longa data com o [[Paquistão]], há muito se especula que a Arábia Saudita financiou secretamente o [[Paquistão e as armas de destruição em massa|programa atômico do Paquistão]] e pretende comprar armas atômicas paquistanesas em um futuro próximo.<ref name="QV">{{citar livro|título=Allah's Bomb: The Islamic Quest for Nuclear Weapons|primeiro=Al J.|último=Venter|páginas=[https://archive.org/details/allahsbombislami0000vent/page/150 150–153]|ano=2007|publicado=Globe Pequot|isbn=978-1-59921-205-0|url=https://archive.org/details/allahsbombislami0000vent/page/150}}</ref><ref name="SPO">{{citar web|url=http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/EK07Ak01.html|wayb=20031107031736|urlmorta=sim|título=Saudi Arabia's nuclear gambit|obra=Asia Times|data=07-11-2003}}</ref> A Guarda Nacional não é uma reserva, mas uma força de linha de frente totalmente operacional e se originou da força tribal militar-religiosa de [[Ibn Saud]], os ''[[Ikhwan]]'', Sua existência moderna, no entanto, pode ser atribuída ao fato de ser efetivamente o exército privado de Abdullah desde 1960 e, ao contrário do resto das forças armadas, é independente do Ministério da Defesa e Aviação.<ref>{{citar web|primeiro=John|último=Pike|url=http://www.globalsecurity.org/military/world/gulf/sang.htm|título=Saudi Arabian National Guard|publicado=Globalsecurity.org|data=27-04-2005}}</ref>

Os gastos com defesa e segurança aumentaram significativamente desde meados da década de 1990 e eram cerca de 78,4 bilhões de dólares em 2019. A Arábia Saudita está entre as dez maiores do mundo em gastos do governo com suas forças armadas, representando cerca de 8%do PIB em 2019. Seu arsenal de [[alta tecnologia]] faz da Arábia Saudita uma das nações mais densamente armadas do mundo, com seu equipamento militar sendo fornecido principalmente pelos [[Estados Unidos]], [[França]] e [[Reino Unido]].<ref name="Library of Congress 2006" />

Os Estados Unidos venderam mais de 80 bilhões de dólares em equipamentos militares entre 1951 e 2006 para os militares sauditas.<ref>{{citar web|url=https://fas.org/asmp/profiles/saudi_arabia.htm|título=Saudi Arabia|acessodata=11-11-2010|wayb=20101111112056|urlmorta=sim|website=fas.org}}</ref> Em 20 de outubro de 2010, o [[Departamento de Estado dos Estados Unidos]] notificou o [[Congresso dos Estados Unidos|Congresso]] de sua intenção de realizar a maior venda de armas da história estadunidense — uma compra estimada de 60,5 bilhões de dólares pelo Reino da Arábia Saudita. O pacote representa uma melhoria considerável na capacidade ofensiva das forças armadas sauditas.<ref>{{citar web|url=http://www.jcpa.org/JCPA/Templates/ShowPage.asp?DRIT=1&DBID=1&LNGID=1&TMID=111&FID=376&PID=0&IID=5177&TTL=Arms_for_the_King_and_His_Family:_The_U.S._Arms_Sale_to_Saudi_Arabia|wayb=20101205012554|título=Arms for the King and His Family|publicado=Jcpa.org|autor=Teitelbaum, Joshua|data=04-11-2010}}</ref> Em 2013, os gastos militares sauditas subiram para 67 bilhões de dólares, ultrapassando o do Reino Unido, França e [[Japão]], ficando em quarto lugar globalmente.<ref name="AJE 2013 spending">[https://www.aljazeera.com/economy/2014/4/15/saudis-lead-middle-east-military-spending "Saudis lead Middle East military spending"]. 14 de abril de 2014. [[Al Jazeera]].</ref>

=== Sistema legal ===
A [[Lei Básica da Arábia Saudita|Lei Básica]], em 1992, declarou que a Arábia Saudita é uma monarquia governada pelos descendentes de [[Ibn Saud]]. Também declarou o [[Alcorão]] como a constituição do país, governado com base na [[Sharia|lei islâmica]].<ref name="Jurist">{{citar web|url=http://jurist.law.pitt.edu/world/saudiarabia.htm|título=Saudi Arabia|publicado=JURIST}}</ref> Questões criminais são julgadas em tribunais da [[Sharia]] no país. Esses tribunais exercem autoridade sobre toda a população. Casos envolvendo pequenas penalidades são julgados em tribunais sumários da Sharia. A maioria dos crimes graves são julgados em tribunais da Sharia de questões comuns. Tribunais de recurso julgam os recursos dos tribunais da Sharia.<ref name = Jurist/> Causas também podem ser julgados em tribunais da Sharia, com uma exceção: os xiitas podem julgar casos desse tipo em seus próprios tribunais. Outros processos cíveis, incluindo os que envolvem queixas contra o governo e a execução de sentenças estrangeiras, são submetidos inicialmente a tribunais administrativos especializados, tais como a Comissão para a Resolução de Conflitos Laborais e o Conselho de Queixas.<ref name = Jurist/> As principais fontes de direito saudita são a [[fiqh]] [[hanbali]], consagrada em vários tratados acadêmicos especificados por juristas competentes, outras escolas de direito, as regulamentações estatais e decretos reais (quando estes são relevantes), e o costume e a prática.<ref name =emory>{{Citar web|url=http://www.law.emory.edu/ifl/legal/saudiarabia.htm|título=Saudi Arabia, Kingdom of|publicado=Law.emory.edu|data=1933-09-22|acessodata=2010-05-01|wayb=20010821024655|urlmorta=sim}}</ref>
[[Imagem:WLM - roel1943 - Koran.jpg|thumb|O [[Alcorão]] é a constituição oficial do país e a primeira fonte de [[direito civil]]. A Arábia Saudita é o único país que transformou um texto religioso em político<ref>{{citar livro|título=The history of Saudi Arabia|último=Bowen|primeiro=Wayne H.|ano=2007|isbn=978-0-313-34012-3|página=13}}</ref>]]

O sistema legal saudita prescreve [[pena de morte]] ou [[castigo físico]], incluindo [[amputação]] das mãos e dos pés para certos crimes, como [[Apostasia no Islã|apostasia]] ou [[blasfêmia]],<ref>{{citar web|url=https://www.hrw.org/news/2015/11/23/saudi-arabia-poet-sentenced-death-apostasy|titulo=Saudi Arabia: Poet Sentenced to Death for Apostasy|data=23-11-2015|publicado=Human Rights Watch}}</ref> [[assassinato]], [[roubo]], [[estupro]], [[feitiçaria]],<ref>{{Citar periódico|url=https://www.hrw.org/report/2008/03/24/precarious-justice/arbitrary-detention-and-unfair-trials-deficient-criminal|título=Precarious Justice|data=2008-03-24|publicado=Human Rights Watch|lingua=en}}</ref> contrabando de drogas, [[homossexualidade|atividade homossexual]] e [[adultério]]. O roubo é punível com a amputação da mão, embora raramente seja fixada para a primeira ofensa. Os tribunais podem impor outras penas severas, como [[flagelação|flagelações]] para crimes menos graves contra a moralidade pública, como a [[embriaguez]].<ref>{{Citar web|url=http://hrw.org/backgrounder/mena/saudi/saudi.pdf|título=Human Rights in Saudi Arabia: A Deafening Silence|acessodata=2010-05-01}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.amnesty.org/download/Documents/POL1067002018ENGLISH.PDF|titulo=Amnesty International Report 2017/2018|data=2018|publicado=Amnesty International|pagina=317-320}}</ref> Homicídio, morte acidental e lesão corporal estão abertas à punição pela família da vítima. Retribuição pode ser pedida em espécie ou através de dinheiro. O dinheiro de sangue (''diyah)'' a pagar pela morte acidental de uma mulher ou de um homem cristão<ref>{{Citar web|url=http://www.state.gov/g/drl/rls/irf/2008/108492.htm|título=State Department|publicado=State.gov|acessodata=2010-05-01|wayb=20080924015941|urlmorta=sim}}</ref> é a metade do que para um homem muçulmano.<ref>{{Citar web|url=http://www.jeansasson.com/law_and_government.htm|título=Saudi Arabian Government and Law|publicado=Jeansasson.com|acessodata=2010-05-01|wayb=20110205111614|urlmorta=sim}}</ref> A Xaria não assume uma igualdade dos indivíduosː tanto as regras de casos civis como a aplicação de penas criminais distinguem entre homens e mulheres, muçulmanos e não muçulmanos, livres e escravos, e em muitos casos até entre classes sociais.<ref>{{citar web|url=http://bridgingcultures.neh.gov/muslimjourneys/items/show/226|titulo=Sharia|acessodata=15-06-2019|publicado=Muslim Journeys - Bridging Cultures Bookshelf (Arq. em WayBack Machine)|ultimo=Vikor|primeiro=Knut S.|wayb=20170202054116|urlmorta=sim}}</ref>

A Human Rights Watch e o Relatório sobre a Liberdade Religiosa dos Estados Unidos observam que nos tribunais da Arábia Saudita, "o cálculo da indemnização por morte acidental ou lesão é discriminatório. No caso de um tribunal proferir uma sentença a favor de um queixoso que seja judeu ou cristão, o queixoso só tem direito a receber 50 por cento da indemnização que um muçulmano do sexo masculino receberia; todos os outros não muçulmanos ([[Budismo|budistas]], [[Hinduísmo|hindus]], [[Jainismo|jainistas]], [[Siquismo|sikhs]], [[Animismo|animistas]], [[Ateísmo|ateus]]) só têm direito a receber 1/16 da quantia que um muçulmano do sexo masculino receberia".<ref>{{citar web|url=https://2009-2017.state.gov/documents/organization/208622.pdf|titulo=Saudi Arabia 2012 International Religious Freedom Report|ano=2012|publicado=State Department of the U.S. Government|pagina=4}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.hrw.org/reports/2004/saudi0704/4.htm#_ftn54|titulo=Migrant Communities in Saudi Arabia|ano=2004|publicado=Human Rights Watch}}</ref><ref>{{citar web|url=https://2009-2017.state.gov/j/drl/rls/irf/2011/nea/192905.htm|titulo=Saudi Arabia - Bureau of Democracy, Human Rights and Labour - 2011 Report on International Religious Freedom|ano=2012|publicado=US State Department}}</ref>

