Mostrar código-fonte de Campanha de Qandala

{{Info/Conflito militar
|conflito = [[Guerra Civil da Somália]]
|data = 26 de outubro - 18 de dezembro de 2016<ref name="base">{{citar web|url=http://www.voanews.com/a/regional-somali-forces-destroy-islamic-state-base/3642109.html|título=Regional Somali Forces 'Destroy' Islamic State Base |autor =Mohamed Olad Hassan|publicado=[[Voice of America]]|data=19 de dezembro de 2016}}</ref>
|local= [[Qandala]], [[Somália]]
|resultado = Vitória tática de Puntlândia; principal sucesso propagandístico do Estado Islâmico.{{sfnp|Warner|2017|p=30}}
|combatente1 = {{Flagdeco|Estado Islâmico do Iraque e do Levante}} [[Estado Islâmico na Somália]] (EIS)
|combatente2 = {{flag|Puntlândia}}
|comandante1 = {{Flagdeco|Estado Islâmico do Iraque e do Levante}} Xeique [[Abdul Qadir Mumin]]<ref>{{citar web|url=http://www.longwarjournal.org/archives/2016/10/islamic-state-fighters-withdraw-from-captured-somali-port-town.php|título=Islamic State fighters withdraw from captured Somali port town|autor =Caleb Weiss|obra=[[Long War Journal]]|data=28 de outubro de 2016 }}</ref><br/><small>(líder do Estado Islâmico)</small><br/>{{Flagdeco|Estado Islâmico do Iraque e do Levante}} Mahad Maoallim<ref name="retake">{{citar web|url=http://www.voanews.com/a/forces-retake-somali-town-held-by-pro-islamic-state-fighters/3626738.html|título=Forces Retake Somali Town Held by Pro-Islamic State Fighters |autor =Harun Maruf|publicado=[[Voice of America]]|data=7 de dezembro de 2016 }}</ref><br/><small>(comandante sênior do Estado Islâmico)</small>
|comandante2 = {{flagicon|Puntlândia}} [[Shire Haji Farah]]<ref name="retake" /><br/><small>(Ministro do Planejamento e Relações Internacionais)</small><br/>{{flagicon|Puntlândia}} Yusuf Mohamed Dhedo<ref name="clash">{{citar web|url=http://www.voanews.com/a/somalia-security-forces-and-is-fighters-directly-clash-for-first-time/3621721.html|título=Somalia Security Forces and IS Fighters Directly Clash for First Time|autor =Harun Maruf|publicado=[[Voice of America]]|data=3 de dezembro de  2016 }}</ref><br/><small>(governador da [[Bari (Somália)|Região de Bari]] )</small><br/>{{flagicon|Puntlândia}} Almirante Abdirizak Dirie Farah<ref name="base" /><br/><small>(Comandante da Polícia Marítima de Puntlândia)</small>
|unidade1= desconhecida
|unidade2={{flagicon|Puntlândia}} [[Força de Segurança da Puntlândia]]
*[[Força Dervixe da Puntlândia]]<ref name="retake" />
*Força Policial da Puntlândia<ref name="base" />
*[[Força Policial Marítima da Puntlândia]]<ref name="vow">{{citar web|url=http://www.voanews.com/a/somali-officials-vow-to-retake-puntland-town/3570974.html|título=Somali Officials Vow to Retake Puntland Town|autor =Harun Maruf|publicado=[[Voice of America]]|data=28 de outubro de 2016 }}</ref>
milícias de clãs<ref name="retake" />
|força1 = desconhecidas{{efn|name=fn1|Qandala foi inicialmente capturado por cerca de 60 combatentes do Estado Islâmico,<ref name="seize">{{citar web|url=http://www.voanews.com/a/is-militants-seize-town-in-somalia-puntland/3566722.html|título=IS Militants Seize Town in Somalia's Puntland|autor =Harun Maruf|publicado=[[Voice of America]]|data=26 de outubro de 2016 }}</ref> mas o número de militantes que defenderam a cidade durante a contraofensiva do governo é completamente desconhecido.<ref name="clash" />No geral, estima-se que o Estado Islâmico tenha entre 100{{sfnp|Warner|2017|p=30}} a 300 combatentes.<ref name="vow" />}}
|força2 = {{flagicon|Puntlândia}} "Centenas" de combatentes,<ref>{{citar web|url=http://allafrica.com/stories/201612050121.html|título=Somalia: Puntland Forces Retake Qandala Town From Isis|autor =|publicado=[[AllAfrica.com]]|data=4 de dezembro de  2016 }}</ref> várias canhoneiras<ref name="vow" />
|vítimas1 = 30 mortos, 35 feridos,<ref name="retake" /> vários capturados<ref>{{citar web|url=http://allafrica.com/stories/201612050204.html|título=Somalia: Seven Militants Killed in Qandala Battle|autor =|publicado=[[AllAfrica.com]]|data=4 de dezembro de 2016 }}</ref> <small>(reivindicação do governo)</small>
|vítimas2 = 3+ feridos<ref name="clash" />
|notas = 25.700+ deslocados<ref name="un">{{citar web|url=http://allafrica.com/stories/201612090114.html|título=Somalia: UN - Fighting Near Qandala Town Displaces 25,700|autor =|publicado=[[AllAfrica.com]]|data=8 de dezembro de 2016 }}</ref>

