Casa do Povo (Bruxelas)

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A Casa do Povo de Bruxelas foi um edifício de estilo Art nouveau (Arte nova) construída por Victor Horta para o Parti ouvrier belge (Partido operário belga) que desejava ter um lugar grande e importante, um espaço de encontro no centro da cidade. O edifício foi destruído em 1965 e situava-se na actual praça Joseph Stevens[1].

A construção[editar | editar código-fonte]

Victor Horta recebeu do Parti ouvrier belge (Partido operário belga) a missão de construir um edifício magnífico na praça Émile Vandervelde (actual praça Joseph Stevens). Ele foi assistido para esta obra por Richard Pringiers (1860-1937) que se tornou o arquitecto oficial do "Parti socialiste belge" (Partido socialista belga).

Apesar de um espaço reduzido, sob um terreno irregular e inclinado, Victor Horta conseguiu construir um edifício particular, principalmente em aço e vidro; oferecendo uma ampla variedade de funcionalidades como: escritórios, salas de reuniões, café, sala de espectáculo...

A construção foi iniciada em 1896 e acabou em 1898. A Casa do Povo foi inaugurada em 1899 contando com a presença de Jean Jaurès[2].

A demolição[editar | editar código-fonte]

A Casa do Povo foi destruída em 1965 apesar de fortes protestos da comunidade internacional como por exemplo : no Congresso internacional dos Arquitectos (reunidos em Veneza em 1964) que votou por unanimidade uma moção de protecção.

Hoje, em lugar da Casa do Povo encontra-se uma torre de 26 andares erigida em 1966 e designada como a "Torre Blaton" do nome do empresário que mandou construir.

O armazenamento dos elementos em Tervuren[editar | editar código-fonte]

De facto, a obra prima de Victor Horta não foi completamente destruída; os adversários a sua demolição obtiveram o direito que uma parte da Casa do Povo (o café, a grande sala de espectáculo e a sala Mateoti) seja desmontada. Através de um subsídio de três milhões francos do Estado belga, cada peça foi numerada para uma eventual remontagem. Os blocos de pedra e as estruturas metálicas forem armazenadas em Tervuren mas a remontagem nunca ocorrerá.

A transferência para Jette[editar | editar código-fonte]

Nos anos 1980, a comuna de Jette (uma das 19 comunas de Bruxelas) apresentou um ambicioso projecto: a criação de uma extensa zona verde : o “Parque Rei Balduíno” para reunir o bosque do Laarbeek e o bosque do Poelbosch.

No âmbito do projecto, a comuna de Jette ambicionava de construir um pavilhão Horta com uma parte dos materiais originais da Casa do Povo armazenados em Tervuren desde da destruição. A comuna de Jette adquiriu e armazenou uma parte dos vestígios em uma área aberta : o futuro Parque “Rei Balduíno”.

Ao contrario de Tervuren, os restos do edifício ficaram num campo ao ar livre, sem nenhuma protecção contra a chuva e as condições climáticas.

Além disso, a comuna de Jette não conseguiu ter um orçamento completo e o projecto ficou bloqueado. Os elementos metálicos da obra de Victor Horta começaram a enferrujar no local.

A tentativa em Gante[editar | editar código-fonte]

Em 1988, os restos da Casa do Povo foram oferecidas ao Museu de Arqueologia industrial et do Têxtil (MIAT) da cidade de Gante, a cidade natal de Victor Horta.

Outros elementos salvos[editar | editar código-fonte]

Estação subterrânea do eléctrico "Horta" - Comuna de Saint-Gilles (Bruxelas).

Jean Delhaye tentou também defender a obra de Victor Horta. Alguns vitrais e outros elementos de ferragens foram salvos por ele e adornam desde 1993 a estação subterrânea do eléctrico "Horta" em Saint-Gilles (uma das 19 comunas de Bruxelas)[3].

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Louis, MEERS (1996). Promenades Art nouveau à Bruxelles. Bruxelas: Éditions Racine. p. 37 
  2. «La Maison du Peuple». eBru- votre guide à Bruxelles. Consultado em 16 de Junho de 2015 
  3. «Art dans le métro - Horta». STIB (Sociedade de transportes intermunicipais de Bruxelas). Consultado em 15 de Junho de 2015 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]