O sistema de "dinheiro de sangue" (diyah) na Arábia Saudita tem sido muito controverso, como num caso ocorrido em Fevereiro de 2013, em que um pai (um clérigo) violou, torturou e assassinou a sua filha de cinco anos, alegadamente por duvidar da sua virgindade, mas evitou a prisão pagando uma soma avultada em dinheiro à mãe da criança, sua ex-mulher.<ref>{{Citar periódico|titulo=Paralysis or blood money? Skewed justice in Saudi Arabia|url=https://www.theguardian.com/commentisfree/2013/apr/05/sharia-law-diyya-saudi|jornal=The Guardian|data=05-04-2013|issn=0261-3077|lingua=en-GB|primeiro=Nesrine|ultimo=Malik|publicado=The Guardian}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.huffpost.com/entry/fayhan-al-ghamdi-rapes-and-kills-daughter_n_4062652|titulo=Saudi Preacher Sentenced To 8 Years For Raping, Killing Daughter|data=2013-10-08|publicado=Huffington Post|lingua=en}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.nydailynews.com/news/world/saudi-arabian-preacher-8-years-jail-raping-killing-five-year-old-daughter-article-1.1479978|titulo=Saudi Arabian preacher gets 8 years in jail for raping and killing five-year-old daughter|data=08-10-2013|publicado=Daily News|wayb=20190220181354|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Hall|primeiro=John|url=http://www.independent.co.uk/news/world/middle-east/saudi-preacher-who-raped-and-tortured-his-five-year-old-daughter-to-death-is-released-after-paying-8480440.html|titulo=Saudi preacher who 'raped and tortured' his five -year-old daughter to death is released after paying 'blood money'|data=04-02-2013|publicado=The Independent|wayb=20160305092658}}</ref> Os assassinatos devido à "[[Crime de honra|honra]]''" ''também não são punidos tão severamente como o assassinato comum. Isto geralmente decorre do fato de que os assassinatos devidos à "honra" — além de vitimarem na sua maioria mulheres — ocorrerem dentro de uma família e serem considerados como compensadores de algum ato "desonroso" cometido. A escravidão só foi abolida em 1962. Muitas leis relacionadas a esta{{esclarecer|data=agosto de 2010}} implicam punições severas, como flagelações por ingressar com o tipo incorreto de visto.<ref name="autogenerated1" /> Com o pretexto religioso, a Arábia Saudita era o único país onde as mulheres estavam proibidas de dirigir, até Junho de 2018.<ref>{{citar web|url=http://www.bangkokpost.com/breakingnews/376662/saudis-arrest-16-women-for-driving|publicado=Bangkok Post|título="Saudis arrest 16 women for driving"|data=27-10-2013|acessodata=28-10-2013|língua=en|arquivourl=https://archive.li/3eftq|arquivodata=28-10-2013}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.mail.com/int/news/world/2420572-saudi-women-drive-protest-with-problem.html#.2422464-rightcolumn-mostviewed1-5|publicado=mail.com|título= "Saudi women drive in protest with little problem"|data=26-10-2013|acessodata=28-10-2013|língua=en|arquivourl=https://archive.li/JVRJu|arquivodata=28-10-2013}}</ref>

=== Relações internacionais ===
{{Artigo principal|Relações exteriores da Arábia Saudita}}
[[Imagem:Abdel Fattah el-Sisi, King Salman of Saudi Arabia, Melania Trump, and Donald Trump, May 2017.jpg|esquerda|thumb|[[Donald Trump]] e [[Melania Trump]] com [[Salman bin Abdulaziz Al Saud]] e [[Salman da Arábia Saudita|Abdel Fattah Al Sisi]], 21 de maio de 2017]]
[[Imagem:A view of Shah Faisal Mosque from adjoing yard..JPG|thumb|esquerda|A [[Mesquita Faisal]] em [[Islamabad]] recebeu o nome de um rei saudita. O reino é um forte aliado do [[Paquistão]]. O [[WikiLeaks]] afirmou que os sauditas estão "há muito acostumados a ter um papel significativo nos assuntos do Paquistão"<ref name="time.com">{{citar jornal|primeiro=Ishaan|último=Tharoor|título=WikiLeaks: The Saudis' Close but Strained Ties with Pakistan|data=06-12-2010|url=http://www.time.com/time/world/article/0,8599,2035347,00.html|wayb=20101228172244|urlmorta=sim|obra=Time}}</ref>]]

A Arábia Saudita juntou-se à [[Organização das Nações Unidas]] (ONU) em 1945<ref name="US State Dept Saudi Arabia" /><ref>{{citar web|url=https://www.un.org/en/about-us/member-states#gotoS|título=United Nations Member States|publicado=United Nations}}</ref> e é membro fundador da [[Liga Árabe]], do [[Conselho de Cooperação do Golfo]], da [[Liga Muçulmana Mundial]] e da [[Organização para a Cooperação Islâmica]].<ref name="Saudi Ministry of Foreign Affairs">{{citar web|url=http://www.mofa.gov.sa/SITES/MOFAEN/ABOUTKINGDOM/KINGDOMFOREIGNPOLICY/Pages/KingdomPolicy34645.aspx|título=The foreign policy of the Kingdom of Saudi Arabia|data=05-07-2005|publicado=Ministry of Foreign Affairs, Saudi Arabia|wayb=20110227060404|urlmorta=sim}}</ref> O país desempenha um papel proeminente no [[Fundo Monetário Internacional]] e no [[Banco Mundial]] e, em 2005, ingressou na [[Organização Mundial do Comércio]].<ref name="US State Dept Saudi Arabia" /> A Arábia Saudita apoia a formação pretendida da [[União Aduaneira Árabe]] em 2015 e de um [[mercado comum]] árabe<ref>{{citar jornal|título=No politics for Ben Ali in Kingdom|url=http://arabnews.com/saudiarabia/article238363.ece|wayb=20110121172720|urlmorta=sim|jornal=Arab News|data=19-01-2011}}</ref> até 2020, conforme anunciado na cúpula da Liga Árabe de 2009.<ref>{{citar jornal|título=Arab leaders issue resolutions, emphasize Gaza reconstruction efforts|agência=[[Kuwait News Agency]]|data=20-01-2009|url=http://www.kuna.net.kw/NewsAgenciesPublicSite/ArticleDetails.aspx?id=1969914&Language=en}}</ref>

Desde 1960, como membro fundador da [[Organização dos Países Exportadores de Petróleo]] (OPEP), sua política de preços do [[petróleo]] tem sido geralmente estabilizar o mercado mundial do recurso e tentar moderar os movimentos bruscos dos preços para não prejudicar as economias ocidentais.<ref name="US State Dept Saudi Arabia" /><ref>{{citar web|título=OPEC: Brief History|url=http://www.opec.org/opec_web/en/about_us/24.htm|website=OPEC.org|publicado=Organization of the Petroleum Exporting Countries|acessodata=20-05-2015}}</ref> Em 1973, a Arábia Saudita e outras nações árabes impuseram um [[Crise petrolífera de 1973|embargo ao petróleo]] contra os Estados Unidos, Reino Unido, Japão e outras nações ocidentais que apoiaram [[Israel]] na [[Guerra do Yom Kippur]] em outubro de 1973.<ref>{{citar jornal|título=The Arab Oil Threat|url=https://www.nytimes.com/1973/11/23/archives/the-arab-oil-threat.html|obra=The New York Times|data=23-11-1973}}</ref> O embargo causou uma [[Crise petrolífera de 1973|crise do petróleo]] com muitos efeitos de curto e longo prazo na política global e na economia global.<ref>{{citar jornal|url=http://www.cbc.ca/news/background/oil/|título=The price of oil – in context|data=18-04-2006|obra=CBC News|wayb=20070609145246|urlmorta=sim}}</ref>

Entre meados da década de 1970 e 2002, a Arábia Saudita gastou mais de 70 bilhões de dólares em "ajuda externa ao desenvolvimento". No entanto, há evidências de que a grande maioria foi, de fato, gasta na propagação e extensão da influência do [[wahhabismo]] em detrimento de outras formas do [[Islã]].<ref>{{citar livro|título=Islamic Economics and the Final Jihad|autor=J Jonsson David|ano=2006|isbn=978-1-59781-980-0|páginas=249–250}}</ref> Tem havido um intenso debate sobre se a ajuda saudita e o wahabismo fomentaram o [[Fundamentalismo islâmico|extremismo]] nos países receptores.<ref>{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/middle_east/7093423.stm|título=Jihad and the Saudi petrodollar|data=15-11-2007|obra=BBC News}}</ref> As duas principais alegações são que, por sua natureza, o wahabismo encoraja a [[Intolerância religiosa|intolerância]] e promove o [[Terrorismo islâmico|terrorismo]].<ref>[[#Malbouisson|Malbouisson]], p. 26</ref> Contando apenas os países de maioria não muçulmana, a Arábia Saudita pagou pela construção de 1 359 mesquitas, 210 centros islâmicos, 202 faculdades e duas mil escolas.<ref>"[https://www.nytimes.com/2016/08/26/world/middleeast/saudi-arabia-islam.html Saudis and Extremism: 'Both the Arsonists and the Firefighters']". ''The New York Times''. 25 de agosto de 2016.</ref>

A Arábia Saudita e os [[Estados Unidos]] são [[Relações entre Arábia Saudita e Estados Unidos|aliados estratégicos]],<ref name="BBC News">{{citar jornal|título=How strained are US-Saudi relations?|url=https://www.bbc.com/news/world-middle-east-36083990|obra=BBC News|data=20-04-2016}}</ref><ref>{{citar jornal|título=Old friends US and Saudi Arabia feel the rift growing, seek new partners|url=https://asiatimes.com/2016/05/old-friends-us-and-saudi-arabia-feel-the-rift-growing-seek-new-partners/|obra=[[Asia Times Online|Asia Times]]|data=02-05-2016}}</ref> e desde que o ex-presidente [[Barack Obama]] assumiu o cargo em 2009, os Estados Unidos venderam 110 bilhões de dólares em armas para a Arábia Saudita.<ref>"[https://www.nytimes.com/2016/08/17/opinion/stop-saudi-arms-sales-until-carnage-in-yemen-ends.html?_r=1 America Is Complicit in the Carnage in Yemen]". ''The New York Times''. 17 de agosto de 2016.</ref><ref name="Salon">"[http://www.salon.com/2016/08/30/rights-group-blasts-u-s-hypocrisy-in-vast-flood-of-weapons-to-saudi-arabia-despite-war-crimes/ Rights group blasts U.S. "hypocrisy" in "vast flood of weapons" to Saudi Arabia, despite war crimes]". ''Salon''. 30 de agosto de 2016.</ref> No entanto, a relação entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos tornou-se tensa e testemunhou um grande declínio durante os últimos anos da [[Presidência de Barack Obama|administração Obama]],<ref>{{citar web|url=http://weekly.ahram.org.eg/News/12392.aspx|título=Gulf allies and ‘Army of Conquest’|data=28-05-2015|website=[[Al-Ahram Weekly]]|wayb=20170201021857|urlmorta=sim}}</ref><ref name="act" /><ref name="isis" /> embora ele tenha autorizado as forças estadunidenses a fornecer apoio logístico e de inteligência aos sauditas em sua [[Intervenção militar no Iêmen (2015–presente)|intervenção militar no Iêmen]], estabelecendo uma célula de planejamento de [[Bloqueio ao Iêmen|coordenação conjunta]] com os militares sauditas que estão ajudando a gerenciar a guerra,<ref>{{citar web|url=https://www.washingtonpost.com/world/middle_east/report-yemens-embattled-president-flees-stronghold-as-rebels-advance/2015/03/25/e0913ae2-d2d5-11e4-a62f-ee745911a4ff_story.html|título= Saudi Arabia launces air attacks in Yemen| website=The Washington Post|data=25-03-2015}}</ref><ref>{{citar jornal|título=Yemen conflict: US 'could be implicated in war crimes'|url=https://www.bbc.com/news/world-middle-east-37607248|obra=BBC News|data=10-10-2016}}</ref> e a [[CIA]] usou bases sauditas para usar [[drones]] no Iêmen.<ref>{{citar jornal|título=CIA using Saudi base for drone assassinations in Yemen|url=https://www.theguardian.com/world/2013/feb/06/cia-using-saudi-base-drone-yemen|obra=The Guardian|data=06-02-2013}}</ref><ref>{{citar jornal|último=Gardner|primeiro=Frank|título=How strained are US-Saudi relations?|url=https://www.bbc.com/news/world-middle-east-36083990|obra=BBC News|data=20-04-2016}}</ref> Na primeira década do {{séc|XXI}}, a Arábia Saudita pagou aproximadamente 100 milhões de dólares a empresas estadunidenses para fazer ''[[lobby]]''' junto ao governo dos Estados Unidos.<ref>Goldberg, Jeffrey (8 de dezembro de 2010) [https://www.theatlantic.com/international/archive/2010/12/fact-checking-stephen-walt/67648/ Fact-Checking Stephen Walt], ''[[The Atlantic]]''.</ref> Em 20 de maio de 2017, o ex-presidente [[Donald Trump]] e o [[Salman da Arábia Saudita|rei Salman]] assinaram uma série de cartas de intenções para a Arábia Saudita comprar armas dos Estados Unidos totalizando 110 bilhões de dólares imediatamente<ref>{{citar web|url=https://nypost.com/2017/05/20/trump-signs-off-on-110b-arms-deal-in-saudi-arabia/|título=Trump signs off on $110B arms deal in Saudi Arabia|último=Linge|primeiro=Mary Kay|data=20-05-2017|website=New York Post}}</ref> e 350 bilhões de dólares em 10 anos.<ref name=cnbc-20170520>{{citar jornal|url=https://www.cnbc.com/2017/05/20/us-saudi-arabia-seal-weapons-deal-worth-nearly-110-billion-as-trump-begins-visit.html|título=US-Saudi Arabia ink historic 10-year weapons deal worth $350 billion as Trump begins visit|último=David|primeiro=Javier E.|data=20-05-2017|website=CNBC}}</ref>

