Mostrar código-fonte de Crise diplomática no Catar

{{desatualizado}}
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{{Info/conflito civil
 | título         = Crise diplomática no Catar
 | subconflitode  =
 | imagem         = [[Imagem:Qatar diplomatic crisis.svg|300px]]
 | legenda        = {{legend|green|[[Catar]]}}{{legend|red|Países que cortaram relações diplomáticas com o Catar: [[Arábia Saudita]], [[Bahrein]], [[Emirados Árabes Unidos]], [[Egito]], Governo não reconhecido da [[Líbia]], [[Maldivas]], [[Mauritânia]] e [[Iêmen]]}}
 | período        = {{Dtlink|5|6|2017}} – {{Dtlink|5|1|2021}}
 | local          = [[Catar]]
 | coordenadas    =
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 | situação       = 
 | objetivos      =
 | resultado      = Declaração de Al-Ula
*Sauditas e cataris reabrem suas fronteiras
 | métodos        =
 | lado1          = {{flag|Catar}} <br>
'''Apoio''':
* {{TUR}}
* {{IRN}}
* {{ALE}}
* {{LBY}} (governo de [[Tripoli]])
 | lado2          = {{SAU}}<br />{{ARE}}<br />{{BHR}}<br />{{EGY}}<br />{{MDV}}<br />{{YEM}}<br />{{MRT}} <br> {{COM}} <br>
'''Apoio''':
* {{USA}}
* {{LBY}} (governo de [[Tobruk]])
* {{JOR}}
* {{CHA}}
* {{DJI}}
* {{SEN}}
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A '''[[Crise diplomática]] no [[Catar]] de 2017–2021''' refere-se à ruptura iniciada no dia [[5 de junho]] de [[2017]] entre esse país e diversas nações [[Islã|muçulmanas]] — entre as quais encontram-se a [[Arábia Saudita]], [[Bahrein]], [[Egito]], [[Emirados Árabes Unidos]], [[Líbia]], [[Maldivas]] e [[Iêmen]] —,<ref>{{citar web|url=https://www.rt.com/news/390867-Catar-gulf-states-terrorism/|título=Key Arab League states cut ties with Catar over ‘supporting terrorism’|publicado=}}</ref> que anunciaram a suspensão das [[relações diplomáticas]] com o Catar,<ref>{{citar jornal|url=https://www.bloomberg.com/politics/articles/2017-06-05/saudi-led-alliance-cuts-Catar-ties-as-gulf-crisis-escalates|título=Saudi Arabia, Bahrain and Egypt Cut Ties With Catar|data=5 de junho de 2017|obra=Bloomberg.com|acessodata=5 de junho de 2017}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://www.bbc.com/news/world-middle-east-40155829|título=Catar row: Six countries cut links with Doha|data=5 de junho de 2017|obra=BBC News|acessodata=5 de junho de 2017|língua=en-GB}}</ref> acusando o país de apoiar vários grupos terroristas na região, incluindo a [[Al Qaeda]] e o [[Daesh]],<ref>[http://www.elmundo.es/internacional/2017/06/05/5934cd4222601d4e728b4573.html «Cinco países cortan sus relaciones diplomáticas con Catar.» 5 de junho de 2017.] ''El Mundo''.</ref> e interferir com a política interna de seus países.<ref>{{citar jornal |ultimo= |primeiro= |url=http://www.nbcnews.com/news/world/egypt-saudi-arabia-among-gulf-states-cutting-ties-Catar-n768161 |título=Egypt, Saudi Arabia Among Gulf States Cutting Ties to Catar |data=5 de junho de 2017 |acessodata= |obra=NBCnews.com |publicado=}}</ref> Segundo apontam alguns meios de comunicação, a origem da crise seria encontrada em um ataque informático que ocorreu em maio do mesmo ano contra a Catar News Agency.<ref>{{citar jornal|url=http://www.aljazeera.com/news/2017/06/saudi-arabia-uae-egypt-bahrain-cut-ties-Catar-170605031700062.html|título=Saudi Arabia, UAE, Egypt, Bahrain cut ties to Catar|data=5 de junho de 2017|obra=AlJazeera.com|acessodata=5 de junho de 2017}}</ref>

Em janeiro de 2021, ambos os lados se comprometeram a Declaração de Al-Ula, reabrindo suas fronteiras e reatando relações diplomáticas. O Catar ainda se comprometeu a encerrar completamente seu envolvimento na [[Intervenção militar no Iêmen (2015–presente)|intervenção militar no Iêmen]] e retirar suas tropas da região de [[Ras Doumeira]].<ref>{{citar web|URL=https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2021/01/05/arabia-saudita-e-catar-se-aproximam-em-cupula-da-solidariedade.htm|título=Arábia Saudita e Catar se aproximam em cúpula da 'solidariedade'|publicado=Noticias.uol.com.br|acessodata=5 de janeiro de 2021}}</ref><ref>{{Cite web|url=https://www.wsj.com/articles/saudi-arabia-Catar-set-to-end-feud-that-hampered-u-s-interests-11609788973|title=Catar, Saudi Arabia Set to End Feud That Hampered U.S. Interests|first=Dion Nissenbaum and Summer|last=Said|date=4 de janeiro de 2021|via=www.wsj.com}}</ref>

