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Discussão:Perdigão (Minas Gerais): diferenças entre revisões

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=== Filhos Ilustres de Perdigão - MG ===

=== VEREADOR JOÃO JACINTO BRANDÃO ===
=== João Jacinto Brandão=== nasceu na localidade de Perobas no município de Perdigão – MG em 27/01/1922.•.

João Jacinto ingressou por pleito popular na Câmara de Vereadores do município, em duas épocas distintas. Épocas em que o país passava por momentos conturbados e difíceis. O primeiro momento de sua vereança ocorreu com sua diplomação em 14/11/1958 para o período de 1959 a 1963. Como vereador nesta primeira investidura apoiava o prefeito da época Dr. Geraldo Caetano Brandão nos seus projetos como o da reconstrução da Ponte dos Crioulos no Rio Lambari, promoção da campanha das latrinas (fossas secas: Perdigão ainda não possuía rede de esgoto), promoção da campanha da vacinação contra varíola, e, aprendendo com o médico/prefeito o ofício de aplicar injeções, as ministrava aos doentes das localidades de Engenho e Perobas.
Nos anos que se seguiram, João Jacinto participou da idealização e fundação do Ginásio Paroquial “Nossa Senhora da Saúde” de Perdigão sob as lideranças de Padre Tiago Van Der Pauw, Dr. Geraldo Caetano Brandão, Geraldo Vitor Brandão e outros. Mais tarde esta escola evoluiu para Colégio de Segundo Grau e beneficiou proativa e absolutamente os estudantes de Perdigão e cidades vizinhas.
No segundo mandato sua diplomação se efetivou em 06/12/1970 para o período de 1971 a 1975. Este mandato foi conturbado como o de todos os políticos da época, pois o país vivia numa terrível ditadura política, que mantinha um monopartidarismo que ambientava o império da saga dos generais, onde a tônica era se calar e obedecer, mantendo um slogan “Brasil: ame-o ou deixe-o”, que não representava um sentido real.

Inobstante, diferente de hoje, esse cargo de vereador era verdadeiramente de um Vereador honorário ocupado por pessoas que trabalhavam apenas em prol do bem público sem auferir nenhuma contrapartida financeira, mas pleiteado nas urnas em disputas ferrenhas. Todavia isso nunca fez diferença na vida de João Jacinto Brandão, que viria a ser um homem voltado às causas de cunho estritamente filantrópico e religioso.

Mais tarde, em 1976, candidatou-se ao cargo de vice-prefeito na chapa de Edgar Pinto, mas perdeu nas urnas para o Jovem José Romeu da Silva, e certamente isso o levou a optar pela filantropia, aliás, já exercida paralelamente à vida política. Assim, cessou suas atividades políticas como candidato, no entanto sempre foi um partidário no meio político exercendo cargos diversos (tesoureiro, delegado, etc.) dentro de seu partido - PMDB. Recuperado da decepção do pleito perdido dedicou-se profundamente à vida religiosa, da qual, aliás, também nunca se afastou por nada.
A cultura de toda sua vida se embasou praticamente na religiosidade, pois quando criança ou adolescente aqui em nossa região nem existiam escolas, o que fez com que ele e a maioria das pessoas de sua faixa etária que tiveram o privilégio de aprender a ler, estudassem apenas a bíblia, talvez, um dos poucos livros disponíveis na época. Isto certamente influenciou toda a vida de João Jacinto Brandão, que mesmo como um político, nunca abandonou as causas filantrópico-religiosas.
A escolaridade de João Jacinto Brandão, adquirida nos bancos de uma escola não passou do que é hoje um 3°. ano do ensino fundamental. Seu currículo está voltado basicamente para atos filantrópicos dentre os quais se destaca a legalização da Sociedade de São Vicente de Paulo com a criação do Conselho Particular da Sociedade de São Vicente de Paulo de Perdigão em 1963, do qual foi o primeiro presidente. Neste período promoveu a aquisição do então famoso leite em pó para distribuição aos menos favorecidos locais. Ampliou e reconstruiu casas da Vila Vicentina, adquiriu outras e terrenos, inclusive para construção do Salão Vicentino. Promoveu diversas campanhas para aquisição de alimentos e colaborou na idealização do “Natal dos Pobres” de Perdigão. Pactuou diversos convênios com o comércio local para compra de alimentos para os menos favorecidos mediante pagamento efetuado por vales, e que posteriormente eram ressarcidos aos comerciantes pelas conferências do Conselho Vicentino. Deixando a presidência do Conselho Vicentino, foi por diversas vezes presidente de conferências da Sociedade de São Vicente de Paulo e confrade por toda a sua vida, desde a adolescência.
Como religioso, foi sacristão, Ministro da Eucaristia, puxador de procissão, Irmão Mariano, um dos primeiros Cursilhistas locais, condutor da eucaristia aos idosos e doentes, e trabalhava ativamente em tudo o que envolvia a igreja católica local, inclusive fazendo gratuitamente diversos reparos, que muitas vezes o distanciava do seu oficio de carpinteiro do qual se provia. Foi membro do Conselho Paroquiano nos anos 70, o qual decidia presidido pelo pároco, os fins a que se destinavam os bens da igreja, inclusive o da polêmica demolição da Igreja do Rosário estabelecida na Praça José Teodoro, antiga Praça do Rosário, para construção do hoje Centro Social de Perdigão. João Jacinto foi o único voto contrário, e claro, vencido do conselho a tal empreitada, por julgar que aquela igreja do Rosário que mantinha um estilo gótico-barroco era um bem público, cultural, e que merecia até mesmo um tombamento.
Esta é uma síntese do homem público que foi João Jacinto Brandão, mas todos os seus contemporâneos lembram, certamente, de algumas histórias de caráter religioso ou filantrópico que envolveu sua vida.
João Jacinto Brandão faleceu no dia 15/10/2007, vitimado por um câncer de pulmão, mas já nos seus últimos anos passou por vários problemas de circulação sanguínea levando-o a várias cirurgias vasculares e ao amputamento de uma das pernas.
No dia de seu sepultamento a sua família pleiteou junto ao pároco local, a concessão de levar o seu corpo à igreja para as recomendações pós-mortem e isso lhe foi negada, causando profundo mal-estar e ressentimento pela contradição do que ele foi para a igreja e do prega a caridade, da qual João Jacinto era um adepto sem par.

===REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS===
1. Câmara de Vereadores de Perdigão MG – diplomação de vereadores de 1958.
2. Câmara de Vereadores de Perdigão MG – diplomação de vereadores de 1970.
3. Ata de fundação do Colégio Paroquial “Nossa Senhora da Saúde” de 1963.
4. Ata do Conselho Paroquiano de 1970 para demolição da Igreja do Rosário.
5. Ata de Criação do Conselho Particular da Sociedade de São Vicente de Paulo de Perdigão em 1963.

Revisão das 16h25min de 5 de novembro de 2012

Predefinição:Brasil/Marca


Filhos Ilustres de Perdigão - MG

VEREADOR JOÃO JACINTO BRANDÃO

=== João Jacinto Brandão=== nasceu na localidade de Perobas no município de Perdigão – MG em 27/01/1922.•.

João Jacinto ingressou por pleito popular na Câmara de Vereadores do município, em duas épocas distintas. Épocas em que o país passava por momentos conturbados e difíceis. O primeiro momento de sua vereança ocorreu com sua diplomação em 14/11/1958 para o período de 1959 a 1963. Como vereador nesta primeira investidura apoiava o prefeito da época Dr. Geraldo Caetano Brandão nos seus projetos como o da reconstrução da Ponte dos Crioulos no Rio Lambari, promoção da campanha das latrinas (fossas secas: Perdigão ainda não possuía rede de esgoto), promoção da campanha da vacinação contra varíola, e, aprendendo com o médico/prefeito o ofício de aplicar injeções, as ministrava aos doentes das localidades de Engenho e Perobas.

Nos anos que se seguiram, João Jacinto participou da idealização e fundação do Ginásio Paroquial “Nossa Senhora da Saúde” de Perdigão sob as lideranças de Padre Tiago Van Der Pauw, Dr. Geraldo Caetano Brandão, Geraldo Vitor Brandão e outros. Mais tarde esta escola evoluiu para Colégio de Segundo Grau e beneficiou proativa e absolutamente os estudantes de Perdigão e cidades vizinhas.

No segundo mandato sua diplomação se efetivou em 06/12/1970 para o período de 1971 a 1975. Este mandato foi conturbado como o de todos os políticos da época, pois o país vivia numa terrível ditadura política, que mantinha um monopartidarismo que ambientava o império da saga dos generais, onde a tônica era se calar e obedecer, mantendo um slogan “Brasil: ame-o ou deixe-o”, que não representava um sentido real.

Inobstante, diferente de hoje, esse cargo de vereador era verdadeiramente de um Vereador honorário ocupado por pessoas que trabalhavam apenas em prol do bem público sem auferir nenhuma contrapartida financeira, mas pleiteado nas urnas em disputas ferrenhas. Todavia isso nunca fez diferença na vida de João Jacinto Brandão, que viria a ser um homem voltado às causas de cunho estritamente filantrópico e religioso.