Nos mundos [[Mundo árabe|árabe]] e [[Mundo muçulmano|muçulmano]], a Arábia Saudita é considerada pró-[[Mundo ocidental|ocidental]] e pró-estadunidense<ref>{{citar livro|título=The Saudi enigma: a history|primeiro=Pascal|último=Ménoret|ano=2005|isbn=978-1-84277-605-6|página=[https://archive.org/details/saudienigmahisto0000meno/page/22 22]|url=https://archive.org/details/saudienigmahisto0000meno/page/22}}</ref> e é certamente um aliado de longa data dos Estados Unidos.<ref>{{citar jornal|título=Iraq's foreign militants 'come from US allies'|url=https://www.theguardian.com/world/2007/nov/22/iraq.peterwalker1|jornal=The Guardian|data=22-11-2007|local=Londres|autor=Walker, Peter}}</ref> No entanto, isso<ref>{{citar livro|título=Politics in the developing world|autor=Burnell, Peter J.|autor2=Randall, Vicky|ano=2007|isbn=978-0-19-929608-8|página=449}}</ref> e o papel da Arábia Saudita na [[Guerra do Golfo]] de 1991, particularmente o estacionamento de tropas estadunidenses em solo saudita a partir de 1991, levou ao desenvolvimento de uma resposta islâmica hostil internamente.<ref>{{citar livro|título=Islamic activism: a social movement theory approach|primeiro=Quintan|último=Wiktorowicz|ano=2004|isbn=978-0-253-34281-2|página=255}}</ref> Como resultado, a Arábia Saudita, até certo ponto, se distanciou dos Estados Unidos e, por exemplo, recusou-se a apoiar ou participar da [[Guerra do Iraque|invasão do Iraque]] em 2003.<ref name=Britannica />

As consequências da [[Guerra do Iraque|invasão do Iraque em 2003]] e da [[Primavera Árabe]] aumentaram o [[Relações entre Arábia Saudita e Irã|alerta dentro da monarquia saudita com o aumento da influência do Irã]] na região.<ref>"[https://www.nytimes.com/2015/07/17/world/middleeast/wikileaks-saudi-arabia-iran.html WikiLeaks Shows a Saudi Obsession With Iran]". ''The New York Times''. 16 de julho de 2015.</ref> Esses temores foram refletidos nos comentários do Rei Abdullah,<ref name="NYT Abdullah">{{citar jornal|título=Abdullah, King of Saudi Arabia|url=http://topics.nytimes.com/topics/reference/timestopics/people/a/abdullah_bin_abdul_aziz_alsaud/index.html|jornal=The New York Times|data=29-11-2010|primeiro=Nada|último=Bakri}}</ref> que instou privadamente os [[Estados Unidos]] a atacar o [[Irã]] e "cortar a cabeça da cobra".<ref>{{citar jornal|título=Saudi Arabia urges US attack on Iran to stop nuclear programme|url=https://www.theguardian.com/world/2010/nov/28/us-embassy-cables-saudis-iran|jornal=The Guardian|data=28-11-2010|local=Londres|primeiro=Ian|último=Black|primeiro2=Simon|último2=Tisdall}}</ref> A tentativa de [[Relações entre Estados Unidos e Irã|aproximação entre os Estados Unidos e o Irã]] que começou em segredo em 2011<ref>{{citar jornal|primeiro=Matthew|último=Lee|primeiro2=Bradley|último2=Klapper|primeiro3=Julie|último3=Pace|data=25-11-2013|título=Obama advised Netanyahu of Iran talks in September|url=http://hosted.ap.org/dynamic/stories/U/US_IRAN_SECRET_TALKS?|agência=Associated Press|wayb=20131127071458|urlmorta=sim}}</ref> foi considerada temida pelos sauditas<ref>{{citar jornal|primeiro=Ian|último=Black|data=24-11-2013|título=Iran nuclear deal: Saudi Arabia and Gulf react with caution|url=https://www.theguardian.com/world/2013/nov/24/iran-nuclear-deal-middle-east-reaction-saudi-arabia|obra=The Guardian}}</ref> e, durante a corrida para o [[Plano de Ação Conjunto Global|acordo amplamente bem-vindo]] sobre o [[programa nuclear iraniano]], Robert Jordan, que foi embaixador estadunidense em [[Riade]] de 2001 a 2003, disse que "o pior pesadelo dos sauditas seria o governo [Obama] fechar um grande negócio com o Irã."<ref>{{citar jornal|primeiro=Angus|último=McDowall|data=09-10-2013|título=Insight: Saudis brace for 'nightmare' of U.S.-Iran rapprochement|url=https://www.reuters.com/article/2013/10/09/us-saudi-usa-iran-insight-idUSBRE9980IT20131009|obra=Reuters|wayb=20131009130206|urlmorta=sim}}</ref>

==== Acusações de apoio ao terrorismo islâmico ====
[[Imagem:Flag of Jihad.svg|thumb|Bandeira da [[Al-Qaeda]], um grupo terrorista transnacional formado por [[Osama bin Laden]], um cidadão saudita de origem iemenita e síria que perdeu seu passaporte saudita em 1994]]

De acordo com o primeiro-ministro do [[Iraque]], [[Nouri al-Maliki]], em março de 2014, a Arábia Saudita, juntamente com o [[Catar]], forneceram apoio político, financeiro e da mídia a terroristas contra o governo iraquiano.<ref>{{citar web|título=Maliki: Saudi and Qatar at war against Iraq|url=http://www.aljazeera.com/news/middleeast/2014/03/maliki-saudi-qatar-at-war-against-iraq-20143823436553921.html|publicado=Al Jazeera|acessodata=14-09-2015}}</ref> Da mesma forma, o presidente da [[Síria]], [[Bashar al-Assad]], observou que as fontes da ideologia extrema da organização terrorista [[Estado Islâmico do Iraque e do Levante]] (ISIS) e de outros grupos extremistas salafistas são o wahabismo que tem sido apoiado pela família real da Arábia Saudita.<ref>[https://www.youtube.com/watch?v=yiC4w7Erz8I "Syria conflict: BBC exclusive interview with President Bashar al-Assad" with Jeremy Bowen] (9 de fevereiro de 2015)</ref>

As relações com os Estados Unidos ficaram tensas após os [[ataques terroristas de 11 de setembro]].<ref>{{citar livro|título=A History of Saudi Arabia|primeiro=Madawi|último=Al-Rasheed|ano=2010|isbn=978-0-521-74754-7|página=233}}</ref> Políticos e a mídia estadunidenses acusaram o governo saudita de apoiar o terrorismo e tolerar uma cultura [[jihadista]].<ref>{{citar livro|título=Great powers and regional orders: the United States and the Persian Gulf|primeiro=Markus|último=Kaim|ano=2008|isbn=978-0-7546-7197-8|página=68}}</ref> Na verdade, [[Osama bin Laden]] e 15 dos 19 sequestradores dos atentados de 11 de setembro eram sauditas;<ref>[[#Al-Rasheed|Al-Rasheed]], pp. 178, 222</ref> na [[Raqqa]] ocupada pelo ISIS, em meados de 2014, todos os 12 juízes eram sauditas.<ref>{{citar periódico|título=The other beheaders|url=https://www.economist.com/middle-east-and-africa/2014/09/20/the-other-beheaders|periódico=The Economist|data=20-09-2014|acessodata=08-10-2015}}</ref> O memorando do [[Departamento de Estado dos Estados Unidos]] que vazou, datado de 17 de agosto de 2014, diz que "os governos do Catar e da Arábia Saudita … estão fornecendo apoio financeiro e logístico clandestino ao ISIS e outros grupos radicais na região."<ref name="isis" /> A então secretária de Estado, [[Hillary Clinton]], disse: "a Arábia Saudita continua sendo uma base de apoio financeiro crítico para a [[Al Qaeda]], o [[Talibã]], [[Lashkar-e-Taiba|LeT]] e outros grupos terroristas … Os doadores na Arábia Saudita constituem a fonte mais significativa de financiamento para grupos terroristas [[sunitas]] em todo o mundo".<ref name="Guardian_05122010">{{citar jornal|url=https://www.theguardian.com/world/2010/dec/05/wikileaks-cables-saudi-terrorist-funding|primeiro=Declan|último=Walsh|data=05-12-2010|título=WikiLeaks cables portray Saudi Arabia as a cash machine for terrorists|jornal=The Guardian|local=Londres}}</ref> O ex-diretor da CIA, James Woolsey, descreveu o país como "o solo em que a Al-Qaeda e suas organizações terroristas irmãs estão florescendo".<ref name="iags.org">{{citar web|url=http://www.iags.org/fuelingterror.html|título=Fueling Terror|publicado=Institute for the Analysis of Global Security}}</ref>