== Antecedentes ==
O Catar possui divergências com outras nações árabes em diversos aspectos: sedia a rede televisiva [[Al Jazeera]]; mantém relações diplomáticas saudáveis com o [[Irã]]; e já apoiou a [[Irmandade Islâmica]] no passado.<ref name="crisenyt">{{Citar web|url=https://www.nytimes.com/2017/06/05/world/middleeast/Catar-saudi-arabia-egypt-bahrain-united-arab-emirates.html|título=5 Arab States Break Ties With Catar, Complicating U.S. Coalition-Building|publicado=''New York Times''|data=5 de junho de 2017}}</ref> O Catar é considerado um país aliado aos [[Estados Unidos]], abrigando a maior base militar estadunidense no [[Oriente Médio]].<ref name="udeid">{{Citar web|url=http://www.cnn.com/2017/06/05/middleeast/Catar-us-largest-base-in-mideast/index.html|título=Catar hosts US largest base in Mideast|publicado=''[[CNN]]''|data=5 de junho de 2017}}</ref>

As nações que suspenderam relações diplomáticas com o Catar acusam o país de apoiar o terrorismo,<ref>{{Citar web|url=http://www.nbcnews.com/news/world/egypt-saudi-arabia-among-gulf-states-cutting-ties-Catar-n768161|título=Saudi Arabia accuses Catar of supporting terrorism, cuts relations|publicado=''[[NBC News]]''|data=5 de junho de 2017}}</ref> interferir em assuntos internos e fomentar relações diplomáticas com o Irã.<ref name="wintour">{{Citar web|url=https://www.theguardian.com/world/2017/jun/05/saudi-arabia-and-bahrain-break-diplomatic-ties-with-Catar-over-terrorism|título=Gulf plunged into diplomatic crisis as countries cut ties with Catar|autor=Wintour, Patrick|publicado=''[[The Guardian]]''|data=5 de junho de 2017}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://apnews.com/8257ce650e224188a1884e34eabb5e90/4-Arab-nations-cut-diplomatic-ties-to-Catar-as-rift-deepens|título=Arab nations cut ties with Catar in new Mideast crisis|autor=Gambrell, Jon|publicado=''Associated Press''|data=6 de junho de 2017}}</ref> O Catar, por sua vez, nega tais acusações, declarando estar cooperando incessantemente com o governo estadunidense na [[Guerra Civil Síria]].<ref>{{Citar web|url=http://www.khaleejtimes.com/region/Catar/sheikh-tamim-denies-Catar-has-links-to-terrorism|título=Sheikh Tamim denies Catar has links to terrorism|publicado=''Khaleej Times''|data=25 de maio de 2017}}</ref>

=== Questões polêmicas ===
O Catar mantém relações relativamente boas com o Irã. Os dois países compartilham as operações do Campo South Pars-North Dome,<ref>{{Citar web|url=http://www.haaretz.com/middle-east-news/1.793798|título=The Catar-Iran Gas Field Behind the Diplomatic War in the Middle East|publicado=''Haaretz''|data=5 de junho de 2017}}</ref> o maior [[campo de gás natural]] do planeta, com significante influência geoestratégica.<ref>{{Citar web|url=http://www.livemint.com/Politics/dHHtps3m3FN83KkPize4LP/Saudi-Arabias-feud-with-Catar-has-22year-history-rooted-in.html|título=Saudi Arabia’s feud with Catar has 22-year history rooted in gas|publicado=''Livemint''|data=6 de junho de 2017}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.politico.com/magazine/story/2016/02/rfk-jr-why-arabs-dont-trust-america-213601?o=1|título=Why the Arabs Don't Want US in Syria|publicado=''Politico''|data=22 de fevereiro de 2016}}</ref> Em [[abril]] de [[2017]], após um congelamento de 12 anos, o Catar deu fim ao hiato na cooperação energética com o Irã, o que só seria possível através da cooperação direta entre os dois governos.<ref>{{Citar web|url=http://www.reuters.com/article/us-Catar-gas-idUSKBN175181|título=Catar restarts development of world's biggest gas field after 12-year freeze|publicado=''Reuters''|data=4 de abril de 2017}}</ref> De acordo com Jim Krane, pesquisador de política energética da Universidade Rice, "o Catar sempre foi uma espécie de [[Estado vassalo]] da [[Arábia Saudita]], porém fez uso da autonomia gerada pela riqueza energética para esculpir uma nação independente... acima de tudo, o gás natural permitiu-lhe promover uma política regional de relação com o [[Xiismo]] [[Irã|iraniano]] para assegurar a fonte de suas riquezas".<ref>{{Citar web|url=https://www.bloomberg.com/politics/articles/2017-06-06/saudi-arabia-s-feud-with-Catar-has-22-year-history-rooted-in-gas|título=Saudi Dispute With Catar Has 22-Year History Rooted in Gas|publicado=''[[Bloomberg]]''|data=6 de junho de 2017|autor=Krane, Jim}}</ref> Em tom crítico, o jornal estadunidense ''[[The Wall Street Journal]]'' defende que a crise transformou-se em uma batalha entre parceiros e adversários do Irã,<ref>{{Citar web|url=https://www.wsj.com/articles/Catar-crisis-turns-into-proxy-battle-of-mideast-rivals-1496934890|título=Catar Crisis Turns Into Proxy Battle of Mideast Rivals|autor=Trofimov, Yaroslav|publicado=''[[The Wall Street Journal]]''|data=8 de junho de 2017}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://foreignpolicy.com/2017/06/12/the-saudi-iran-war-comes-to-washington/|título=The Saudi-Iran war comes to Washington|publicado=''[[Foreign Policy]]''|data=12 de junho de 2017}}</ref> enquanto "o Catar investe bilhões de dólares nos Estados Unidos e na Europa, revertendo os lucros para patrocínio de grupos ligados à [[al-Qaeda]]. O Catar abriga a maior base militar a partir da qual os Estados Unidos combatem o [[extremismo]], ainda assim possui grupos midiáticos responsáveis por incitar grande maioria destes extremistas".<ref>{{Citar web|url=https://www.wsj.com/articles/Catar-cannot-have-it-both-ways-1497307260|título=Catar Cannot Have It Both Ways|publicado=''The Wall Street Journal''|data=12 de junho de 2017|autor=Otaiba, Yousef Al}}</ref> O Catar buscou cultivar boas relações com países e organizações que não são necessariamente aliados entre si. "Para estabelecer uma potente base militar em seu território, enquanto flerta com o Irã; para combater o terrorismo, mas financiando o [[Estado Islâmico]] e a [[Al Nusra|Al-Nusra]] na [[Síria]]". O jornal encerra sua matéria afirmando que "o poder regional continua sendo a Arábia Saudita".<ref>{{Citar web|url=http://www.timesofisrael.com/cutting-off-Catar/|título=Cutting Off Catar|publicado=''Times of Israel''}}</ref>