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A '''campanha de Qandala''' começou quando o [[Estado Islâmico na Somália]] atacou e capturou a cidade de [[Qandala]] em [[Puntlândia]] em 26 de outubro de 2016. Esta aquisição resultou no deslocamento de mais de 25.700 civis e uma posterior contraofensiva pelas Forças de Segurança de Puntlândia, que conseguiu repelir o Estado Islâmico de Qandala em 7 de dezembro e, por conseguinte, as unidades do governo continuaram a atacar os esconderijos dos militantes nas montanhas próximas até o dia 18 de dezembro. A queda de Qandala marcou a segunda vez que um grupo afiliado ao [[Estado Islâmico do Iraque e do Levante|Estado Islâmico]] capturou uma cidade na Somália, mas enquanto a primeira aquisição durou apenas por um período muito curto,<ref name="hotel">{{citar web|url=http://www.longwarjournal.org/archives/2017/02/islamic-state-claims-hotel-attack-in-northern-somalia.php|título=Islamic State claims hotel attack in northern Somalia|autor =Caleb Weiss|publicado=[[Long War Journal]]|data=9 de fevereiro de 2017 }}</ref> o Estado Islâmico conseguiu manter Qandala, uma cidade de grande importância estratégica bem como simbólica, por mais de um mês. {{sfnp|Warner|2017|p=30}}

== Antecedentes ==
Quando [[Abdul Qadir Mumin]] rompeu com o [[al-Shabaab]] e declarou lealdade ao [[Estado Islâmico do Iraque e do Levante]] em 2015, apenas cerca de 20 dos 300 combatentes islâmicos baseados em Puntlândia juntaram-se a ele.<ref name="port town">{{citar web|url=http://www.longwarjournal.org/archives/2016/10/islamic-state-in-somalia-claims-capture-of-port-town.php|título=Islamic State in Somalia claims capture of port town|autor =Caleb Weiss|obra=[[Long War Journal]]|data=26 de outubro de 2016 }}</ref> Durante o ano seguinte, ele e seus seguidores escaparam dos ataques dos partidários da al-Shabaab e recrutaram novos membros; até outubro de 2016, assumiu-se que o grupo de Abdul Qadir Mumin havia crescido significativamente para cerca de 300 combatentes. Assim, à medida que o primeiro aniversário de fundação do Estado Islâmico da Somália se aproximava, o grupo buscava um alvo para seu primeiro grande ataque. Considerando isso, Qandala seria um alvo conveniente, pois o clã de Mumin vivia perto da cidade e a conquista de um assentamento significativo, bem como a proclamação de uma região islâmica em toda a [[África]], poderia dar-lhe mais apoio local e simpatizantes.<ref name="vow" />

Além disso, Qandala é uma cidade de significado tanto estratégico como simbólico: é amplamente conhecido que o Estado Islâmico na Somália recebe especialistas, instrutores, dinheiro, armas e outros materiais de [[Estado Islâmico (Iêmen)|seus aliados no Iêmen]]. No entanto, o Estado Islâmico é ativo em áreas, que são muito montanhosas e de difícil acesso por terra, de modo que geralmente são abastecidas por mar; assim, a posse de uma cidade portuária como Qandala permitiria-lhes receber mais remessas de suprimentos.<ref name="vow" /><ref name="seize" /> Por outro lado, Qandala é "um símbolo tradicional de forte resistência à [[ocupação estrangeira]]", pois foi o local onde o rebelde e herói folclórico somali Ali Fahiye Gedi queimou uma bandeira italiana e foi posteriormente preso por soldados italianos em 1914.<ref name="vow" />

== Campanha ==
=== Captura de Qandala pelo Estado Islâmico===
No início de 26 de outubro, militantes do Estado Islâmico iniciaram seu ataque surpresa<ref name="vow" /> contra Qandala, cortando as linhas telefônicas da cidade, ao passo que encontravam pouca resistência. Como Qandala era defendida apenas por um número muito pequeno de soldados, que foram incapazes deter os combatentes do Estado Islâmico, todos os oficiais do governo e soldados logo fugiram de Qandala. Logo a seguir, sessenta militantes do Estado Islâmico entraram na cidade e capturaram-na sem mais combates, hasteando sua bandeira sobre a delegacia<ref name="port town" /><ref name="officials">{{citar web|url=https://www.reuters.com/article/us-somalia-security-idUSKCN12Q0VW|título=Islamic State-aligned group takes Somali town, say officials|autor1 =Feisal Omar|autor2 =Abdi Sheikh|publicado=[[Reuters]]|data=26 de outubro de 2016 }}</ref> e no prédio onde Ali Fahiye Gedi havia sido preso.<ref name="vow" /> Ainda que os jihadistas tentassem tranquilizar a população local dizendo-lhes "não entrem em pânico, nós os governaremos de acordo com a [[sharia]] (lei) islâmica",<ref name="officials" /> os anciãos de Qandala pediram-lhes para que partissem, porém os militantes insistiram que "não irão a lugar nenhum".<ref name="seize" />