O governo saudita nega essas alegações ou que exporta extremismo religioso ou cultural.<ref>[[#Malbouisson|Malbouisson]], p. 27</ref> Em abril de 2016, a Arábia Saudita ameaçou vender 750 bilhões de dólares em títulos do tesouro e outros ativos dos Estados Unidos se o Congresso aprovasse um projeto de lei que permitiria ao governo saudita ser processado pelo 11 de setembro.<ref name="BBC News" /> Em setembro de 2016, o Congresso aprovou a Lei de Justiça Contra os Patrocinadores do Terrorismo, que permitiria aos parentes das vítimas dos ataques de 11 de setembro processar a Arábia Saudita pelo suposto papel de seu governo nos ataques.<ref>"[https://www.usatoday.com/story/news/politics/2016/09/23/obama-veto-terrorism-lawsuit-bill-setting-up-override-battle/90407496/ Why Obama doesn't want 9/11 families suing Saudi Arabia]". ''USA Today''. 23 de setembro de 2016.</ref> O Congresso rejeitou esmagadoramente o veto do presidente Barack Obama.<ref name="act">{{citar jornal|título=Obama: Congress veto override of 9/11 lawsuits bill 'a mistake'|url=https://www.bbc.com/news/world-us-canada-37503224|obra=BBC News|data=29-09-2016}}</ref><ref name="isis">{{citar jornal|título=We finally know what Hillary Clinton knew all along – US allies Saudi Arabia and Qatar are funding Isis|url=https://www.independent.co.uk/voices/hillary-clinton-wikileaks-email-isis-saudi-arabia-qatar-us-allies-funding-barack-obama-knew-all-a7362071.html|obra=The Independent|data=14-10-2016}}</ref>

De acordo com Sir William Patey, ex-embaixador britânico na Arábia Saudita, o reino financia mesquitas em toda a Europa que se tornaram focos de extremismo. "Eles não estão financiando o terrorismo. Eles estão financiando outra coisa, que pode levar os indivíduos a se radicalizarem e se tornarem alimento para o terrorismo", disse Patey. Ele disse que a Arábia Saudita tem financiado uma ideologia que leva ao extremismo e os líderes do reino não estão cientes das consequências.<ref>{{citar jornal|url=https://www.theguardian.com/world/2017/jul/13/saudi-arabia-boosting-extremism-in-europe-says-former-ambassador|título=Saudi Arabia boosting extremism in Europe, says former ambassador|acessodata=13-07-2017|jornal=The Guardian|data=13-07-2017|último=Wintour|primeiro=Patrick}}</ref>

=== Direitos humanos ===
{{Artigo principal|Direitos humanos na Arábia Saudita}}
[[Imagem:Dira Square.JPG|miniaturadaimagem|esquerda|Praça Dira, em [[Riade]], onde pessoas são regularmente decapitadas e têm membros amputados<ref>{{citar web|url=http://www.newsweek.com/2014/10/24/when-it-comes-beheadings-isis-has-nothing-over-saudi-arabia-277385.html|titulo=When It Comes to Beheadings, ISIS Has Nothing Over Saudi Arabia|data=14-10-2014|publicado=Newsweek|ultimo=di Giovanni|primeiro=Janine}}</ref><ref name=":1">{{citar web|url=https://www.theguardian.com/commentisfree/2008/oct/14/saudiarabia-humanrights|titulo=How I survived chop chop square (Como sobrevivi á Praça chop chop) - em inglês|data=14-10-2008|publicado=The Guardian|ultimo=Sampson|primeiro=William}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.ibtimes.co.uk/saudi-arabia-chop-square-beheading-453240|titulo=Execution Central: Saudi Arabia's Bloody Chop-Chop Square (Central de Execuçõesː A sangrenta Praça Chop Chop da Arábia Saudita)|língua=en|data=01-07-2014|publicado=International Business Times|ultimo=Bacchi|primeiro=Umberto}}</ref>]]

A Arábia Saudita tem sido muito criticada por seu histórico de desrespeito aos [[direitos humanos]]. As questões que têm atraído fortes críticas incluem a posição extremamente desvantajosa das [[Direitos da mulher|mulheres]] dentro da sociedade saudita, a [[discriminação religiosa]] e a falta de [[liberdade religiosa]] e política. Entre 1996 e 2000, a Arábia Saudita aderiu a quatro convenções da [[Organização das Nações Unidas]] (ONU) sobre direitos humanos e, em 2004, o governo aprovou a criação da Sociedade Nacional para os Direitos Humanos (SNDH), composta por funcionários do governo, para monitorar sua implementação. As atividades da SNDH têm sido limitadas e subsistem dúvidas sobre a sua neutralidade e independência.<ref>{{citar livro|título=A History of Saudi Arabia|último=Al-Rasheed|primeiro=Madawi|ano=2010|isbn=978-0-521-74754-7|páginas=250–252}}</ref> A Arábia Saudita continua a ser um dos poucos países do mundo que não aceitam a [[Declaração Universal dos Direitos Humanos]] da ONU. Em resposta às críticas contínuas de seu histórico de direitos humanos, o governo saudita aponta para o caráter islâmico especial de seu país e afirma que isso justifica uma ordem social e política diferente da do resto do mundo.<ref>{{citar livro|título=Sharia Incorporated: A Comparative Overview of the Legal Systems of Twelve Muslim Countries in Past and Present|último=Otto|primeiro=Jan Michiel|ano=2010|isbn=978-90-8728-057-4|páginas=168, 172}}</ref>

As sentenças capitais e amputações são habitualmente levadas a cabo em público, na praça Dira, em [[Riade]], a capital, todas as sextas-feiras.<ref name=":0">{{Citar web|url=http://www.cbc.ca:80/fifth/saudi/justice.html|titulo=Justice in Saudi Arabia|data=2005-03-07|acessodata=2021-01-10|website=CBC News|wayb=20050307213228|urlmorta=sim}}</ref> Os prisioneiros muitas vezes desconhecem que estão prestes a ser executados. São levados para a praça pública, vendados, obrigados a ajoelhar-se e decapitados. A lei é vaga e permite todos os atropelos: os condenados não têm direito a defesa e muitas confissões são obtidas mediante tortura.<ref name=":1"/><ref name=":0" /><ref>{{Citar web|titulo=Execution Central: Saudi Arabia\'s Bloody Chop-Chop Square|url=https://www.ibtimes.co.uk/saudi-arabia-chop-square-beheading-453240|obra=International Business Times UK|data=2013-04-03|acessodata=2019-07-20|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Saudi Arabia Beheads and Crucifies Yemeni for Sodomy, Amnesty Releases Final Words of Man Executed for Robbery|url=https://www.ibtimes.co.uk/saudi-arabia-beheading-crucifixion-execution-punishment-rape-451700|obra=International Business Times UK|data=2013-03-29|acessodata=2019-07-20|lingua=en}}</ref>


Em 2 de outubro de 2018, o jornalista saudita [[Jamal Khashoggi]], desapareceu depois de entrar no consulado saudita em Istambul, na Turquia, para tratar de documentação. Segundo fontes do governo turco, há gravações de áudio e vídeo que provam ter sido torturado, assassinado e desmembrado dentro do consulado por uma equipa de execução de quinze elementos.<ref>{{citar web|url=https://observador.pt/2018/10/17/gravacao-de-audio-revela-novos-detalhes-sobre-desaparecimento-de-jornalista-saudita/|titulo=Gravação de áudio revela novos detalhes sobre desaparecimento de jornalista saudita|data=17-10-2018|publicado=Observador}}</ref> A Arábia Saudita acabou por admitir que o jornalista foi morto no consulado durante uma luta; o então Presidente dos EUA, [[Donald Trump]], criticou a explicação dada, mas adiantou que a Arábia Saudita era um ''"incrível aliado",'' e que os EUA não deixariam que o episódio interrompesse a sua mais recente e substancial encomenda de armas para aquele país.<ref>{{citar web|url=https://www.independent.co.uk/news/world/middle-east/jamal-khashoggi-trump-saudi-arabia-jared-kushner-crown-prince-mohammed-bin-salman-a8594586.html|titulo=Jamal Khashoggi: Trump administration privately doubts Saudi Arabia and worries Jared Kushner’s close relationship is a 'liability'|data=21-10-2018|publicado=The Independent|ultimo=Hudson (e outros)|primeiro=John}}</ref>

A minoria [[xiita]] que vive no país, principalmente na região [[Oriental (Arábia Saudita)|Oriental]], é submetida a discriminação institucionalizada pelo governo, além de [[desigualdade econômica]] e [[repressão política]]. De acordo com um estudo conduzido pelo Dr. Al- Nura Suwaiyan, diretor do programa de segurança da família no Hospital da Guarda Nacional, uma em cada quatro crianças são [[Estupro|abusadas sexualmente]] na Arábia Saudita.<ref>{{citar web|url=http://arabnews.com/saudiarabia/article81402.ece|título=Child abuse: We and the Americans|autor=Khalaf al-Harbi|publicado=Arab News|data=09-07-2010|acessodata=13-07-2010|wayb=20120210224652|urlmorta=sim}}</ref> A Sociedade Nacional de Direitos Humanos informou que quase 45% dos crianças do país estão enfrentando algum tipo de abuso e [[violência doméstica]].<ref>{{citar web|url=http://gulfnews.com/news/gulf/saudi-arabia/report-alleges-rise-in-child-abuse-in-saudi-arabia-1.150333|título=Report alleges rise in child abuse in Saudi Arabia|autor=Abdul Rahman Shaheen|data=24-12-2008|publicado=Gulf News|acessodata=20-08-2010}}</ref> O [[tráfico de mulheres]] também é considerado um problema particular na Arábia Saudita, devido ao grande número de trabalhadoras domésticas estrangeiras no país, sendo muitas delas vítimas de abuso e tortura.<ref>{{citar jornal|último=Zawawi|primeiro=Suzan|título=Abuse of Female Domestic Workers Biggest Problem|url=http://www.mafhoum.com/press9/265S28.htm|acessodata=22-09-2010|jornal=The Saudi Gazette|data=24-01-2006}}</ref>

O [[Sistema de kafala|sistema kafala]], presente também em vários outros países muçulmanos, rege as condições e processos de emprego dos estrangeiros. Sob este sistema, todos os não sauditas presentes no país para trabalhar devem ter um patrocinador, o qual é normalmente arranjado com meses de antecedência. Os patrocinadores geralmente confiscam-lhes os passaportes; o sistema permite toda a espécie de abusos, especialmente sobre mulheres, bem documentados em artigos e livros, vários deles acentuando o caráter trágico-cómico das situações vividas no país.<ref>{{Citar web|url=http://travel.state.gov/travel/cis_pa_tw/cis/cis_1012.html|titulo=Saudi Arabia Country Specific Information|ano=2011|publicado=Bureau of Consular Affaires - US Department of State|wayb=20111107025636|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar livro|título=Behind the Veil - An Australian Nurse in Saudi Arabia|ultimo=Laube|primeiro=Lydia|editora=Wakefield Press|local=Adelaide|ano=1991|páginas=204}}</ref><ref>{{citar livro|título=In the Land of Invisible Women: a female doctor’s journey in the Saudi Kingdom|ultimo=Ahmed|primeiro=Qanta A.|editora=Sourcebooks, Inc.|local=Naperville|ano=2009|páginas=454|isbn=9789896281250}}</ref>