O Catar utilizou seus contatos para negociar trocas pacíficas de reféns e evacuações de civis nas áreas atingidas pela [[Guerra Civil Síria]].<ref name="crisenyt"/> Contudo, também enviou tropas contra milícias supostamente apoiadas pelo governo iraniano na [[Guerra Civil Iemenita (2015–presente)|Guerra Civil Iemenita]], além de apoiar a luta rebelde contra o governo de [[Bashar al-Assad]].<ref name="crisenyt"/>

O Catar já apoiou a [[Irmandade Muçulmana]], considerada uma ameaça por muitos países da região, especialmente por conta sua visão anti-hereditária.<ref>{{Citar web|url=https://www.theguardian.com/world/2017/jun/05/saudi-arabia-and-bahrain-break-diplomatic-ties-with-Catar-over-terrorism|título=Gulf plunged into diplomatic crisis as countries cut ties with Catar|autor=Wintour, Patrick|publicado=''[[The Guardian]]''|data=5 de junho de 2017}}</ref> O governo egípcio já há muito declara a organização "um inimigo de primeiro escalão".<ref>{{Citar web|url=http://www.dw.com/en/discord-in-the-persian-gulf-Catar-and-the-muslim-brotherhood/a-39005743|título=Discord in the Persian Gulf: Catar and the Muslim Brotherhood|autor=Knipp, Kersten|publicado=27 de maio de 2017}}</ref> Em [[2011]], durante a [[Primavera Árabe]], o Catar apoiou tanto manifestantes egípcios, como membros da Irmandade Muçulmana.<ref>{{Citar web|url=https://www.bloomberg.com/politics/articles/2017-06-05/why-tiny-Catar-angers-saudi-arabia-and-its-allies-quicktake|título=Why Tiny Catar angers Saudi Arabia and its allies quicktake?|publicado=''Bloomberg''|data=5 de junho de 2017}}</ref> Por outro lado, a Arábia Saudita apoiou o governo de [[Hosni Mubarak]] e atualmente apoia [[Abdul Fatah Khalil Al-Sisi]] desde o [[Golpe de Estado no Egito em 2013|golpe de Estado de 2013]].<ref>{{Citar web|url=http://www.cnn.com/2017/06/05/middleeast/Catar-saudi-arabia-bahrain-egypt-uae-relations/index.html|título=Middle East split: The allies isolating Catar|autor=McKirdy, Euan|publicado=[[CNN]]|data=5 de junho de 2017}}</ref>

Em [[27 de maio]] de [[2017]], o recém-reeleito presidente iraniano [[Hassan Rouhani]] conversou por telefone com o [[Emir]] [[Tamim bin Hamad Al Thani]].<ref>{{Citar web|url=https://www.stratfor.com/article/trumps-arab-nato-vision-desert-mirage|título=Trump's Arab NATO'Vision is a desert mirage|publicado=''Stratfor''|data=31 de maio de 2017}}</ref> Na ocasião, Rouhani relatou que "os países da região necessitam de maior cooperações e consultas ao resolver a crise regional e estamos dispostos a cooperar neste campo".<ref>{{Citar web|url=http://www.thenational.ae/world/middle-east/iran-president-holds-phone-conversation-with-Catari-emir-over-gulf-relations|título=Iran President holds phone conversation with Catari Emir over Gulf relations|publicado=''The National''|data=27 de maio de 2017}}</ref>

Em maio de 2017, o antigo [[Departamento de Defesa dos Estados Unidos|Secretário de Defesa]] [[Robert Gates]] afirmou desconhecer "as instâncias nas quais o Catar pode ingressar após ligações com o [[Hamas]], [[Talibã]] e al-Qaeda" e que "minhas atitudes sobre Al-Udeid ou qualquer outra instalação militar é de que os Estados Unidos não operam nenhuma base insubstituível".<ref>{{Citar web|url=https://www.forbes.com/sites/christopherhelman/2017/06/05/saudis-blockade-Catar-over-terror-financing-exxon-lng-assets-at-risk/#401d2542277d|título=Exxon's LNG Ventures Could Be At Risk As Saudis Lead Sanctions Against Catar|autor=Helman, Christopher|publicado=''[[Forbes]]''|data=5 de junho de 2017}}</ref> A Base Aérea de Al Udeid é a maior instalação militar norte-americana no exterior, tendo sido utilizada como base de operações nas campanhas do [[Iraque]], Afeganistão e Síria.<ref>{{Citar web|url=http://www.arabnews.com/node/1105866/world|título=Sanctions, leaving military base ‘possible options against Catar|publicado=''Arab News''|data=27 de maio de 2017}}</ref>