No dia seguinte, as escolas de Qandala fecharam e, pela primeira vez na história da cidade, milhares de residentes fugiram de barco e a pé para [[Bosaso]],<ref name="vow" /><ref>{{citar web|url=http://www.voanews.com/a/three-killed-rival-somali-troops-clash/3571400.html|título=Three Killed as Rival Somali Troops Clash|autor =Mohamed Olad|publicado=[[Voice of America]]|data=29 de outubro de 2016 }}</ref><ref name="last">{{citar web|url=http://www.voanews.com/a/somali-town-qandala-puntland-islamic-state/3611903.html|título=Last Resident Leaves Somali Town Taken by Islamic State|autor =Harun Maruf|publicado=[[Voice of America]]|data=25 de Novembro de 2016 }}</ref> enquanto a Força Policial Marítima de Puntlândia implantava várias canhoneiras para interceptar quaisquer remessas de grupos militantes do [[Iêmen]].<ref name="vow" /> Oficiais de Puntlândia também afirmaram que o Estado Islâmico começou a se retirar da cidade, embora esses relatos tenham sido depois refutados por moradores locais.<ref name="hotel" /> Em 23 de novembro, todos os civis residentes em Qandala haviam fugido; 25.700 habitantes locais foram deslocados devido à conquista do Estado Islâmico.<ref name="last" /><ref name="un" /> Enquanto isso, a guarnição do Estado Islâmico começou a erguer defesas ao redor da cidade para se preparar para uma inevitável contraofensiva do governo.<ref name="last" />

=== Contraofensiva de Puntlândia  ===
A Força de Segurança de Puntlândia iniciou sua contraofensiva em 3 de dezembro,<ref name="clash" /> embora suas forças tenham sido prejudicadas pelo difícil terreno ao redor de Qandala e pelas estradas estreitas que levavam à cidade.<ref name="retake" /> Os soldados do governo encontraram a primeira resistência na aldeia de Bashashin, quando foram forçados a parar para desmantelar as minas terrestres que haviam sido colocadas na estrada que passava pela aldeia. Naquele momento, militantes do Estado Islâmico lançaram um ataque surpresa, embora as forças de Puntlândia acabassem repelindo a incursão.<ref name="clash" /> Outra grande escaramuça aconteceu no dia 5 de dezembro; além dessas duas batalhas,<ref name="retake" /> os combates foram em grande parte esporádicos, embora tenham durado até 7 de dezembro.<ref name="un" /> Naquele dia, as forças de Puntlândia entraram em Qandala por terra e mar, sem encontrar resistência; o Estado Islâmico havia evacuado suas forças da cidade de antemão e subsequentemente retirou-se para Gurur, nas áreas montanhosas ao sul.<ref name="retake" />

Em 18 de dezembro, as forças policiais de Puntlândia atacaram e destruíram uma base do Estado Islâmico em El Ladid, uma aldeia a 30 quilômetros ao sul de Qandala, onde os rebeldes estavam se reagrupando depois de sua retirada.<ref name="base" />

== Resultado ==
Embora o Estado Islâmico tenha finalmente perdido todo o território capturado e, conforme creditaram as fontes do governo, sofrido pesadas baixas,<ref name="retake" /> o fato de um pequeno ramo local do Estado Islâmico capturar uma grande cidade e a manter por mais de um mês "pode ser interpretado como uma importante vitória simbólica para o grupo". {{sfnp|Warner|2017|p=30}}

== Notas ==
{{notelist}}

==Referências==
{{reflist|30em}}

== Bibliografia ==
* {{citar periódico
 |url          = https://www.ctc.usma.edu/v2/wp-content/uploads/2017/01/CTC-Sentinel_Vol9Iss1119.pdf
 |título= Sub-Saharan Africa’s Three "New" Islamic State Affiliates
 |último = Warner
 |primeiro = Jason
 |editor1      = 
 |data= 2017
 |periódico= CTC Sentinel
 |doi          = 
 |pmid         = 
 |publicado= [[Combating Terrorism Center]]
 |número= 1
 |volume       = 10
 |local= [[West Point, New York]]
 |páginas= 28–32
 |ref          = harv
 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20170430031255/https://www.ctc.usma.edu/v2/wp-content/uploads/2017/01/CTC-Sentinel_Vol9Iss1119.pdf
 |arquivodata= 2017-04-30
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}}

{{tradução/ref|en|Qandala campaign}}

{{Guerra Civil Somali (2009–presente)}}
{{Portal3|Guerra|Somália}}

[[Categoria:Guerra Civil Somali]]
[[Categoria:Conflitos em 2016]]
[[Categoria:2016 na Somália]]