A fim de melhorar a sua imagem em França, a Arábia Saudita encomendou em 2015 os serviços de quatro agências francesas de comunicação e relações com a imprensa, pagas a peso de ouro: [[Publicis Groupe|Publicis]], Image 7, [[Edile Consulting]] e uma outra.<ref>{{Citar web|ultimo=Izambard|primeiro=Antoine|url=https://www.challenges.fr/media/ces-communicants-que-l-arabie-saoudite-paie-a-prix-d-or_624298|titulo=Ces communicants que l'Arabie saoudite paie à prix d'or|data=2018-11-07|website=Challenges|lingua=fr}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Izambard|primeiro=Antoine|url=https://www.challenges.fr/monde/moyen-orient/l-etonnant-plan-com-de-l-arabie-saoudite-en-france_16493|titulo=L'étonnant plan com' de l'Arabie saoudite en France|data=2016-05-24|publicado=Challenges|lingua=fr}}</ref>

==== Mulheres ====
{{Artigo principal|Direitos das mulheres na Arábia Saudita}}
[[Imagem:Saudi in niqap.jpg|miniatura|esquerda|upright|O vestuário feminino é definido por lei; a abaya é obrigatória<ref>{{Citar web|ultimo=Pohjola|primeiro=Johanna|url=https://yle.fi/uutiset/3-10171359|titulo=Naisten kuntosali suljettiin "säädyttömän" videon takia Saudi-Arabiassa (O ginásio feminino foi fechado devido a um vídeo "obsceno" na Arábia Saudita)|data=21-04-2018|publicado=Yle Uutiset|lingua=fi}}</ref><ref>{{Citar periódico|url=https://www.economist.com/the-economist-explains/2015/01/28/saudi-arabias-dress-code-for-women|titulo=Saudi Arabia’s dress code for women|data=2015-01-28|publicado=The Economist|issn=0013-0613}}</ref>]]

O [[Departamento de Estado dos Estados Unidos]] considera a "discriminação contra as mulheres um problema significativo" na Arábia Saudita e observa que as mulheres têm poucos [[direitos políticos]] devido a políticas discriminatórias do governo local.<ref name= State2010>{{citar web|url=http://www.state.gov/g/drl/rls/hrrpt/2010/nea/154472.htm|título=2010 Human Rights Report: Saudi Arabia|data=08-04-2011|publicado=[[Departamento de Estado dos Estados Unidos]]|acessodata=11-07-2011|wayb=20110412164532|urlmorta=sim}}</ref>

Na Arábia Saudita não existe uma idade mínima para o casamento. Por falta de dados, o número de casamentos infantis é difícil de quantificar. De acordo com Ali al-Ahmed, longe de condenar o casamento infantil, a própria monarquia saudita tem uma longa história de casamento com raparigas muito jovens.<ref>{{Citar web|titulo=Many countries allow children to marry|url=https://www.pewresearch.org/fact-tank/2016/09/12/many-countries-allow-child-marriage/|primeiro=Aleksandra (e outro)|ultimo=Sandstrom|data=12-09-2016|publicado=Pew Research Center}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.theguardian.com/commentisfree/2011/nov/08/saudi-arabia-child-brides-marriage|titulo=Why is no one protecting Saudi Arabia's child brides?|data=08-11-2011|publicado=The Guardian|ultimo=al-Ahmed|primeiro=Ali}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Child marriage is of serious concern in Saudi Arabia, UN agency says|url=https://www.businessghana.com/|obra=BusinessGhana|acessodata=2019-07-12}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Saudi Human Rights Commission Tackles Child Marriages|url=https://eng-archive.aawsat.com/theaawsat/news-middle-east/saudi-human-rights-commission-tackles-child-marriages|ultimo=Al-awsat|data=13-01-2009|publicado=Asharq Al-Awsat}}</ref>

Um relatório especial da [[Organização das Nações Unidas]] (ONU) sobre a violência doméstica em 2008, notou a ausência de leis que criminalizem a violência contra as mulheres.<ref name= State2010/> Um relatório produzido pelo [[Fórum Econômico Mundial]] de 2010 sobre [[igualdade de gênero]] classificou a Arábia Saudita no 129º lugar entrem os 134 países avaliados.<ref>{{citar livro|título=The Global Gender Gap Report 2010|último=[[Fórum Econômico Mundial]]|ano=2010|isbn=978-92-95044-89-0|página=9|url=http://www.weforum.org/pdf/gendergap/report2010.pdf|acessodata=27-07-2011|wayb=20101108161527|urlmorta=sim}}</ref>

Sob a lei saudita, cada mulher adulta deve ter um parente do sexo masculino como seu "guardião".<ref name= State2010/> Como resultado, a organização ''[[Human Rights Watch]]'' descreve a situação jurídica das mulheres sauditas como equivalente a de um menor de idade, com pouca autoridade legal sobre a sua própria vida. As autoridades governamentais podem forçar as mulheres a obter a permissão legal de um guardião masculino para viajar, estudar ou trabalhar.<ref name= HRWPM2>{{citar livro|título=Perpetual Minors: human rights abuses from male guardianship and sex segregation in Saudi Arabia|último=[[Human Rights Watch]]|ano=2008|página=2|url=http://books.google.com/?id=nFv4d6LdyFEC&printsec=frontcover&dq=saudi+%22perpetual+minors%22#v=onepage&q&f=false|acessodata=27-07-2011}}</ref> O guardião está legalmente autorizado a fazer uma série de decisões críticas em nome de uma mulher.<ref name= State2010/><ref name= HRWPM2/><ref>{{citar livro|título=Perpetual Minors: human rights abuses from male guardianship and sex segregation in Saudi Arabia|último=Human Rights Watch|ano=2008|página=3|url=http://books.google.com/?id=nFv4d6LdyFEC&printsec=frontcover&dq=saudi+%22perpetual+minors%22#v=onepage&q&f=false|acessodata=27-07-2011}}</ref> [[Carmen Bin Laden|Carmen bin Laden]], uma suíça que viveu muitos anos no país, observa que os sauditas são os [[Talibã|Taliban]], mas com luxo.<ref>{{citar livro|título=Inside the Kingdom: My Life in Saudi Arabia|ultimo=Bin Laden|primeiro=Carmen|editora=Hachette Book Group|local=Nova Iorque|ano=2004|página=162}}</ref>

A Arábia Saudita foi, até 23 de junho de 2018, o único país do mundo que proibia as mulheres de dirigir.<ref>Web 2.0 Technologies and Democratic Governance, Christopher G. Reddick, Stephen Kwamena Aikins - 2012</ref><ref>{{citar web|url=https://observador.pt/2018/06/24/arabia-saudita-hoje-vou-conduzir-para-o-trabalho-e-pela-primeira-vez-nao-estou-no-banco-de-tras/|titulo=Arábia Saudita. “Hoje, vou conduzir para o trabalho. E, pela primeira vez, não estou no banco de trás”|data=24-06-2018|publicado=Observador}}</ref> Em 25 de setembro de 2011, o rei Abdullah anunciou que as mulheres terão o direito de se candidatar e votar nas futuras eleições locais e se juntar ao conselho consultivo ''Shura'' como membros de pleno direito.<ref>{{citar jornal|url=http://www.guardian.co.uk/world/2011/sep/25/saudi-arabia-women-vote-elections|título=Saudi Arabia gives women right to vote|data=25-09-2011|local=Londres|obra=The Guardian}}</ref>

== Subdivisões ==
A Arábia Saudita é um país fortemente [[Centralismo|centralizado]].<ref name="bti">{{Citar web|autor=Bertelsmann Stiftung|titulo=BTI 2010 — Saudi Arabia Country Report|url=http://www.bertelsmann-transformation-index.de/fileadmin/pdf/Gutachten_BTI2010/MENA/Saudi_Arabia.pdf|ano=2009|acessodata=09-11-2011|formato=PDF|wayb=20110520203748|urlmorta=sim}}</ref> O país é dividido em 13 [[Regiões da Arábia Saudita|regiões]] (em árabe: مناطق إدارية; ''manatiq idāriyya'', ou ainda, منطقة ددررة; ''mintaqah idariyya''), que também são chamadas de [[emirado]]s e são chefiadas por um governador da família saudita nomeado pelo rei. As regiões são divididas em 118 províncias (em árabe: محافظات; ''muhafazat'', [[singular|sing]]. محافظة; ''[[muhafazah]]''). Esse número inclui as 13 capitais regionais, as quais possuem um status diferente de municípios (em árabe: أمانة; ''amanah'') e são lideradas por prefeitos (em árabe: أمين; ''amin''). As províncias são subdivididas em sub-províncias (em árabe: مراكز; ''marakiz'', sing. مركز; ''[[markaz]]'').<ref>{{citar web|url=http://www.arab.net/saudi/sa_admindivisions.htm|titulo=Saudi Arabia: Administrative divisions|publicado=arab.net|lingua=en|acessodata=05-02-2020|wayb=20080602210144|urlmorta=sim}}</ref>

<div style="text-align: center;">
{| border="0" cellpadding="3"
|-
! || No. || Região || Capital
|-
| rowspan="14" |[[Imagem:Saudi Arabia, administrative divisions - Nmbrs - colored.svg|600px|Regiões da Arábia Saudita]]
|-
| 1 || [[Jaufe (Arábia Saudita)|Jaufe]] || [[Sacaca (Arábia)|Sacaca]]
|-
| 2 || [[Fronteira do Norte]] || [[Arar]]
|-
| 3 || [[Tabuque (região)|Tabuque]] || [[Tabuque]]
|-
| 4 || [[Hail (região)|Hail]] || [[Hail]]
|-
| 5 || [[Medina (região)|Medina]] || [[Medina]]
|-
| 6 || [[Alcacim]] || [[Buraida]]
|-
| 7 || [[Meca (região)|Meca]] || [[Meca]]
|-
| 8 || [[Riade (região)|Riade]] || [[Riade]]
|-
| 9 || [[Oriental (Arábia Saudita)|Oriental]] || [[Damã]]
|-
| 10 || [[Al Bahah (região)|Al Bahah (ou Baha)]] || [[Al Bahah]]
|-
| 11 || [[Assir]] || [[Abha]]
|-
| 12 || [[Jizã (região)|Jizã]] || [[Jizã]]
|-
| 13 || [[Najrã (região)|Najrã]] || [[Najrã]]
|}
</div>

== Economia ==
{{Artigo principal|Economia da Arábia Saudita}}
[[Imagem:Riyadh Skyline.jpg|thumb|upright=1.3|Centro financeiro de [[Riade]], a capital e maior cidade do país]]

A [[economia planificada]] da Arábia Saudita tira suas receitas majoritariamente do [[petróleo]]. Cerca de 75% das receitas orçamentais e 90% das receitas de exportação vêm da indústria de petróleo. A indústria petrolífera compõe cerca de 45% do [[produto interno bruto]] nominal saudita, em comparação com 40% do setor privado. O país tem oficialmente cerca de 260 bilhões de [[Barril (unidade)|barris]] (4,1 × {{Fmtn|1010}} m³) de reservas de petróleo, compreendendo cerca de um quinto das reservas provadas totais do mundo.<ref>{{citar web|url=http://www.eia.doe.gov/emeu/international/reserves.html|título=World Proved Reserves of Oil and Natural Gas, Most Recent Estimates|publicado=Eia.doe.gov|acessodata=01-05-2010}}</ref>

O governo está tentando promover o crescimento do [[setor privado]] através da [[privatização]] de setores como a energia e as telecomunicações. O país anunciou planos para começar a privatizar empresas de energia elétrica em 1999, que se seguiu à privatização das empresas de telecomunicações. A escassez de [[água]] e o rápido crescimento da população pode restringir os esforços do governo para aumentar a autossuficiência em produtos agrícolas.