=== Tensões diplomáticas prévias ===
{{Imagem dupla|right|Abdel Fattah el-Sisi.jpg|200|Mohamed Morsi-05-2013.jpg|200|[[Abdel Fattah el-Sisi]] (à esquerda), atual [[Presidente do Egito|presidente egípcio]] que liderou o [[Golpe de Estado no Egito em 2013|golpe de Estado de 2013]] contra [[Mohamed Morsi]] (à direita), apoiado pelo Catar.}}
Em [[2002]], o governo saudita convocou seu embaixador no Catar para consultas sobre as alegadas críticas da rede televisiva [[Al Jazeera]]. As relações diplomáticas entre os dois governos foram restabelecidas somente em [[2008]], após garantias de que a Al Jazeera limitaria sua cobertura informativa sobre o país vizinho.<ref>{{Citar web|url=https://www.foreignaffairs.com/articles/middle-east/2017-06-13/dustup-gulf|título=A Dustup on the Gulf|publicado=''Foreing Affairs''|autor=Rooberts, David|data=13 de junho de 2017}}</ref>

Em março de [[2014]], Arábia Saudita, [[Barém]] e os [[Emirados Árabes Unidos]] retiraram seus respectivos embaixadores, criticando a interferência catari em seus assuntos internos, porém a situação foi invertida quando o Catar removeu membros da Irmandade Islâmica meses mais tarde.<ref name="crisenyt"/><ref>{{Citar web|url=https://www.academia.edu/12696782/GCCs_2014_Crisis_Causes_Issues_and_Solutions|título=GCC's 2014 Crisis: Causes, Issues and Solutions|autor=Islam Hassan|publicado=Al Jazeera Research Center|data=31 de março de 2015}}</ref>

Em fevereiro de [[2015]], as [[relações entre Catar e Egito]] deterioraram-se após ataques da [[Força Aérea do Egito]] sobre áreas que abrigavam alegadamente terroristas do [[Estado Islâmico]] envolvidos no assassinato de cristãos coptas.<ref>{{Citar web|url=https://www.nytimes.com/2015/02/17/world/middleeast/isis-egypt-libya-airstrikes.html|título=Egypt Launches Airstrike in Libya Against ISIS Branch|publicado=''The New York Times''|data=17 de fevereiro de 2015|autor=Kirkpatrick, David}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.al-monitor.com/pulse/originals/2015/02/egypt-war-terrorism-libya-Catar-reject.html|título=Catar rejects Egypt war on terrorism|publicado=''Al Monitor''|data=1 de março de 2015}}</ref> As ações aéreas foram condenadas pela Al Jazeera, que também divulgou imagens de violência contra civis. Além disto, o Ministério do Exterior catari expressou reservas quanto ao objetivo dos ataques, levando o líder egípcio [[Tariq Adel]] a acusar o país de apoiar o terrorismo na região. Através das redes sociais, parte da população egípcia denunciou o envolvimento catari nas atividades de grupos terroristas. Por fim, as acusações do governo egípcio foram rejeitadas pelo [[Conselho de Cooperação do Golfo]] e o Catar convocou seu embaixador no [[Cairo]] para "consultas".<ref>{{Citar web|url=http://www.aljazeera.com/news/2015/02/Catar-recalls-ambassador-egypt-isil-row-150219041512741.html|título=Catar recalls ambassador to Egypt over ISIL row|publicado=''Al Jazeera''|data=19 de fevereiro de 2015}}</ref>

== Eventos precursores ==
As razões exatas que culminaram na crise diplomática no mundo árabe em 2017 permanecem obscuras. No entanto, a cobertura midiática recente atribuiu a situação ao eventos multilaterais ocorridos entre [[abril]] e [[maio]] de [[2017]], especialmente os acordos bélicos entre [[Estados Unidos]] e [[Arábia Saudita]].

=== Negociações de abril de 2017 ===
Em abril de 2017, o Catar envolveu em acordo com militante [[Sunismo|sunitas]] e [[xiismo|xiitas]] no [[Iraque]] e [[Síria]]. O acordo possuía dois objetivos: garantir a libertação de 26 reféns cataris (incluindo membros da realeza) que haviam sido sequestrados por militantes xiitas no sul do Iraque e vinham sendo mantidos em cativeiro nos últimos 16 meses;<ref>{{Citar web|url=https://www.foreignaffairs.com/articles/middle-east/2017-06-13/dustup-gulf|título=A Dustup in the Gulf|publicado=''[[Foreign Affairs]]''|data=Junho de 2017}}</ref> e igualmente assegurar acesso de apoio humanitário nas regiões afetadas pela [[Guerra Civil Síria]].<ref name="madaya">{{Citar web|url=https://www.nytimes.com/2017/04/21/world/middleeast/big-ransom-and-syria-deals-win-release-of-royal-Catari-hunters.html?mcubz=2|título=Big Ransom and Syria Deal win release of royal Catari hunters|publicado=''[[The New York Times]]''|data=21 de abril de 2017}}</ref> De acordo com o ''[[The New York Times]]'', este acordo permitiu a evacuação de, pelo menos, 2 mil civis do vilarejo síria de [[Madaya]].<ref name="madaya"/> Por outro lado, de acordo com a ''[[Financial Times]]'', o governo catari teria pago mais de 700 milhões de dólares às milícias xiitas iraquianas, 120 milhões ao grupo [[Tahrir al-Sham]] e 80 milhões aos membros do [[Ahrar al-Sham]].<ref name="tahrir"/>