Mais tarde, em 1976, candidatou-se ao cargo de vice-prefeito na chapa de Edgar Pinto, mas perdeu nas urnas para o Jovem José Romeu da Silva, e certamente isso o levou a optar pela filantropia, aliás, já exercida paralelamente à vida política. Assim, cessou suas atividades políticas como candidato, no entanto sempre foi um partidário no meio político exercendo cargos diversos (tesoureiro, delegado, etc.) dentro de seu partido - PMDB. Recuperado da decepção do pleito perdido dedicou-se profundamente à vida religiosa, da qual, aliás, também nunca se afastou por nada.

A cultura de toda sua vida se embasou praticamente na religiosidade, pois quando criança ou adolescente aqui em nossa região nem existiam escolas, o que fez com que ele e a maioria das pessoas de sua faixa etária que tiveram o privilégio de aprender a ler, estudassem apenas a bíblia, talvez, um dos poucos livros disponíveis na época. Isto certamente influenciou toda a vida de João Jacinto Brandão, que mesmo como um político, nunca abandonou as causas filantrópico-religiosas.

A escolaridade de João Jacinto Brandão, adquirida nos bancos de uma escola não passou do que é hoje um 3°. ano do ensino fundamental. Seu currículo está voltado basicamente para atos filantrópicos dentre os quais se destaca a legalização da Sociedade de São Vicente de Paulo com a criação do Conselho Particular da Sociedade de São Vicente de Paulo de Perdigão em 1963, do qual foi o primeiro presidente. Neste período promoveu a aquisição do então famoso leite em pó para distribuição aos menos favorecidos locais. Ampliou e reconstruiu casas da Vila Vicentina, adquiriu outras e terrenos, inclusive para construção do Salão Vicentino. Promoveu diversas campanhas para aquisição de alimentos e colaborou na idealização do “Natal dos Pobres” de Perdigão. Pactuou diversos convênios com o comércio local para compra de alimentos para os menos favorecidos mediante pagamento efetuado por vales, e que posteriormente eram ressarcidos aos comerciantes pelas conferências do Conselho Vicentino. Deixando a presidência do Conselho Vicentino, foi por diversas vezes presidente de conferências da Sociedade de São Vicente de Paulo e confrade por toda a sua vida, desde a adolescência.

Como religioso, foi sacristão, Ministro da Eucaristia, puxador de procissão, Irmão Mariano, um dos primeiros Cursilhistas locais, condutor da eucaristia aos idosos e doentes, e trabalhava ativamente em tudo o que envolvia a igreja católica local, inclusive fazendo gratuitamente diversos reparos, que muitas vezes o distanciava do seu oficio de carpinteiro do qual se provia. Foi membro do Conselho Paroquiano nos anos 70, o qual decidia presidido pelo pároco, os fins a que se destinavam os bens da igreja, inclusive o da polêmica demolição da Igreja do Rosário estabelecida na Praça José Teodoro, antiga Praça do Rosário, para construção do hoje Centro Social de Perdigão. João Jacinto foi o único voto contrário, e claro, vencido do conselho a tal empreitada, por julgar que aquela igreja do Rosário que mantinha um estilo gótico-barroco era um bem público, cultural, e que merecia até mesmo um tombamento.

Esta é uma síntese do homem público que foi João Jacinto Brandão, mas todos os seus contemporâneos lembram, certamente, de algumas histórias de caráter religioso ou filantrópico que envolveu sua vida.

João Jacinto Brandão faleceu no dia 15/10/2007, vitimado por um câncer de pulmão, mas já nos seus últimos anos passou por vários problemas de circulação sanguínea levando-o a várias cirurgias vasculares e ao amputamento de uma das pernas.

No dia de seu sepultamento a sua família pleiteou junto ao pároco local, a concessão de levar o seu corpo à igreja para as recomendações pós-mortem e isso lhe foi negada, causando profundo mal-estar e ressentimento pela contradição do que ele foi para a igreja e do prega a caridade, da qual João Jacinto era um adepto sem par.

REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS

1. Câmara de Vereadores de Perdigão MG – diplomação de vereadores de 1958. 2. Câmara de Vereadores de Perdigão MG – diplomação de vereadores de 1970. 3. Ata de fundação do Colégio Paroquial “Nossa Senhora da Saúde” de 1963. 4. Ata do Conselho Paroquiano de 1970 para demolição da Igreja do Rosário. 5. Ata de Criação do Conselho Particular da Sociedade de São Vicente de Paulo de Perdigão em 1963.