Na década de 1990, a Arábia Saudita sofreu uma contração significativa das receitas do petróleo, combinados com uma elevada taxa de crescimento da população. A renda ''per capita'' saudita caiu de um pico de {{Fmtn|11700}} dólares, no auge do ''boom'' do petróleo em 1981, para 6.300 dólares em 1998.<ref>{{citar web|url=http://www.jica.go.jp/english/global/pov/profiles/pdf/sau_eng.pdf|título=Country Profile Study on Poverty: Saudi Arabia|publicado=JICA|wayb=20080226202420|urlmorta=sim}}</ref> O [[Aumentos do preço do petróleo desde 2004|aumento dos preços do petróleo desde 2000]] ajudou a aumentar o PIB per capita para {{Fmtn|17000}} dólares em 2007 dólares, ou cerca de {{Fmtn|7400}} dólares ajustados pela [[inflação]].<ref>{{citar web|url=http://data.bls.gov/cgi-bin/cpicalc.pl|título=CPI Inflation Calculator|publicado=Data.bls.gov|acessodata=01-05-2010}}</ref> Tendo em conta o impacto das mudanças reais do preço do petróleo sobre a renda real do produto interno bruto do Reino, o comando — base real PIB foi calculado para ser 330,381 bilhões de dólares em 2010.<ref name="KAPSARC">{{citar web|url=http://ssrn.com/abstract=2110172|título=The impact of oil price volatility on welfare in the Kingdom of Saudi Arabia: implications for public investment decision-making|publicado=KAPSARC|acessodata=30-07-2012}}</ref>
[[Imagem:Saudi Arabia Product Exports (2019).svg|thumb|esquerda|Principais produtos de [[exportação]] da Arábia Saudita em 2019 {{en}}]]
[[Imagem:AramcoCoreArea.jpg|thumb|esquerda|Sede da [[empresa estatal]] [[Saudi Aramco]], na cidade de [[Dhahran]], a maior empresa petrolífera do mundo]]

Os aumentos de preço do petróleo entre 2008 e 2009 provocaram um segundo ''boom'' econômico, empurrando o excedente orçamental da Arábia Saudita para 28 bilhões de dólares em 2005. O Tadawul (o índice do mercado de ações saudita) terminou 2004 com uma maciça alta de 76,23% para fechar em {{Fmtn|4437,58}} pontos. A [[capitalização de mercado]] foi de 110,14 % em relação ao ano anterior, situando-se em 157,3 bilhões dólares, que o torna o maior mercado de ações no [[Oriente Médio]]. A [[Organização dos Países Exportadores de Petróleo]] (OPEP) limita a produção de petróleo de seus membros com base em suas "reservas provadas". O nível das reservas confirmadas da Arábia Saudita mostrou poucas alterações desde 1980, sendo a principal exceção sendo um aumento de cerca de 100 bilhões de barris (1,6 × {{Fmtn|1010}} m<sup>3</sup>) entre 1987 e 1988.<ref>{{citar web|url=http://www.eia.doe.gov/pub/international/iealf/crudeoilreserves.xls|título=Crude Oil Reserves|acessodata=01-05-2010|wayb=20101122123445|urlmorta=sim}}</ref> O investidor estadunidense Matthew Simmons sugeriu que a Arábia Saudita está exagerando muito nas estimativas de suas reservas e que em breve poderá apresentar um declínio de produção (ver [[pico do petróleo]]).<ref>{{citar livro|título=Twilight in the Desert: The Coming Saudi Oil Shock and the World Economy|último=Simmons|primeiro=Matthew|autorlink=Matthew_Simmons|publicado=Wiley|local=Hoboken|isbn=978-0-471-73876-3|ano=2005}}</ref>

A Arábia Saudita é um dos poucos países em rápido [[crescimento econômico]] no mundo, com uma renda ''per capita'' relativamente elevada de {{Fmtn|24200}} dólares (2010). O país pretende lançar seis "cidades econômicas" (por exemplo, a Cidade Econômica Rei Abdullah),<ref>{{citar web|url=http://www.sagia.gov.sa/en/business-opportunities/economic-cities|título=Six New Economic cities in Saudi Arabia|publicado=www.sagia.gov.sa}}{{ligação inativa|data=outubro de 2009|url=http://www.sagia.gov.sa/en/business-opportunities/economic-cities}}</ref> que estão previstas para serem concluídas até 2020. Essas seis novas cidades industrializadas têm a intenção de diversificar a economia da Arábia Saudita e espera-se que aumentem a renda ''per capita'' do país. O rei da Arábia Saudita anunciou que a renda per capita deveria aumentar de {{Fmtn|15000}} dólares em 2006, para {{Fmtn|33500}} dólares em 2020.<ref>{{citar web|url=http://professional.tdctrade.com/content.aspx?data=Professional_content_en&contentid=917452&w_sid=194&w_pid=836&w_nid=10993&w_cid=917452&w_idt=1900-01-01&w_oid=181&w_jid=|título=Construction boom of Saudi Arabia and the UAE|publicado=professional.tdctrade.com|acessodata=07-12-2016|wayb=20071011212725|urlmorta=sim}}</ref> As cidades serão espalhadas pelo território saudita para promover a diversificação de cada região e de sua economia.

Os relatos de [[pobreza]] no país continuam a ser um [[tabu]] para o governo saudita. Em dezembro de 2011, dias após os levantes da [[Primavera Árabe]], o Ministério do Interior saudita deteve o repórter Feros Boqna e dois colegas e os mantiveram presos por quase duas semanas para questionamentos depois que eles enviaram um vídeo sobre o tema para o [[YouTube]].<ref>{{citar jornal|url=https://www.miamiherald.com/latest-news/article1939148.html|título=Saudi dissidents turn to YouTube to air their frustrations|autor=Roy Gutman|jornal=Miami Herald|data=05-12-2011}}</ref><ref>{{citar web|autor=Roy Gutman, McClatchy Newspapers|url=http://www.mcclatchydc.com/2011/12/04/v-print/132112/saudi-dissidents-turn-to-youtube.html|título=Saudi dissidents turn to YouTube to air their frustrations &#124; McClatchy|publicado=Mcclatchydc.com|acessodata=03-03-2012|wayb=20120119010100|urlmorta=sim}}</ref> As estatísticas sobre o assunto não estão disponíveis por meio das [[Nações Unidas]] porque o governo saudita não emite os seus índices de pobreza.<ref>{{citar web|url=http://www.npr.org/2011/05/19/136439885/poverty-hides-amid-saudi-arabias-oil-wealth|título=Poverty Hides Amid Saudi Arabia's Oil Wealth|publicado=NPR|acessodata=03-03-2012}}</ref> Os observadores e pesquisadores desse assunto preferem ficar anônimos<ref>{{citar web|url=http://observers.france24.com/content/20081028-poverty-exists-saudi-arabia|título=Poverty exists in Saudi Arabia too|publicado=France 24|data=28-10-2008|acessodata=03-03-2012|wayb=20101227092610|urlmorta=sim}}</ref> por causa do risco de serem presos. Três [[jornalista]]s — Feras Boqna, Hussam al-Drewesh e Khaled al-Rasheed — foram detidos depois de postar um filme no YouTube de dez minutos de duração chamado "''Mal3ob 3alena''", ou "''Nós estamos sendo enganados''", mostrando sauditas vivendo na pobreza.<ref>{{citar jornal|url=http://www.guardian.co.uk/world/2011/oct/23/feras-boqna-saudi-arabia-poverty|local=Londres|obra=The Guardian|primeiro=Amelia|último=Hill|título=Saudi film-makers enter second week of detention|data=23-10-2011}}</ref> Os autores do vídeo afirmam que 22% da população do país é considerada pobre (2009) e que 70% dos sauditas não são donos de suas casas.<ref>{{citar web|autor=by Zak|url=http://lebanonspring.com/2011/10/19/plot-to-show-foreign-poverty-in-foreign-saudi-arabia-arab-spring-youtube-video/|título=A foreign Saudi plot to expose foreign poverty in foreign Saudi|publicado=Lebanon Spring|acessodata=03-03-2012|wayb=20120103204944|urlmorta=sim}}</ref>

== Infraestrutura ==
=== Educação ===
[[Imagem:King_Saud_University_Entrance_Gate,_Riyadh.jpg|thumb|Entrada da [[Universidade Rei Saud]]]]

Quando o Reino da Arábia Saudita foi fundado, em 1932, a [[educação]] não era acessível a todas as pessoas, e era limitada a instrução individualizada nas escolas religiosas em mesquitas nas áreas urbanas. Essas escolas ensinavam leis islâmicas e habilidades básicas de leitura. No final do {{séc|XX}}, a Arábia Saudita possuía um sistema educacional que cobria todo o país, provendo treinamento gratuito da pré-escola até a universidade a todos os cidadãos.

O sistema educacional primário na Arábia Saudita começou na década de 1930. Em 1945, o rei [[Ibn Saud|Abdulazize ibne Abderramão Saud]], o fundador do país, iniciou um extensivo programa para estabelecer escolas no reinado. Seis anos depois, em 1951, o país possuía 226 escolas e 29 887 estudantes. Em 1954, o Ministério da Educação foi fundado, chefiado pelo príncipe [[Fahd da Arábia Saudita|Fade ibne Abdulazize]] como o primeiro Ministro da Educação. A primeira universidade foi a [[Universidade Rei Saud]], fundada em 1957.

No início do {{séc|XXI}} o sistema nacional de educação pública possui vinte universidades, mais que 24 mil escolas, e uma grande quantidade de colégios e outras instituições de educação e treinamento. O sistema provê aos estudantes educação e livro gratuito, serviços de saúde, e é acessível para todos os cidadãos. Mais que 25% da receita anual do estado é para a educação, incluindo treinamento vocacional. O reinado tem também trabalhado em programas escolares para enviar estudantes para os [[Estados Unidos]], [[Canadá]], [[França]], [[Reino Unido]], [[Austrália]], [[Japão]], [[Malásia]] e outras nações. No início do {{séc|XXI}} milhares de estudantes são mandados para o exterior através de programas de educação superior todos os anos.

O estudo do [[Islã]] permanece como o centro do sistema educacional da Arábia Saudita. Os aspectos islâmicos do currículo nacional foram examinados em 2006 em um relatório por [[Freedom House]].<ref>{{Citation|url=http://www.freedomhouse.org/uploads/special_report/48.pdf|título=Saudi Arabia's Curriculem of Intolerence|publicado=Center for Religious Freedom, [[Freedom House]]|ano=2006|autor=Shea, Nona, et.al.|acessodata=2008-09-21|wayb=20070619193113|urlmorta=sim}}</ref> O relatório percebeu que nas classes de educação religiosa (e em qualquer escola religiosa) as crianças eram ensinadas a depreciar outras religiões, assim como outras ramificações do Islã.<ref>Press Release: {{Citation|url=http://www.freedomhouse.org/template.cfm?page=70&release=379|título=Revised Saudi Government Textbooks Still Demonize Christians, Jews, Non-Wahhabi Muslims and|data=23-05-2006|publicado=Freedom House|acessodata=2008-09-21|wayb=20060618075035|urlmorta=sim}}</ref> O currículo de estudos religiosos da Arábia Saudita é ensinado fora do reino em [[madraçal|madraçais]] espalhados pelo mundo.