=== Cimeira de Riade ===
[[Ficheiro:Abdel Fattah el-Sisi, King Salman of Saudi Arabia, Melania Trump, and Donald Trump, May 2017.jpg|thumb|left|230px|[[Donald Trump]], [[Salman da Arábia Saudita|Rei Salman]] e [[Abdul Fatah Khalil Al-Sisi|Abdul Al-Sisi]] inauguram o Centro Global de Combate ao Extremismo, maio de 2017.<ref name="crisenyt"/>]]
Durante a Cimeira de Riade, realizada em maio de 2017, diversos líderes mundiais, incluindo o [[Presidente dos Estados Unidos|presidente estadunidense]] [[Donald Trump]] visitaram a região.<ref>{{Citar web|url=http://www.aljazeera.com/news/2017/05/riyadh-summit-discusses-ways-rooting-terrorism-170521132843998.html|título=Riyadh Summit discusses ways on rooting terrorism|publicado=''[[Al Jazeera]]''|data=21 de maio de 2017}}</ref> Trump garantiu apoio total aos esforços sauditas no combate aos grupos terroristas atuantes na região e contra a [[Irmandade Islâmica]], concretizado na forma de um acordo bélico entre os dois países.<ref>{{Citar web|url=http://www.independent.co.uk/news/world/americas/us-politics/trump-saudi-arabia-arms-deal-sale-arab-nato-gulf-states-a7741836.html|título=Donald Trump to announce $350bn arms deal to Saudi Arabia – one of the largest in history|publicado=''[[The Independent]]''|data=17 de maio de 2017}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.wsj.com/articles/president-donald-trump-arrives-in-saudi-arabia-as-overseas-trip-starts-1495263979|título=Donald Trump, Saudi Arabia Sign Agreements in Move to Counterbalance Iran|publicado=''[[Wall Street Journal]]''|data=20 de maio de 2017}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.bbc.com/news/world-us-canada-39994767|título=Trump's Saudi trip: Thumbs up and other 'controversies'|publicado=''[[BBC News]]''|data=22 de maio de 2017}}</ref> Segundo analistas internacionais, o apoio do governo estadunidense impulsionou uma atitude das nações árabes contra o Catar.<ref name="crisenyt"/>

=== Ataques cibernéticos ===

=== Al Jazeera ===
Em maio de 2017, a conta de [[e-mail]] do embaixador emiradense [[Yousef Al Otaiba]] foi invadida.<ref name="ahmed">{{Citar web|url=http://www.huffingtonpost.com/entry/otaiba-ambassador-uae-leaked-emails_us_5932bf04e4b02478cb9bec1c|título=Someone Is Using These Leaked Emails To Embarrass Washington's Most Powerful Ambassador|autor=Ahmed, Akbar Shahid|publicado=''[[Huffington Post]]''|data=3 de junho de 2017}}</ref> Os e-mails foram considerados "embaraçosos" por explicitar ligações entre os [[Emirados Árabes Unidos]] e a Foundation for Defense of Democracies, que apoia publicamente a soberania israelense na região.<ref name="ahmed"/> O vazamento de informações foi divulgado repetidamente pela Al Jazeera e o jornal ''HuffPost Arabi'', ambos os grupos sediados no Catar.<ref>{{Citar web|url=http://english.alarabiya.net/en/features/2017/06/04/ANALYSIS-UAE-envoy-s-hacked-emails-and-Catar-s-escalating-Gulf-rift-.html|título=ANALYSIS: UAE envoy’s hacked emails and Catar’s escalating Gulf rift|publicado=''Al Arabiya''|data=4 de junho de 2017}}</ref> A extensiva cobertura da mídia catari foi vista como uma provocação para com os países vizinhos.<ref>{{Citar web|url=https://www.ft.com/content/3c6b7224-49d0-11e7-a3f4-c742b9791d43|título=What is behind the extraordinary Gulf dispute with Catar?|publicado=''Financial Times''}}</ref> Em [[9 de junho]], a rede cibernética da Al Jazeera foi vítima de ataques em todas as suas plataformas.<ref>{{Citar web|url=http://metro.co.uk/2017/06/08/al-jazeera-hit-by-cyber-attack-on-all-systems-6695692/|título=Al Jazeera hit by cyber attack on all systems|publicado=''Metro''}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.expansion.com/empresas/2017/06/08/59398a62468aeb51638b45ab.html|título=La cadena de televisión Al Jazeera sufre ataque informático masivo|publicado=''Expansión''|data=8 de junho de 2017}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://internacional.elpais.com/internacional/2017/06/08/actualidad/1496941793_550264.html|título=La cadena catarí Al Jazeera sufre un ciberataque|publicado=''[[El País]]''|data=8 de junho de 2017|autor=Espinosa, Ángeles}}</ref>

