Gavião-cinza
Gavião-cinza | |||||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1] | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Circus cinereus (Vieillot, 1816) | |||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||
Tartaranhão-andino[2] ou gavião-cinza[3] (Circus cinereus),[4] também chamado caracoleiro, gavião-bico-de-gancho, gavião-cinzento-do-banhado e tartaranhão-cinza, é uma ave acipitriforme da família dos acipitrídeos (Accipitridae). Nativa da América do Sul, ocorre na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Malvinas, Peru, Paraguai e Uruguai.[5]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Circus, do grego kirkus, se refere a uma ave mitológica e nomeia o gênero de aves cujo voo durante o acasalamento se caracteriza por movimentos circulares; cinereus (latim) significa cinza.[2][6]
Taxonomia
[editar | editar código-fonte]O gavião-cinza foi descrito pela primeira vez em 1816 por Louis Vieillot na obra “Nouveau dictionnaire d'histoire naturelle 4”. O gênero possui 15 espécies, duas de ocorrência no Brasil: C. cinereus e C. buffoni. O grupo irmão mais próximo de C. cireneus é Circus cyaneus hudsonius.[3][7][8]
Morfologia
[editar | editar código-fonte]Possui um tamanho médio de 45 cm, envergadura entre 90 e 115 cm e colar de penas ao redor do pescoço, que, quando eriçado, faz a cabeça parecer maior.[2][9][10] Íris de coloração amarelo claro ao quase branco, garupa branca e ventre estriado. As pernas são amarelas e as asas são longas com pontas pretas. As fêmeas são maiores e possuem coloração marrom, enquanto os machos adultos têm plumagem acinzentada. Os jovens são semelhantes às fêmeas, mas os olhos são escuros.[6][7][11] A posição levantada das asas durante o voo forma um “V” e permite a identificação da espécie, assim como a cor da íris.[7][8]
Distribuição geográfica e habitat
[editar | editar código-fonte]Associada a vegetação arbustiva e herbácea, a espécie ocupa áreas de pântanos, chacos, estepes, alagadiços e campos. Ocorre na Argentina, Chile, Colômbia, Bolívia, Equador, Peru, Paraguai e Uruguai. Distribui-se ao longo da Cordilheiras dos Andes, em menor abundância na Colômbia e Equador, e pode ser avistada desde o nível do mar até 4 500 m de altitude. No Brasil se limita à região Sul, aos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, sendo parte migratória regionalmente e parte residente.[3][12][13]
Alimentação
[editar | editar código-fonte]A dieta carnívora consiste em insetos, pequenos pássaros e mamíferos, além de répteis. A caça é solitária, exceto durante o período reprodutivo, em que machos e fêmeas planam lentamente em campos abertos buscando juntos presas.[7][9][14]
Reprodução
[editar | editar código-fonte]Durante o período reprodutivo desempenham voos circulares característicos. Macho e fêmea constroem ninhos com grama, galhos e caules secos de junco, ao nível do solo. Assim, em canaviais, moitas de grama e arbustos é possível encontrar ninhos com 3 a 4 ovos cor branca azulada ou filhotes de penugem branca. Apesar de os machos serem descritos como polígamos, observa-se nidificação colonial e defesa coletiva dos ninhos.[7][9]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ «IUCN red list Gavião-cinza». Lista Vermelha da IUCN. Consultado em 18 de março de 2022
- ↑ «Accipitridae». Aves do Mundo. 26 de dezembro de 2021. Consultado em 5 de abril de 2024
- ↑ Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. ISSN 1830-7809. Consultado em 5 de abril de 2024. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022
- ↑ Pacheco, J.F.; Silveira, L.F.; Aleixo, A.; Agne, C.E.; Bencke, G.A.; Bravo, G.A; Brito, G.R.R.; Cohn-Haft, M.; Maurício, G.N.; Naka, L.N.; Olmos, F.; Posso, S.; Lees, A.C.; Figueiredo, L.F.A.; Carrano, E.; Guedes, R.C.; Cesari, E.; Franz, I.; Schunck, F. & Piacentini, V.Q. (2021). «Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee» 2ª ed. Ornithology Reserach. doi:10.1007/s43388-021-00058-x
- ↑ «gavião-cinza (Circus cinereus) | WikiAves - A Enciclopédia das Aves do Brasil». www.wikiaves.com.br. Consultado em 23 de novembro de 2023
- ↑ «Tartaranhão». Wikipédia, a enciclopédia livre. 4 de junho de 2023. Consultado em 23 de novembro de 2023
- ↑ «Circus sp. (Circus sp.) | WikiAves - A Enciclopédia das Aves do Brasil». www.wikiaves.com.br. Consultado em 23 de novembro de 2023
- ↑ Oatley, Graeme; Simmons, Robert E.; Fuchs, Jérôme (1 de abril de 2015). «A molecular phylogeny of the harriers (Circus, Accipitridae) indicate the role of long distance dispersal and migration in diversification». Molecular Phylogenetics and Evolution: 150–160. ISSN 1055-7903. doi:10.1016/j.ympev.2015.01.013. Consultado em 23 de novembro de 2023
- ↑ «Circus cinereus (Gavilán Ceniciento - Cinereous Harrier) | SIB, Parques Nacionales, Argentina». Sistema de Información de Biodiversidad (em espanhol). Consultado em 23 de novembro de 2023
- ↑ «Volumen 4». La Chiricoca (em espanhol). Consultado em 23 de novembro de 2023
- ↑ «Gavião-cinza (Circus cinereus)». FAUNA DIGITAL DO RIO GRANDE DO SUL. Consultado em 23 de novembro de 2023
- ↑ mauroossa (12 de julho de 2019). «Aguilucho Cenizo/Cinereous Harrier/Circus cinereus». Birds Colombia (em espanhol). Consultado em 23 de novembro de 2023
- ↑ Cabanne, Gustavo (abril de 2009). «Circus cinereus Vieillot, 1816 Falconiformes, Accipitridae». Consultado em 23 de novembro de 2023
- ↑ Bugoni, Jeferson; Coimbra, Marco Antônio; Jacobs, Fernando; Dias, Rafael Antunes (22 de abril de 2015). «Birds of the Reserva Biológica do Mato Grande and surroundings, Rio Grande do Sul, Brazil». Check List (em inglês) (3): 1–15. ISSN 1809-127X. doi:10.15560/11.3.1641. Consultado em 23 de novembro de 2023