=== Saúde ===
[[Imagem:Dr. Sulaiman Al Habib Hospital in Qassim.jpg|esquerda|thumb|Hospital Dr. Sulaiman Al Habib em [[Buraida]]]]
A [[esperança de vida]], em 2012, era de 74,8 anos. Os homens viviam, em média, 73,5 anos, enquanto a expectativa de vida para as mulheres era de 76,5 anos de idade.<ref name="Esperança de vida na Arábia Saudita">{{citar web|url=http://gamapserver.who.int/gho/interactive_charts/mbd/life_expectancy/atlas.html|título=Life expectancy (years)|publicado=Organização Mundial de Saúde (OMS)|lingua=en|acessodata=01-12-2018|urlmorta=sim}}</ref> A [[taxa de mortalidade]] foi de 12 mortes por {{Fmtn|100000}} nascidos vivos em 2016, e a [[taxa de natalidade]] foi, em 2012, de 22 nascimentos a cada {{Fmtn|1000}} pessoas.<ref name="Taxa de mortalidade e de natalidade na Arábia Saudita">{{citar web|url=http://gamapserver.who.int/gho/interactive_charts/mdg5_mm/atlas.html|título=Maternal mortality ratio (por cada 100 000 nacidos vivos), 2010|publicado=Organização Mundial de Saúde (OMS)|lingua=en|acessodata=01-12-2018|urlmorta=sim}}</ref><ref name="Taxa de mortalidade e de natalidade na Arábia Saudita 2">{{citar web|url=https://www.unicef.org/spanish/infobycountry/saudiarabia_statistics.html|título=Arabia Saudita: Estadísticas|publicado=UNICEF|lingua=es|acessodata=01-12-2018|wayb=20160308111856|urlmorta=sim}}</ref> Essas taxas vêm melhorando há décadas, graças ao fato de que o governo investe 4,7% de seu PIB nessa área, enquanto cada habitante gasta cerca de US$ {{Fmtn|2466}} por ano.<ref name="Investimento em saúde na Arábia Saudita">{{citar web|url=https://www.emro.who.int/countries/saudi-arabia/index.html|título=Arabia Saudita|publicado=Organização Mundial de Saúde (OMS)|lingua=en|acessodata=22-10-2023}}</ref> A obesidade é bastante alta, já que nos homens é de 29,9% e nas mulheres é de 43,5%, além de que 24% da população masculina consome [[tabaco]], com esse índice caindo para 1% entre as mulheres.<ref name="Investimento em saúde na Arábia Saudita 2">{{citar web|url=http://www.who.int/gho/countries/sau.pdf|título=SaudiArabia: WHO statistical profile|publicado=Organização Mundial de Saúde (OMS)|lingua=en|acessodata=01-12-2018|wayb=20180419054951|urlmorta=sim}}</ref> Além disso, possui cerca de 300 hospitais com uma das melhores infraestruturas sanitárias do planeta.<ref name="Investimento em saúde na Arábia Saudita 2" />

Há um risco de proliferação de doenças como a [[malária]], principalmente de setembro a janeiro, e predominantemente de ''[[Plasmodium falciparum]]'', incluindo os surtos ao longo da fronteira sul com o Iêmen, exceto nas áreas de maior altitude da região de [[Assir]].<ref name="Investimento em saúde na Arábia Saudita 3">{{citar web|url=http://www.mscbs.gob.es/profesionales/saludPaises.do?metodo=verDetallePais|título=Situación sanitaria por países|publicado=Ministerio de Sanidad, Consumo y Bienestar Social de España|lingua=es|acessodata=01-12-2018}}</ref> Não há risco de doenças generalizadas em Meca ou Medina. Por outro lado, para cada {{Fmtn|1000}} habitantes havia 2,6 médicos e 2,1 leitos de hospitais.<ref name="Investimento em saúde na Arábia Saudita 4">{{citar web|url=https://data.worldbank.org/indicator/SH.MED.PHYS.ZS|título=Physicians (per 1,000 people)|publicado=Banco Mundial|lingua=en|acessodata=01-12-2018}}</ref><ref name="Investimento em saúde na Arábia Saudita 5">{{citar web|url=https://data.worldbank.org/indicator/SH.MED.BEDS.ZS?locations=SA|título=Hospital beds (per 1,000 people)|publicado=Banco Mundial|lingua=en|acessodata=01-12-2018}}</ref>

=== Transportes ===
[[Imagem:Talgo_350_SRO.jpg|thumb|Trem da [[linha ferroviária de alta velocidade]] de Haramain, que conecta [[Meca]] e [[Medina]]]]
O transporte na Arábia Saudita é facilitado por um sistema relativamente novo de estradas, ferrovias e vias marítimas. O Ministério dos Transportes em 2014 manteve um comprimento total estimado de estradas de 627 mil km, dos quais 151 mil km eram [[rodovia]]s que ligam as principais regiões sauditas com as fronteiras internacionais e servindo como estradas de interconexão entre as principais cidades do país; 102 mil km eram estradas secundárias que ligavam as grandes cidades a outras cidades menores em suas respectivas províncias; 374 mil km eram estradas secundárias que se ramificavam de estradas secundárias e serviam a cidades, vilas e áreas agrícolas. Outros 204 mil km de estradas estavam em construção no final do [[ano fiscal]] de 2014.<ref name=":00">{{citar web|último=Aldagheiri|primeiro=M.|título=The role of transport roads network in the economic development in Saudi Arabia|url=https://asc.qu.edu.sa/files/shares/The%20role%20of%20transport%20roads%20network.pdf|website=Qassim University College of Arabic and Sociology|acessodata=2020-08-10|wayb=20200725180739}}</ref><ref name=":4">{{citar web|título=Road Safety|url=https://www.mot.gov.sa/en/Roads/Pages/SafetyOnRoad.aspx|acessodata=19-08-2020|website=Ministry of Transport}}</ref><ref>{{citar web|último=Watling|primeiro=Rawan Shaif, Jack|título=How the UAE's Chinese-Made Drone Is Changing the War in Yemen|url=https://foreignpolicy.com/2018/04/27/drone-wars-how-the-uaes-chinese-made-drone-is-changing-the-war-in-yemen/|acessodata=2020-08-19|website=Foreign Policy|língua=en-US}}</ref>

Segundo o [[World Factbook]] da [[CIA]], o país tinha uma rede de 5.410 km de linhas ferroviárias.<ref name="CIA">{{citar web|url=https://www.cia.gov/the-world-factbook/countries/saudi-arabia/#transportation|titulo=Saudi Arabia|editor=[[World Factbook]] da [[CIA]]|acessodata=08-03-2021}}</ref> A primeira linha ferroviária do reino é anterior à unificação da Arábia Saudita. A [[linha ferroviária do Hejaz]] de bitola estreita de 1 050 mm, que ia de [[Damasco]] a [[Medina]], começou a ser construída em 1900 sob o [[Império Otomano|domínio otomano]] no [[Vilaiete de Hejaz]] e foi concluída em 1908. A porção sul da linha foi destruída principalmente durante a [[Primeira Guerra Mundial]] e restam alguns trechos da pista, com alguns trechos na [[Jordânia]] sendo usados até hoje. A única [[linha ferroviária de alta velocidade]] no reino, a linha de Haramain, foi concluída em 2017 e conecta as duas cidades sagradas islâmicas de [[Meca]] e Medina.<ref name=":11">{{citar web|título=Railways in Saudi Arabia|url=https://www.sinfin.net/railways/world/saudi.html|acessodata=2020-08-19|website=www.sinfin.net}}</ref>

A Arábia Saudita é servida por três [[aeroportos internacionais]] importantes: o [[Aeroporto Internacional Rei Khalid]] em Riade, o [[Aeroporto Internacional Rei Abdulaziz]] em [[Gidá]] e o [[Aeroporto Internacional Rei Fahd]] em [[Damã]], que também é o maior aeroporto do mundo em área.<ref>{{citar web|título=The largest airport in the world: Middle Eastern airports that set records|url=https://www.oxfordsaudia.com/en/blog/largest-airport-world/|acessodata=2020-08-19|website=OxfordSaudia Flight Academy|língua=en-GB}}</ref> Além desses três aeroportos principais, vários aeroportos menores, com conexões domésticas e internacionais, estão presentes em todo o reino. O [[companhia aérea]] da Arábia Saudita, a [[Saudia]], começou em 1945 um único [[bimotor]] [[Douglas DC-3]] doado pelo [[presidente dos Estados Unidos]], [[Franklin D. Roosevelt]].<ref name=":22">{{citar web|título=Transportation & Communication|url=https://www.saudiembassy.net/transportation-communication|acessodata=19-08-2020|website=Saudi Embassy}}</ref>

Como a maioria dos outros Estados árabes do [[Golfo Pérsico]], a Arábia Saudita não tem rios ou vias navegáveis interiores. Isso não impediu o reino de buscar o desenvolvimento de uma rede de transporte marítimo, construída principalmente para apoiar o transporte de produtos [[petroquímico]]s. A Autoridade Portuária Saudita (''Mawani'') dirige e administra os principais portos do país. Os principais portos do Golfo Pérsico estão localizados em [[Damã]] e [[Jubail]], enquanto os maiores do [[mar Vermelho]] estão em [[Gidá]], [[Iambo (Arábia Saudita)|Iambo]] e [[Jizã]].<ref name="CIA"/>

== Cultura ==
[[Imagem:While pilgrims are performing these rites, Muslims who are not at Hajj are celebrating the Eid al-Adha holiday. - Flickr - Al Jazeera English.jpg|thumb|esquerda|[[Apedrejamento do Diabo]] na cidade de [[Mina (Arábia Saudita)|Mina]]]]

A Arábia Saudita tem atitudes e tradições, muitas vezes derivadas da centenária civilização árabe tribal. Esta cultura foi reforçada pela interpretação [[uaabismo|uaabita]] austeramente [[Puritanismo|puritana]] do islamismo, que surgiu no {{séc|XVIII}} e agora predomina no país. As muitas limitações sobre o comportamento e a vestimenta são rigorosamente aplicadas legalmente e socialmente. Bebidas alcoólicas são proibidas, por exemplo, e não há teatro ou exibição pública de filmes. No entanto, o ''[[Daily Mail]]'' e o ''[[Wikileaks]]'' indicam que a família real saudita aplica um código moral diferente para si mesma ("WikiLeaks: …príncipes sauditas ostentam bebidas, drogas e sexo. Os nobres desrespeitam as leis puritanas em festas para jovens da elite, enquanto a polícia religiosa é obrigada a fechar os olhos.").<ref>{{citar web|url=http://www.guardian.co.uk/world/2010/dec/07/wikileaks-cables-saudi-princes-parties|título=WikiLeaks cables: Saudi princes throw parties boasting drink, drugs and sex|publicado=The Guardian|data=07-12-2010|acessodata=09-05-2012}}</ref> A expressão pública de opinião sobre questões políticas ou sociais internas é desencorajada. Não existem organizações como [[partidos políticos]] ou [[sindicato]]s para servirem como fóruns públicos.