== Crise diplomática ==
Entre [[5 de junho|5]] e [[6 de junho]] de 2017, [[Arábia Saudita]], [[Iémen]], [[Emirados Árabes Unidos]], [[Egito]], [[Maldivas]] e [[Barém]] anunciaram individualmente a suspensão de relações diplomáticas com o Catar.<ref>{{Citar web|url=http://veja.abril.com.br/mundo/paises-arabes-cortam-relacoes-com-catar-por-apoio-a-terrorismo/|título=Países cortam relações com o Catar por apoio a terrorismo|publicado=''[[Veja]]''|data=5 de junho de 2017}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.jn.pt/mundo/interior/maldivas-e-um-dos-governos-libios-tambem-cortam-relacoes-com-o-Catar-8536826.html|título=Maldivas e um dos governos líbios também cortam relações com o Catar|publicado=''[[Jornal de Notícias]]''|data=5 de junho de 2017}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.news.com.au/finance/work/leaders/why-saudi-arabia-and-six-other-countries-have-cut-ties-with-Catar/news-story/b758105a63a70df40b73211e0395d550|título=Why Saudi Arabia and six other countries have cut tires with Catar|publicado=''News.au''|data=5 de junho de 2017}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.bbc.com/news/world-middle-east-40155829|título=Catar row: five countries cut links with Doha|publicado=''BBC News''|data=6 de junho de 2017}}</ref>

Uma gama de reações diplomáticas seguiram aos anúncios.<ref name="crisejazeera">{{Citar web|url=http://www.aljazeera.com/news/2017/06/Catar-diplomatic-crisis-latest-updates-170605105550769.html|título=Catar diplomatic crisis: Latest updates|publicado=''[[Al Jazeera]]''|data=6 de junho de 2017}}</ref> Os governos de Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos proibiram suas autoridades portuárias de receberem embarcações cataris ou operadas por companhias cataris.<ref name="crisejazeera"/> A Árabia Saudita, além disto, bloqueou acesso de cidadãos cataris através das fronteiras terrestres e restringiu seu espaço aéreo a operações da [[Catar Airways]], principal companhia aérea catari.<ref name="crisejazeera"/> Em resposta, o governo do [[Irã]] ofereceu apoio com envio de suprimentos ao país e permitiu que este fizesse uso de seu espaço aéreo para fins comerciais.<ref>{{Citar web|url=https://www.bloomberg.com/politics/articles/2017-06-06/saudi-led-rupture-with-Catar-pushes-nation-into-iran-s-embrace|título=Saudi-led rupture with Catar pushes nation into Iran's embrace|publicado=''Bloomberg''|data=6 de junho de 2017}}</ref> O banco central saudita também advertiu as demais instituições financeiras do país a não negociarem sob o [[rial catarense]].<ref>{{Citar web|url=http://www.reuters.com/article/us-gulf-Catar-saudi-banks-idUSKBN18X0S9|título=Saudi central bank tells banks not to trade with Catar banks in Catari riyals: sources|publicado=Reuters}}</ref>

O governo catarense criticou a medida dos países vizinhos. O Ministério de Relações Exteriores do país alegou que a medida inviabilizava a soberania do Catar diante de outras nações.<ref name="dawn">{{Citar web|url=https://www.dawn.com/news/1337555/saudi-egypt-uae-bahrain-and-yemen-isolate-Catar-over-terrorism-as-rift-deepens|título=Saudi, Egypt, UAE, Bahrain and Yemen isolate Catar over 'terrorism' as rift deepens|publicado=''Dawn''|data=6 de junho de 2017}}</ref> Segundo o ministro Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, as acusações do governo saudita seriam infundadas: por um lado, a Arábia Saudita acusa o Catar de apoiar o Irã; por outro, defende que Doha apoia grupos extremistas contra o Irã.<ref>{{Citar web|url=http://www.cnn.com/2017/06/06/middleeast/Catar-diplomatic-crisis/|título=We are willing to talk|publicado=CNN|data=6 de junho de 2017}}</ref>

Posteriormente, todos os países-membros do [[Conselho de Cooperação do Golfo]] envolvidos na questão diplomática convocaram seus cidadãos de volta.<ref name="dawn"/> Em contrapartida, Arábia Saudita e Barém estipularam um prazo de duas semanas para saída de cidadãos catarenses de seus respectivos territórios.<ref name="dawn"/> Os ministros de relações exteriores do Barém e do [[Egito]] ordenaram a saída de diplomatas catarenses em até 48 horas após o anúncio. As forças militares do Catar também foram dispensadas da [[Intervenção militar no Iêmen (2015–presente)|Intervenção militar no Iêmen]], liderada pelo governo saudita.<ref name="dawn"/> Os governos de [[Omã]] e [[Kuwait]] mantiveram neutralidade durante toda a repercussão da crise diplomática.<ref>{{Citar web|url=https://www.zawya.com/mena/en/story/Kuwait_and_Oman_As_they_remain_silent_on_the_CatarGulf_rift_what_does_this_mean_for_them-ZAWYA20170606110347/|título=Kuwait and Oman: As they remain silent on the Catar-Gulf rift, what does this mean for them?}}</ref>

Até [[10 de junho]] de [[2017]], oito Estados soberanos haviam cortado relações diplomáticas com o Catar:
* {{KSA}}
* {{BHR}}
* {{flagicon|Comores}} [[Comores]]<ref>{{Citar web|url=http://www.spa.gov.sa/viewstory.php?lang=en&newsid=1638089|título=Comoros severes diplomatic relations with Catar|publicado=Saudi Press Agency|data=8 de junho de 2017}}</ref>
* {{EGY}}
* {{UAE}}
* {{YEM}}
* {{MDV}}
* {{MAU}}

Em [[12 de junho]] de 2017, seis nações soberanas reduziram os contatos diplomáticos com o Catar, sem cortar definitivamente relações:
* {{CHA}}
* {{DJI}}
* {{ERI}}
* {{JOR}}
* {{NIG}}
* {{SEN}}

A [[Organização das Nações Unidas]] e alguns de [[Estados-membros das Nações Unidas|seus Estados-membros]] recomendaram uma solução pacífica para a questão:<ref>{{Citar web|url=https://www.un.org/press/en/2017/sgsm18559.doc.htm|título=Deeply Concerned by Middle East Situation, Secretary-General Encourages Diplomacy to Avoid Escalating Tensions|publicado=[[Nações Unidas]]|data=8 de junho de 2017}}</ref>

* {{ALG}}
* {{IND}}
* {{IRN}}
* {{MAR}}
* {{UK}}
* {{RUS}}
* {{SOM}}
* {{SUD}}
* {{TUN}}
* {{TUR}}
* {{PAK}}

=== Reação internacional ===
* {{ALE}} - O Ministro do Exterior alemão [[Sigmar Gabriel]] expressou apoio ao Catar e criticou o corte de relações por parte dos países árabes. Além disso, responsabilizou [[Donald Trump]] por estimular o conflito no [[Oriente Médio]].<ref>{{Citar web|url=http://www.dw.com/en/german-foreign-minister-accuses-us-of-stirring-up-middle-east-conflict/a-39138183|título=German foreing minister accuses US of stirring up Middle East conflict|publicado=''[[DW]]''|data=13 de junho de 2017}}</ref>

* {{EGY}} - Em [[8 de junho]], o Representante Permanente Ihab Moustafa exigiu que o [[Conselho de Segurança das Nações Unidas]] inicie uma investigação sobre as acusações de que o governo catarense "pagou mais de 1 bilhão de dólares a grupos terroristas no [[Iraque]]" na negociação de prisioneiros, o que violaria as resoluções das Nações Unidas.<ref>{{Citar web|url=http://www.reuters.com/article/us-gulf-Catar-un-idUSKBN18Z26W|título=Egypt calls for U.N. inquiry into accusation of Catar ransom payment|publicado=''Reuters''|data=8 de junho de 2017}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://abcnews.go.com/International/wireStory/latest-Catar-releases-initial-report-alleged-hack-47904088|título=The Latest: Egypt seeks UN probe of alleged Catar ransom|publicado=''ABC News''|data=8 de junho de 2017}}</ref> Os catarenses foram sequestrados em [[16 de dezembro]] de [[2015]] durante uma atividade de caça de falcões no sul do Iraque.

* {{ERI}} - O governo eritreu recusou a proposta saudita de endossar o grupo de países que cortaram relações com o Catar, citando "fortes laços de fraternais" entre seus povos. Em [[12 de junho]], contudo, reduziram as relações diplomáticas afirmando ser esta "uma iniciativa entre muitas na direção correta que viabiliza a manutenção da segurança e estabilidade regional".<ref>{{Citar web|url=http://www.arabnews.com/node/1113951/middle-east|título=Eritreia sides with Gulf states against Catar|publicado=''Arab News''}}</ref>

* {{EUA}} - Através de sua conta no ''[[Twitter]]'', o [[Presidente dos Estados Unidos|Presidente]] [[Donald Trump]] comentou criticamente a situação diplomática do Catar.<ref>{{Citar web|url=http://www.bbc.com/news/world-middle-east-40175935|título=Catar row: Trump claims credit for isolation|publicado=''[[BBC News]]''|data=6 de junho de 2017}}</ref> Em publicação de [[6 de junho]], Trump afirmou: "Em minha recente visita ao Oriente Médio, disse que não poderia mais haver financiamento de ideologias radicais. Os líderes apontaram para o Catar, vejam!" Horas depois, completou: "É bom ver que a visita com o Rei e outros cinquenta líderes está finalmente valendo a pena."<ref>{{Citar web|url=https://twitter.com/realDonaldTrump/status/872062159789985792|título=During my recent trip to the Middle East I stated that there can no longer be funding of Radical Ideology. Leaders pointed to Catar – look!}}</ref> As declarações do presidente contrastaram com a postura do [[Departamento de Defesa dos Estados Unidos|Departamento de Defesa]] e [[Departamento de Estado dos Estados Unidos|de Estado]] de manter neutralidade sobre a questão; ambos optaram por agradecer o apoio militar catarense.<ref>{{Citar web|url=https://www.reuters.com/article/us-gulf-Catar-usa-pentagon-idUSKBN18X2G2|título=US military praises Catar, despite Trump tweet|publicado=''Reuters''|data=6 de junho de 2017}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.cnbc.com/2017/06/05/tillerson-says-break-with-Catar-by-saudi-arabia-others-wont-affect-counter-terrorism.html|título=Tillerson says break with Catar by Saudi Arabia, others won't affect counter-terrorism|publicado=CNBC|data=5 de junho de 2017}}</ref> Em [[8 de junho]], Donald Trump ofereceu-se como mediador da questão em conversa telefônica com o Emir [[Tamim bin Hamad al-Thani]].<ref>{{Citar web|url=http://edition.cnn.com/2017/06/07/politics/trump-Catar-call/index.html|título=Trump reverses curse on Catar call|publicado=''CNN''|data=7 de junho de 2017}}</ref> Entretanto, no dia seguinte, voltou a criticar o país, considerando o bloqueio "duro, mas necessário".<ref>{{Citar web|url=http://edition.cnn.com/2017/06/06/politics/trump-Catar-ideology/|título=Trump appears to take credit for Gulf Nations' move on Catar|publicado=''CNN''|data=6 de junho de 2017}}</ref>