A vida cotidiana é dominada pela observância islâmica. Cinco vezes por dia, os muçulmanos são chamados para a oração pelos [[minarete]]s de [[mesquita]]s espalhadas por todo o país. Como a [[sexta-feira]] é o dia mais sagrado para os muçulmanos, o [[fim de semana]] era [[quinta-feira]] e sexta-feira.<ref name=Britannica/><ref>Sulaiman, Tosin. {{citar web|url=http://business.timesonline.co.uk/tol/business/economics/article697051.ece|título=Bahrain changes the weekend in efficiency drive|website=The Times|data=02-08-2006|acessodata=02-12-2013|wayb=20110503224030|urlmorta=sim}}</ref> A partir do dia 29 de junho de 2013 o fim de semana foi transferido para sexta e sábado, para melhor servir a economia saudita e seus compromissos internacionais.<ref>{{Citar web|título=Weekend shift: A welcome change|publicado=SaudiGazette.com.sa|data=24-06-2013|url=http://www.saudigazette.com.sa/index.cfm?method=home.regcon&contentid=20130624171030|wayb=20141029175552|urlmorta=sim}}</ref> De acordo com a doutrina uaabita, apenas dois feriados religiosos são reconhecidos publicamente, o ''[[Eid ul-Fitr]]'' e o ''[[Eid al-Adha]]''. A celebração de outros feriados islâmicos, como o aniversário do Profeta e o ''[[Ashura]]'' (um feriado importante para os [[xiitas]]), é tolerada somente quando celebrada localmente e em pequena escala, do contrário é proibida. Não há feriados religiosos não islâmicos, com exceção do dia 23 de setembro, que comemora a unificação do reino.<ref name=Britannica/>

=== Esportes ===
[[Imagem:Jawhara Stadium.jpg|thumb|[[Cidade dos Esportes Rei Abdullah]] em [[Gidá]]]]

Os esportes mais populares são [[futebol]], [[mergulho]], ''[[windsurf]]'' e vela.<ref>{{citar web|url=http://country-facts.com/es/country/asia/198-saudi-arabia/1857-saudi-arabia-entertainment-the-arts-sport-and-cuisine.html|título=Arabia Saudita - entretenimiento, las artes, el deporte y la gastronomía|idioma=es|obra=Country-facts.com|acessodata=26-08-2012|wayb=20131203004603|urlmorta=sim}}</ref> O que mais se destaca é o futebol, que já conta com mais de 150 clubes oficiais, uma das [[Seleção Saudita de Futebol|seleções mais fortes do Oriente Médio]].<ref>{{citar web|url=https://www.fifa.com/about-fifa/associations/KSA|título=Saudi Arabian Football Federation|língua=en|publicado=FIFA|acessodata=22-10-2023}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.fifa.com/fifa-world-ranking|título=FIFA/Coca-Cola World Ranking|editora=FIFA|idioma=en|acessodata=22-10-2023}}</ref> Outro esporte bastante popular são as corridas de camelo, que acontecem especialmente em festivais culturais locais e são consideradas uma "oportunidade única de encorajar a unidade nacional".<ref>{{citar web|url=http://www.webislam.com/articulos/30937-camellos_y_danzas_del_sable_celebran_patrimonio_saudita.html|título=Camellos y danzas del sable celebran patrimonio saudita|idioma=es|obra=Webislam.com|autor=Hammond, Andrew|acessodata=17-06-2013|wayb=20120218201132|urlmorta=sim}}</ref> Apesar de uma lenta melhora, as mulheres e meninas são proibidas de praticar qualquer tipo de exercícios esportivos.<ref>{{citar web|url=http://www.eltiempo.com/mundo/medio-oriente/ARTICULO-WEB-NEW_NOTA_INTERIOR-12781252.html|título=Niñas de Arabia Saudí podrán hacer deporte en las escuelas privadas|obra=El Tiempo|idioma=es|acessodata=17-06-2013|wayb=20131203053652|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.abc.es/20120713/internacional/abci-arabia-saudi-enviara-mujeres-201207121709.html|título=Arabia Saudí enviará a dos mujeres deportistas a los Juegos de Londres|editora=ABC|idioma=es|acessodata=17-06-2013}}</ref>

Arabia Saudita vem participando de maneira contínua dos [[Jogos Olímpicos]] desde [[Jogos Olímpicos de Verão de 1972|1972]], quando o evento foi celebrado na cidade alemã de [[Munique]], com exceção aos [[Jogos Olímpicos de Verão de 1980]], sediados na capital russa. apesar disso, o país apenas conseguiu ganhar uma medalha de prata e duas de bronze [[Jogos Olímpicos de Verão de 2000]], em [[Sydney]], e nos [[Jogos Olímpicos de Verão de 2012]], em [[Londres]].<ref>{{citar web|url=http://www.todo-olimpiadas.com/Sidney_2000_deportes+olimpicos.htm|título=Sidney 2000 - HISTORIA|idioma=es|obra=Todo-olimpiadas.com|acessodata=17-06-2013|wayb=20131117014550|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=https://olympics.com/en/olympic-games/london-2012/medals|título=Medal count|idioma=en|obra=Olympic Games|acessodata=22-10-2023}}</ref>

=== Gastronomia ===
A comida local é bastante condimentada. As carnes mais comuns são o [[frango]] e o [[Ovis aries|carneiro]], sendo a carne suína proibida por lei, segundo a [[sharia]]. As comidas mais encontradas são o [[arroz]], as [[lentilha]]s, [[homus]] (pasta de grão-de-bico), ''kultra'' (espetadas de frango ou carneiro), ''kebab'' (servido com [[sopa]] e [[legumes]]), ''mezze'' (entradas variadas) e ''muhalabia'' (pudim de arroz). O [[álcool]] é proibido no país, e ser apanhado bêbado pode causar graves problemas.

== Ver também ==
* [[Pena de morte na Arábia Saudita]]
* [[Lista de Estados soberanos]]
* [[Lista de Estados soberanos e territórios dependentes da Ásia]]
* [[Missões diplomáticas da Arábia Saudita]]

{{Referências}}

== Bibliografia ==
{{Refbegin}}
* {{citar livro|ref=Abir1987|título=Saudi Arabia in the oil era: regime and elites: conflict and collaboration|último=Abir|primeiro=Mordechai|ano=1987|isbn=978-0-7099-5129-2}}
* {{citar livro|ref=Abir1993|título=Saudi Arabia: Government, Society, and the Persian Gulf Crisis|autor=Abir, Mordechai|ano=1993|isbn=978-0-415-09325-5}}
*{{citar livro|primeiro=Abir|último=Mordechai|título=Saudi Arabia In The Oil Era: Regime And Elites; Conflict And Collaboration|url=https://books.google.com/books?id=k02fDwAAQBAJ&pg=PT9|ano=2019|publicado=Taylor & Francis|local=Lanham|isbn=978-1-00-031069-6}}
*{{citar livro|primeiro=Qanta A.|último=Ahmed|título=In the Land of Invisible Women: a female doctor’s journey in the Saudi Kingdom|data=2009|publicado=Sourcebooks, Inc.|local=Naperville|isbn=9789896281250}}
* {{citar livro|ref=Al-Rasheed|título=A History of Saudi Arabia|autor=Al-Rasheed, Madawi|ano=2010|isbn=978-0-521-74754-7}}
* {{citar livro|primeiro=Carmen|último=Bin Laden|título=Inside the Kingdom: My Life in Saudi Arabia|data=2004|publicado=Hachette Book Group|local=Nova Iorque}}
* {{citar livro|ref=Bowen|título=The History of Saudi Arabia|autor =Bowen, Wayne H.|ano=2007|isbn=978-0-313-34012-3}}
* {{citar livro|ref=Hegghammer|título=Jihad in Saudi Arabia: Violence and Pan-Islamism Since 1979|autor=Hegghammer, Thomas|ano=2010|isbn=978-0-521-73236-9}}
* {{citar livro|ref=House|título=On Saudi Arabia: Its People, Past, Religion, Fault Lines—and Future|último=House|primeiro=Karen Elliott|publicado=Alfred A. Knopf|local=Nova Iorque|ano=2012|isbn=978-0-307-27216-4}}
* {{citar livro|título=Behind the Veil - An Australian Nurse in Saudi Arabia|último=Laube|primeiro=Lydia|publicado=Wakefield Press|local=Adelaide|ano=1991}}
* {{citar livro|ref=Long|título=Culture and Customs of Saudi Arabia|último=Long|primeiro=David E.|ano=2005|isbn=978-0-313-32021-7|url=https://archive.org/details/culturecustomsof00long}}
* {{citar livro|ref=Malbouisson|título=Focus on Islamic issues|último=Malbouisson|primeiro=Cofie D.|ano=2007|isbn=978-1-60021-204-8}}
* {{citar livro|título=Sharia Incorporated: A Comparative Overview of the Legal Systems of Twelve Muslim Countries in Past and Present|ref=Otto|último=Otto|primeiro=Jan Michiel|ano=2010|isbn=978-90-8728-057-4}}
* {{citar livro|título=CultureShock! A Survival Guide to Customs and Etiquette. Saudi Arabia|último=Tripp|primeiro=Harvey|último2=North|primeiro2=Peter|edição=3ª|ano=2009|publicado=Marshall Cavendish|url=https://archive.org/stream/CultureShockSaudiArabia/Culture%20Shock!%20Saudi%20Arabia_djvu.txt|ref=HT2009}}
* {{citar livro|último=Tripp|primeiro=Harvey|último2=North|primeiro2=Peter|título=Culture Shock, Saudi Arabia. A Guide to Customs and Etiquette|ano=2003|publicado=Times Media Private Limited|local=Singapura; Portland, Oregon|ref=HT2003}}
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== Ligações externas ==
{{Correlatos
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|wikiquote   = Provérbios árabes
}}
* {{Link|en,ar|2=http://www.saudi.gov.sa/wps/portal/!ut/p/c5/04_SB8K8xLLM9MSSzPy8xBz9CP0os3iTMGenYE8TIwMLt0BzA89gIyMfVw8TI39HE6B8pFm8AQ7gaEBAd3BikX44yE4kVe6-jhZAVcEhgYGB7oYGhub45Y0IyAcbQOTxuNHPIz83Vb8gN6LCMzMgHQC2ZjEo/dl3/d3/L0lHSkovd0RNQUprQUVnQSEhL1lCZncvZW4!/|3=Página Oficial do Governo da Arábia Saudita}}
* {{Link|en,ar|2=http://www.scta.gov.sa/en/|3=Página Oficial da Comissão Saudita para o Turismo e Antiguidades}}
* {{Link|en,ar|2=http://www.sauditourism.com.sa/en/|3=Portal Oficial do Turismo na Arábia Saudita}}
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* {{link|en,ar|2=http://www.mofa.gov.sa/sites/mofaen/|3=Página Oficial do Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita}}

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