* {{IND}} - O governo indiano definiu a questão como de importância para os países do Conselho de Cooperação do Golfo, salientando estar preocupado somente com os expatriados indianos na região.<ref>{{Citar web|url=http://timesofindia.indiatimes.com/india/Catar-saudi-arabia-spat-internal-our-only-concern-is-for-indians-living-there-says-sushma-swaraj/articleshow/59003830.cms|título=Arab nations cut ties with Catar over ‘terror links’, MEA worried about 6.5 lakh Indians living there|publicado=''The Times of India''}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.hindustantimes.com/india-news/india-won-t-be-impacted-by-Catar-gulf-arab-nations-conflict-says-sushma-swaraj/story-pieBFMq9LtdYVAGzWJYdtI.html|título=Arab nations cutting ties with Catar GCC’s internal matter, says Sushma Swaraj|publicado=''Hindustan Times''|data=5 de junho de 2017}}</ref>

* {{ISR}} - O Ministro da Defesa [[Avigdor Lieberman]] afirmou que a crise abre caminho para a cooperação na luta contra o terrorismo, afirmando que "os países árabes que cortaram relações com o Catar não o fizeram por [[Israel]] ou a questão da [[Estado da Palestina|Palestina]], mas por temerem um terrorismo radical islâmico".<ref>{{Citar web|url=http://www.haaretz.com/israel-news/1.793856|título=Catar Crisis Opens Up Opportunities for Israel, Lieberman Says|autor=Lis, Jonathan|publicado=''Haaretz''|data=5 de junho de 2017}}</ref>

* {{PAK}} - O governo paquistanês descartou qualquer intenção de cortar relações diplomáticas com o Catar.<ref>{{Citar web|url=https://tribune.com.pk/story/1427775/pakistan-no-plans-cut-diplomatic-ties-Catar-fo/|título=Pakistan has no plan of cutting diplomatic ties with Catar|publicado=''The Express Tribune''|data=5 de junho de 2017}}</ref> A [[Assembleia Nacional do Paquistão]] aprovou uma medida alertando todos os países envolvidos a "mostrar respeito e resolver suas divergências através de diálogo". O Ministério de Petróleo e Fontes Naturais afirmou que o país "manterá as importações de gás do Catar".<ref>{{Citar web|url=https://www.dawn.com/news/1338261/pakistan-to-continue-import-of-lng-from-Catar|título=Pakistan to continue import of LNG from Catar|publicado=''Dawn''}}</ref> O [[Primeiro-ministro]] [[Nawaz Sharif]] declarou que "o Paquistão faria todo o possível para ajudar a resolver a crise".<ref>{{Citar web|url=https://www.dawn.com/news/1338268/delegation-headed-by-special-envoy-of-Catari-emir-makes-short-visit-to-pakistan|título=Delegation headed by special envoy of Catari Emir makes short visit to Pakistan|autor=Siddiqui|publicado=''Dawn''|data=8 de junho de 2017}}</ref>

* {{UK}} - O Secretário de Relações Exteriores [[Boris Johnson]] afirmou que o Catar necessita de mais ações para frear o financiamento de grupos terroristas, mas também pediu aos países do Golfo que repensassem sobre o bloqueio diplomático.<ref>{{Citar web|url=https://www.theguardian.com/world/2017/jun/12/Catar-al-thani-boris-johnson-saudi-arabia-bahrain-uae-egypt-embargo|título=Gulf crisis: Boris Johnson urges Catar to crack down on extremists|publicado=''The Guardian''|autor=Wintour, Patrick|data=12 de junho de 2017}}</ref>

* {{TUR}} - Em [[7 de junho]], a [[Grande Assembleia Nacional da Turquia|Grande Assembleia Nacional]] aprovou uma medida permitindo o envio de tropas militares para uma base militar turca no Catar. Em [[13 de junho]], o [[Presidente da Turquia|Presidente turco]] [[Recep Tayyip Erdoğan]] classificou a crise como "uma violência contra os valores islâmicos" e afirmou que "vitimizar o Catar através de medidas covardes não tem serventia".

== Impacto ==
Aproximadamente 80% da demanda alimentar catarense provém dos países vizinhos, com somente 1% de alimentos produzidos em seu território. Neste aspecto, o acesso ao território saudita é de grande importância para a economia do Catar. Imediatamente após a suspensão de relações entre os dois países, foi divulgado que residentes invadiram lojas de produtos básicos na expectativa de estocar alimentos. Em [[8 de junho]], o Ministro de Relações Exteriores afirmou não estar preocupado com a falta de alimentos e afirmou que o país está preparado para suportar um bloqueio diplomático. Em contrapartida, [[Turquia]] e [[Irã]] têm dialogado com o governo do Catar para assegurar o envio de alimentos e água potável. Em [[11 de junho]], o governo iraniano enviou quatro aviões carregados de frutas e vegetais. O governo turco, por sua vez, liberou grande quantidade de alimentos juntamente com tropas para uma base militar no país.

== Ver também ==
* [[Relações entre Arábia Saudita e Catar]]

{{Referências|col=3}}

{{Relações entre Emirados Árabes Unidos e Irã}}
{{Portal3|Política}}

[[Categoria:Crises diplomáticas]]
[[Categoria:Política do Catar]]
[[Categoria:Relações exteriores do Catar]]
[[Categoria:Relações entre Arábia Saudita e Catar]]
[[Categoria:Conselho de Cooperação do Golfo]]
[[Categoria:2017 nas relações internacionais]]
[[Categoria:2018 nas relações internacionais]]
[[Categoria:2017 no Catar]]
[[Categoria:2018 no Catar]]